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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A CONSCIÊNCIA DO EXPLORADO

No que se refere aos séculos do capitalismo, muitos adjetivos foram agregados. Especialmente em razão dos efeitos sociais e culturais de sua economia. Os adjetivos foram aplicados em momentos históricos definidos, mas hoje se fundiram numa mesma massa conceitual. Oprimidos, perseguidos, explorados, discriminados, exterminados, dominados e tantos que se encontram no nosso imaginário. Afinal o efeito da fome, os famélicos da terra, tomando consciência de sua situação na escala real do mundo. Na escala dos arranjos econômicos, a escala nas quais tomam consciência de serem explorados.

Não interessa que seja esta a consciência de um negro discriminado, de uma mulher jogada pela janela por um macho dominador, uma criança de rua apedrejada. Da mesma massa conceitual se encontra a consciência de ser índio como resposta a este rolo compressor que soma uma falsa idéia do progresso humano com as motoserras a gerar vazio. Afinal são todos os efeitos de uma mesma e única forma universal de gerar riquezas e acumular capitais.

Não se imagine que uma consciência seja um simples lampejo. Que de repente assoma a percepção do oprimido. Pelo contrário, a pedagogia do oprimido, a pedagogia que supera a opressão, é um processo que envolve simultaneamente o fim do opressor externamente e no interior do oprimido. O opressor se agrega ao comportamento do oprimido, não como consciência crítica, mas como aceitação de uma espécie de realidade imutável. Por isso, dias nacionais que refletem a consciência da opressão, da discriminação, fazem parte de um processo de superação que se diga é histórico e pleno de subterfúgios.

Se observarmos a realidade das lutas contra a segregação racial nos EUA durante os anos 60, no seu eixo se encontravam os direitos sociais. Aliás, os direitos sociais, uma grande conquista da era das revoluções sociais na Europa, dos partidos comunistas e trabalhistas, agregaram à democracia um valor novo, de universalidade, bastante compatível com uma sociedade complexa, industrial e urbana. Isso é tão profundamente importante que o atual conceito de democracia já inclui os direitos sociais como essenciais a ela.

Quando se levantam dúvidas a respeito das questões da discriminação, do explorado, do oprimido, há por trás, sempre, uma visão política de mundo. Baseada na permanência e não na superação das desigualdades. Por isso mesmo é que no mesmo diapasão da bulha contra os direitos humanos se encontra a crítica aos direitos sociais. Esse é o processo em si de superação histórica de um país como o nosso em que o oprimido carrega a opressão em sua alma; o preconceito e o desconhecimento desfoca a realidade.

Mas nada impede que amanhã uma voz ainda vocifere contra os direitos humanos dos bandidos e contra as cotas raciais para negros. A alternativa é ampliar a consciência social da igualdade humana.

Vem aí o 5º Berro Cariri



Na foto, abertura do 2ºBerro Cariri,
em 2005. Da esquerda para a direita:
o Reitor da Urca, André Herzog, Governador
Lúcio Alcântara e o criador do evento,
Prof.Francisco Cunha
A cidade de Crato será sede – no período de 4 a 7 de dezembro – no Parque de Exposição Pedro Felício, a quinta edição do Berro Cariri, uma feira que vem sendo realizada desde 2004 objetivando incrementar o setor da ovinocaprinocultura regional.Serão priorizados as cadeias produtivas da ovinocaprinocultura, apicultura e mandiocultura. A novidade deste ano fica por conta da introdução de bovinos e de pequenos negócios rurais. Agentes financeiros, como Banco do Nordeste e Banco do Brasil estarão com agências para financiar venda de animais e produtos agrícolas.A 5ª edição do Berro Cariri será aberta às 17 horas do dia 4 de dezembro, com apresentação de retreta com a Banda de Música Maestro Azul do Crato. Na programação cultural estarão ainda, apresentações de reisados, festival de violeiros e shows com Joãozinho do Exu, Flávio Leandro, Epitácio Pessoa e Herdeiros do Rei.


A razão do nome
O nome BERRO CARIRI foi idéia do saudoso Monsenhor Francisco Murilo de Sá Barreto. Este, ao ser comunicado – pelo Prof. Francisco Cunha, em 2004 – da iniciativa da Universidade Regional do Cariri–URCA em promover uma Feira Regional da Ovinocaprinocultura, lembrou uma carta do Padre Cícero Cícero (dirigida ao deputado Floro Bartolomeu) onde o sacerdote dizia: “O Cariri precisa continuar “berrando” na busca da solução dos seus problemas”...O prof. Cunha não teve dúvidas: O nome da Feira será BERRO CARIRI!
E assim foi da 1ª a 5ª versão que será realizada de 4 a 7 de dezembro de 2008.


O Cariri
A Região do Cariri é um verdadeiro oásis, encravado nos adustos sertões do centro nordestino. A diferença altitudinal da Chapada do Araripe, associada a Massa de Ar da Zona de Convergência Intertropical garante uma maior precipitação pluviométrica, que associada a solos férteis, permite o desenvolvimento de uma agricultura e pecuária com grande potencial de crescimento.As condições edafoclimáticas são propícias ao desenvolvimento de uma pecuária de pequeno porte, onde a ovinocaprinocultura se apresenta como uma alternativa de grande potencial para a região.