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domingo, 12 de setembro de 2010

O papel da monarquia brasileira - José do Vale Pinheiro Feitosa

No livro, 1822, escrito pelo jornalista Laurentino Gomes, publicado pela Nova Fronteira, há uma idéia básica: se não fosse a monarquia o país teria se esfacelado em dezenas de repúblicas como ocorreu na América Latina. Qual a base para a afirmação? As províncias coloniais eram comandadas por uma elite local, assentada na terra e na escravidão e seus chefes tratariam de brigar pelo comando, por se considerarem iguais e capazes do comando geral. Isso é um processo bastante conhecido desde o século XVIII, até mesmo em impérios que se desfizeram como na Abissínia, atual Etiópia.

Um país do tamanho do Brasil não se fragmentou como a América Espanhola como se houvesse algo que o aglutinasse. José Bonifácio puxou a sua postura conservadora, não mexeu nos interesses provinciais e adotou a monarquia por sucessão da portuguesa, sem apagar o mito do superior hierárquico implantado no período colonial, utilizando-se de Dom Pedro I. Vale lembrar que o processo foi muito tenso e a qualquer momento poderia se romper: a luta contra os portugueses que controlavam todas as outras províncias à exceção de São Paulo, Minas e Rio; as sucessivas guerras de secessão provincianas, no Pará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Sul e até mesmo São Paulo. Guerras que marcaram principalmente o período da regência.

É uma boa análise e embasada na nossa realidade. Isso é a prova de que a Monarquia é um sistema universalmente melhor? Pelo contrário naquele momento as monarquias estavam esgotadas politicamente. Esgotadas em face da emergência da burguesia e do operariado urbano, do iluminismo, das revoluções inglesas, americanas e francesas, a revolução industrial e o surgimento do capitalismo. Uma pausa: falar em Inglaterra e sua milenar monarquia? Ela, que é apenas simbólica, não é mais monarquia, é apenas um mito para sustentar o Estado Nacional. Monarquia constitucional é algo como um capitalismo social.

Os EUA, do mesmo modo, não apenas preservaram a unidade federativa, como até se expandiu imperialmente e tomou metade do continente dos mexicanos. Pois para os EUA, o ressurgimento da República, trazendo o legado da Grécia antiga, se mostrou viável e com um vigor histórico sem igual. A República Americana se tornou o maior sucesso da revolução burguesa do capitalismo e o republicanismo se tornou o espelho de todas as grandes nações, da Rússia Czarista ao Império Chinês, à esfacelada Índia e até mesmo o Japão que é apenas uma monarquia como a Inglaterra o é.

Nada se iguala ao modelo brasileiro quando comparado ao México, que é um exemplo de integridade territorial, apesar da voracidade dos EUA, e que, também, andou passando por uma Monarquia. De outra natureza, sem sentido histórico e como uma farsa da casa dos Habsburgos que dominavam a Espanha de então. O que estou dizendo é que a Monarquia mexicana além de uma farsa não teve qualquer papel na manutenção da sua integridade territorial. Quem a fez foram as classes emergentes no México com a própria modernização de suas forças produtivas, com a força dos campesinato e as sucessivas revoluções desta natureza nascidas no campo.

O estudo da história continua fascinante para qualquer jovem que queira dedicar-se a ela. Especialmente se este jovem tem a capacidade de olhar lateralmente, sem cair naquelas fórmulas verticais, que impõe verdades como a perfuração de um poço de água. Fala na água, mas não no ciclo das águas no planeta. Aliás, a coisa toda anda piorando como a prateleira de um supermercado, em que se vendem pacotes de “drops” ideológicos, numa vontade de criar ranking de preconceitos tão comuns nas publicações das revistas brasileira, desde uma Super Interessante até a degeneração furibunda de uma Revista Veja.

Uma solidão eletrônica - Emerson Monteiro

Se ficar parado defronte a um televisor, assistindo calado ao drama de outros personagens, resolvesse o enigma da humanidade, já haveríamos, com saldo suficiente, descoberto a resposta procurada desde que o mundo é mundo. Porém a grande aventura continua pelas vidas adentro, na mesma tentativa igual às noites frias que atravessam os guardas noturnos e seus radinhos agarrados aos programas da madrugada, catando notícias do mais profundo mistério.
Essa tal de solidão vem de muito longe, dos tempos imemoriais. Nas primeiras imagens pictóricas da civilização, na era da magia simpática, figuras foram desenhadas nos bastidores das cavernas pelos homens pré-históricos, ali parados caçadores, de olhos grudados nas cenas de animais acesos à luz dos fachos de alcatrão, querendo planejar as expedições dos dias posteriores nas ramagens da floresta.
Hoje, velhas cenas ressurgem ao toque de alguns botões das telas incandescentes de vídeos, televisões, computadores, celulares, figuras animadas que invadem a memória, repetições de caçadas silenciosas a esfinges, que persistem noutros exemplares do animal pré-histórico que somos nós.
Sentinelas avançadas da tecnologia, apalpamos paredes rústicas de prisões deste solo comum, armados de tacapes, arcos e flechas, lanças, fuzis, lanternas amoladas, pé ante pé, no roteiro das interrogações, ladeiras adiante...
Lançamos foguetes ao espaço, que retornaram vazios, espelhos de nós próprios, calendários de asas e eras, comunicação circular das carcomidas aventuras. Mergulhamos oceanos munidos de câmeras poderosas para colher lembranças redivivas de biologias e destroços de antigamente, muralhas e algumas incompreensões mantidas entre povos dissidentes, concorrentes, a peso do ouro escondido nas entranhas da Terra.
Nisso, o tropel segue arrancando raízes, levantando poeira, sacudindo pedras, faíscas, minérios, desembalada carreira na forma de letras, palavras, apegos, fracos na carne e fortes na alma, atores de epopéias e sujeitos de saudades imensas das gerações que se foram e vão.
De jeito que aquietar os ossos chega o sono, machucados egoísmos caducos dificultam a revelação. Resta, no entanto, suplicar nas orações ao Deus desconhecido da Grécia; à Deusa liberdade francesa; ao Tupã dos ameríndios; ao Deus inexistente dos budistas; no furor dos elementos, da ciência dos alquímicos. Rezar nessa montanha silenciosa de claridade intensa, oráculo dos tempos atuais. Perscrutar, com amor, as entranhas da mãe solidão, na frente deste muro de lamentações da história e seus equívocos de porões escuros. Com tais manias, os lobos, uivando para luas de cristal, vagos sufistas de ondas eletrônicas, emitem sinais de socorro, e exaustos e sós retornam melhores dos montes distantes das ilusões contrafeitas.

Programação RAPADURA CULTURARTE

“RAPADURA CULTURARTE”
18 de Setembro de 2010
Local: Praça da Sé
Horário: 8 horas

“Dedicado ao Dia do Radialista”, 21 de Setembro, e ao  Mês da Imprensa, Setembro

01. Homenagem ao Bairro Pimenta.
Tributo de saudade ao trio Os Três do Nordeste.

02. Apresentações Artísticas e Culturais da E.E.I.E.F. Liceu Diocesano
Apresentações: E.E.F. Dom Quintino – Projeto Folclore

03. Homenagens (Medalha de Honra ao Mérito): Raimundo da Franca, Zito Borges, José Gomes da Franca (Zé Elias), Manoel Favela e Raimundo Jaguaribe

04. Histórico do Rádio e da Imprensa no Cariri ( Huberto Cabral)
Artigo: Viva o Rádio – Jorge Carvalho

05. Entrega de Diploma de Honra ao Mérito
- Radialistas do Cariri: vivos e falecidos, em atividade ou afastados
 - Emissora de rádio: Araripe, Educadora, Progresso, Cetama, Verde Vale, Tempo, Vale, Princesa e São Francisco

06. Apresentação do Reisado do Boi Crioulo – Salitre/CE  e do Grupo Urucongo – Sítio Chico Gomes – Crato/CE

07. Show Musical

Fonte: Jorge Carvalho