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terça-feira, 17 de março de 2009

Liberação de verbas para a cultura




Gestores municipais de cultura do Ceará estiveram reunidos em Fortaleza e ouviram do secretário estadual da Cultura, Auto Filho, a liberação de R$ 16 milhões para o Fundo Estadual de Cultura, em 2009. Dois milhões a mais que no ano passado. Metade desse valor deve ser destinado ao interior cearense. O montante será investido nos editais de apoio aos projetos oriundos da sociedade civil e em diversas áreas culturais como teatro, dança, cinema, música e artes plásticas.

Durante a reunião, foi elaborado um calendário regional turístico cultural para todo o Estado que envolverá eventos promovidos pelos Municípios, Estado e União. O calendário vai ser implantado parcialmente no segundo semestre deste ano e integralmente a partir de 2010. Tem por finalidade evitar choques e superposições de acontecimentos culturais, justificou o secretário Auto Filho.

Para ter acesso aos recursos, as prefeituras são obrigadas a criar a Fundação Municipal de Cultura, o Conselho ou mesmo a Secretaria de Cultura. Em todo o Ceará, dos 184 municípios apenas 90 possuem esses órgãos culturais.

As cidades de Crato, Juazeiro e Barbalha, no Cariri, já têm o sistema implantado. Para a secretária de Cultura do município cratense, Danielle Esmeraldo, a parceria com o Estado ajudará a fortalecer a cultura regional, notadamente. Mas segundo ela, o valor precisa ser bem distribuído em todas as regiões cearenses e não beneficiar somente a Região Metropolitana de Fortaleza.

De acordo com a secretária de Cultura de Juazeiro do Norte, Glória Maria, todo valor direcionado à cultura é importante. Entretanto, ela afirma que o valor ainda não é suficiente para cidades como Juazeiro do Norte, que é considerada uma referência quando se trata de manifestações culturais.

Já o secretário de Cultura de Barbalha, Dorivan Amaro, considera a iniciativa é importante porque favorece o crescimento das manifestações culturais em todo o estado. “As ações ficavam muito centralizada na região metropolitana e este incentivo vai possibilitar que a cultura do estado cresça de forma igual, tendo em vista que a região do Cariri é muito rica culturalmente”, afirmou o secretário.

Jornal do Cariri

Cariri pode receber investimentos de R$ 42 milhões




Após ampliar a Farmace Indústria Químico-farmacêutica Cearense Ltda, com sede em Barbalha, em um investimento de R$ 30 milhões, o empresário e deputado federal Manoel Salviano já tem pronto um novo projeto que poderá colocar o Cariri no mercado nacional de medicamentos: trata-se da implantação de uma fábrica de antibióticos com recursos da ordem de R$ 42 milhões. O dinheiro - oriundo de empréstimos do BNB, já está assegurado. Salviano já avança na elaboração do projeto arquitetônico, de formulação (composição química) e tecnologia com estudos da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).

A Fiocruz é a responsável pela elaboração e definição da fórmula dos antibióticos a serem produzidos pelo novo empreendimento do Grupo empresarial de Manoel Salviano. "Estivemos na Fiocruz e acertamos novos detalhes na assessoria técnica e de consultoria para a fabricação dos medicamentos'', disse Salviano, após reunião com o Presidente e Vice-presidente da Fiocruz, respectivamente, Paulo Gadelha e Carlos Gadelha. A nova indústria farmacêutica, se instalada no Cariri, colocará a Região entre as grandes produtoras de medicamentos do Norte e Nordeste. Mesmo com todo o processo de financiamento assegurado, a nova indústria farmacêutica ainda não tem definido o município que irá sediá-la.

Jornal do Cariri

Artigo: "O Novo acordo orotográfico"




Por que é tão difícil compreender textos escritos em Portugal? Por que o Português de Portugal é diferente do nosso? Para que adotar um Novo Acordo Ortográfico?
Refletindo essas e outras perguntas, percebeu-se a importância em unificar o nosso idioma, o único que permitia duas ortografias oficiais e, por isso, prejudicava a redação de documentos e tratados internacionais e dificultava a divulgação e a promoção do idioma e a publicação de obras de interesse público. Era o que defendia o filósofo Antônio Houaiss, o principal responsável pelo processo de unificação aqui, no Brasil.

O Novo Acordo Ortográfico abrange Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

No Brasil, calcula-se a alteração em 0,5% do total de palavras, abordando, principalmente, o trema, algumas regras de acentuação e de hífen e o acréscimo das letras k, w e y. O trema é simplesmente abolido, embora a pronúncia continue a mesma. O acento agudo de ditongos abertos ei e oi das paroxítonas também desaparece, então, temos agora assembleia e ideia. As palavras homófonas não terão mais o acento diferenciador, como pára (verbo) e para (preposição), exceto pôr (verbo) e por (preposição), têm (verbo no plural) e tem (verbo no singular) e pôde (verbo no passado) e pode (verbo no presente). Desaparece também o acento circunflexo nas palavras terminadas em oo e ee : voo, enjoo, leem. O hífen também deixa de ser empregado em alguns casos, dentre os quais quando o prefixo termina em vogal, e o segundo elemento começa com as consoantes s e r. Nesse caso a consoante é dobrada.

Teremos então palavras como antissocial e contrarregra. Se a última letra do primeiro elemento for diferente da do segundo, o hífen também sai, ficando semiárido e infraestrutura. Mas, se a última letra do primeiro elemento for uma vogal igual à primeira do segundo, emprega-se o hífen e teremos micro-ondas e anti-inflamatório. Esses são somente alguns exemplos.

A repercussão do Novo Acordo Ortográfico faz surgirem várias criticas, principalmente quanto ao termo "unificado", pois se levantam questionamentos a respeito do abismo existente entre os dois principais países lusófonos, mas vale esclarecer que, com o Novo Acordo, a diferença será apenas fonológica, assim como já há entre regiões dentro do Brasil.

Outras críticas vêm de Portugal. Há até Manifesto-Petição on-line rejeitando a adoção do Acordo. Eles questionam as motivações e temem os resultados que, segundo os portugueses, beneficiarão o Brasil, porque o poderio das editoras brasileiras passarão a concorrer com as portuguesas no mercado africano.

Quanto à política, o questionamento é o benefício que a unificação trará para ela e para a diplomacia dos países lusófonos. A ONU (Organização das Nações Unidas) pode adotar a Língua Portuguesa como oficial, o que seria uma estratégia para o reconhecimento e a promoção dos países participantes da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), principalmente no momento da defesa da posição do Brasil como membro efetivo do Conselho de Segurança da ONU.

Não é preciso preocupação em aprender apressadamente as regras. O prazo para adaptação é de até 31 de dezembro de 2012 (em livros, vestibulares, provas e concursos públicos). Aconselham-se um estudo das novas regras nos manuais que já estão à venda nas bancas e livrarias e um cuidado especial nas escolas, ao repassar o Novo Acordo.

Nair Cristina Cartaxo Leite.
Lingüista (UNICEUMA - Centro Universitário do Maranhão), professora de pós-graduação e Especialista em Língua Portuguesa e Literatura (Faculdade Atenas Maranhense).


Texto publicado na edição de hoje do Jornal do Cariri.
imagem: http://img522.imageshack.us/img522/4028/acordoortograficogf3.jpg

Artigo: "Uma Cidade em Reflexão"



Sempre acompanhando o dia-a-dia do nosso Crato, escrevo para jornais da região vários assuntos. Já denunciei o descaso com nossas praças, a não conclusão do estádio Mirandão, a construção de um terminal rodoviário intermunicipal, uma nova estação rodoviária, áreas de lazer nos nossos bairros, com o incentivo ao esporte, à dança, ao teatro, à musica. Um matadouro público, cinemas na cidade, um projeto de arborização envolvendo as escolas do município, estimulando as crianças e jovens de hoje ao cultivo de árvores, conseqüentemente, uma melhor arborização da cidade.

Instalação de bibliotecas nos sítios, distritos e bairros, como um despertar para leitura diária dos nossos jovens, de nossas crianças. Oficinas com os nossos mestres da cultura popular em nossas praças, em nossos bairros, em nossos distritos, bem como com os nossos artesãos, nos referidos locais da cidade, sendo essa uma maneira da criança, do nosso jovem sair da ociosidade, do vício, trazendo um enorme benefício para a formação cidadã dos mesmos.

Fiz essas colocações após os festejos carnavalescos, pois durante esses dias que antecedem a quaresma, “dei” várias “voltas” no centro da cidade e notei a ausência de estímulo, a carência de “alegria” para o nosso povo, “alegria” essa que presenciei há 20, 30 anos passados, quando a nossa gente, o nosso povo, esbanjava euforia em festejar o carnaval nas ruas Dr. João Pessoa, Miguel Lima Verde, Praças Siqueira Campos e da Sé. Domingo e terça de carnaval, os nossos bairros e o nosso centro da cidade eram só euforia com os ensaios das nossas escolas de samba, com a avenida decorada e iluminada, crianças, jovens, senhores, senhoras, vovô e vovó eram alegres foliões e os turistas “enchiam” a nossa cidade em casas de amigos, familiares e hotéis.

Quem animava? A nossa bandinha municipal, à frente o maestro Azul. Crato Tênis Clube, à noite, era pequeno para tanta gente. E na quarta-feira de cinzas descendo do Tênis e indo “pular”, “brincar” e sentir o orgulho, a alegria, a auto-estima de ser cratense, de ser feliz, na praça Siqueira Campos. Essa alegria, essa auto-estima, essa euforia, a nossa elite política tirou do povo, arrebatou. Justiça faço a dois ex-prefeitos que mantiveram, apoiaram, incentivaram de coração o nosso carnaval: Ariovaldo Carvalho e José Aldegundes (Zé Adega). Não só o carnaval, mas o esporte, a música, o São João... Quem há de esquecer a construção do estádio Mirandão? O Chama (Festival de Música Regional), o nosso futebol de salão próprio com o próprio Zé Adega presente ao lado da seleção do Crato? A prevenção para se evitar colapso de água na cidade com a construção de caixas d’água em vários pontos da cidade, as ladeiras de acesso aos bairros Caixa D’água e Casas Populares. Sede própria da Prefeitura Municipal, asfalto em nossas principais ruas, doação de terreno para as escolas de samba da cidade, Colégio Polivalente, atendendo um bairro inteiro que hoje é uma cidade.

Procurei trazer para os saudosistas e para aqueles que não viveram aquelas administrações, essas importantes realizações desses dois administradores nos anos 70 e 80, fazendo justiça aos mesmos, associando os dois a grandes carnavais vividos por nossa cidade em referidas décadas.

Jorge Carvalho
Professor e radialista