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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A felicidade não se compra - Emerson Monteiro

A verdadeira arte permanece, independente da transitoriedade das circunstâncias, dos acontecimentos que lhe deram origem e até da duração da existência física dos que a produziram. Em sentido inverso, a arte de qualidade duvidosa, além de não merecer classificação de arte, nasce com seus dias contados, por vezes virando lixo antes mesmo de ser conhecida.
Tal consideração quer falar de perto a propósito de um filme lançado em 1946, há mais de 60 anos, portanto, intitulado “A felicidade não se compra”, do diretor norte-americano Frank Capra, estrelado, dentre outros, pelo consagrado ator James Stewart, bem nos inícios de sua brilhante carreira.
A película em preto e branco, de duas horas e nove minutos, circulou o mundo e obteve das maiores consagrações do cinema em todos os tempos. Eis, então, uma obra de arte eterna, qual dissemos, isto em qualquer momento da história humana, digna de chegar aos apreciadores da beleza como bela mensagem de otimismo a toda prova, uma realização que encheu salas de exibição anos a fio em variados países.
Essa narrativa cinematográfica, oferecida ao público em uma fase de sofrimento coletivo recentemente provocado pela Segunda Guerra Mundial recém finda, aborda momentos difíceis de uma família do interior dos Estados Unidos, atingida por sérias privações sem, no entanto, desistir da esperança e da firmeza da fé.
Um pai de família bem situado na vida se depara, de uma hora para outra, com obstáculos que lhe comprometem a rotina da família, diante da incompreensão de outros e adversidades sociais avassaladoras.
O encaminhamento das situações segue numa escala de impossibilidades, e demonstra quase nenhuma chance ao êxito que, no desfecho emocional e clímax valioso, dar-se-á, em plena noite de Natal.
Enquanto ocorrem os desdobramentos do roteiro, o diretor transmite, em estilo magistral, a grandeza de alma que sustenta o ânimo dos personagens, envolvendo também os espectadores nos passos geniais da transposição para a tela do livro homônimo, escrito por Philip Van Doren Stern.
Raros instantes da criação artística obtiveram, pois, as glórias que esse trabalho de Frank Capra veio, com justiça, merecer, a significar bom motivo de os apreciadores da sétima arte buscarem conhecer a destacada produção do cinema internacional.