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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Causas atuais da violência - Por Emerson Monteiro

Vive-se período extremo de criminalidade violenta, isso em todo o mundo, com ênfase nos países mais atrasados, dentre eles o Brasil e toda a América Latina. Antes, o motivo alegado se voltava para as chamadas revoluções libertárias, na época da chamada Guerra Fria.
Hoje, no entanto, qualquer motivo preenche as justificativas das convulsões sociais. Desde a delinquência juvenil até o tráfico de drogas, passando pelos chamados bolsões de pobreza e guerras tribais, lutas raciais, lugares onde o padrão da cultura humana indica descompasso de perversidade e miséria.
Houve tempo quando seria mais fácil encontrar as razões de tanta insegurança. O atraso das mentalidades, as conquistas coloniais, disputas imperialistas, domínio feudal das terras, fanatismo religioso. Tudo servia de pretexto, no decantado anseio de o homem ser lobo do próprio homem. Ou de se querer a paz e se preparar para a guerra.
Acham as autoridades que o problema se revolveria mediante a ampliação dos órgãos de segurança, aquisição de armamentos, modernização e ampliação das penitenciárias, maior remuneração dos efetivos policiais, etc., etc.
Contudo, a questão possui raízes mais profundas. Suas causas reais merecem outros detalhamentos, porquanto procedem vêm de origens as quais acumulam estudos e pouquíssimo, ou nenhum, tratamento.
Conceitos do tipo de que falta educação ao povo, que a tradição nacional dos degredados, escravos e índios, povos sem amadurecimento suficiente, formaram país esdrúxulo, por si só não justificam a famigerada violência das ruas, clima tenso em que se transformou o sonho brasileiro.
De suas causas mais evidentes cabe citar o desemprego que cresce, sem esperança de colocação para a juventude que, todo dia, chega ao mercado de trabalho; a excessiva concentração da riqueza nas mãos dos poucos de há muitos séculos donos dos bens; e a pobreza infinita da cultura de massa.
Enquanto sofre a nacionalidade esse atraso crônico de ética, moralidade e competência, responsáveis pela administração das instituições públicas, em todos os segmentos, jamais se comprometem com mudanças substanciais e inevitáveis.
Como se não bastassem ditas origens, persiste, na macro-estrutura mundial, um conceito voltado aos interesses das nações ricas que investem pesado na preservação do poder, através dos sistemas mundiais de exploração financeira. Gastam fortunas na elaboração de técnicas requintadas de manutenção da ordem injusta. Financiam sucessivos governos serviçais, nos países periféricos.
Portanto, para neutralizar o tal clima superlativo desse drama, outras atitudes cabem aos que precisam urgente se livrar das nuvens escuras dessa história burocrática, quais sejam: criatividade individual; maior comprometimento da participação coletiva, nos grupos sociais prejudicados; união das classes exploradas; e conscientização política.
Abrir o olho e ver que só a educação traz mudanças significativas, após largos esforços da sociedade e seus governantes, eis o instrumento da democracia através do voto que fala alto nestes assuntos, desde que assim pretendam os eleitores, bola da vez na decisão de cada pleito.

A HORA E A VEZ DO NOSSO FUTEBOL

Pedro Esmeraldo

Todos os desportistas cratenses se encontram radiantes, alegres, apresentando um quadro vibrante de contentamentos devido o bom desempenho de sua equipe no campeonato estadual da primeira divisão cearense.

Queira Deus que esse quadro não venha mudar de ritmo já que estamos enfrentando uma série de perseguições, causando baixo desempenho de sua equipe, pois a FCF tem como objetivo favorecer outros times em detrimento do Crato, visto que o futebol que estamos esbanjando causa desespero entre as outras equipes, fracas, incompetentes e que não apresentam um bom desempenho futebolístico. O pior é que as nossas autoridades não reagem diante desse descaso, deixam tudo correr frouxo, à revelia, sem esboçar nenhuma reação.

Por isso, o Crato está sendo abençoado por Deus e vem sempre de espírito elevado e consegue êxito, dando mostra de que temos coragem e força suficiente para enfrentarmos o batente e não fugirmos da luta quando aparece qualquer obstáculo.

Houve época em que o Crato possuía grandes craques e que mostrava raça e apresentava bons desempenhos, com jogadas técnicas, pois tinham originalidade e causavam inveja em outras localidades onde se apresentavam, pois tinham originalidade que causavam inveja em outras plagas quando apresentavam magia em suas jogadas céleres em seu magnífico futebol.

Lembramos muito bem desses craques como: Enock, Senhor, Antonio da Pensão, Anduiá, o goleiro Angelo, o médio Mundinho, o Avante Doutor Ossian, o zagueiro Moacir, o atacante Bebeto, os médios Kleber, Braz e muitos outros, como o armador Peixe e o goleiro Zé Albanito. Deixamos de mencionar outros nomes por falta de espaço.

Agora mesmo, esses valorosos craques do passado merecem figurar no quadro de honra na sede da liga cratense de desportos.

Queremos lembrar que consideramos essa época, como sendo a época de ouro do futebol cratense, já que possuímos os melhores craques mas não tínhamos estádios à altura do nosso futebol, conseqüentemente jogava em estádios improvisados, causando-nos transtorno para formar uma estrutura digna á altura do Crato.

Em tempos passados no final na década de setenta para o início da década de 1980, um grupo de desportistas organizou e solicitou ao então governador Virgílio Távora a construção do estádio do Crato a altura e que seria a redenção do futebol cratense.

O então governador prometeu e construiu o Estádio com muita ênfase, dando estímulo aos desportistas para que praticassem toda meta de esporte, com intuito que a juventude saísse do vício da embriaguez através da prática do esporte.

Infelizmente, um prefeito cafona, pertencente à era trogloditiana, porque não gostava de esporte, ansiava acabar com o estádio, dizendo ele que o seu sonho era transformar esse majestoso estádio num cercado de gado vacum, retirando esse sonho do povo cratense que há tanto almejava.
Graças a Deus e ao bom senso de alguns prefeitos, esse estádio foi sendo recuperado aos poucos, atingindo a sua glória como atual prefeito que se dedicou de corpo e alma à sua reforma, estimulando a prática esportiva até o Crato conseguir a sua glória.

Crato, 22.01.2010

A Feira do Crato da minha infância - por Magali de Figueiredo Esmeraldo.

Lembro-me que evento tão movimentado era a feira do Crato! No domingo à noite, os feirantes já colocavam sacos de feijão, na frente da calçada da casa onde eu morava, para a feira do dia seguinte. A economia do Crato dependia em grande parte dos produtos agrícolas. Os pequenos feirantes tiravam o sustento de suas famílias do resultado dessa feira semanal. Os proprietários das casas comerciais, graças ao aumento do fluxo de pessoas que vinham ao Crato, também se beneficiavam com a feira.

Era uma grande feira que se estendia por várias ruas do centro da cidade, pois naquela época não existia supermercados, só pequenas mercearias. Hoje a situação da feira é outra. Atualmente, embora tenha mudado de local, ainda serve de sustento para algumas poucas famílias e ponto de encontro dos moradores da zona rural. Além do mais, alguns produtos somente são encontrados na feira, como potes de barro, tamboretes, candeeiros e outras pequenas coisas.

No trecho da Rua Dr. João Pessoa onde eu morava, a minha euforia de criança era grande ao ver, já no domingo à noite, aqueles sacos de feijão empilhados sobre a minha calçada, pois sabia que com primos e primas íamos brincar em cima deles. A criatividade era grande, brincar de se esconder, ficar sentados enquanto uma prima nos contava histórias e muitas outras brincadeiras divertidas.

No outro quarteirão para lá da Praça Juarez Távora, chegando ao início da Rua Dr. João Pessoa, era a feira de barro. Era lá nesse trecho, que moravam minhas primas, que fizeram parte da minha infância. Na casa delas, muitos feirantes guardavam suas panelas de barros empilhadas no quintal para venderem na próxima feira. A mãe delas, por ser muito solidária, tinha a boa vontade de emprestar o quintal para os vendedores. Eu, na minha peraltice de criança, certa vez resolvi subir num pé de seriguela existente no quintal da casa das minhas primas, para logo em seguida cair, quebrando todas as panelas de barro que forravam o chão abaixo da árvore. Fiquei por alguns segundos sem fala, deixando todos nervosos e alvoroçados. Passado o susto maior, a gargalhada foi geral, porque eu na minha dificuldade de falar, a primeira coisa que disse foi: “Estou sem fala!” Depois desse sufoco, eu tive de ir para casa contar o que aconteceu ao meu pai e minha mãe, que além da preocupação com minha queda, tiveram que arcar com o prejuízo pagando aos pequenos comerciantes.

Na segunda-feira, logo ao amanhecer o dia, já se ouvia o barulho do pessoal arrumando as barracas para o início da feira. Ficava me distraindo vendo na parede do quarto, através da réstia do sol, pessoas se movimentando na rua. Imaginava estar assistindo um filme, devido às formas serem tão perfeitas. Era hora de me levantar para ir à aula e cumprir minhas tarefas de estudante. Quando voltasse, tinha a tarde toda, para me debruçar na janela da frente da casa e observar os transeuntes, porém antes tinha que fazer os deveres de casa.

A feira era o ponto de encontro do pessoal do campo que, além de fazer suas compras, aproveitavam para conversar. O dia era de animação para todos. Quando anoitecia os feirantes cansados, mas felizes desmontavam as barracas, varriam o local e deixavam em ordem. Tudo recomeçaria na próxima semana.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo