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domingo, 23 de maio de 2010

Espetáculo "Nós,o estopim" será dia 27

A NATUREZA DA CONSCIÊNCIA HUMANA: AS “FORMAS DISSOCIADAS DE PENSAMENTO” NA AURA (TEXTO DEDICADO ÀS “MENINAS” DO BELO E DEMOCRÁTICO CARIRICATURAS)


Assim como existe a fronteira entre a ignorância e o conhecimento também existe a fronteira entre o conhecimento e o autoconhecimento. Pode o ignorante compreender o universo de um cientista e intelectual? Da mesma forma, pode um intelectual compreender o universo do santo e místico? Certamente não. As fronteiras que delimitam estes universos, separam realidades distintas, ainda que os ignorantes, cientistas e santos estejam aparentemente no mesmo "plano de existência". A fronteira que delimita o ignorante do cientista chamaremos de CONHECIMENTO, e a fronteira que delimita o cientista do santo chamaremos de SENSIBILIDADE.

A realidade não é somente aquilo que percebemos. Aquilo que não percebemos não deixa, apenas por esta razão, de existir. Assim, o cientista não percebe diretamente o elétron, apenas indiretamente, por seus efeitos, o que não o impede de afirmar-lhe a existência. O que percebemos está inserido dentro de uma faixa ou cone de percepção. A medida que aumentamos a sensibilidade do cone de percepção novas sinalizações de fenômenos são captadas do mundo "irreal".

Mas será que podemos compreender algo sem que, para tanto, tenhamos que empregar esforço mental ou emocional? Acredito que não, pelo menos para o nível "normal" de consciência humana.

Podemos afinal efetivamente estudar o ser humano, ou mais precisamente, a consciência humana? A resposta positiva para essa pergunta tem por obstáculo fundamental o fato de se tratar de um estudo em que o "objeto" é ao mesmo tempo sujeito. Como pode um observador caracterizar um "objeto" se elementos como orgulho, pretensão, ansiedade, tensão, carência afetiva, auto-afirmação, insegurança, falta de confiança no outro ou em si mesmo,etc.- afetam a observação e interferem no "objeto" estudado?
(o texto acima foi retirado do cap. 3 da minha dissertação de mestrado defendida em 1992 na COPPE/UFRJ).

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(o texto abaixo foi retirado do livro MÃOS DE LUZ de BARBARA ANN BRENNAN, ED. PENSAMENTO, p.146)
“No correr dos meus anos de prática energética, tenho observado um fenômeno ao qual dou o nome de espaços móveis da realidade. Esses “espaços” me parecem semelhantes aos descritos no estudo de topografia, onde determinado “grupo” ou “domínio” contém uma série de características que definem as operações matemáticas possíveis naquele domínio. Em termos de psicodinâmica, existem “espaços da realidade” ou “sistema de crenças”, que contém grupos de formas de pensamento associados a concepções válidas e a concepções errôneas da realidade. Cada forma de pensamento contém suas próprias definições da realidade, como por exemplo: todos os homens são cruéis; o amor é fraco; ter tudo sobre controle é seguro e forte. Deduzo das minhas experiências que as pessoas, quando se movem na sua experiência diária, também se movem por diferentes “espaços” ou níveis de realidade, definidos pelos grupos de formas de pensamento. O mundo é experimentado de maneira diferente em cada grupo ou espaço da realidade.

As formas de pensamento são realidades energéticas, observáveis, que irradiam cores de vária intensidade. Sua intensidade e sua definição de forma decorrem da energia ou da importância que a pessoa lhes deu . As formas de pensamento são criadas e mantidas pelos seus donos por intermédio dos pensamentos habituais. Quanto mais definidos e claros forem os pensamentos, tanto mais definida será a forma. A natureza e a força das emoções associadas aos pensamentos dão à forma sua cor, sua intensidade e seu poder. Esses pensamentos podem ou não ser conscientes. Uma forma de pensamento se constrói a partir da constante ruminação de um temor como este, por exemplo: “Ele vai me deixar”. O criador da forma de pensamento agirá como se aquilo fosse acontecer. O campo de energia da forma de pensamento influirá de modo negativo no campo da pessoa a que ele se refere. Terá provavelmente o efeito de empurrar a pessoa para longe. Quanto mais força se der a essa influência negativa, enchendo-a de energia, consciente ou inconscientemente, tanto mais eficaz será ela no criar o resultado temido. Tais formas de pensamento, por via de regra, tanto fazem parte da personalidade que o indivíduo nem sequer se dá conta delas. Começam a formar-se na infância e baseiam-se num raciocínio de criança, quando são integradas à intensidade. São como um excesso da bagagem que a pessoa leva dentro de si, sem reparar ao seu efeito, que é muito grande. Essas formas de pensamento conglomeradas ou sistemas de crenças atraem muitos “efeitos” na realidade externa da pessoa.

Como essas formas não estão profundamente sepultadas no inconsciente, mas se encontram na borda da consciência, podem ser superadas por métodos como o trabalho de corpo do núcleo energético, jogos de associação de palavras e meditação.”

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COMENTÁRIO: Como podemos observar nos dois textos acima, a natureza da consciência depende fundamentalmente de uma ação disciplinada voltada para a própria consciência do observador. O fato real e a fantasia se misturam na consciência de um observador incauto ou desatento consigo mesmo. O pensamento, a palavra e a ação construtiva dependem de uma disciplina interior para visualização entre o que de fato é verdadeiro e o que é forma-pensamento (picuinha, devaneio, fantasia, projeção, julgamento desprovido de base filosófica, ou seja, retórica ou argumento falso etc.).

Nesse sentido, todo cuidado é pouco. E não devemos nos sentir ofendidos por causa de indivíduos que só enxergam os defeitos alheios e nada enxergam a respeito de si mesmos. A famosa frase: “não queira ver o cisco no olho de seu irmão (ã), enquanto na sua existe uma trave” – Jesus Cristo, cai bem nesse contexto. Devemos ter uma atitude holística, multidimensional e plural para podermos enxergar a grandiosidade do ato de viver em harmonia e assim respeitarmos a diversidade nesse universo de múltiplas e infinitas realizações e criações.

Assisti recentemente um documentário feito pela BBC de Londres sobre a vida dos animais rasteiros e fiadores. É impressionante a diversidade de formatos de teias e técnicas de construção e captura das aranhas. O mesmo poder acontece para o restante dos animais, vegetais e humanos. Por isso, precisamos ser prudentes ao julgar os fatos e as realidades nos diversos mundos que nossas percepções alcançam. A consciência é infinitamente maior e complexa daquela que imaginamos possuir. Não julgueis! O sexo não diferencia nada em termos de consciência entre os seres humanos. O eu, o tu e o nós são uma coisa só - e não possui gênero definido: ELES são O Criador em Ação!

FIM DE TARDE - "Antes que o Pau Chegue"


Para a 6ª versão do evento FIM DE TARDE, a Sertão Pop Produções está trazendo três atrações, todas do Cariri. O nome "Antes que o Pau chegue", é em alusão ao dia seguinte, que será o dia do "Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha"

A Banda Nóia é uma perfeita mistura de Cariri. Ótimos músicos interpretando canções dos bons tempos de décadas passadas. Tocam muito e farão um som bem dançante. O Dr. Divine é de Juazeiro e vai nos brindar com o rock and roll dos anos de 70 e 80, assim como o Dj. Dick que mora no Crato e que vai fazer rolar uma música super retrô.
O PINK FLOYD BAR fica localizado no Sítio Romualdo, entre a cidade de Crato e o Distrito de Arajara, em Barbalha.

Gosto não se discute - Emerson Monteiro

Triste do amarelo se todos gostassem do encarnado, eis frase que ouvia vezes sem conta de minha sábia mãe, contemporizando o atrito entre os filhos, falando essas coisas da sabedoria popular, segundo ela, aprendidas de seu pai, fiel apreciador dos dizeres do povo. E eu guardo com carinho algumas dessas pérolas definitivas que bem representam filosofia natural, transmitida de geração a geração pela oralidade.
Bom, quanto à questão do gosto, aos poucos a humanidade vem descobrindo o valor da diversidade nos assuntos da civilização. Vinícius de Moraes, numa de suas composições, afirma: Se todos fossem iguais a você que maravilha viver. Diz, mas já sabendo que a vida significa a contagem regressiva da morte, daí a beleza hipotética de seus versos. As dez mil coisas formam o teatro do Universo. O que seria da comédia se todos gostassem da tragédia?
Em matéria de literatura, vale lembrar que Franz Kafka em vida não chegou a publicar uma única de suas obras geniais, restando só à posteridade o raro prazer de apreciá-las. E outro expoente das letras, Jean-Paul Sartre, recusou o prêmio Nobel da Literatura vistas suas razões políticas, desmerecendo no gesto a tão ambicionada comenda dos autores mundiais.
No Brasil, quando Euclides da Cunha publicou Os sertões, trabalho de fôlego a retratar, na visão das elites brasileiras, no conflito de Canudos, retirou-se para uma fazenda no interior paulista pressentindo o fracasso da edição, e ele escolhia se distanciar para não presenciar de perto. Contudo, rápido o livro se esgotava e, ainda hoje, é reconhecido e admirado por muitos.
As diferenças formam o grande todo. Existem pessoas que preferem chã de dentro invés de músculo, e nem por essa razão todo dia se deixa de matar boi. Tem quem coma seus tecidos, independente do nome das partes ou da consistência da carne.
Isso porque há gosto para tudo. Caso as pessoas a quem decepcionamos vez em quando, as quais chegam a formar verdadeiras multidões, exigissem mais de nós ao nos conhecer, por certo facilitariam, com isto, nossa caminhada e economizariam fortunas em sofrimento para si e para outros.
Ser exigente nas escolhas, portanto, evita transtornos futuros e suprime a ilusão dos que se imaginam superiores, quando, na verdade, pecados e virtudes acham-se distribuídas em proporções equitativas no espaço da natureza, sem injustiças ou privilégios, vindo daí o segredo valioso da conformação. E maiores são os poderes de Deus.