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quarta-feira, 13 de agosto de 2008


A nota abaixo foi publicada no blog de Tarso Araujo:
"A Feira de Tecnologia e Calçados do Ceará - FETECC será aberta na noite desta quarta-feira, na cidade de Juazeiro do Norte. O evento chega a sua décima primeira edição contabilizando, durante esses anos todos, 130 mi l visitantes e R$ 150 milhões em negócios realizados. A promoção é do Sindindústria em parceria com o Sebrae e a Prefeitura de Juazeiro. A XI Fetecc é uma prova dos avanços do pólo calçadista da região do Cariri".
Uma reflexão: a ExpoCrato contabilizou 50 milhões de reais em 8 dias de negócios. Já a 11ª Fetecc conseguirá - em 3 dias - três vezes o volume de recursos contabilizados na última ExpoCrato. O juazeirense fala com orgulho da sua Fetecc. Já os cratenses ao falarem sobre a ExpoCrato...


Casa do Engenho Tupinambá, a mais expressiva arquitetura entre as Casas Grandes da zona rural caririense. Segundo Alberto Callou Torres, essa casa, lendária, carregada de histórias, formosa construção (infelizmente, em franco processo de deterioração) era conjugada ao engenho, fato que a fazia ímpar entre as demais Casas Grandes do doce Cariri canavieiro...

RESGATE OPORTUNO

Quem procurava informações sobre o ciclo da cultura canavieira no Cariri passa a dispor agora de um excelente estudo. Trata-se da tese da historiadora e arquiteta barbalhense Maria Yacê Carleial Feijó de Sá, defendida na Universidade Federal do Ceará com o título: “Os homens que faziam o Tupinambá moer: Experiência e Trabalho nos Engenhos de Rapadura do Cariri (1945-1980)”. Yacê é casada com o prefeito de Barbalha, Rommel Feijó, mas, a política não a atrai. Ela prefere os desafios acadêmicos. Para ler a bem elaborada tese de Yacê, acesse :

ARISTOCRACIA RURAL DO CARIRI
O engenho Tupinambá já fora destacado noutro livro (“Zé Major, meu avô”) escrito por Alberto Callou Torres, outro barbalhense, Juiz de Direito aposentado e professor do curso de Direito da URCA. Trata-se de um livro imprescindível para quem quiser conhecer um pouco da antiga aristocracia rural do Vale do Cariri.

DO CARIRI, SÓ CRATO
O lúcido comentário é do renomado arquiteto e professor da UFC, José Sales, (http://geoparkararipe.blogspot.com/): "As campanhas municipais avançam e não existem propostas de qualificação urbana e gestão na maior parte dos municípios do Ceará, por parte dos candidatos em maior evidencia na mídia. A maior parte das cidades expõe – em todos os seus bairros – o resultado de três anos e meio de gestão errática, onde a maior pontuação retrata a total ausência diretriz de qualificação urbana e gestão. Os bons resultados são raríssimos e ocorrem só em algumas cidades, onde já existe certa tradição, como Sobral, Iguatu, Crato e Viçosa do Ceará”.

ESCAPOU UM
Dentre os 50 projetos – provenientes de todos os estados da Federação – selecionados pelo Ministério do Turismo, para receber financiamento, só aparece um do Cariri. Foi apresentado pela Fundação Casa Grande, de Nova Olinda, e tem por título: “Promoção do Turismo Social e Cultural de Base Comunitário no Sertão do Cariri”.

10 ANOS DA APA/ARARIPE
A Área de Proteção Ambiental do Araripe (APA/Araripe) foi criada através de Decreto Federal em 04/08/1997, assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Possui uma área de 1.063.000ha. e um perímetro de 2.658,55km. Está localizada na biorregião do Complexo do Ibiapaba-Araripe, e se distribui pelos Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, abrangendo os municípios de Missão Velha, Abaiara, Brejo Santo, Porteira, Jardim, Jati, Pena Forte, Barbalha, Crato, Nova Olinda, Santana do Cariri, Araripe, Potengi, Campos Sales, Salitre, no Ceará; Araripina, Trindade, Ouricuri, Ipubi, Exu, Santa Cruz, Bodocó, Cedro, Moreilândia, Granito, Serrita, em Pernambuco; e Fronteira, Padre Marcos, Simões, Paulistana, Pio IX, Caldeirão Grande, Curral Novo, no Estado do Piauí.Saiba mais sobre a APA/Araripe no Caderno Regional, do “Diário do Nordeste” edição de 09/08/2008.

VADE RETRO...
Uma coisa que provoca riso é quando ouvimos figurões do governo lembrar - com empáfia - os “princípios republicanos” ou “temos que agir de forma republicana”. Como se essa República que aí está fosse algo sério. Uma curiosidade: o golpe militar de 15 de novembro de 1889 nunca foi comemorado pelo povo de Crato. E veja que o povo comemora por aqui muita coisa: 7 de setembro, 21 de junho, Dia de Nossa Senhora da Penha, Dia de São José, Malhação do Judas, dentre outras. Também no Cariri o povo recebeu bestializado da notícia da deposição de Dom Pedro II. No imaginário caririense a “Proclamação da República” soa como algo distante, feita sem participação popular, pois nunca foi anseio do povo. “Republicano” para nosso povo simples é sinônimo de políticos corruptos e dos escândalos, os mais variados, amplamente divulgados pelos meios de comunicação.

BRASIL REAL, BRASIL VERDADEIRO
O próximo dia 15 de novembro lembrará 119 anos do golpe militar que implantou a República no Brasil. E apesar de todos esses anos, os contrastes entre o Brasil atual e o Brasil-Império só têm crescido. No tempo do Império – como bem lembrou o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança – havia estabilidade política, administrativa e econômica; havia honestidade e seriedade em todos os órgãos da administração pública e em todas as camadas da população; havia dignidade, havia segurança, havia fartura, havia harmonia. Já hoje...

NAS COLUNAS DIÁRIAS

Luta de Classe

O fim do socialismo soviético, entre outros enormes efeitos, resultou imediatamente na negação das classes sociais. A classe social não existiria, seria ficção da doutrina revolucionária. Com a doutrina soviética bastante abalada no início dos anos 90, a ordem era esterilizar, desinfetar, como diziam alguns, seu pensamento. Ao longo da década esta coisa foi mudando de eixo, afinal havia intenção bastante humana por trás da luta contra o socialismo. Era uma classe que dominava o capital, dominava os meios de comunicação, as instâncias políticas do Estado e a cultura em geral, inclusive as ciências. Como negar a si mesma? Então o discurso passou para um campo menos "radical", afinal as classes existiam como algo diluído, sem nenhum papel revolucionário ou de vanguarda transformadora da política e do social.

Hoje o ministro do STF, Marco Aurélio de Mello faz a defesa clara da classe: Se nãopericulosidade, se é crime financeiro, de falcatrua, o chamado crime do colarinho branco, nãonecessidade da algema. A regra é o preso ser conduzido preservando-se a dignidade dele. E como a sinceridade de classe é nítida e a defesa da mesma intransigente, diz ainda mais o ministro: Colocar algemas em Celso Pitta, Jader Barbalho, Daniel Dantas, Naji Nahas....Prá quê?

Como o Estado brasileiro não protege a todos, a alguns e todos da mesma classe, diz o ministro supremo ao se referir à súmula vinculante que trata sobre a questão de algemar prisioneiros e que orientará todos os tribunais brasileiros: A súmula não vai frear. Mas talvez sirva de respaldo em ações de indenização contra o estado. Se não somos todos idiotas, quis o ministro dizer: nenhum rico será preso com algemas e se for irá ganhar dinheiro do estado. Como rico pode tudo, vai ter gente contratando mãos policiais para algemá-la. Depois a indenização irmanando esforços.

Tortura nunca mais

A tortura e a violência das forças policiais contra as classes médias baixas, os operários e aquela faixa entre o lúmpen e a informalidade contínua ampla, em todo o território nacional e nalguns casos, como o do Rio de Janeiro, como clara política de governo. Esta é a grande discussão, a que efetivamente se horizontaliza no dia-a-dia das pessoas, mas não aparece na narrativa diária da imprensa como uma violência do Estado e sim como a criminalização da vítima. Todo os mortos por ação da polícia são julgados como bandidos, criminosos, traficantes. O noticiário é parte justificativa da tortura e da violência.

Se um dia houver uma prestação de contas como o Grupo Tortura Nunca Mais tentou com as vítimas políticas da ditadura, a mídia e os atuais governantes irão ficar horrorosos na fotografia. Não tem como negar que o enfrentamento é contra aquelas classes e tudo se reduz ao mero enfrentamento. A renda melhora relativamente pouco, a redistribuição de renda é verdadeira, mas numa velocidade de algumas dezenas de anos, a escola pública é péssima, a saúde pública, especialmente hospitalar, uma sofrimento a mais, o transporte urbano é primitivo, nada é universal, tudo é seletivo, meramente demonstrativo e de pouco fôlego.

Por isso é que a questão do torturador levantada pelo Ministro da Justiça Tarso Genro não consegue atingir o foco da questão. E seu alerta se dirigiu aos velhos tempos da guerra fria, dando oportunidade a que os vovôs militares praticassem a la recherche de temps perdu.