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sábado, 2 de outubro de 2010

Ibope e Datafolha divulgam última pesquisa presidencial do 1º turno


Pelos dados dos institutos, não é possível saber se haverá 2º turno.
No Ibope, Dilma obtém 51% dos votos válidos; no Datafolha, 50%.

Do G1, em São Paulo

Os institutos Ibope e Datafolha divulgaram neste sábado (2) as últimas pesquisas de intenção de voto para a disputa presidencial antes da votação deste domingo (3).

O Ibope aponta a candidata do PT Dilma Rousseff com 51% dos votos válidos (sem considerar brancos, nulos e indecisos). O Datafolha mostra a petista com 50% dos votos válidos. Como a margem de erro nas duas pesquisas é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, não é possível afirmar se a disputa vai para o segundo turno.

Para vencer no primeiro turno, é preciso ter a maioria absoluta dos votos válidos. Confira abaixo os dados dos dois institutos.

Ibope
Foram realizadas 3.010 entrevistas entre sexta-feira (1º/10) e sábado (2/10). O número de registro da pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é 33.252/2010. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

VOTOS VÁLIDOS (excluindo brancos, nulos e indecisos)
Dilma Rousseff (PT): 51%
José Serra (PSDB): 31%
Marina Silva (PV): 17%
Outros candidatos: 1%

Datafolha
Foram realizadas 20.960 entrevistas entre sexta-feira (1º/10) e sábado (2/10). O número de registro da pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é 33.480/2010. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo".

VOTOS VÁLIDOS (excluindo brancos, nulos e indecisos)
Dilma Rousseff (PT): 50%
José Serra (PSDB): 31%
Marina Silva (PV): 17%
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL): 1%
Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO), Ivan Pinheiro (PCB) e Levy Fidelix (PRTB) não atingiram 1% dos votos válidos.

Segundo turno
Os institutos Ibope e Datafolha fizeram simulação para eventual segundo turno. Confira os dados.

IBOPE
Dilma Rousseff: 51%
José Serra: 37%
Brancos e nulos: 7%
Indecisos: 5%

DATAFOLHA
Dilma Rousseff: 52%
José Serra: 40%
Brancos e nulos: 5%
Não sabe: 3%

Dilma Roussef: 52%
Marina Silva: 40%
Brancos e nulos: 5%
Não sabe: 3%

Ceará: Datafolha mostra tríplice empate técnico para o Senado

Pesquisa mostra que Cid Gomes subiu, depois de ter apresentado queda na última semana, e deve ser reeleito no primeiro turno. Já para o Senado, Eunício, Tasso e Pimentel estão tecnicamente empatados em votos válidos

Se a eleição para o Governo do Estado termina sem grandes emoções, com perspectiva de reeleição de Cid Gomes (PSB), segundo o Datafolha, já no primeiro turno, a briga pelo Senado chega ao dia decisivo com três candidatos tecnicamente empatados na disputa por duas vagas. Ocorre o triplo empate técnico quando se considera os votos válidos, o que exclui brancos, nulos e indecisos. Esse é o critério usado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado da eleição. Os números são da pesquisa O POVO/Datafolha.

Eunício Oliveira (PMDB) alcança 33% dos votos válidos e aparece pela primeira vez numericamente à frente de Tasso Jereissati (PSDB), embora a situação seja de empate técnico. O senador do PSDB tem 31% das intenções de voto. Considerando o limite máximo da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Eunício e Tasso estão tecnicamente empatados também com José Pimentel (PT), que aparece com 29% das intenções de votos válidos.

“Não é possível afirmar quem vencerá a disputa pelo Senado”, diz o relatório do Datafolha. A pesquisa ouviu 1.513 eleitores em 46 municípios do Ceará, nas últimas sexta-feira e sábado, 1º e 2 de outubro.

Desde a pesquisa anterior, realizada em 23 e 24 de setembro, os três oscilaram dentro da margem de erro. Tasso movimentou-se para baixo, de 33% para 31%. Eunício fez caminho inverso: de 31% para 33%. Pimentel passou de 27% para 29%.

Quando se considera o total de votos - incluindo-se brancos, nulos e indecisos - Eunício tem 46% das intenções de voto. Tasso aparece com 43% e Pimentel, 41%. Nesse caso, mantém-se o cenário de empate técnico entre Eunício e Tasso. O tucano está também tecnicamente empatado com Pimentel. Contudo, no caso dos votos totais, não há empate técnico entre Eunício e Pimentel.

Mesmo na véspera da eleição, ainda é significativo o número de indecisos: 29% dos eleitores não sabem em quem votar para uma das vagas de senador. E há ainda 16% de indecisos quanto aos dois votos. A decisão que esses eleitores vierem a tomar pode definir os rumos da eleição.

Outro fator capaz de definir uma eleição tão apertada é o desconhecimento do eleitor quanto ao número dos candidatos. Quase no momento do voto, ainda há 68% de eleitores que erraram o número de seus candidatos.

O número mais conhecido é o de Tasso: 31% dos que declararam intenção de votar no tucano já sabem o que precisam digitar na urna eletrônica. Entre os eleitores de Eunício, são 26% os que conhecem a sequência de algarismos para escolher o peemedebista. Já o número menos conhecido é o de Pimentel: só 19% dos que se declararam seus eleitores demonstraram saber como votar nele.

Governo
Para o Governo do Estado, Cid Gomes (PSB) recuperou-se após a queda registrada na pesquisa anterior e passou de 62% para 65% dos votos válidos. Para ser reeleito no primeiro turno, ele precisa de mais de 50% dos votos válidos. Lúcio Alcântara (PR), que havia crescido na pesquisa anterior, voltou a cair e tem agora 19% - ele tinha 24% uma semana antes.

Já Marcos Cals (PSDB) alcançou seu maior percentual na série de pesquisas O POVO/Datafolha: 14% dos votos válidos. Na última pesquisa, ele tinha 12%.

A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número – 60311/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral com o número 33491/2010.

Fonte: O Povo

Era da inocência - Emerson Monteiro

Inícios da década de 70. Sempre que possível, buscava ouvir a Rádio Sociedade da Bahia, nos fins de tarde começo de noite, aspirando aos ares de Salvador, para onde seguiria logo mais, transferido no Banco do Brasil para a Agência Centro daquela capital. O gosto pelas coisas baianas fincara pés dentro de mim desde 1959, quando meu pai viajara a negócios à Boa Terra e pretendera me levar consigo, sem, no entanto, realizar a sua disposição, o que me deixara com água na boca para conhecer de perto as novidades que nos trouxera de lá apenas em palavras e poucos artesanatos do Mercado Modelo.

Depois, vim lendo Jorge Amado e seus livros inolvidáveis, apegos de um tempo. Gabriela, cravo e canela. Os pastores da noite. Mar morto. Os velhos marinheiros. E, no movimento tropicalista, o impacto de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa, Tomzé, à frente da vanguarda artística nacional. Além de tudo, a beleza da tradição histórica da primeira capital, sua arquitetura e belas paisagens litorâneas estonteantes.

Bom, num desses programas de fim de tarde, na Sociedade da Bahia, ainda em Brejo Santo, ouvira algumas músicas do disco Raulzito e seus Panteras, nada menos do que o primeiro trabalho de Raul Seixas, mito da música brasileira durante décadas, ídolo psicodélico que fora nesta parte do mundo.

O grande Raul começava uma carreira de sucesso que marcaria o universo cultural de nossa gente. Era seu primeiro disco, gravado com os Panteras, grupo que liderava nas noites de Salvador. Jovem principiante, sem grilos ou mergulhos pelo mundo traiçoeiro das drogas pesadas, que adiante o levariam ao desaparecimento. Não só a ele, mas a outros valores principais das artes, tanto no País, quanto no exterior, cicatrizando de cruzes a beira das estradas de um tempo e ferindo de dor os corações aquecidos de nossa dourada mocidade.

John Lennon já gritava bem alto que o sonho acabara. Algo buscávamos nas entocas e não mais acharíamos o charme dos primeiros amores. Haviam se recolhido as pontes dos castelos de cartas. Das brisas suaves das doces melodias ouvíramos, depois, tão só o rugido fantasmagórico de harpias e dragões trovejando os ares amarelecidos das mudanças severas que garrotearam o clima platinado de antigamente. Os sons exatos e penetrantes de Jimi Hendrix enovelaram a cólica da resseca no brado agudo sensual de Janis Joplin, Elis Regina. Enquanto isso, líderes foram assassinados diante das câmeras em plena luz do dia (Robert Kennedy, Malcom X, Che Guevara, Luther King, o próprio John Lennon).

Então, hostilidade exacerbada, cruenta, carcomeu o casco do navio em chamas. As portas abertas se fecharam de vez e os hippies sairiam tontos pelo mundo, à procura do nascer do sol, de que ainda esperam o furo da luminosidade.

Centro Cultural BNB Cariri – Programação Diária

Dia 02/10, sábado

Atividades Infantis - CRIANÇA E ARTE

14h Bibliotequinha Virtual. Instrutor: Gilvan de Sousa. 240min.

14h Teatro Infantil: A Vaca Lelé. Grupo Bandeira das Artes (Fortaleza-CE). Matilde, uma vaquinha que vivia fugindo do curral, era cheia de sonhos e curiosidades. Tinha sede de conhecer a vida e seus segredos. Amplia seus conhecimentos quando se torna amiga do velho espantalho, que tudo sabe e tudo vê. Matilde tinha um objetivo: conseguir asas e voar. 60min.

15h Oficina de Arte: A Princesa de bambuluá - Socorro Souza (Fortaleza-CE) A partir do texto de Câmara Cascudo, as crianças serão conduzidas a exercerem sua criatividade e imaginação, utilizando a técnica do recorte e colagem com tecidos, produzindo um livro de pano. 60min.

16h Teatro Infantil: A Vaca Lelé. Grupo Bandeira das Artes (Fortaleza-CE). 60min.

17h Sessão Curumim: Curtas Infantis 1. Sete animações para a criançada, feitas em diversas técnicas e condições formam interessante panorama da produção no gênero. Os trabalhos que abrem e encerram o programa são frutos do edital infanto-juvenil do Ministério da Cultura, o Curta Criança. Animação/atores. Cor. Dublado. Classificação indicativa: livre. 64min.

Cinema - 100 Canal

CineCafé/Mediador: Elvis Pinheiro

18h25 Mostra de Quadrinhos Cariri Mostrando a 9ª Arte de Quadrinhos e Animação - Reunião dos amantes da revista em quadrinhos e animação. O evento reuniu média de 800 apreciadores de todo Brasil, e com convidados de Canadá e Portugal. 04'25"min Colorido Livre.

Cinema - IMAGEM EM MOVIMENTO

CineCafé/Mediador: Elvis Pinheiro

18h30 Cecil Bem Demente (Cecil B. Demented, EUA, 2000), de John Walters, com Leanie Griffith e Stephen Dorf. Estrela de Hollywood é sequestrada e obrigada a fazer um filme "trash". Comédia satírica. Cor. Legendado. 92 minutos. 14 anos.

Artes Cênicas - ATO COMPACTO

19h30 O Santo e a Porca Grupo Oxente de Teatro (Aracaju-SE) - Um viúvo e sua porca cheia de dinheiro aos cuidados de Santo Antonio. Ganância, intrigas, brigas e muita comédia compõem o universo deste espetáculo, de Ariano Suassuna. Direção: Lindolfo Amaral. Classificação indicativa: 12 anos. 60min.

Lula diz à ‘Economist’ que não interferirá no próximo governo

Da BBC Brasil*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista ao site da revista britânica The Economist, publicada na quinta-feira, que não pretende interferir no governo do seu sucessor.

“Um ex-presidente deve se recolher para algum lugar confortável e tranquilo, e não ficar dando palpite sobre política nacional, deixando seja lá quem for eleito governar o país, cometer erros e acertar, mas deixando eles governarem o país”, disse Lula.

O presidente prometeu que continuará ativo na política, mas disse que ainda não pensou no que pretende fazer após o dia 1º de janeiro. Ele afirmou que não quer tomar nenhuma decisão precipitada sobre seu futuro.

Lula disse que como ex-presidente trabalhará para tentar aprovar a reforma política.

“Agora eu estou me comprometendo, quando eu não for mais presidente, a começar a convencer o meu próprio partido, porque eu acho que esta é a principal reforma que temos que fazer no Brasil, para que possamos [depois] fazer as demais reformas”, disse Lula ao site da revista britânica.

Lula diz que depois de convencer o PT sobre a importância das reformas, ele poderá trabalhar junto com os demais partidos na aprovação da reforma.

O presidente considera que só uma reforma política poderá gerar “partidos fortes e um Congresso forte, para que quem sente nesta cadeira [de presidente] possa firmar acordos importantes com os partidos políticos e os líderes dos partidos”.

Sem a reforma, Lula diz que o fator decisivo na política brasileira é “a força individual de cada cidadão, de cada região”.

Frustração - O presidente disse à revista que se sente “frustrado” por não ter visto a reforma política aprovada no seu governo, e atribui isso ao fato de “as pessoas não gostarem de mudança”.

“Eu aprendi muito e acho que isso vai permitir que, uma vez que eu não seja mais presidente e tenha mais liberdade, eu discuta temas que, como presidente, eu não queria discutir, porque eles não estavam sob a minha competência”, diz Lula à revista.

Lula também sugere que como ex-presidente poderá ser mais influente na discussão sobre a reforma das leis trabalhistas, ajudando empregadores e trabalhadores a chegar a um consenso.

Lula revela que “a sua maior surpresa” ao chegar ao governo foi se deparar com “as dificuldades que o próprio Brasil cria para si, com legislações excessivas” que atrasam as decisões do Executivo.

Petrobras e Oriente Médio - Na longa entrevista ao site do The Economist, o presidente brasileiro aborda diversos temas, como o maior controle do Estado sobre a Petrobras, as negociações de paz no Oriente Médio e sugestões para o seu sucessor.

Sobre a Petrobras, o presidente defende que o “petróleo pertence ao governo” e afirma que a receita das descobertas do pré-sal precisa beneficiar a população brasileira. O novo marco regulatório do setor, para Lula, é melhor do que a estrutura anterior, que “funciona bem apenas para as empresas petrolíferas”.

Lula criticou o processo de negociação de um acordo de paz no Oriente Médio. Segundo o presidente brasileiro, as discussões não incluem todas as vozes necessárias para se chegar à paz.

“Cada vez que eles sentam para conversar, eles ganham um Prêmio Nobel. Eles deram dez Prêmios Nobel pela paz em Israel e Oriente Médio, e a paz não aconteceu. Essas pessoas deveriam devolver seus Prêmios Nobel, já que não há paz.”

Sobre o próximo presidente brasileiro, Lula diz que o seu sucessor deve “fazer política com o coração, cuidar dos mais pobres e praticar a democracia até o fim absoluto”.

O presidente diz acreditar na vitória de sua candidata, Dilma Rousseff, que “surpreenderá o mundo” quando chegar ao poder.

“A Dilma é tão democrática quanto eu, tão socialista quanto eu e tão responsável quanto eu. Talvez por ser mulher ela possa fazer mais, porque precisamos dar mais poder às mulheres na política”, diz Lula.

Lula diz que seu sonho é ver o próximo presidente ajudar mais pessoas pobres a chegarem à classe média pobre.

Ele disse que não pensa, no momento, em se candidatar à Presidência em 2014.

“Terei 68 anos. Aos 68, os anos pesam. Se eu eleger a Dilma e ela for boa, ela terá que ser candidata à reeleição.”

* Matéria da BBC Brasil publicada no Site do Luis Nassif

Fonte: Carta Capital

'Se há um golpe no Equador, é de Rafael Correa', diz analista

Presidente acusa a oposição de querer tomar o poder à força, mas ele próprio já planejou estratégias para governar sozinho

Depois de assumir a Presidência, Correa tentou mudar regras do jogo várias vezes (AFP )

“Ele está acusando os policiais de golpe, mas na verdade ele é quem queria dirigir o país sozinho. Se há algum golpe em andamento, é dele próprio, pois tem uma Constituição em seu favor para governar sem o Congresso durante sete meses.”

Discípulo do ditador venezuelano, Hugo Chávez, o presidente equatoriano, Rafael Correa, aproveitou o protesto de centenas de policiais nas ruas de Quito na quinta-feira para reverter a situação, de modo que pudesse tirar dela benefícios políticos. O mesmo homem que já tomou várias medidas autoritárias no Equador, a fim de se fortalecer, acusou os policiais rebeldes de tentar realizar um golpe contra ele. Aparentemente, tudo não passou de mais uma manifestação - contra uma proposta de mudança na legislação feita por Correa, que reduziria ganhos dos policiais, tirando bônus e incentivos.

Para José Augusto Guilhon Albuquerque, que fundou e dirigiu o Departamento de Ciência Política e o Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), um dos motivos para a revolta de quinta-feira foi justamente o fato de o governo não ter discutido esta lei que reduz os benefícios dos policiais. Pelo visto, Correa não gosta muito de discutir. Assim que o incidente ocorreu, o presidente confirmou que considerava destituir o Congresso. Se isso realmente for feito, ele terá aproximadamente sete meses para convocar novas eleições gerais antecipadas - só porque sua bancada legislativa rejeitou parcialmente um outro projeto de lei.

Esse exemplo mostra que nem mesmo seu próprio partido está de acordo com suas propostas. E, mais uma vez, ao invés de conversar, o presidente preferiu uma medida extrema. Ele avalia a aplicação da "morte cruzada" - um mecanismo constitucional que determinaria a dissolução da Assembleia em alguns casos específicos: obstrução pelos congressistas do plano de desenvolvimento, grave crise política ou comoção interna. Assim, durante vários meses, Correa seguiria governando sozinho. “Ele está acusando os policiais de golpe, mas na verdade ele é quem queria dirigir o país sozinho. Se há algum golpe em andamento, é dele próprio, pois tem uma Constituição em seu favor para governar sem o Congresso durante este período”, completou Albuquerque.

Essa não seria a primeira medida tomada pelo presidente com o objetivo de ganhar mais poder no Equador. Depois de assumir o cargo, Correa tentou mudar regras do jogo várias vezes. Em 2007, ano em que tomou posse, apoiou estrategicamente a convocação de uma Constituinte para dar mais poderes ao Executivo e conseguiu eleger a maioria dos integrantes da Assembleia. Seu mandato foi ratificado em 2009 por ampla margem sob a nova Carta e, desde então, tem feito mudanças legais praticamente constantes. “A Constituinte serviu para que Correa tivesse apoio suficiente para mudar as regras quando bem entendesse. Por isso, as leis do país não têm estabilidade”, explicou Albuquerque.

Segundo Correa, o objetivo daquelas modificações constitucionais seria superar quase uma década de instabilidade política e pôr fim ao que chamou de "estruturas caducas" do estado, que mantinham o país "oculto numa longa noite neoliberal". Na ocasião, ele já qualificava o Congresso de "corrupto e incompetente", uma vez que seu partido não tinha nenhum deputado empossado em razão do boicote à eleição legislativa do ano anterior.

O presidente - Economista com doutorado nos Estados Unidos, Correa assumiu a presidência no início de 2007. Um nacionalista no setor econômico, teve o mandato ratificado em 2009, quando o país passou a ter uma nova Constituição - e agora pode concorrer à reeleição em 2013. O estilo de confrontação do governo polarizou o Equador, ainda que o presidente tenha uma popularidade relativamente alta.

Ele raramente foge de uma briga, seja com investidores internacionais, empresas petrolíferas, bancos locais ou veículos de comunicação que o critiquem. Em 2008, por exemplo, seu governo decidiu cancelar o pagamento de bilhões de dólares da dívida externa, cuja origem foi apontada como ilegal. No mesmo período, expulsou a empresa brasileira Odebrecht do país, onde desenvolvia projetos no valor de 800 milhões de dólares.

Apesar de Correa ser defensor do "socialismo do século XXI" bolivariano, sua base de apoio provém de diferentes classes sociais, ao contrário do que acontece na Bolívia e Venezuela, cuja base fundamental de apoio são os pobres. Correa se diz aberto ao diálogo com seus adversários, mas só com "aqueles que busquem o bem do país". Apesar de negar que tenha qualquer interesse em promover reformas para se perpetuar no poder, ele é acusado pelas forças de oposição de buscar um projeto de caráter marxista semelhante ao que defende seu colega Chávez.

Fonte: Veja

Governo do Equador confirma 8 mortos em protestos policiais

Militares carregam corpo do soldado Jacinto Cortez, morto na operação de resgate de Correa (Foto: Reuters)

O governo equatoriano confirmou na sexta-feira que oito pessoas morreram durante a revolta policial do dia anterior, que terminou com um confronto entre as forças de segurança e os militares que resgataram o presidente Rafael Correa do hospital em que estava retido. O Ministério da Saúde informou em comunicado a morte de dois policiais e de seis civis durante os protestos de policiais para defender o pagamento de bônus e benefícios.

Os dois policiais e um civil morreram no confronto em Quito. Os outros cinco morreram em Guayaquil pelo violência em atos criminosos registrados ao longo do dia.

O ministro da Saúde, David Chiriboga, por outro lado, disse que 274 pessoas ficaram feridas, das quais 22 estão em estado grave.

O governo declarou três dias de luto nacional pelas pessoas que morreram. Policiais e militares se enfrentaram em um tiroteio que foi transmitido ao vivo por canais de televisão privados durante a operação militar para resgatar o presidente Correa do hospital da polícia.

O mandatário ficou retido no lugar depois de ser vaiado por manifestantes, que lançaram contra ele gás lacrimogêneo após tentar mediar uma solução ao conflito no quartel tomado pelos policiais em protesto.

Entenda a crise - Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

Fonte: Terra

TSE divulgará votação de candidatos com registro indeferido

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na noite desta sexta-feira (1) que irá divulgar os votos recebidos pelos candidatos que disputarem as eleições do próximo domingo com o registro de candidatura indeferido, mas que apresentaram recurso na Justiça. Entretanto, essa divulgação terá que aguardar a totalização final dos votos. A decisão foi tomada em sessão administrativa.


O Tribunal apoiou, por maioria, a proposta do ministro Ricardo Lewandowski de permitir a divulgação, mas por questões técnicas, apenas após o resultado final da eleição. O ministro Marco Aurélio defendia a divulgação imediata da votação desses candidatos, mas foi vencido.

O ministro Ricardo Lewandowski esclareceu que não há condições técnicas, no momento, de fazer essa divulgação imediata. Lewandowski informou ao Plenário que os votos dos candidatos com registro indeferido continuarão sendo desconsiderados para efeito de totalização, até que a Justiça tenha uma decisão final sobre a situação de cada candidato.

O TSE acolheu um pedido do Partido Progressista (PP) para que fosse autorizada a divulgação dos votos dos candidatos sub judice. A divulgação será feita na página do TSE na internet.

Segundo o presidente do TSE, o acesso a essas informações atende ao princípio constitucional da publicidade na Administração Pública, uma vez que "são informações de grande interesse não só do candidato, mas de todo o eleitorado".

Fonte: Terra

Lula baixa tom de críticas e ataques a oposição ficam por conta de ministro

A dois dias das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou o tom das críticas aos adversários políticos.

Lula participa de evento em São Bernardo do Campo (SP)

Na manhã desta sexta-feira, em evento oficial em São Bernardo do Campo (SP), Lula evitou provocações diretas ao governo estadual, que está nas mãos do PSDB há 16 anos. Preferiu enaltecer a importância de trabalhar em conjunto com as prefeituras.

Mas os tucanos não saíram ilesos do ato. Com o silêncio do presidente, coube ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, dizer que a política de combate às drogas promovida pela Secretaria de Saúde do Estado é "retrógada" e feita de forma "isolada" das ações desenvolvidas pelo governo federal.

Temporão também afirmou que a oposição "pensa que dinheiro surge do nada".

"A oposição, o governo aqui em São Paulo, fala que fez, que fez, que fez, mas esquece de dizer que só de março para cá o Ministério da Saúde colocou R$ 1,7 bilhão a mais para São Paulo. Isso eles nunca dizem", criticou o ministro.

DISCURSO MANSO - Lula se limitou a fazer um discurso mais humano, baseado na teoria de que é preciso contar com a cooperação da família para recuperar dependentes químicos.

Ele disse ainda que o governo federal assumiu a responsabilidade do combate às drogas. "Nós resolvemos encarar que é um problema do presidente, e não ficar transferindo", afirmou.

"A família muitas vezes quer se livrar do doente, ela não quer cuidar. Tem muita vergonha. Mas não pode esconder esse drogado. É preciso expô-lo, para que a gente possa tratá-lo", ressaltou o presidente.

A agenda em São Bernardo foi a única que o presidente cumpriu hoje em São Paulo. Amanhã ele participa de caminhada na cidade, ao lado do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e de Dilma Rousseff, que disputa a Presidência da República pela sigla.

Fonte: Folha de S. Paulo