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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Acerca das "reservas indígenas" - por Armando Lopes Rafael

Sei que vou mexer, outra vez, num vespeiro...

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, encontraram aqui povos indígenas, dóceis, respeitadores da natureza, limpos e amistosos. Certo? Errado.
Ao contrário de certas visões idílicas e falseadas de hoje, historiadores do porte de um Varnahagen ou de um Pe. Serafim Leite nos mostra, em suas obras, a face real dos primitivos índios brasileiros.
O objetivo dos povos indígenas, segundo eles, era: comer, beber, caçar, combater e matar. Eram nômades. Exploravam a agricultura rudimentar até o esgotamento do solo. Então iam para outras paragens, onde prosseguiam dizimando a flora e a fauna. Não tinham laços sociais e as tribos se fragmentavam a cada dia. A promiscuidade em que viviam era total. Eram seres humanos totalmente rudes, astutos mentirosos e traiçoeiros. Muitos eram canibais, como os caetés que mataram e comeram o bispo de Salvador, Dom Pero Fernandes Sardinha. Nas lutas fratricidas os índios comiam os inimigos por vingança.
Nas ocas onde moravam, apesar do pouco espaço, viviam esparramados de cem a duzentos índios, em meio a um odor nauseabundo, pois eles eram tão preguiçosos que nem se levantavam das pútridas redes, onde dormiam, para satisfazer suas necessidades naturais.
Em muitas tribos, além do canibalismo, eram comuns o homossexualismo, o alcoolismo e o infanticídio. Uma criança que nascesse com defeito físico era de pronto assassinada. Às vezes matavam até recém-nascidos do sexo feminino, quando entendiam que a população de mulheres já estava no número ideal. Afinal a mulher não servia para a luta com as tribos rivais.
Hoje só se dá ênfase ao caráter exploratório dos portugueses, sugando as riquezas da colônia. É verdade que isso também aconteceu. Mas, diferente dos Estados Unidos – que dizimaram impiedosamente populações indígenas no seu território – os portugueses foram responsáveis pela ação missionária e civilizatória dos índios no Brasil. Muitos portugueses se casaram com índias dando início a numerosas famílias que ainda hoje possuem descendentes espalhados pelo Brasil.
Hoje, diferente do início da colonização portuguesa, o governo federal vem criando reservas indígenas (algumas maiores do que alguns países europeus) trancafiando ali os poucos milhares de índios aculturados existentes no Brasil. E tudo sob o argumento da preservação da “cultura indígena" e incentivando o retorno deles à barbárie de uma vida nômade, longe do progresso e das conquistas científicas dos tempos atuais.
Tornando, enfim, esses índios semelhantes a animais que vivem num zoológico pré-histórico.