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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um celular de estimação - Emerson Monteiro

Ele possui a barriga estreita. Diariamente deverá passar algumas horas pendurado na tomada recebendo carga habitual, senão na rua logo me deixa na mão, de comum nas situações inesperadas. Acostumei com isso, indócil mania paraguaia de celular cuja carga dura pouco. De dois chips, atende com fidelidade às operadoras, mesmo sabendo que dormirá cedo, bem no início da noite. Segue comigo, acima e abaixo, nas pelejas dos comportamentos animais, dócil e inevitável. Mas sei que traz guardado nas estranhas o grave defeito de ter a bateria curta. Ainda assim cumpre seu papel de comunicador estratégico desta fase do tempo quando quase ninguém escapa de transportar, no bolso ou na bolsa, esse treco bisbilhoteiro, facilitador de circunstâncias e redutor das fronteiras.

O noticiário da semana passada, por exemplo, falou dos riscos e prejuízos à saúde do alienígena, quando usado com regularidade e maior intensidade, estudos ora desenvolvidos a confirmar, em face das ondas que emite e recebe. Maquininha familiar, depois dele mudaram costumes e medidas. Poucos passam impunes diante das artimanhas do monstrinho, que hoje, no Brasil, já ultrapassa o número de habitantes. Quanto crime sujeita incentivar. Quanta vida salvará, antes do pôr do sol. Misto de brinquedo traquina e lâmpada maravilhosa, o propulsor da civilização contemporânea desmancha os obstáculos ao progresso, artefato nunca visto com tamanha força de vulgarização nas classes sociais; e, máquina de tais proporções transformadoras, pois facilita que é uma beleza tudo em volta, conquanto demonstração do engenho humano às raias do infinitamente pequeno, sem fugir aos encantos que proporciona, estreitando amores apaixonados, monitorando filhos e sequenciando negócios. Aonde chegar ser humano, alguém buscará sinais abençoados dos equipamentos digitais.

Traçado que democratizou o poder da ciência, o celular serve de símbolo do quanto andaram os circuitos eletrônicos a serviço da sociedade, agora desenvolvida através de novos aparelhos dotados das inúmeras funções, espécies de computadores populares transpostos de mão em mão.

Daí a pergunta crítica de saber quem manda, se o homem ou a máquina, tabu da Era Industrial. Tipo fertilizador das emoções, pouco pesa saber a resposta do invasor que criou dependência e raros dele escapam.

No entanto armam-se paralelos. As recargas todo dia que humanos também necessitam, e no dormir carregamos a bateria. No sonho, na oração, na esperança, alimentamos a viva vontade dos sentimentos, neste frio das relações mecânicas para vencer as interrogações da existência, apesar dos muitos meios que o homem desenvolveu e quase nada melhorou em termos da própria fraternidade.

Deputado Genecias fala sobre a importância da Política Nacional de Resíduos Sólidos

O deputado federal Genecias Noronha (PMDB/CE) fez um discurso no plenário da Câmara dos Deputados, enfatizando a instalação da subcomissão especial que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O parlamentar é um dos membros da subcomissão que vai apresentar soluções para a melhor destinação do lixo.


Em seu pronunciamento, Noronha apresentou dados divulgados recentemente indicando que o Brasil produz 150 mil toneladas de lixo por dia. Desses, 40% são descartados em aterros a céu aberto e somente 8% dos municípios fazem coleta seletiva. Para o deputado, esses números mostram o descaso do poder público em relação ao assunto.

“Índices como esses revelam, com total clareza, a distância que temos em relação à adoção efetiva de práticas sustentáveis e acabam por caracterizar um cenário que deve ser, com urgência, revertido”, comentou.De acordo com ele, o Brasil poderá reverter a atual situação com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de acordo com o que institui a Lei 12.305, de agosto de 2010, regulamentada pelo Decreto Federal 7.404.


Essa Política defini e gera a responsabilidade compartilhada no que diz respeito aos cuidados com a emissão e destinação de resíduos sólidos. Genecias Noronha afirmou que além da instituição de uma nova política para destinação do lixo é necessário também mudar a resistência a práticas sustentáveis.

“Evidência maior dessa resistência é verificada no reduzido percentual de municípios que adotam programas de coleta seletiva de lixo, medida que, além de gerar renda para milhares de pessoas e economia para inúmeras empresas, representa extraordinária vantagem para o meio ambiente, isso por diminuir a poluição dos solos e rios”.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Deputado Genecias Noronha

Coisas nossas, por Zé Nilton

De Pedro Honório e da agonia do mundo rural.

Para o professor Carlos Rafael Dias



Este é o famoso Pedro Honório Carlos de Melo, ou só Pedro Honório, conhecido por todas as gentes espalhadas pelos quadrantes da Chapada do Araripe.


Sua família chegou ao Juazeiro quando ainda estavam bem quentes os acontecimentos turbulentos originados pelo fato de a beata Maria de Araújo derramar sangue da boca, enquanto tomava a comunhão. O acontecimento calou fundo nos corações e mentes dos nordestinos, e eles acorreram para o Juazeiro, a terra santificada. Era o começo do Século XX, e o início da inventiva engenharia de Juazeiro como cidade destino das almas em busca de salvação.


Pe. Cícero, segundo a História, procurou acomodá-los pelas terras da Serra de S. Pedro e, em seguida, pelas terras devolutas da Chapada do Araripe. Não teria sido fácil. Romeiros relutaram ao enfrentar matas virgens cheias de onças, de cobras e de caça.


Os avoengos de Pedro Honório, vindos do Rio Grande do Norte, acreditaram no padrinho, e subiram a serra. Ocuparam grandes porções de terras. Ali se reproduziram social e economicamente. Fundaram uma grande família – os Honório – que ainda hoje estão por lá, embora muitos tenham arribados rumo ao Brasil de cima, à procura de dias melhores.


Pedro Honório ficou, e fincou raízes. Homem muito disposto, empreendedor e pessoa de rara sabedoria. Tem posições próprias sobre a vida, a natureza, a política e tudo o mais. Discute com o interlocutor sobre qualquer assunto, e rebate, e debate à sua maneira. E quando se pensa que ele não entendeu, engoliu a isca dos “homens da cidade”, ou foi vencido pelos argumentos, qual o quê; nada disso. Ele fica certo tempo a matutar – olha que verbo adequadíssimo para o caso de Pedro Honório. E o homem matuta mesmo, sem matutagem, porque ele não é matuto.


Mas tudo o que está escrito atrás é para falar também do desmoronamento do mundo rural. A cada dia os tentáculos do capitalismo, através de seu maior e eficiente instrumento – o Estado -, adentram a vida campesina, e ela vai se transformando, ou tomando um jeito meio “esquizóide”, entre ser ou não ser camponesa.


E o velho Pedro Honório, quase noventão, faz tempo vem cismando sobre isto. E quando fala do passado, diz de um tempo de abundância, de sua condição de camponês “forte”, de um mundus criado e vivido por todos sob a cultura do dar, receber e retribuir.


Hoje, só lembranças, em meio as perdas de quase tudo o que fora no passado.


Ele faz seu lamento em forma de poesia, forma detestada pela “besta fera”, onde tudo é dissolução.


Eu tinha muita mandioca
Fazia muita farinha
Possuía muita besta
Um cavalo e uma poltrinha
Também tinha muito gado
Tinha vaca, bezerrinha
Também tinha muito porco
Criava muita galinha
Também tinha muito negro
Muitos negros e negrinhas

Deu um morfo na mandioca
E a crueira na farinha
Deu uma roda no cavalo
E um escancho na poltrinha
Deu um mal triste na vaca
Caruá na bezerrinha
E deu um ronco nos porcos
Um incruge nas galinhas
E deu sarampo nos negros
Catapora nas negrinhas

Baixou a desgraça em riba
E acabou tudo que eu tinha...


(Pedro Honório)

Coisas nossas falar do passado e das pessoas que encontramos pela vida. O mundo rural agoniza e pode mudar, e como anda mudando depressa, mas as pessoas que nos tocam, em qualquer dos mundos, continuam as mesmas em nossas recordações...


Mudando de assunto, hoje, no programa Compositores do Brasil, começando às 14 horas, na Rádio Educadora do Cariri: www.radioeducadora1020.com.br, diremos um pouco de Aldir Blanc e de suas letras musicadas por grandes compositores.


Um bom final de semana.

Com essa discórdia não acreditamos em paz

Pedro Esmeraldo

Não podemos suportar as intrigas palacianas provocadas pela mídia inimiga.

Não acreditamos mais que haja uma suspensão permanente de paz harmônica, pois esses inimigos são semelhantes a uma cobra cascavel que desejam dar o bote em seus adversários a fim de esperar ocasião satisfatória na presa desmerecida de seus conterrâneos vizinhos que não possuem prestigio e são sempre desmerecidos por esses políticos que desejam aparecer com o intuito de retirar desta cidade seu patrimônio histórico administrativo e cultural. O pior é que esses inimigos Cratenses, a maioria é filho legítimo da cidade que quer aparecer na surdina, entregando os pontos,dizendo amem e ainda se considera que faz bem a terra.

Não suportamos mais tanto desprezo que nos vem atormentar com idéias fantasiosas e desrespeitosas.

Há anos esses políticos cratenses desavergonhados querem entregar o Crato sem dó e piedade, ansiando o menosprezo total, sem valentia, deixando tudo entregue à própria sorte.

Às vezes, pensamos que o Crato não tem mais aqueles homens vibradores e lutadores, a não ser com raríssimas exceções. Não sabemos o que pensam esses ditos homens, mas repugnamos suas idéias estapafúrdias que vem assolar a mente alquebrada dos filhos ilustres do Crato.

Não queremos permanecer nesse estado de coisa, com pensamento absurdo e de idéias estarrecedoras que nos levam ao desequilíbrio econômico , já que lutamos com forças totais sem precisar utilizar a pieguice que acompanha esses homens malditos que desejam destruir o Crato.

Queremos lembrar que não usamos de artimanhas embusteiras, lutamos com forças equilibradas, mas tudo que vem é a custa do nosso suor e não solapamos o patrimônio alheio.

Observando o comportamento de alguns políticos cratenses que andam em marcha a ré, permanecem alheios aos problemas da cidade.

Não reagem perante o desprezo das autoridades da capital. Não prevalecem o direito de reação. São submissos aos tênues gritos dos chefões políticos e ficam cabisbaixos quando surgem os problemas sérios.

Assim pedimos a esses políticos cheios de medo, afastem-se desse caminho e entreguem o barco a outros que tenham vontade de trabalhar.

Por isso admiramos os cratenses que dizem: para crescer é preciso que haja vozes autênticas a fim de reagir os insultos desses megalomaníacos e que vivem usurpando o patrimônio alheio dizendo lorotas, intrigando os outros porque querem tudo para si.

Com o fito de fugirmos dessa discórdia é necessário que haja preparo de pessoas valentes e que possam assumir com coragem as rédeas do poder cratense. Se por acaso, não reconquistarmos nosso poder de equilíbrio de forças igualitárias, somos favoráveis a uma campanha plebicitária com o desejo de passar o Crato ao vizinho estado de Pernambuco. Só assim fugiremos da desigualdade dos desmerecimentos trazidos por esse povo aventureiro que só deseja tudo para si.

Crato-CE, 07/06/2011

Lançado o site "A História do Cariri"

Originalmente publicada no dia 24 de maio

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg57xMcylanGgWQclA522uULmV2AdfxI4nNKO517yhyphenhyphenEWgA578vCtnWKMXlwAaC9eTVedS25TiYa0glE6cUx1V-JsXWk1xqnPczTLjHnLWlYxwZ3sN2Rb__DRxHTw1HojNaj46iHXTQSy4B/s1600/historia_do_cariri.jpg


Há 6 anos atrás nascia o Blog do Crato, o primeiro website dedicado a uma cidade cearense ( e talvez do Nordeste ). 3 milhões e 400.000 acessos depois, cerca de 18.000 artigos já escritos, em maio de 2011, temos a satisfação de lançar o site "A História do Cariri", um repositório de dados, artigos, fotografia e tudo que se relaciona à história do Cariri cearense. Esperamos que o novo espaço sirva para pesquisas, e para todos aqueles que se interessam em conhecer a região do Cariri.

Inicialmente, adicionei como escritores, diversos professores e cronistas do Cariri, que têm intimidade com a nossa história, a saber: Armando Lopes Rafael, Carlos Rafael, Wilton Dedê, Cacá Araújo, Claude Bloc, Emerson Monteiro, Antonio Correia Lima, Edilma Rocha, José Cícero, Roberto jamacaru, Pachelly Jamacaru, e Manoel Severo ( dentre outros que me falha a memória no momento ). Outros escritores virão depois, mas nesse site, prezamos muito a seriedade e o conteúdo. Não é um site de bate-papos nem de variedades, e os escritores precisam ter uma história de vida relacionada ao ensino e ao estudo da História do Cariri, além de já haverem escrito vários artigos sobre o assunto.

O site já está no ar e com domínio próprio definitivo:


Espero poder contribuir para enriquecer o seu conteúdo, trazendo aos poucos, as centenas de artigos que nossos outros escritores já postaram acerca da História do Cariri nos outros Blogs e sites. O trabalho, certamente servirá para enaltecer e manter sempre acesa a chama da nossa história, das tradições e da cultura caririense.

Artigos sobre a História do Cariri por outros escritores renomados serão sempre bem-vindos, e quem tiver algum artigo que julgue útil para enriquecer o conteúdo, estamos à disposição no e-mail: blogdocrato@hotmail.com

Dihelson Mendonça