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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tipos populares do Crato(4)

Tandor

Não tenho a mínima idéia da origem ou do porquê do nome Tandor. Também, os vocabularistas mais recentes não o citam. Só resta, pois, a lembrança dos que o ouviram e que o associam a um velhinho de cor negra, de cerca de um metro e meio de altura e que percorria, serelepe, as ruas do Crato, vestindo um traje exótico que lembrava um cangaceiro extemporâneo. Usava um chapéu de couro, uma espécie de farda de brim azul, de onde pendiam um sem-número de enfeites, como medalhas e fitilhos, calçava uma sandália “currulepe” e, no peito e ao redor da cintura, entrelaçavam-lhe cartucheiras que, em vez de balas, acondicionavam vidrinhos com líquidos de diversas cores. Nestes vidrinhos estavam o meio de vida de Tandor, que ele batizou como “mijo de moça”, e os vendia como se fosse uma panacéia para espinhela caída, mau olhado, dor nas juntas, coceira, pereba etc.

Dizia-se que Tandor, quando jovem, tinha sido cangaceiro ou jagunço. Essa informação pode ser um mito, construído a partir da representação que ele assumiu a partir de suas veste. Ou pode ser verdade.

Na década de 1970, Emerson Monteiro dirigiu um filme em Super-8, intitulado Terra Ardente, no qual Tandor foi um figurante, fazendo justamente o papel de um jagunço.