Crato-Cariri-Ceará
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quarta-feira, 30 de março de 2011
TEATRO PARA CRIANÇAS NESTE FINAL DE SEMANA
Crato-Cariri-Ceará
terça-feira, 29 de março de 2011
Agenda Geraldo Junior - Abril/Maio Ceará e Paraíba
Parque Estadual Sítio Fundão será entregue neste dia 29
segunda-feira, 28 de março de 2011
PROGRAMA CARIRI ENCANTADO SONORIDADES
A Segunda Eva - Em Aquarius
domingo, 27 de março de 2011
Chrystian Marques – Artista do Cariri Contemporâneo
Alexandre Lucas - Quem é Chrystian Marques?
Chrystian Marques - Cratense, persistente, roqueiro, jazzista, regueiro, cristão, ousado no que diz respeito à luta e a arte. Amigo do bem, Aprendendo sempre, sonhando sempre e realizando quando posso.
Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?
Chrystian Marques - Teve início o despertar mesmo para a arte em 1980 quando por ocasião de um curso que fiz aqui no Crato no antigo espaço da Biblioteca Municipal e no Museu de Arte Vicente Leite. Já tinha forte influência de meus pais, principalmente de minha mãe que pintava na sua juventude. E já me via pensando que aquilo seria importante pra mim como algo que fosse realmente profissional. Gostava de pensar que queria ser desenhista, artista num todo. O curso que fiz me ajudou a começar aprimorar a visão dos traços e a visão da arte como algo feito pela contemplação e não apenas como algo de cópia que pudesse imitar. Olhar sinhá D´amora, outros artistas daquele museu riquíssimo, me marcou muito. Aquele artista pediu que amassássemos um papel e que começasse a desenhar do jeito que ficou para aprendermos a ver os traços e as sombras que nasciam com a incidência da luz. Dai logo após outro curso fiz minha primeira exposição no SENAC em Crato, numa coletiva.
Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?
Chrystian Marques - Estudo sempre por conta própria e estou sempre a devorar trabalhos e isso significa dizer que temos sempre uma influência, alguém que admiramos, alguém que nos faz sentir fortes emoções ao olhar para um artista como Sinhá D´ámora, Pablo Picasso, Portinari, Chagal, Munch. O expressionismo é uma fonte da qual bebo sempre. Estou ligado as minhas raizes e nesse regionalismo há vários artistas como cearenses importantíssimos como Sérvulo Esmeraldo, Karimai. Cristafari, Coldplay, Chapada do Araripe, Rock, Gilberto Gil, Reggae , amor, revista em quadrinho. Ter uma influência artística não significa dizer que imite tal trabalho, ou movimento. Procuro fazer arte com minha própria visão que venho aperfeiçoando.
Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?
Chrystian Marques - Vai sendo a cada dia no caminho que planejamos, mas que seguidos por uma transpiração com uma pouca inspiração vou trabalhando. Produzindo sempre.
Vou fazendo arte do meu jeito. Vou fazendo uma trajetória de realização pessoal. Fiz a partir de 1980 exposições, cursos, workshops e não paro por ai. Em 2007 participei de uma coletiva no Centro Cultural dos Correios, Rio de janeiro e em 2008 fui selecionado pelo Centro Cultural BNB com desenhos meus. Participei de 4 edições da Mostra Cariri das Artes. Fui nessa onda apesar dos percalços. Artistas que criavam realmente eram poucos, estavam talvez cansados de exporem seus trabalhos pois preferiam vender a amigos, doar, etc. Acredito que uma turma da qual fazia parte como eu, Augusto Bezerra, Junior Erre, Edelson Diniz, Alexandre, outros se movimentavam na Mostra Sesc , em ateliês, expondo nossos trabalhos mesmo contra a maré da desvalorização. Fiz minha escolha de colocar meus trabalhos não nas praças ou outros lugares a não ser naqueles que o artista é realmente respeitado, como espaços interessantes. Um artista deseja não apenas passar emoções, idéias, mas ganhar dinheiro como uma profissão como qualquer outra. E por isso minha trajetória é essa que vai sendo feita por esse caminho.
Alexandre Lucas – Como você caracteriza seu trabalho ?
Chrystian Marques - Tento, investigo o meu tempo, falar do meu tempo, procuro ser puramente regionalista mesmo que fale do universal.
Alexandre Lucas – Qual a importância do seu trabalho artístico?
Chrystian Marques - A arte feita com uma consciência de discutir, provocar, trazer à superfície da vida elementos do bem, com intuito de falar, trazer o melhor para o homem é um dos motivos pelo qual me baseio. Pra mim isso é importante.
Alexandre Lucas – Como você observa a produção de artes visuais no Cariri?
Chrystian Marques - Super abundante. Muitos artistas que conheço como Guto Bitu, Junior Erre, outros, estão sempre produzindo. A qualidade de artistas que o Cariri tem é impressionante. O bom disso tudo é que vejo artistas com olhar no cariri, ou seja, ninguém precisa ser bombardeado de culturas de outros territórios sendo moldado conforme essas culturas. Há uma excessiva perda de identidade clara, mas no caso dos artistas vejo regionalismo artístico em seus trabalhos porque estamos falando do que deveríamos discursar mesmo que tenhamos visão universal. Isso se transforma se mistura sem se tornar uma coisa homogenia.
Alexandre Lucas – Como surgiu a idéia de criar o blog de Artes visuais no Cariri?
Chrystian Marques - Surgiu da necessidade de viver, discutir, divulgar, provocar, trazer a discussão e a valorização das artes plásticas no cariri por meio da internet. Assim estamos mais ligados com a arte que acontece nas metrópoles e a que acontece no interior. Seguindo a onda muito forte de criação de blogs de todo os tipos aqui no Cariri, também fui incentivado a isso. O Blog há três anos está online, uns 15 mil acessos já foram registrados. Já foi visto por grandes jornalistas como grandes artistas no sudeste. Assim também é uma forma virtual também de exposição dos nossos trabalhos como uma exposição física. Procuro agregar sempre os artistas nesse blog para juntos levarmos nossa arte pro mundo. Gostaria que muitos participassem dele como comentaristas, publicassem suas idéias, seus trabalhos. Vai ai o link. www.artesvisuaiscariri.blogspot.com.
Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?
Chrystian Marques - Arte é uma manifestação que tem sua liberdade própria, não precisa de paradigmas, ela é arte. mas precisamos da política para que a estrutura das organizações possam encaminhar bem projetos, instituições, museus, estado, quando se fala em política honesta e democrática. A arte e a política sempre estão unidas.
Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?
Chrystian Marques - Estou trabalhando numa série que justamente fala sobre o cariri, um cariri contemporâneo.
www.artmajeur.com/chrystianmarques
sábado, 26 de março de 2011
Um novo livro de Flávio Morais - Emerson Monteiro
Quem estudar a literatura caririense encontrará um filão de autores dos mais variados matizes, bons e férteis, às vezes solitários e até desconhecidos, que, no entanto, circunscrevem profundas e inestimáveis criações da tradição culta e popular de nossa gente. São memorialistas, historiógrafos, contistas, novelistas, romancistas, poetas, jornalistas, cientistas sociais, juristas, a formar rico material de perpetuação da cultura deste pedaço surpreendente de chão, que agasalha civilização altiva e heróica em natureza aconchegante, a se expandir para o mundo inteiro. Acervo dos melhores, reúne herança da história social das gerações e supera os limites da perecividade.
Dentre esses nomes formadores das nossas letras alguns ganham destaque pelo conjunto da obra e pela qualidade do que publicam, tamanho do que contém na utilidade futura e no intento das suas publicações. E no meio dos tais profícuos e organizados homens da escrita caririense se acha José Flávio Bezerra Morais, ora a lançar mais uma de suas obras, para gáudio de todos os apreciadores beletristas.
Caririense provindo de Milagres, Ceará, nascido a 23 de julho de 1970, filho de Francisco Ivo Morais e Maria Socorro Bezerra Morais, Flávio marca a literatura regional com trabalhos de fina valia e denso fôlego. Jovem, porém autor de um vasto acervo, cujo conteúdo revela quatro nítidas vertentes de abordagens de gêneros e estilos.
Primeiro, aos inícios de sua produção literária, enfeixou, em dois saborosos livros, os contos que escutou na oralidade sertaneja do lugar onde viveu a infância, nos rincões do Cariri. “Histórias que ouvi contar”, de 1993, e “Histórias de exemplo e assombração”, de 1997. Dois belos trabalhos escritos com o zelo acadêmico de aluno do Curso de Letras da Universidade Regional do Cariri, eles foram editados com a modéstia de nossas gráficas da ocasião, e levados às bancas para apreciação de muitos, marcos imprescindíveis do gênero fantástico da nossa literatura, agora dignos de figurar em novas edições, uma vez esgotados nas livrarias e bancas.
A seguir, sob o mesmo prisma das histórias anteriores, elaborou “Sete contos de arrepiar”, um clássico deste gênero no Brasil, publicado através de importante casa editora, a Rocco, isto em 2006, já revelando outro dos quatro víeis considerados na sua obra, o de autor infanto-juvenil que ora se consolida com esta obra lançada. O livro ganhou maiores âmbitos, rendendo ao autor participar da 44th Bologna Children’s Book Fair 2007 (44.ª Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil, em Bolonha, Itália, no ano de 2007), consagração digna dos bons escritores mundiais.
Ao sabor das considerações de quantos aspectos dispõe o roteiro autoral de Flávio Morais, em 1989, editou “Milagres do Cariri”, uma abordagem telúrica dirigida à sua terra natal sob pontos de vista físicos, geopolíticos, antropológicos, etc.
Daí, seguiu um outro título, “Nas veredas do fantástico”, em 2002.
Graduado em Direito pela Universidade Regional do Cariri, Flávio Morais encetou os esforços da sua intelectualidade também às hostes jurídicas, galgando com sucesso o posto de juiz do Tribunal cearense, funções que abraça com os vigores da responsabilidade. No espaço das letras voltadas ao ministério do Direito, pois também exerce cátedra na Universidade do Cariri, em 2003, publicou “Dívidas: como preveni-las ou livrar-se delas”, sequenciado, em 2004, pelo “Compêndio de Prática de Processo Penal”, e, em 2008, pelo romance de cunho jurídico “A sombra do laço”, pesquisa histórica de um episódio da existência do Padre Ibiapina, figura emblemática da Igreja Católica no Nordeste brasileiro, e que também cumpriu o papel da advocacia aos tempos do século XIX.
Destarte, no ímpeto da arte literária, nosso autor revela acuidades e aceita com afeto o fazer da inspiração, legando-nos, agora, “Daniel Alecrim e o talismã de ébano”, produção estabelecida sobre o primor das anteriores, realimentando seu público jovem dos insumos do estilo correto, da imaginação penetrante e do talento raro, demonstrações do quanto revelam seus textos das duas primeiras edições ao crivo do inesperado, do fantástico, sem, no entanto, fugir à seriedade austera decantada nas histórias da infância, nem abrir concessões ao vulgar da pura fantasia comercial.
O território que Flávio Morais permeia no seu universo criativo alimenta de satisfação os leitores, porquanto os encaminha dentro de valores sóbrios e justos, ao fragor dos bons e pródigos narradores. Esta revelação, que consolida cada vez um pouco mais nos livros posteriores, enriquece nossas letras e agrega qualidade ao gênero infanto-juvenil da literatura brasileira, portanto.
Ao me convidar a esta pequena introdução talvez Flávio Morais nem imaginasse acertaria em cheio em um dos seus admiradores desde seus primeiros trabalhos, quando, antes mesmo de conhecer a pessoa do escritor, os localizara numa das bancas de jornais de Crato, trazendo-me de volta aos universos imaginários da minha infância interiorana e suas histórias de causar espanto, contadas nas varandas de noites escuras do Sertão. Depois, aficionado, acompanho de perto os passos generosos deste expoente das letras caririenses, amigo e pessoa humana digna do nosso apreço.
sexta-feira, 25 de março de 2011
O ABANDONO DE UMA IMPORTANTE ESTRADA RURAL – DISTRITO DE CAMPO ALEGRE!!!!! - Por Manoel Jorge Pinto da Franca
quarta-feira, 23 de março de 2011
Uma libertação diária - Emerson Monteiro
Ao trilhar a senda os passos individuais, neste salão dos tesouros submersos de oportunidades intransferíveis, ainda que pretendamos fugir da responsabilidade para viver, algo cresce na raiz da gente, à medida que caminhamos. Isto são as experiências deste cinema da vida. As amostras constantes de opções e demonstrações da realização do eterno movimento nas pessoas que formam o rebanho. Multidão criteriosa de pensamentos e sentimentos fala aos nossos ouvidos segredos reveladores da missão particular desses agentes do sucesso que nós somos.
Ninguém escapa de trilhar os próprios passos. Andar em frente, cena que muda em alternativas das passadas, define bem o plano do percurso, numa estrada infinita sobre o chão comum das gerações. Esse sentido dominante envolve os aspectos da percepção humana e cala fundo na máquina de testemunhar o itinerário, propondo interpretações minhas, suas, nossas.
Durante todo tempo da jornada, os artistas espectadores do universo viajam pela vida e apresentam a si o cardápio das ações a praticar. Bem no ângulo das decisões, quando escolhemos qual caminho seguir, todos, réus e juízes das atividades, trabalham com suas próprias iniciativas. Telas e pintores fixam o gosto da criação, nos gestos que praticam, sendo, porquanto, criaturas e criadores no mesmo instante, vagando neste mar de sobrevivências diante das aparências físicas e do espaçoso desconhecido invisível.
Ditas quais palavras, grosso modo estabelecemos as culpas e elaboramos os perdões pelas faltas cometidas, aperfeiçoando o decorrer das eras no padrão definitivo que, lá um belo dia, iremos oferecer de nós às portas do Reino, dentro do processo original de tudo isto, a retornar à casa do Pai, Criador desses assuntos, causa primeira da manifestação chamada Existência, que herdamos nos lugares, papéis e produções recebidas no começo do percurso.
Por isso, querer evoluir pede efetivas providências e pulso dos que aspiram libertação do enigma continuado das histórias. A religiosidade individual, mãe de religiões dos grupos humanos em qualquer época, indica, assim, costumes bons, espíritos elevados, aspirações superiores, além da condição pura e simples de dominar as vaidades para desfazer a ilusão, no impulso libertador. Níveis amplos, conotações siderais, práticas sublimes, remédios que curam os atrasos do passado, a troco de respostas maiores e mais prudentes.
Contar essas considerações só fixadas nas plataformas da terra solicita, pois, sentimentos altivos de lutar e uma vontade forte para subir aos elevados da esperança e da fé. Espécie de técnicos da alma, os mestres falam outras linguagens; apontam renunciações e desapegos; contudo, nas ocasiões de resolver os dramas em novas tradições de si mesmo, nascem criaturas vindas do ser particular, das árvores pessoais que frutificarão durante a vida, nos dias de matéria prima e presenças permanentes em nossas mãos mágicas.
segunda-feira, 21 de março de 2011
CRATENSES, VAMOS À LUTA
Estávamos isolados em nosso gabinete e começamos matutar sobre os problemas aflitivos do Crato.
Ultimamente, por capricho do destino permanecemos amargurados por causa das propostas desarticuladas, pois de vez em quando pretendem esvaziar a nossa cidade do Crato.
Será que vamos acomodar-nos a essa situação conflitante, às vezes povoada pela massa governamental, visto que notamos que esse pessoal, pertencente ao poder executivo do Estado, que tem o comportamento incompatível, visa somente prejudicar a cidade do Crato? Ou então, pensamos à toa, dizendo que tudo isto não possa ter divisão de um caso que os comparsas (inimigos) pretendem fazer tirar do Crato, com o aval do chefe do poder executivo? Pois bem, assim pensamos nós, pois temos em nossa mente, visto que esse digno pessoal vive alcovitado com o pessoal inimigo do Crato e vem sorrateiramente retirar daqui o seu patrimônio que foi adquirido ao longo dos anos, sem prejudicar nenhum município vizinho.
É isso mesmo, meus amigos, todos lutam, gritam, mas o que é do prestígio para reclamar? Por que os cratenses não se unem e vêm protestar em massa contra essas injustiças que há agora? Por que os cratenses se acomodam e se conformam e ainda, não reagem com as forças e movimentos continuados a fim de impedir através do direito de cidadania e, por isso, podemos afirmar e partir para a luta com o desejo de conseguirmos o nosso objetivo que é a reaquisição dos nossos bens patrimoniais, visto que os astutos da mão ligeira nos levaram?
Obs.: Dedico esta crônica ao amigo Zé Nilton, como chamado para lutarmos juntos a favor do Crato.
Crato-CE, 21 de março de 2011.
Discurso breve - Emerson Monteiro
E se abandonar às palavras, assim como, irresponsavelmente, os porcos vocacionados se jogariam a fétidas lamas dos chiqueiros dos invernos extremos; e os burros a pedras esfumaçadas e quentes das bagaceiras, logo depois que largaram, ainda suados e trôpegos, cangalhas fedorentas nas quais nutriram a glória durante todo o dia inteiro, no caminho exaustivo do corte ao engenho, transportando as canas de moagem eterna. Uma disposição total e absoluta das puras evidências e circunstâncias. Um parto sem a dor inconveniente das razões, de jogar lá fora todos os fardos e entraves das limitações humanas que totalizaram as misérias da alma e encheram de rabugice o porão das pretensões do que comportaria o viveiro das fantasias.
Nesse passo constante de frases, vêm as primeiras respostas do vento, o aviso de retorno à simplicidade original perdida na civilização do universo aparente das diárias ilusões. Chamar a si o mérito dessa culpa que corrói as entranhas da multidão desenfreada, na busca da sobrevivência a qualquer preço. Uma fome geral de poder no complexo dos impérios mundiais, que só constrange quase a caravana inteira, troco do ouro encardido disputado da própria terra comum, sem dó nem piedade, na febre do desespero.
Chegar pedindo o que sabe ninguém tem a oferecer; chegar impondo caridade a quem nunca dela conheceu das mãos poderosas dos gigantes do Norte. Introduzir agulhas finas em veias secas ocidentais, espoliadas, numa salva de prata revestida com pedras dos melhores diamantes africanos sujos de sangue.
Bom, estas palavras refletem apenas inscrições nas paredes artificiais da fama. Uns trapos de notícias a percorrer imensamente os ares internacionais, no sabor das mudanças impostas aos governos das propagandas hostis. Isso de ouvir nos céus os telegramas das agências, à procura de sentido em vastas academias de homens ricos a dominar o Planeta envilecido, marca, com forte palidez, a ordem econômica constituída de pessoas a enganarem a si mesmas, quando os reis nus da história desfilam nos carros abertos pelas avenidas principais.
Querer o que, depois de guerras monumentais, se transmitiu em formato de lealdade, bondade, à hora do repasto das feras, na praça principal, aos olhos frios dos chefes de tribos e inertes personagens, comandados a custo das assembléias de um só. Já tivemos vários sonhos de união, quando o lobo pastará vizinho do cordeiro, nas luzes de amizade permanente. Quando cores simbolizarão valores e sentimentos bons de criaturas reunidas para celebrar fertilidade e o direito harmonioso das espécies, sem elites superiores.
O discurso autêntico dos corações enamorados em cerimônia de núpcias, que convida o rebanho ao cio das almas que alimentam a multiplicação dos pães sem privilégio, longes das caretas das barrigas vazias e dos braços crônicos do desânimo. A palavra das verdades eternas de justiça, amor e paz, espalhadas neste vasto laboratório das felicidades estabelecidas, na visão democrática das massas, território ideal de plantar a boa semente viva da certeza.
CANDIDATOS A JUDAS 2011
“CONVENÇÃO MUNICIPAL DO JUDAS”
A Festa Popular da Malhação do Judas, realizada pela Sociedade Cariri das Artes e Cia. Cearense de Teatro Brincante, em parceria com a Prefeitura Municipal do Crato através da Secretaria Municipal de Cultura, é uma das mais significativas ações de resgate, preservação e desenvolvimento da cultura tradicional popular.
Segundo Cacá Araújo, idealizador e coordenador do evento, a realização da 11ª Festa Popular da Malhação do Judas reeditará o êxito das anteriores (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010) e continuará a preservação de uma tradição secular que se funde com o surgimento da civilização nordestina e brasileira, que herdou dos povos medievais os ritos, festas e cerimônias católicas que trazem consigo um caráter “sacro-profano”. É a reconstrução de imagens que contribuirão para o resgate e fortalecimento da memória histórico-cultural do nosso povo.
Nesta edição, consolida o caráter democrático de promover amplo debate sobre questões importantes da vida do povo. Um Colégio Eleitoral elaborou a lista de candidatos a Judas, que será submetida a votação pública no período de 23 de março a 1º de abril de 2011, com urnas espalhadas em vários pontos da cidade do Crato e da região do Cariri.
MUAMMAR KADAFI - Presidente da Líbia, é um dos principais responsáveis pela instabilidade política internacional; ditador; tirano; terrorista; assassino de seu próprio povo (22 indicações).
POLITICUS HYPÓCRITAS CORRUPTUS - Mentirosos, enganam a população, traindo a confiança do eleitorado; são nocivos ao nosso desenvolvimento (16 indicações).
SUS - Serviço precarizado, nunca serve decentemente ao povo; é incapaz de atender com eficácia, o que provoca um caos na saúde (12 indicações).
OS PARAQUEDISTAS NOS TEMPOS DE ELEIÇÃO - A cidade do Crato não tem voz nos parlamentos estadual e federal. Candidatos alienígenas recebem o voto, conseguem eleição e fogem do compromisso assumido com a nossa população. Paraquedistas nunca mais. Uma quimera! (10 indicações).
TISSUNAMINUS EXTERMINÓDIUM - O terror da natureza contra os erros humanos, a supervalorização do poder econômico e o descaso com a segurança, a vida e a paz mundial (10 indicações).
Crato-CE, 20 de março de 2011.
Cacá Araújo
Professor, Folclorista e Dramaturgo
Diretor da Cia.Cearense de Teatro Brincante
Coordenador Geral
HOJE ! - Programa MÚSICA INESQUECÍVEL - Com Dihelson Mendonça - Segunda-Feira, das 14 às 15:00 - Rádio Educadora do Cariri
Os maiores Sucessos de Todos os tempos!
Hoje o programa Música Inesquecível faz uma homenagem aos chamados compositores e intérpretes populares, atendendo às inúmeras solicitações que nos chegam dos ouvintes, através de e-mails e telefonemas. Músicas de Paulo Sérgio, Antonio Marcos, Eduardo Araújo e intérpretes como Nélson Gonçalves, Moacir Franco, Altemar Dutra e muitos outros estão no programa que começa às 14:00 pela Rádio Educadora do Cariri. Portanto, fiquem ligados para mais uma edição do MÙSICA INESQUECÍVEL. Todas as segundas-feiras, das 14 às 15h trazendo os maiores sucessos de todos os tempos.
O programa pode ser escutado pela internet através do site da Rádio Educadora do Cariri e dos inúmeros sites que fazem parte da Rede Blogs do Cariri, como Blog do Crato, Cariricaturas, Cariri Agora, Cariricult, Cultura do Cariri, e da própria Rádio Chapada do Araripe Internet:
Apresentação: Dihelson Mendonça
Trabalhos Técnicos: Iderval Silva
Apoio: Rádio Educadora do Cariri
PROGRAMA CARIRI ENCANTADO – SONORIDADES
domingo, 20 de março de 2011
Obama leva família à Cidade de Deus e joga futebol
Sob forte esquema de segurança, presidente americano ainda assistiu a apresentação de maracatu, capoeira e funk. Professora protestou contra 'maquiagem' da favela para a visita.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mudou sua programação neste domingo e iniciou seu tour pelo Rio de Janeiro com uma visita à favela de Cidade de Deus, onde foi acompanhado pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, e pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes. Junto de sua mulher, Michelle, e das filhas, Malia e Sasha, Obama deixou por volta das 10h40 o hotel Marriot, em Copacabana, sob forte esquema de segurança e acenou para as cerca de 200 pessoas presentes no local.
Pela manhã, o consulado americano no Rio informou que a visita que o presidente faria com a família ao Corcovado, prevista para as 8h30 deste domingo, seria adiada para as 21h, após o discurso de Obama no Theatro Municipal, às 14h.
Embaixadas
Na Cidade de Deus, Obama foi à Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), onde visitou a exposição do artista local Daniel Martinelli e assistiu a apresentação de maracatu, capoeira e funk com crianças da escola municipal Pedro Aleixo. Michelle Obama parecia a mais animada do grupo, batendo palmas para marcar o ritmo da música. Antes de deixar o local, o presidente americano ainda trocou alguns passes de futebol com meninos da comunidade.
Os moradores puderam assistir à chegada do líder americano do alto das lajes de suas casas. Para garantir a segurança da família Obama, um veículo blindado do Exército conhecido como urutu foi posicionado em frente à principal entrada da FIA, e mais de 300 militares ocuparam ruas da comunidade. Atiradores de elite do Exército se posicionaram sobre lajes em pontos estratégicos. Quando o blindado do Exército chegou, atores do grupo de teatro "Provocação", da Cidade de Deus, fizeram uma encenação na frente do veículo. Com os rostos pintados de branco, mostraram um cartaz com a frase "Yes, we also can" (sim, nós também podemos, referência ao slogan da campanha presidencial de Obama "sim, nós podemos").
Dorly Neto, 20, ator e assessor de comunicação do grupo, disse que a manifestação teve como objetivo dar as boas-vindas a Obama.
'Maquiagem'
Enquanto muitos festejavam a visita do presidente, outros aproveitaram para protestar. Professora de uma creche na Cidade de Deus, Regina Antunes distribuiu narizes de palhaço a moradores, em protesto contra o que chamou de "maquiagem" feita nos arredores de sua casa para receber Obama. Nos últimos dias, a prefeitura carioca recapeou ruas e pintou casas por onde a comitiva passaria. Durante a semana, ONGs na Cidade de Deus, como a Cufa (Central Única das Favelas), já haviam feito cíticas à visita de Obama, particularmente às restrições de segurança impostas pelo passeio. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Fonte: Estadão
Fatinha Gomes - Cantora, Comunista e Educadora
Alexandre Lucas - Quem é Fatinha Gomes?
Fatinha Gomes - Sou Maria de Fátima, brasileira, tenho 30 anos, filha natural da Cidade do Crato, descendente indígena e espanhola. Militante política, cantora, estudante do Curso de Pedagogia da URCA e observadora de todas as linguagens artísticas que vivencio.
Pertenço a uma família que tem como matriarca uma linda sertaneja: Dona Inês.
Curto muito os movimentos sociais, adoro o espaço verde do Cariri, acredito convictamente numa força criadora que rege o universo, sou muito curiosa por assuntos transcendentais ligados a manifestações religiosas afro-descendente, orientais, e pesquisas voltadas para materialismo-histórico-dialético. Rsrsrs!!!
Tenho uma preocupação voltada para a infância, apoio instituições que trilham planos de ação que favoreçam a educação voltada para crianças e jovens, e que tenha como principio a liberdade e a emancipação do ser humano na sua mais plena realização.
Sou louca por povão, por muita gente (...). Identifico-me com pessoas de comunidades periféricas da minha região, aprecio o que é simples. Posso passar horas conversando sobre vários assuntos, fico muito feliz ao poder me comunicar.
Aprecio os conflitos saudáveis do dia-a-dia, aqueles que nos desmascaram, nos fazem mostrar quem realmente somos.
No mais eu vivo intensamente no campo subjetivo das emoções,sou demasiadamente viva,vivo plenamente e admiro a humanidade por sua diversidade cultural,étnica,geográfica,social,tudo enfim.
Sou perdidamente apaixonada por gente, alucinada por história de vida, por trajetórias pessoais dos amigos que me rodeiam.
Sou muito complexa, intensa, tensa, viva e densa!
Alexandre Lucas - Quando teve inicio seus trabalhos artísticos?
Fatinha Gomes - Muito cedo. Eu tive uma infância muito difícil, ainda criança eu já gostava de cantar, interpretar e dançar, tudo isso para fugir um pouco da realidade em que vivia. Minha casa e a escola onde eu estudava eram os espaços onde manifestava as primeiras inclinações artísticas. Tive meu primeiro curso de dança na SCAC- Sociedade de Cultura Artística do Crato, com a professora Tia Edmar.Foi quando comecei a minha militância com artistas na UEC - União dos Estudantes do Crato onde pude me auto-afirmar através da música,da pintura,da poesia.Nesses primeiros passos pude contar com artistas como Cleivan Paiva,onde vivenciei minhas primeiras aulas de violão e foi com ele também que conheci o CHAMA.Paulinho Lacerda foi meu grande companheiro e incentivador na música.
Alexandre Lucas - Você vem da periferia, isso tem proporcionado um olhar diferente sobre arte?
Fatinha Gomes - Ainda sou de lá, faço parte de tudo o que diz respeito ao meu povo e minhas raízes. Vejo-me em cada um e em cada criança.
O meu olhar se subverteu muito, a arte é o nosso grande estandarte, creio que ela é um importante instrumento de emancipação para todos independente da nossa posição social. A arte pode promover empoderamento intelectual, a arte movimenta nossas possibilidades de sobrevivência e convivência humana. Costumo dizer que não era fácil no meu tempo, mas hoje, com os editais de políticas públicas voltados para arte e para a cultura algumas demandas foram viabilizadas e muitos podem ter na arte um instrumento muito educativo, um intermediador de luta e identidade de um povo.
A periferia é um espaço notável de talento, produção e inspiração artística.
Alexandre Lucas - Quais as suas influências artísticas?
Fatinha Gomes - Muitas. Em se tratando de música eu pude vivenciar do brega, passando pelo baião, jazz...
Hoje posso me deliciar do som da nossa cidade, e em se tratando disso tenho muita admiração pelos grupos populares, o som que vem dos pífanos, dos zabumbas, me remete a ancestralidade, bem como o som dos atabaques e timbres vocais. Tenho respeito por todos os grupos do Cariri, minha maior influência é a resistência de todos eles.
Artistas como você, Ibertson Nobre,João do Crato,Abidoral Jamacaru,Geraldo Júnior,Dihelson Mendonça,André Saraiva,Herdeiros do Rei,Paulinho Lacerda,Luiz Carlos Salatiel,Cleivan Paiva,Zabumbeiros Cariri,Ermano Morais ,Samuel Macedo ,Lifanco,Dr Raiz,Cantigar,Janinha Brito,Di Freitas,os diretores de teatro,os mestres da cultura,os grupos de tradição,os cantores de barzinhos,os artistas visuais como Karimai, Chrystian Marques,Ricardo Campos,Nivia Uchoa,Alan Bastos,os cineastas Franklin Lacerda,Rosemberg Cariri,Rayane,Alanny Brito,Samuel Gomes,Netinho,Diego,são minhas grandes influências e a vocês todo o meu respeito,foram vocês entre tantos outros artistas que me fizeram acreditar que a arte pode permanecer viva em qualquer lugar e pode também ser vivida por qualquer pessoa,desmistificando aqui a ideologia do dom e meu olhar.
Alexandre Lucas - Como você ver o cenário musical do Cariri?
Fatinha Gomes - Crescente, latente, fervoroso, tenho paixão por tudo isso, paixão doida, diga-se de passagem.
Vejo nosso cenário musical como um amplo portal, nosso grande ponto de partida para grandes conquistas. Sou uma sonhadora, vira e meche, eu ainda me vejo numa atmosfera encantadora de tudo isso aqui, custa nada sonhar e de vez em quando perder um pouco o peso das dificuldades que enfrentamos em qualquer que seja a profissão que exercemos. Acredito que a união ainda faz muita diferença em qualquer processo de construção histórica a esse grupo que interessa.
Todo dia eu me surpreendo com a quantidade de grupos musicais que surgem na nossa região, fico tão feliz quando vejo adolescentes montando suas bandas,ensaiando,participando de festivais, com suas mais variadas tendências musicais, com suas mensagens, para mim tudo isso merece uma atenção ainda mais especial do poder público. Seria interessante investir em espaços gratuitos para ensaios, criar grupos que facilite a aproximação entre os artistas, cantores e compositores.
Esse misto de artistas mais renomados com os da nova geração é muito atrativo, um vinculo que fortalece e muito nossa edificação histórica musical,o Cariri é tão respeitado e amado por essas características e eu me orgulho muito de ter nascido aqui e eu quero ainda estar viva para ver meu Cariri avançar ainda mais nesse contexto,sou uma grande entusiasta das causas musicais .
Alexandre Lucas - Seu contato com a política tem inicio no movimento estudantil. O que isso
significou?
Fatinha Gomes - Significou muito, pois só a partir daí eu pude entrar em contato com uma juventude estudantil aguerrida, de escola pública, disposta a compreender transformar uma realidade conjunta. Foi aqui também que me senti inserida, me sentia acolhida, esse foi um divisor de águas na minha vida, pois naquele momento era tudo o que eu queria encontrar; uma galera que estivesse a fim de discutir arte, política,educação e cultura numa perspectiva critica.Consegui adquirir percepções menos ingênuas ao iniciar minha leitura de mundo e da realidade através do movimento estudantil.
Tive a oportunidade de alimentar sonhos de entrar para uma universidade, pintar o sete e desenhar o oito. Experimentei no movimento estudantil a maior de concepção de liberdade que alimentava naquela época.Hoje quero dividir minha experiência com a juventude que consigo manter contato.Eu indico.
Não sei exatamente se adquiri um absoluto amadurecimento político, pois sou inacabada, todos os dias aprendo, ensino,reaprendo,construo e desconstruo algumas das minhas convicções, mesmo assim vou trilhando meu caminho sempre.
Alexandre Lucas - Como você ver relação entre arte e política?
Fatinha Gomes - Livremente ligadas, algum momento elas podem se distanciar, mas muito importante quando se trata de exercer uma arte engajada que contenha forma, conteúdo e, sobretudo desígnios de alteração. Nesse caso seria o antagônico da arte pela arte. Arte e política devem estar alinhadas no intuito de promover a livre expressão critica do artista. Nada que prenda ou que oprima mesmo que esteja ligada a o mais poderoso argumento denunciativo, subversivo ou questionador. Arte-politica e liberdade se fazem necessária. Não necessariamente nessa ordem. Exerça.
Alexandre Lucas - Você acredita que artista deve ter um posicionamento político para ter compreensão do seu papel enquanto artista?
Fatinha Gomes - Desde que essa seja uma escolha dele, ninguém pode ser violentado pelas escolhas que faz ou por aquilo que não escolheu. Todos devem ser respeitados por suas opções e partir para um embate dialético. Nesse momento eu defendo uma arte que politize o sujeito, que faça com que ele sinta a força de transformar o meio em que ele atue, que compartilhe estratégias de superação do processo de desumanização causado pelo sistema capitalista.
Alexandre Lucas - Você tem uma preocupação sobre a ocupação do espaço musical pelas mulheres?
Fatinha Gomes - Tenho. Defendo que essa não é uma guerra pelo poder onde um fica submisso ao outro para que as coisas fluam. Homem e mulher têm o mesmo direito de conquista de espaço, mas em se tratando da mulher, eu defendo primordialmente, pois os meninos tiveram sua vez em muitas iniciativas humanas,mas só a pouco tempo é que a nós afloramos esse desejo de atração de espaço,na música como em qualquer outra escolha, esse é um direito que deve ser respeitado,uma etapa histórica que não deve ser queimada e que sucessivamente nos encontremos num ideal de respeito e igualdade de gênero.Que seja breve.
Cantoras como elas,Amélia Coelho,Mestra Margarida,Mestra Zulene,Dona Maria do Horto,Mestra Edite, fazem parte desse grande “domínio feminino”,( só para provocar,rsrsrs), de guerreiras Cariri .Esse espaço é uma grande miscigenação de estilistas,fotográfas,lavadeiras,cordelistas, modelos,desenhistas,prostitutas,estudantes,políticas, rezadeiras,cineastas e artistas visuais denunciam uma gama de anseios e atenções.
Alexandre Lucas - Depois de muitos anos você tira as suas poesias do baú?
Fatinha Gomes - Pois é. Que baú? Rsrsrsrs! Há pouco mais de um ano que eu tenho vivido muitos momentos poéticos na minha vida, tudo acaba se transformando num implexo de palavras, algo que externalizo para verbalizar as minhas observações. O Cariri é meu grande palco, é aqui que eu vivencio essas experiências. Retiro do meu dia-a-dia, da conivência social todas as coisas que escrevo. Sempre tive esse desejo, mas só agora eu me permito escrevê-las e publicá-las .
Alexandre Lucas - Como você caracteriza sua poesia?
Fatinha Gomes - Híbrida,racional, politizada e romântica imperfeita.
Alexandre Lucas - O que representa o Coletivo Camaradas na sua experiência estética e
artística?
Fatinha Gomes - Representa o plano material das ações, retirar do plano mental um discurso e partir para o campo de batalha.Foi no Coletivo onde reencontrei o desejo de pôr em prática e viver muito do que eu acreditava e desejava que fosse uma arte exercida no campo conceitual.
Ousar iniciativas de trabalhar arte na periferia com o Coletivo Camaradas foi muito interessante, pois foi lá onde tive a oportunidade de trabalhar com crianças e jovens.
O Coletivo Camaradas é minha grande “ escola” artística e que me amplia os horizontes para realizações futuras.
O Coletivo Camaradas é a minha casa.
sábado, 19 de março de 2011
CRATO: CIDADE DOS POLÍTICOS QUE PERMANECEM NA CONTRA-MÃO
Pedro Esmeraldo
Nesses últimos dias lemos uma missiva animadora (Helder Macário), debatendo com muita ânsia os problemas agravantes do Crato.
Isso acontece há anos, desde os tempos dos trogloditas que sem ter condições de comandar os destinos da cidade, provocaram a acomodação do Crato, governando a cidade com enfado, perpetrando a sua queda, deixando que os infaustos acontecimentos prevalecessem ao longo dos anos e sem cessar no correr do tempo.
A nosso ver, assim interpretamos, mas não acreditamos que ocorra, que a cidade deve ser governada por pessoas cultas e que tenham amplos conhecimentos científicos, com boas maneiras para que saibam remar em águas profundas com dignidade, trabalho social e comportamento ilibado, o que pode ocorrer em fato contrário aos desígnios da população, já que observamos que uma cidade administrada por pessoas incultas, com toda certeza, trará desânimo entre seus habitantes.
Queremos afirmar e nós sabemos como falar, isto é, não sabemos que a maioria desses políticos são obtusos e semi-analfabetos. Não sabem onde possuem as ventas, por certo não trazem nenhuma melhora para a nossa cidade, já que sua população fica com o pensamento arruinado, sem esquecer as forças mentais, sem empregar os meios a fim de alcançar os objetivos que são: o equilíbrio de forças permanentes para modificar o quadro político desta cidade.
Por isso, ficamos atônitos, quando observamos uns políticos apáticos, alheios ao desenvolvimento da cidade, ficamos atônitos quando observamos o péssimo comportamento dos políticos, que no momento preciso, calam-se aos insultos provocatórios dos inimigos de nossa cidade, às vezes, batendo palmas ou pedindo clemência, meneando a cabeça com gestos afirmativos, entredizendo-se que Crato é o fim da linha e é por isso que só vem a sobra para nós.
Não senhores, não aceitamos de bom grado os seus argumentos. Todos tem de reagir, gritar com todas as forças de seus pulmões que Crato é a cabeça, é o princípio do nascimento de todas as cidades do Cariri. Neste caso, esta cidade tem de ser respeitada e elevada com objetivo de enquadrar-se aos grandes centros do país. Agora, relembrando o Crato tem de preservar a tradição dos homens passados que foram atuantes, vibradores e expansivos. Temos de afastar, em primeiro lugar, esses homens viciados de políticas, substituindo por pessoas de bem que queiram realmente trabalhar em benefício da cidade.
Infeliz é a cidade que tem o povo viciado e ignorante que açambarca o poder em torno de si mesmo, aceitando migalhas oferecidas pelos invasores que nos vem arrebatar o nosso patrimônio e que tem como objetivo colocar o Crato para escanteio e para o lado do desprezo, pois sem mais nem menos, esse digno povo cai na esparrela, enegrecida pelos seus algozes que tem como objetivo aquietar o povo a fim de força-lo a baixar a cabeça para não reagir aos insultos e ficam conversando lorotas na praça Siqueira Campos, pensando que apareça um líder de verdade para lhe dar luz que venha clarear com mais vigor o seu desejo.
Crato-CE, 15.03.2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Pensamento para o Dia 18/03/2011
“Quando falhas são encontradas em alguém, você concluirá que existem deficiências em seu comportamento, isso é tudo. Não conclua que não há um Atma Divino nele. Como resultado da companhia que ele preservou ou da ineficiência da sociedade na qual ele cresceu, as falhas surgiram nele. Elas não são nativas de sua natureza, que é do Atma. Você deve fornecer-lhe boa companhia e ambiente benéfico e persuadi-lo a associar-se a eles. Você não deveria, de nenhum modo, condená-lo como um incorrigível de nascença e mantê-lo afastado.”
Sathya Sai Baba
quinta-feira, 17 de março de 2011
O silêncio dos idosos - Emerson Monteiro
Se há qualquer característica especial nas pessoas idosas, que sacode essa convicção irreverente que os jovens carregam de peito aberto, feita medalha de vitória colada ao peito, se trata do silêncio contundente, grave, que adorna esses senhores, essas senhoras, quietos pelos cantos à espera do farnel da derradeira viagem.
Parados, de olhares vazios presos nas extensões infinitas do espaço, eles mergulham na distância quais enxergassem de longe as portas do Reino, o porteiro e sua chave crepuscular. Às vezes, sorriem consigo, cúmplices das saudades que, presunçosas, amaciam as bordas das camas, a alvura dos lençóis e os braços gastos das poltronas puídas, nos abrigos transitórios.
Quando outros chegam, e quebram o clima sério dessas virtudes solitárias, de leve abrem o pano dos olhos baços e desprendem simpatia marota, como quem sabe para além dos saberes daqui de fora. E largam restos de sociabilidade nas poucas interrogações que lhes perseguem, atentos aos anos posteriores que ainda restam.
Pois bem, a solene presença desses avozinhos, campeões da longevidade, contempla netos e bisnetos, suas últimas relíquias preciosas. Passeiam pelo ar já rarefeito as ilusões que sumiram nas esquinas do passado, dança de cadeiras das gerações que saem bem devagar à coxia do teatro. Nisso, umas nesgas de alegria ainda persistem a escorrer da ponta dos dedos aos cabelos macios dos inocentes, atitude instintiva, débeis carícias abandonadas aos que tanto ensinaram a amar.
De outras feitas, contudo, ali, assim, fecham o semblante e demonstram lances pessoais de uma luta interna que lhes joga poeira às redondezas do rosto. Quais testemunhas isoladas nas primeiras sessões dos tribunais que defrontarão no campo da Eternidade, envoltos na eloquência desses julgamentos de consciência, crescem ao sabor da chama das réplicas os olhos murchos de lágrimas secas.
Postos de face com a face do destino, o drama secular das irrealizações humanas chora, quase grita. Por isso, angustia com força quem andar por perto deles, nos respingos da tempestade, no mar imenso dos sentimentos e ações antigas. Sofrer, com eles, esses tais silêncios incontidos das crises terminais dos sonhos significa, também, sofrer dentro da gente o alerta de que se aproxima a transição das certezas. Pernas parecem quase não cumprir os trechos finais da estrada de volta para casa. Olho, contudo, assustado essa indiferença dos nossos heróis que, agora, desfazem gavetas e arrumam as malas. Aquela gravidade carrancuda virará o rosto nessa hora da verdade, impondo maior respeito. Monumentos de outrora, erguerão a riste o indicador e reclamarão coragem aos que permanecerem, quando vestirem o manto da despedida. Nessa hora, vencerão a batalha das quimeras morais e dores físicas, e repousarão, em paz, nos braços aconchegantes da ausência inevitável.
Carta de um amigo - Pedro Esmeraldo
PEDRO, MEU PREZADO AMIGO
Tenho lido muitos dos seus escritos e, em quase todos você deixa transparecer o seu grande amor pelo Crato. Neles você fala das riquezas e belezas do município, mas clama a todos, segui-lo no seu intento de resolver os inúmeros problemas que ele tem e deixa à mostra o seu desapontamento por nada poder fazer sozinho. Há uma razão muito forte para esse amor tão grande; é que o Crato inspira e merece amor por parte dos seus filhos autênticos e você é um deles. Aliás o Crato, atualmente, está precisando muito do amor e da atitude dos seus filhos de verdade.
Eu, que não nasci aqui, mas como se filho fosse do Crato, quero bem ao município, à cidade, ao povo e, exatamente como um dos seus filhos mais fervorosos, vejo o quanto ele está lento em sua caminhada e o quanto realmente está precisando de todos os seus filhos.
Como você, eu não gosto quando vejo o descaso pela cidade, pelo município, quando vejo a cidade, como que esquecida, quando a vejo perder tanto do seu patrimônio, perder oportunidades, perder posições na corrida para o desenvolvimento, em todas as áreas, entre as cidades da região, perdendo assim até força econômica, não gosto quando vejo a cidade, a cada dia perder força política, quando vejo a cidade deixar de ser socorrida de imediato, quando se abatem sobre ela, catástrofes como a de há pouco, quando vejo o povo ser enganado por promessas, demagogia ou migalhas, como pequenas obras que são construídas apenas próximo às eleições, justamente para enganá-lo, e não gosto quando vejo a cidade, o município e o povo, perderem a sua autonomia.
Fico triste quando penso em certos assuntos que a meu ver, são da maior importância, são o ponto chave para quase tudo de bom que nos poderia acontecer, mas que, infelizmente, nunca são tratados. São de fato alguns, os tais assuntos, mas eu gostaria de me referir ao principal, aquele que, só muito bem pensado, se a sociedade o encarasse com muita seriedade, iria, certamente, resolver muitos problemas que nos atingem e atrofiam, além de nos beneficiar com o que precisamos e merecemos. Falo do assunto que diz respeito à política.
Acompanho, guardando uma certa distância, naturalmente, o que sempre acontece quando se aproximam as eleições. Percebo, logo de início, que tal assunto, dada a sua importância, não deveria ser tratado apenas quando se aproximam as eleições. Percebo, logo de início, que tal assunto, dada a sua importância, não deveria ser tratado apenas quando se aproximem as campanhas eleitorais, vejo que as pessoas mais ligadas ao assunto ficam aguardando providências de pessoas alheias ao município, como se não tivessem autonomia para tratá-lo, vejo as lideranças esfaceladas, engalfinhando-se em lutas que só dificultam o entendimento e trazem a divisão das forças e fico triste quando vejo, às vezes, o povo sendo utilizado como massa de manobra.
O que acontece aqui à época das campanhas, eu acho até de certo modo, vergonhoso. Vemos muitos dos nossos políticos em verdadeira peleja, cada um querendo mais exibir o seu potencial, sem a devida preocupação com o povo, pesando mais nos seus próprios interesses, fazendo inclusive acordos com políticos de outros municípios, numa manifestação muito potente de descaso pelos nossos próprios valores, vejo a cada dia, nosso prestígio, perante as autoridades superiores se esvaindo, somos carentes de lideranças, poderíamos contar com forças poderosas a nível municipal, estadual e federal, mas só desentendimento acontece, justo na época quando o entendimento deveria prevalecer.
Acho que por tudo que acontece, nós pagamos muito caro, pois o que resta, o que fica após o tudo que até parece uma orgia, é, exatamente o que aí está à mostra, nós e o Crato entregues ao “deus dará”.
As nossas lideranças, os nossos partidos políticos, nossas entidades de classe, associações, clubes de serviço, sindicatos, Câmara de Comércio, enfim a sociedade, todos, deveriam atentar para isso, dar outro rumo a tudo que acontece porque, assim, no futuro, iríamos com certeza, auferir vantagens com que há muito não contamos.
O Crato é considerado uma cidade culta, civilizada, mas será que a nossa cultura não nos permite entender que o prestígio de um povo depende muito da força política que ele tem? Será que a nossa cultura não nos faz entender que ao vermos nossos votos negociados, o comprador negociou, comprou, pagou, recebeu e por isso não terá mais nenhum compromisso conosco, e isso nos torna muito enfraquecidos e desprestigiados? Será que a nossa cultura não é suficiente para sabermos que precisamos votar em candidatos da terra ou absolutamente comprometidos com ela, para termos então, representantes legítimos e assim mais força política? Será que a nossa cultura não nos mostra uma maneira de mudarmos este tão triste estado de coisas?
Eu acho imprescindível que mudanças aconteçam e, sem quere ser pretensioso eu arriscaria a apontá-las, reunindo tudo na palavra união.
Seria necessário que, todos os envolvidos no processo se despojassem de todo e qualquer interesse, que não o de município e seu povo, com interesse euprapartidário, se organizassem, se unissem, discutissem os problemas, escolhessem nomes de pessoas idôneas, competentes, vinculadas ao povo para submetidos às eleições, viessem ocupar os diversos cargos de vereador, prefeito, deputado estadual e federal. Assim, teríamos quem defendesse com firmeza e legitimidade os nossos interesses, certamente, veríamos resgatados os nossos valores, resgatados todos os nossos valores, resgatado o nosso prestígio, resgatada a nossa condição de povo autônomo e assim, reconquistaríamos a nossa tão necessária força política.
Poderá até parecer visionária esta idéia, mas que outra nos levaria a mudar a situação em que nos encontramos atualmente? Acho que há esse caminho e caso não consigamos percorrê-lo, ficaremos marcando passo, vendo as “carruagens passando”, rumo a lugares onde a sociedade organizou-se, uniu-se e está pronta, tanto para defender-se de acontecimentos infaustos, como para receber, cada vez mais, benefícios para o seu progresso e sempre mais, bem estar para seu povo.
Eu acho Pedro que devemos abrir mais os olhos, devemos fazer valer os nossos direitos, devemos unir as nossas forças, cobrar dos nossos políticos mais dignidade e respeito, exigir deles a união pelo Crato e deveremos, com muita consciência, muito cuidado, muito respeito, muita seriedade, muito amor à terra, exercer o nosso direito de votar com liberdade, escolhendo os nossos próprios candidatos, porque, só assim, eu acho, nós conseguiremos mudar a nossa realidade.
Sei que você pensa como eu e, bom seria que muitos outros que usam jornais, blogs, meios de comunicação, também pensassem e levantassem juntos a mesma bandeira.
Quem sabe não se desencadearia um grande movimento em prol de tudo o que o Crato precisa para retomar o seu verdadeiro caminho?
Eu torcerei sempre por isso.
Meu abraço.
Hélder Macário de Brito
Nota: Hélder Macário de Brito foi prefeito do município de Campos Sales e é irmão do ex-prefeito do Crato, Dr. Humberto Macário de Brito. Atualmente reside em Crato.
Calúnia e difamação- Por Magali de Figueiredo Esmeraldo
O ser humano pode escolher dois caminhos: o da bondade e o da maldade. O da bondade nos aproxima do projeto de Deus, pois Ele quer que amemos uns aos outros e vivamos em harmonia. Só assim poderemos colocar a cabeça no travesseiro com a consciência leve e sabermos que estamos no caminho do amor. “É preciso saber viver”, diz Roberto Carlos na sua linda canção. A vida é um aprendizado para cada um que deseja fazer a vontade de Deus e construir a fraternidade entre os homens.
Se abrirmos a Bíblia, vamos logo encontrar a Palavra de Deus expressa pela palavra dos homens, onde é revelado o projeto de Deus. Pedro em suas cartas nos diz: “De fato, aquele que ama a vida e deseja ver dias felizes guarde sua língua do mal e seus lábios de proferir mentiras; afaste-se do mal e pratique o bem, busque a paz e procure segui-la.” (1Pd 3,10-11). Essa mensagem nos orienta para a vida, assim como toda a Palavra de Deus que nos revela a Bíblia. Viver praticando o bem e promovendo a paz é o verdadeiro caminho da felicidade. Não os bens materiais, como muitos pensam ser a felicidade suprema.
Tiago diz em suas cartas: “Irmãos não fiquem criticando uns aos outros! Quem critica o irmão ou julga seu irmão, está criticando uma lei ou julgando uma lei. E se você julga uma lei , você não é alguém que obedece a uma lei, mas alguém que a julga. Ora, só um é o legislador e juiz: aquele que pode salvar e destruir. Quem é você para julgar o próximo?”(Tg 4,11-12) . A lei de que Tiago está falando nesse trecho de suas cartas, é sobre o mandamento do amor. Só Deus pode julgar, pois só ele conhece inteiramente o coração do homem. Já no relacionamento humano não temos competência para julgar o outro, pois acabaríamos cometendo grandes injustiças.
O homem difamador separa os maiores amigos, destrói a reputação do seu semelhante, a harmonia de muitas famílias, colocando irmão contra irmão.
O Evangelho nos ensina: “se o seu irmão pecar, vá e mostre o erro dele, mas em particular, só entre vocês dois. Se ele der ouvidos, você terá ganho o seu irmão”. (Mateus 18:15-17). Vamos agir com justiça e nunca prejudicar ninguém, até para nosso bem-estar e felicidade, pois agindo assim teremos nossa consciência tranqüila.
Por Magali de Figueiredo Esmeraldo
quarta-feira, 16 de março de 2011
Doses amargas - Emerson Monteiro
Diante de alguns desses acontecimentos recentes que chegaram aos nossos pousos em forma de matérias televisivas, perguntas se misturam com desencantos. Onde antes havia segurança técnica e bonitas paisagens, cresceram ondas de gravetos sacudindo a tranquilidade relativa de populações inteiras. Mares e chãos reverteram ordens estabelecidas no país silencioso, pondo para vagar sem destino atônitos sobreviventes.
Espécie de susto parece tomar conta dos noticiários, numa sucessão de atividades naturais imprevistas, quando as indagações tradicionais ainda nem respondiam as nuvens de inocência das mentalidades, por isso dominando o espetáculo do momento. Chuvas, marés, tremores de terra, e, para completar a bizarrice dos medos atuais, usinas atômica expelem radioatividade no céu; além de queda, coice. Tudo o que os japoneses menos queriam, depois dos dramas medievais de Hiroshima e Nagasaki, aos fins da Segunda Guerra, seria lidar, outra vez, com aquela maldade tenebrosa das chagas invisíveis que intoxicam os ares.
Outro dia, no consultório do dentista, uma professora explicava, a propósito das mudanças do clima da Terra, avaliando existirem interesses secretos na divulgação das supostas transformações da natureza, na intenção de alarmar para o uso indiscriminado dos recursos originais. Grupos dominantes reservariam a si o domínio desses recursos, enquanto o restante da humanidade ignora seus frutos e benefícios. Enquanto isto, a mídia alimenta o pacto da ignorância das massas.
Paro e penso o quando seres humanos caminhariam distantes do controle desses fenômenos naturais. A casa comum do Planeta às vezes dá sinais de exaustão e indica sérias mudanças além das previsões oficiais. Gelo derrete nos polos, rios secam abaixo das médias conhecidas, tragédias impõem custos de vidas humanas, secas, deslizamentos e inundações trocam de lugar nas colinas quando menos esperados, uma série de ocorrências exóticas no clima que sacoleja as bases do eterno, forçando apreensões e ocasionando sustos.
Filosofar numa fase destas virou exercício de conformação, reconhecimento das urgentes necessidades dos aspectos religiosos da cultura. Há milênios, as civilizações impõem as suas normas aos fatores da Terra, sem, contudo, acreditar pudessem atingir os limites da tolerância. Porém nesse turno, quando impactos chegam quase em tempo real aos restaurantes, lares, supermercados, a cores de cristal líquido, no mínimo levam arrepios a percorrer espectadores desconfiados, nas tamanhas reviravoltas impacientes, tragédias anunciadas que afundam o palco de onde muitas verdades saíram para bem longe de grandes certezas agora abandonadas.