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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Que avancem as alas. José do Vale Pinheiro Feitosa

O filme do Brasil tem os seguintes atores e enredo: uma ala formada por três grupos: a) rentistas, agronegócios, indústria e serviços; b) abrangendo a classe média tradicional, c) um terceiro grupo formado pela cultura compondo mídia e diversão e a outra ala formada por: a) operários e prestadores de serviço; b) camponeses; c) uma camada dispersa no limite da pobreza. A primeira ala corresponde a mais ou menos 20 a 30% da população e outra ao restante. O país criou um enredo político em que a primeira ala tem progresso e se reproduz na linha familiar de uma geração a outra, enquanto a segunda estagnou, migrou para as cidades e vive num caldeirão de violência, sobrevivência, sem proteção política, sem esperança, especialmente, no país e nos políticos e por tabela nas autoridades e governantes.

O golpe militar de 1964 está na raiz da manutenção deste enredo ao não barrar o progresso desta ala maior da população. O modelo é tão autônomo que mesmo com as eventuais boas intenções dos planos de desenvolvimento do período militar, os investimentos só melhoraram e sustentaram a vida da primeira ala e nada modificava da segunda ala. E, no entanto, a sociedade se endividou para isso, mas o Milagre Econômico só o foi para os que tradicionalmente já estavam no projeto de nação na primeira.

Mesmo com esta direita mais raivosa e que tem ódio de classe, que junta toda a segunda ala num só momento de crítica, a política e a sociedade sempre tomou consciência de que era preciso superar a dicotomia deste enredo. Que era preciso criar um projeto nacional que desse progresso à maior parcela do país, até para que ele se tornasse um entre político de atuação mundial. Aliás, com a insensibilidade do “meu pirão primeiro” não se dava conta, não era incomum que a classe média tradicional ao viajar ao exterior percebesse como mal vistos éramos em termos de justiça social. O lema é: o Brasil é um dos países mais injusto do mundo. Ali existe uma concentração de renda absurda e uma pobreza descomunal.

O Mobral, as frentes de fronteira agrícola, alguma coisa de reforma agrária, bancos de desenvolvimento, entre outras coisas foram tentativas contínuas, desde os anos trinta que não cessaram com o militares a tentar superar este enredo. Acontece que era preciso cessar o enredo, descomprimir o progresso da segunda ala e ajustar a primeira ala sem desorganizá-la, mas igualmente migrando da “preguiça” de viver às custas da sociedade como um todo e passar a ser protagonista de outro jeito.

A migração da preguiça para grupo “a” da primeira ala é acabar com vício de viver de juros, ser mais ousado em investimento produto, aceitar um jogo mais democrático no campo dos investimentos públicos o que significa, afastar o jogo familiar e partidário dos bancos de investimento, dar mais ênfase ao investimento em desenvolvimento social, quebrar o jogo do extra em obras públicas e principalmente pagar mais impostos.

Ao grupo composto pela classe média tradicional é brigar pela melhoria do sistema de saúde pública universal, pelo ensino público de qualidade, por segurança pública, por sistemas previdenciários de remuneração mais alto ao invés de tentar uma porta de saída pelos Planos de Saúde, pela escola privada, pelas “milícias” privadas e previdência privada (o que não exclui necessariamente a existência destas instituições, mas não como norte político). O resto é tomar consciência que numa sociedade de massa é preciso mais infra-estrutura do que a existente para as dimensões de apenas 30%: transporte urbano, trens, portos, aeroportos etc.

Ao grupo da cultura, especialmente esta meia dúzia que controla a mídia e as diversões entender: que o Estado não pode continuar a sustentá-los com verbas e empréstimos subsidiados, que é preciso democratizar a comunicação, é preciso descentralizar os meios e as escolhas para as cidades do interior. Não é possível que a sociedade continue financiando os Chateaubriand, Marinhos, Civitas, Frias e Mesquita para que estes apenas se perpetuem no seu negócio sem compromisso com todos.

Este é o drama do país desde o golpe militar e mesmo após a redemocratização, mas após esta tem um veneno acelerar o processo: a própria constituição a dar liberdade, garantir saúde e educação tem forçado sucessivos governos a destravar o progresso da ala mais pobre da sociedade. O Collor adotou até prédios emblemáticos da escola de tempo integral. Mesmo Fernando Henrique Cardoso tendo sido assolado por um neoliberalismo açodado, teve que considerar isso e o CPMF, apesar de irritar muita gente, foi uma manifestação disso, além do lado brilhante de Ruth Cardoso, que se diga foi muito mais aguda nesta questão que o Presidente.

O “Lula Paz e Amor” vai deixar muita saudade. Ele tentou ampliar o progresso dos pobres e conseguiu muitos tentos, muito mais que os governos passados, tentou sem passar o rodo na primeira ala, mas tem sido alvo de um ódio de classe crescente, oriundo de setores da classe média tradicional, da área da cultura, especialmente a mídia tradicional e nichos do grupo “a” da primeira ala, especialmente localizados em alguns estados, que vêm que o futuro estar a exigir novas práticas no grupo.

O José Serra, que vem da tradição política progressista, adotou de vez este ódio de classe. Tornou-se o grande e poluído Tietê de todas as mágoas, pensamentos irracionais e um ódio que todos os dias se manifestam nas ruas de São Paulo contra os nordestinos que “ergueram tantas coisas mágicas” naquela cidade e naquele estado. A idéia que é o “Paz e Amor” foi destroçado: que agora é ir para o pau.

Isso é tão verdade que os blogs mais progressistas hoje amanheceram com tremendas apreensões sobre esta “onda fascista”. Quadros do PT estão fazendo uma análise nervosa, frustrada, com um medo tremendo de tudo degringolar. Não raro surgem pensamentos mágicos, os pitaqueiros quase gritam sobre a qualidade do programa da Dilma. Monitoram imagens do programa, têm uma análise para a manhã e para a tarde.

E a política onde se encontra? O Lula moveu a regra do enredo, abriu uma brecha por onde a segunda ala tem esperança no progresso. Então, é aí que o curso da história, este que aos trancos e barrancos vem sendo superado, às vezes a passos miúdos tem que ter voz na campanha. É preciso afastar os golpistas, os nervosos, os atordoados dar a voz das ruas, voz ao povo que pretende um futuro melhor: seu filho na faculdade, seu neto andando de avião, sua neta podendo brilhar na platéia do mundo. Pense em que ter uma previdência universal para quem tem ou não carteira assinada. Tenha ou não contribuído, pois a riqueza ao final é a mesma e só haverá o que comer no futuro se no futuro tenha alguém comprometido a alimentar quem já não tem mais força para plantar.

Agora o jogo político não é de esperar que a primeira ala ceda algo para alguém. Especialmente não ficando batendo boca com quem destila veneno. As glândulas peçonhentas irão secar após o pleito, seja qual for o resultado. Se não cessarem levarão pau. O jogo é manter o desfile, que a segunda ala avance na avenida. Faça o seu desfile. Mostre que igual àquela bazófia americana da classe média do voto em Bush não vive sem os “mexicanos”. Vejam o filme: o dia que os mexicanos desapareceram. A avenida está ocupada, é apitar para que a bateria toque e que o passo da dança da verdadeira apoteose siga.

Ibope diz que Dilma tem 49% das intenções de voto e Serra 43%

Considerando apenas os votos válidos, Dilma tem 53%, contra 47% de Serra

O Ibope divulgou ontem (13) pesquisa encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo que mostra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, com 49% das intenções de voto para o segundo turno.

O candidato do PSDB, José Serra, aparece seis pontos atrás, com 43% das intenções de voto. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais. Votos brancos e nulos somaram 5%, e 3% dos eleitores se disseram indecisos.

Considerando apenas os votos válidos, Dilma tem 53%, contra 47% de Serra.

O Ibope ouviu 3.010 eleitores entre segunda-feira (11) e hoje. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 35660/2010.

Fonte: Agência Brasil através de O Povo

Dilma tem 48% e Serra, 40%, diz Vox Populi

Se considerados apenas os votos válidos, Dilma venceria a eleição com 54,5%. Serra teria 45,4%

Pesquisa Vox Populi/iG, divulgada nesta quarta-feira, 13, mostra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, oito pontos à frente de José Serra, do PSDB, na disputa do segundo turno. Dilma tem 48% das intenções de voto contra 40% de Serra.

A pesquisa tem margem de erro de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos. Votos brancos e nulos somaram 6%. O total de eleitores indecisos também foi de 6%, segundo o Vox Populi.

Se considerados apenas os votos válidos, Dilma venceria a eleição com 54,5%. Serra teria 45,4%.

O Vox Populi entrevistou 3 mil eleitores entre os dias 10 e 11 de outubro em 214 municípios do país.

Fonte: O Povo

Imagem do Chile sai fortalecida após resgate, dizem analistas

da BBC Brasil


A imagem do Chile e do presidente do país, Sebastián Piñera, deve sair fortalecida após o resgate dos 33 mineiros que passaram mais de dois meses soterrados numa mina, segundo analistas chilenos e de outros países da América do Sul ouvidos pela BBC Brasil.

"Mais de um bilhão de pessoas viram, no mundo inteiro, o resgate, que é uma história de sucesso. Acho que o fato reforçará a imagem do Chile como um país competitivo e que se levanta rápido diante da adversidade", disse o analista chileno Ricardo Israel, professor de ciências políticas da Universidade Autônoma do Chile.

Mas em sua opinião o poder de influência do Chile é "limitado" pelo seu tamanho e "localização geográfica". O Chile tem cerca de quinze milhões de habitantes e registrou um terremoto histórico, em fevereiro passado, pouco antes da posse de Piñera.

Atualmente, a expansão da economia chilena supera as expectativas para este ano. O Chile é o único país da América do Sul a fazer parte da OCDE, clube dos países ricos.

"Dificilmente o Chile terá maior influência do que já tem na região e no mundo. Na América Latina, não é o Chile, mas o Brasil que tem o maior peso no cenário mundial", disse Israel.

FINAL FELIZ
Para analistas chilenos, argentinos, bolivianos e paraguaios, o sucesso do resgate fortaleceu a imagem do Chile como um país competente.

"Acho que o Chile aproveitou bem o desafio que viveu para intensificar sua imagem de país sério, capaz de enfrentar grandes problemas", disse o analista paraguaio Francisco Capli, da consultoria First Análisis y Estudios, de Assunção.

Na visão do argentino Vicente Palermo, pesquisador do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Cientificas e Técnicas), os chilenos souberam "descolar" a imagem do país da que foi deixada pelas empresas do setor de minério, após o desastre.

"Foram as empresas que ficaram com a imagem negativa, ligada à falta de segurança para os trabalhadores. O Chile apareceu como país capaz de resgatar os mineiros de forma brilhante", disse.

Para ele, o Chile deixou a imagem de "união, solidariedade e alta competitividade".

Na opinião de outro analista argentino, Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria, o resultado do resgate fortalece a imagem do Chile no mundo.

"Até agora, o Chile tinha demonstrado ao mundo seu sucesso econômico. Para o PNUD, este é o país da América Latina com maior desenvolvimento humano (IDH). Para as classificadoras de risco, o mais confiável da região. E agora prova sua capacidade para enfrentar e superar suas desgraças com eficiência e rapidez", disse Rosendo.

Na opinião do analista boliviano José Luis Galvez, da Equipos Mori, o resgate representou o "renascimento de 33 mineiros e a excelente administração da opinião pública".

"Esta história de sucesso deverá fortalecer ainda mais a imagem do Chile no exterior e aumentar imagem positiva do presidente Piñera", afirmou Galvez.

A Bolívia, como o Chile, é um país com forte produção de minério. Para Galvez, o Chile vai exportar a tecnologia de resgate que inventou para outros países mineiros.

"A realidade daqueles 33 mobilizou muitos bolivianos. Mobilizou o mundo inteiro. E mostrou a excelente relação entre Chile e Bolívia na era de Piñera", disse. O presidente Evo Morales (convidado por Piñera) esteve na saída da mina São José, onde um dos mineiros era boliviano.

PIÑERA
A trajetória do presidente Piñera é de um empresário bem sucedido e com a imagem ligada, segundo analistas locais, à de administrador. Mas ele não é definido, pelos especialistas, como um presidente popular.

Piñera assumiu a Presidência em março e registra popularidade similar aos votos que recebeu, quando eleito, como recordou Ricardo Israel. A expectativa é que sua popularidade suba após este episódio.

"Piñera se envolveu pessoalmente neste resgate. Quando o acidente ocorreu este não era um problema do Chile, mas de uma empresa, dona da mina. Se tivesse dado errado, ele seria responsabilizado pelos mortos. Mas deu certo", afirmou Israel.

Desde que a odisseia dos mineiros começou, há mais de dois meses, o ministro de Mineração, Laurence Golborne, registrou maior popularidade que Piñera. Num artigo, publicado no jornal La Tercera, o analista Patrício Navia, disse que Piñera deve transformar este "capital de alegria" do resgate em "poderoso impulso para sua agenda de governo".

Navia recordou que, em setembro, Piñera contava com 53% de aprovação, segundo pesquisas da Adimark. Mas que 67% deste total eram do setor ABC e 48% das classes D e E. Para o analista, o novo "capital político", a partir do resgate dos mineiros, deverá ajudá-lo a melhorar estas características de imagem.

"Mas desde que a celebração (caso exagerada) não ofusque o gol magistral feito por seu governo", escreveu.

Fonte: Folha de São Paulo

Centro Cultural BNB Cariri: Programação Diária

Dia 14/10, quinta-feira

Música - V FESTIVAL BNB DA MÚSICA INSTRUMENTAL
19h30 Abanda (CE) 60min

CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE - CARIRI
Rua São Pedro, 337 - Centro - Juazeiro do Norte - Ceará - CEP: 63030-210
Tel: 88- 3512 2855 fax: 88 3511 4582