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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Geraldo Junior - Amor Treme-Terra (Revolução Cabaçal)

Geraldo Junior - Mais Tarde, Mais Forte.avi

O Nascimento da Consciência Ecológica

O Nascimento da Consciência Ecológica
Luiz Domingos de Luna*
deuteronomioarte@ig.com.br
O cheiro dos seres humanos é algo muito forte, via de regra, usamos os nossos sentidos como janelas para o mundo individual, de fato, a silhueta do homo sapiens corrobora para a o egocentrismo do nosso ser, nós somos meros captadores e consumidores de meio externo, porém, não há uma preocupação com a natureza, até parece, que esta despreocupação está timbrada no nosso DNA, em prosseguimento, as formas sociais vão desenhando o espaço pensamental de cada um, pois, vive-se numa eterna fábrica de seres humanos, ou desumanos, o circulo cultural permeado, tem um potencial modificador, capaz inclusive, de mascarar o direcionamento biológico na conspiração cotidiana de destruição do espaço, ao custo de reclames da mãe natureza, a chorar eternamente em berço esplêndido. Por enquanto e até quando?O Contrato Social é a base, ou motor primeiro, para a harmonia do homem no espaço tempo, vez que, um contrato obsoleto cria sempre a preocupação com o substrato dos seres humanos na fixação no planeta terra, masmorras para sociedade, ou presilhas inoportunas, que inviabilizam a harmonia na floresta humana e, na maioria das vezes, um deserto árido para o meio ambiente.O Nascimento pleno da consciência ecológica nasce, quando o ser humano for capaz de colocar a sua objetiva para o mundo exterior, observar a paisagem existencial geográfica, observar que o disforme ecológico, é uma coletânea dos disformes individuais e sociais, a elasticidade do tempo, esta geléia vai ganhando corpo, solidez e unicidade. É este monstro que assusta a sociedade e a coletividade humana como um todo - O Homem como o centro de destruição do planeta terra. Falta ao ser humano o pigmento radioativo do bem comum, em todas as suas dimensões, desde o menor tecido sociológico ao maior.
Desde o mais frágil ecossistema(...) Enquanto não existir uma conscientização de contrato social que dê a legitimidade, a legalidade as inúmeras espécies que formam a variante do conjunto da totalidade, do todo em partes, da biodiversidade existencial, das forças internas presente em cada um, para a disposição, da aptidão do estar sempre a serviço do bem comum e, do crescimento com sustentabilidade ecológica, por que no final das contas, somos a massa humana planetária em movimento, num carrossel giratório, na roldana deste tapete tortuoso – todo planeta sofre, se abala e chora.
(*) Professor- Aurora -Ceará
(*) Colaborador do Blog Cariri Agora

Blog é coisa séria – por Armando Lopes Rafael



Outro dia, conversando com uma respeitável senhora da sociedade cratense, ela comentava o fato de um blog local ter virado espaço desregrado, licencioso e indisciplinado para postagens explícitas libidinosas e libertinas de genitálias. E eu acrescentei: dá abrigo, também, para matérias contra crenças religiosas, o que é proibido pela Constituição.
O preâmbulo acima foi necessário para chamar a atenção para uma notícia divulgada ontem na Internet, segundo a qual o ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral–TSE, decidiu multar em dez mil reais dirigentes do PSDB por causa de comentários de leitores veiculados no site do partido Gente que Mente (www.gentequemente.org.br). O relator concordou com a ação do Ministério Público Eleitoral segundo a qual os cinco comentários feitos numa matéria com críticas à Dilma Rousseff ferem a legislação eleitoral.
Daí porque é pura ingenuidade dizer que os blogs podem ser feitos sem censuras ou sem firulas. Ou que os colaboradores dos blogs podem postar o que quiserem, sem serem vigiados ou amordaçados.

Os blogs – os chamados diários da Internet – surgiram há cerca de cinco anos, numa evolução do que era usado apenas pela garotada para buscar relacionamentos ou expor sua intimidade. Em algumas nações ainda submetidas a ditaduras, os blogs transformaram-se numa trincheira da liberdade de expressão. Daí o medo que os ditadores têm dos blogs. Isso vem acontecendo em Cuba, na China e na Venezuela, dentre outros países onde a força das armas silencia a manifestação do pensamento.
Hoje os blogs viraram coisa séria. Os chamados “blogueiros” conquistaram espaço na mídia. Suas atividades são acompanhadas pela sociedade. Daí a exigência de responsabilidade e seriedade tanto para quem posta, como para quem faz comentários no blogs.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

terça-feira, 29 de junho de 2010

Pensamento para o Dia 29/06/2010


“Mesmo a casa mais confortável, equipada com todos os luxos que o homem pode desejar, mesmo pilhas de tesouros são impotentes para dotar alguém de paz (Shanti). Essa pode ser conseguida apenas pela rendição a Deus, que é o núcleo mais íntimo de uma pessoa, a própria fonte de toda a vida e do viver. Considere isso: aqueles com sorte suficiente para possuírem riqueza, ouro, propriedades e conforto estão tendo paz? NÃO! Homens altamente cultos ou de extraordinária beleza ou de força física sobre-humana ao menos todos esses estão em paz consigo mesmo e com o mundo? NÃO! Qual é a razão da miséria mesmo para eles? A razão é que eles se esqueceram da Base Divina da Criação, bem como ignoraram o Princípio Fundamental Absoluto. Todas as vidas vividas sem Fé e devoção pelo Único Supremo Senhor são horríveis; vidas gastas sem saborear o Néctar do Princípio Divino são todas oportunidades perdidas.”
Sathya Sai Baba

segunda-feira, 28 de junho de 2010

IDÉIAS CABEÇUDAS

Pedro Esmeraldo

Ainda continuamos na luta e com certeza não vamos esmorecer, pois temos como objetividade defender os direitos do cidadão que preza pelo bom patrimônio do serviço público. Não somos hostis e nem incompreensíveis, só queremos permanecer em um estado de direito correto e agradável a todos. Por isso, estamos aqui na luta contra a emancipação de distrito inadequado e com pensamento obscuro a querer elevar-se a um grau de superioridade. Nesse caso está incluído o distrito de Ponta da Serra.

Prezado amigo historiador Antônio Correia, homem simples, possuidor de educação finíssima, de estilo puro, não desrespeitador de idéias alheias, queremos combater o seu pensamento dúbio de querer elevar à categoria de cidade o distrito inconseqüente que até agora não atingiu ao ápice de padrão superior.

Deixem de lado esse pensamento de fanfarrice (“ação dita ou maneira de fanfarrão”) de querer, juntamente com o religioso, separar esse distrito da cidade do Crato. Afastem de si essas idéias caturras que só nos causam nojo.

Lembramo-nos que uns distritos de Fortaleza, que são realmente equilibrados financeiramente e socialmente não pensam em se desmembrar da capital. Permanecem juntos, gozando de todos os direitos de que gozam todos os bairros da cidade e não pensam em separar-se da cidade.

Dizem que, quem quer ser grande, que nasça viçoso; por quanto permanecemos com o nosso dever de continuar unidos, lutando com o crescimento demográfico em equilíbrio de moralidade constante a fim de atrair forças que poderiam dar um poder magnífico de coesão que satisfaça ao bom desempenho na construção das máquinas administrativas.

É claro que todos almejam subir, mas convém dizer que devemos permanecer cautelosos, pois caso contrário, poderemos cair num fosso abismal, onde permaneceremos em caminho do desengano, do desrespeito com pernas quebradas, caindo no desengano de causas onde permanecerão de pires na mão, solicitando ajuda ao Estado.

Não podemos auferir lutas compensatórias por que não temos uma mente arejada para criarmos idéias sadias e que poderão elevar ao homem o pensamento positivo. Viverão chorando, choro minguado eternamente como a cantiga da perua, pior a pior e serão humilhados junto aos políticos quando estiverem nas ocasiões amargas.

Escutem-nos senhores, olhem para o futuro, pensem no dia de amanhã, pois ninguém saberá o que vai acontecer, mostrem que são dinâmicos, capacitados, batendo com a mão no peito dizendo: somos os maiores defensores a um bairro da cidade do Crato.

Crato, 24/06/2010

domingo, 27 de junho de 2010

Show da Banda Black Dog.


Aconteceu. Não virou manchete, mas virou uma epidemia entre os amantes de um gostosíssimo Rock and Roll. A Banda Black Dog veio ao Cariri e dele está possuída, e nós caririenses também. Foram dois pockets-shows e um super show. Primeiro, dia 18 no SESC Crato, com a produção local do Centro Cultural Banco do Nordeste. Os caras fizeram uma apresentação básica de uma hora, no formato de show-de-rock-em-teatro. Uma bela apresentação que fez lotar aquele espaço fantástico do teatro do SESC do Crato. No dia seguinte, 19/06, a primeira apresentação do dia foi no Centro Cultural do Banco do Nordeste, aquele que é o centro cultural referência no nosso Cariri. O show começou por volta das 20h. Quem foi adorou e os caras fizeram também uma apresentação memorável. Mas foi mais adiante, lá por volta das 23h que os caras realmente arrebentaram. Botaram rock na veia da galera. O ambiente? Nada mais perfeito que o Pink Floyd Bar. Aquele espaço maravilhoso onde você pode sentir o clima mais que bacana de liberdade, prazer e alegria. Os quatro cachorros pretos, não entendiam aquilo. Eles ficaram de queixo caído, literalmente. Como pode se chegar ali, a cerca de 9km do centro do Crato, gente de Crato, Juazeiro, Barbalha e mais algumas outras cidades do Cariri? E para ouvir Led Zeppelin? Que locura era aquela? Mas a loucura aconteceu. E veio carregada de muita energia. A noite prometia. As 21h a gostosíssima banda NIGHTLIFE entrou em cena para nos trazer a magia dos flashes backs dos anos 70/80, com aquele seu formato único de se apresentar sentados. Antonio do baixo, Marquinhos e cia fizeram a abertura do show do Black Dog e muito nos honraram com sua brilhante apresentação, sempre. Por volta das 23h a Black Dog acho que soltou algum "raio paralisante qualquer". As pessoas não conseguiam dançar! Ficou grande parte do público de braços cruzados, de frente pra banda, olhando os caras tocar! Aí, quem ficou de queixo caído foi a galera!Mas calma! Isso não foi todo o tempo! Quando, lá pela terceira ou quarta música, os caras sentiram a simbiose e ela realmente aconteceu, a festa se tornou um vírus. Um vírus que se alastrou por todas as cabeças do bar, inclusive de Erisvaldo (o Pink) e Sandra, donos da casa. Foi delírio geral. A festa foi um completar-se mútuo. Banda, galera, produção, donos da casa. Ninguém conseguia parar mais. Parecia que soltaram algum gás de efeito naquele ambiente, que a todos contaminou. A alegria e o rock estavam juntos. A Banda Black Dog marcou a nossa produção. Marcou o pink Floyd Bar. Marcou o coração da galera.
A emoção continuou por mais alguns dias. Os caras ficaram ainda o domingo e a segunda-feira aqui junto conosco. Conheceram mais um pouco da nossa terrinha. Conhecemos alguns outros projetos da banda. Conhecemos-nos mais. Pintou outros trabalhos, outras idéias, outros projetos. Pintou muita energia, muitos planos para o futuro e a sensação de que esse contágio mútuo vai dar ainda grandes encontros e realizações.
Gostaria de agradecer às empresas e pessoas que nos deram a força para que o evento rolasse. A Prefeitura Municipal do Crato, A Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Crato e ao SEBRAE Crato pelos apoios culturais. Às empresas Porão do Rock, Posto São Miguel, Moto Shopping Suzuki, Cevema, Frank Tatoo, Clínica da Bike, Nap Informática, Posto Palmeiral, ao Grupo São Geraldo e a Pororoca, por patrocinar esse evento que veio marcar a nossa região do Cariri. Obrigado a todos. Obrigado também ao amigo Junior Balu, pela cessão do seu espaço, sua casa, para "abrigar" essa querida banda. A casa de Balu se tornou o nosso "QG", onde a banda se sentiu bastante confortável e curtiu a maravilha da companhia dessa grande figura caririense. e por último gostaríamos de agradecer a Ives, Fernando, Daniel e Christian, os Cachorros Pretos. Pelas suas performances, pelos seus talentos, pelas suas amizades e força. E mais ainda por tudo que aconteceu e como aconteceu, marcando para sempre os nossos corações e mentes. A Banda Black Dog nos trouxe o Led Zeppelin ao Cariri. Só isso e nada mais. Daqui pra frente, tudo será completamente diferente, porque nós queremos. Assim seja.

sábado, 26 de junho de 2010

Tiradentes não morreu na forca ???

Será que até nisso fomos enganados ???

Novos estudos históricos apresentam uma Inconfidência Mineira diferente daquela que narram os livros didáticos. Embora a historiografia oficial considere a Inconfidência Mineira (1789) como uma grande luta para a libertação do Brasil, o historiador inglês Kenneth Maxwell, autor de "A devassa da devassa" (Rio de Janeiro, Terra e Paz, 2ª ed. 1978.), que esteve recentemente no Brasil, diz que "a conspiração dos mineiros era, basicamente, um movimento de oligarquias, no interesse da oligarquia, sendo o nome do povo invocado apenas como justificativa", e que objetivava, não a independência do Brasil, mas a de Minas Gerais.

Esses novos estudos apresentam um Tiradentes bem mudado: sem barba, sem liderança e sem glória. Segundo Maxwell, Joaquim José da Silva Xavier não foi senão o "bode expiatório" da conspiração. (op.cit., p.222) "Na verdade, o alferes provavelmente nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos mais amplos do movimento." (p.216) O que é natural acreditar. Como um simples alferes (o equivalente a tenente, hoje) lideraria Coronéis, Brigadeiros, Padres e Desembargadores?

A Folha de S. Paulo publicou um artigo (21-4-1998) no qual se comentam os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Corrêa. Corrêa defende que Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Ele começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembléia Nacional francesa de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que tratava-se da assinatura de Tiradentes. Segundo Corrêa, um ladrão condenado morreu no lugar de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida pela maçonaria. Testemunhas da morte de Tiradentes diziam-se surpresas, porque o executado aparentava ter menos de 45 anos. Sustenta Corrêa que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva (maçon, amigo dos inconfidentes e um dos Juízes da Devassa) e embarcado incógnito para Lisboa em agosto de 1792.

Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado, mas outra pessoa, e que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo.

"Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo Brasil.”

Como só tinha uma, talvez Tiradentes tenha preferido ficar com ela.

NE: Matéria enviada por e-mail por Renato Casimiro.

FIDELIDADE ACIMA DE TUDO

Pedro Esmeraldo

Muitas vezes, nós nos enganamos, pois sempre procuramos dar guaridas aos distritos com prioridades e com “STAFF” para que viessem se agrupar ao quadro de comportamento digno de progresso urbano, coisas que reúnem em si os caracteres que distinguem uma classe social de nossos tempos.

Maldita a hora em celebrar esses fatos de desenvolvimento, pois sempre não nos compreendem e nem sempre em suas reivindicações, não retribuindo com gratidão e solicitude de nobreza de uma sociedade justa e digna já que não fomos reparados com modos, pelo menos até agora, todos os benefícios recebidos. Ainda não nos compreendem e praticam a insubordinação. É irrelevante e não nos reconhecem como verdadeiro pai de uma classificação distinta. Contaminados por conversas amaldiçoadas, e por falsos líderes políticos, onde predominam a corrupção; dizem que é bom para o Crato e a cidade não tem nada a perder: o povo por sua vez é ingênuo acredita em conversas lisonjeantes de políticos, permanece fustigado e dilacera a cidade do Crato, já que desejam arrebatar o que temos de bom.

Não gostamos de ser repelidos pela ingratidão de um povo que só obteve grandes melhoramentos, dignos de uma sociedade merecida e trabalhadora. Ao mesmo tempo, não possui a compreensão expressiva.

Avisamos que temos desgosto desses filhos ingratos, visto que não procuram integrar-se ao meio e vivenciar de voz vibrante apregoando tolices contra a cidade mãe, cometendo disparates aleatoriamente, ouvindo burrices de “alguns deputados malditos”, deixando de lado a contemplação de pessoas qualificadas da terra e evoluídos que trazem a paz, a união e o progresso.

Temos medo desses filhos ingratos porque são silenciosos, “vivem tramando” baixo desempenho, trazendo toda a sorte de gaiatice zombeteira e se possível, praticam até atos embusteiros como foi arrecadado ultimamente, arrebatando um quinhão de terra do distrito de Santa Fé, tudo isso causado com o conhecimento das autoridades, já que isto é, sem mais nem menos, fazem vista grossa ao favoritismo desse povo que está sendo apoiado pelas autoridades legislativas, pois até agora, não tomam nenhuma providência séria a esse respeito.

Quiséramos que toda a população gritasse contra essas mazelas que ora estão acontecendo aqui no Crato, mas não; preferem ficar quietos e não praticam nenhum movimento contrário.

Não aceitaremos de bom grado essas atividades desfavoráveis para nós, visto que não poderemos permanecer mutilados e aqui parada uma cidade distorcida pelas artimanhas desses políticos maldosos, corruptos e que afirmam: para melhor compreensão deveríamos transformar esses distritos em alguns aglomerados urbanos acoplados a essa cidade, visto ser aproximado da zona urbana e por certeza sairíamos contemplados em futuro próximo de um recanto elegante e de prosperidade e que por sua vez melhoraria a sua situação urbanista e seria protegido pelas águas abençoadas das zonas metropolitanas do Cariri.

Não teríamos uma distribuição de pobreza e avançaríamos com fé e coragem da magnitude urbana.

Cratenses: tomem cuidado com os abutres inimigos que estão ao nosso lado, buscando votos. Não se deixem enganar, não dêem atenção às suas conversas ardilosas que vem aqui buscar benesses e nada mais. Trazem esses políticos cratenses que são verdadeiros entreguistas e facilmente prejudicam o Crato com conversas ocas, dando tapinhas nas costas dizendo: somos amigos dos pobres. Não tenham medo deles, pois são o ópio dessa cidade.

Quando lhe oferecer tratamento médico recusem, porque aqui no Crato tem o tratamento médico do SUS que é para servir a toda população do Crato.

Crato-CE, 20.06.2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pensamento para o Dia 25/06/2010


“Obtenção de posições de autoridade e poder, de habilidade e inteligência que podem manipular pessoas e coisas, de fama e supremacia, de encanto pessoal, de boa saúde e felicidade ou de uma grande família com muitos filhos ou riqueza... nenhum desses pode conferir libertação. Você não pode alcançar libertação empreendendo sacrifícios, votos, caridade, peregrinação ou doações para projetos sagrados. Embora o mundo objetivo pareça real, você deve estar ciente de que está se iludindo. Você deve abandonar a ânsia por prazer decorrente dos objetos que surgem e atraem - agora e no futuro. Somente a renúncia pode levar à imortalidade. Você será libertado assim que renunciar a seu apego e desejo.”
Sathya Sai Baba

O alcoolismo - Emerson Monteiro

Das primeiras vezes, acha-se divertido. Envolve-se. Alegra-se. Facilita participar de grupos sociais com mais satisfação. Torna-se um passaporte para novas amizades. Fácil de encontrar, a bebida se oferece nos variados recantos deste mundo dito civilizado. Torna-se algo semelhante a sonhar de olhos abertos.
Mas que fica apenas nisso mesmo. Depois de algum tempo, qual dragão indomável, o vício sujeita a vida e o que antes era sonho torna-se pesadelo a desafiar o ser humano e sua força de reagir e se libertar.
Eis o alcoolismo, flagelo indescritível dos dias atuais. Monstro devorador da personalidade, intruso destruidor de famílias, de jovens e adultos, homens e mulheres, ricos e pobres, de esperanças e ideais. Tudo sob a permissão das instituições, fonte de lucros tributários e origem de receitas empresariais.
Hoje, o alcoolismo vem sendo analisado sob outros prismas e passa a ser considerado pela ciência como um mal de solução difícil, agente nocivo desagregador de graves riscos à saúde pública.
Quando termina o dia de trabalho, começam os litígios. Pais de família saem pelos bares e casas de espetáculos a satisfazer o cruel instinto da sede alcoólica, expostos à sanha perversa de piores consequências, porquanto portas se abrem fácil a quem busca as malhas do vício.
A aceitação social, a falta de prevenção e publicidades enganosas são as principais fontes que explicam a quantidade de pessoas que abusam do álcool. A falta de conscientização e o desconhecimento dos efeitos do álcool levam jovens e mulheres grávidas serem parte dos grupos de risco.
A isto tudo pode somar o vazio que gira em torno das pessoas que sofrem dessa doença. O problema com os jovens, e, sobretudo, com os adolescentes, é o alto grau de violência que o excesso de álcool neles ocasiona, como também a quantidade de acidentes de trânsito que produzem quando se encontram em tal grau de alteração. Costuma acontecer, também, que um adolescente beba até chegar a limites perigosos, simplesmente para fazer graça com o grupo de amigos.
No caso das mulheres em período de gestação, o abuso de álcool nas primeiras semanas de gravidez pode produzir uma formação defeituosa no crânio, no rosto e deficiência mental no feto. É por causa disso que normalmente se aconselha às grávidas que a se absterem de beber durante os primeiros três meses de gravidez, e que depois, se houver vontade de beber, que o faça com moderação. Como normalmente a mulher fica sabendo do seu estado de gravidez após a concepção, é muito perigoso que ela beba em demasia. Um outro grupo de risco são os desempregados e aqueles trabalhadores denominados não qualificados, pois eles se dedicam ao consumo de bebida alcoólica em excesso por causa das condições sociais nas quais estão obrigados a viver.
O segundo fator encontra o seu componente mais forte na pobreza. O álcool é uma droga a mais, e em alguns casos, é muito mais fácil de adquirir do que outros elementos nocivos. Por causa disso, algumas pessoas humildes e de baixos recursos intelectuais e culturais buscam afogar os problemas e prejuízos sociais na bebida, mais barata e fácil de conseguir que outro tipo de droga.
Abrir os olhos o quanto antes, eis a forma de se garantir uma vida saudável e livre dessas mazelas suicidas a que muitos se submetem nem sempre por falta de aviso.

Programação do Seminário Cariri Cangaço – Por Manoel Severo



O Cariri Cangaço e Uma Promoção da Cariri do Brasil, Uma Realização das prefeituras municipais de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Aurora, URCA / PROEX e Ainda o Apoio da SBEC , do Tribunal Penal Internacional, do Centro Pró- Memória, do ICVC , da Fundação Memorial Padre Cícero, do Blog do Crato, da Associação de Cordelista de Crato, do Ponto de Cultura Lira Nordestina, do SEBRAE, do SESC e do Centro Cultural Banco do Nordeste , o Grupo Empresarial Guanabara, Revista VinteUM Nordeste e ágora Geopark Araripe .

O Seu Evento TEM Início marcado Para o Próximo dia 17 de agosto na Cidade de Barbalha, se estendendo Até o dia com 22 Encerramento marcado Para a Cidade de Juazeiro do Norte Ainda Mantendo , , intensa agenda de Atividades NAS Cidades de Crato, Porteiras , Aurora e Missão Velha.

PROGRAMAÇÃO OFICIAL

17 AGOSTO 2010 - Terça-Feira
Abertura - Cine Teatro de Barbalha
19:00 h - Solenidade Oficial de Abertura

19:30 H - Conferência
José Rufino
Antônio Amaury Correia de Araújo - São Paulo
MESA
Lemuel Rodrigues - Mossoró RN
Honório de Medeiros - Natal RN
Aderbal Nogueira - Fortaleza CE
Ivanildo Silveira - Natal RN

18 AGOSTO 2010 - QUARTA FEIRA -
Sítio Caldeirão do Deserto - Crato
09:00 H - Conferências
Religiosidade , MOVIMENTOS SOCIAIS E MEMÓRIAS
Lemuel Rodrigues da Silva - Mossoró RN
Antonio Conselheiro - PERFIL
Múcio Procópio - Natal RN
MESA
Manoel Severo - Fortaleza CE
Sávio Cordeiro - Crato CE
Sandro Leonel - Crato CE
Manoel Neto - Salvador BA
Salão de Atos da URCA - Crato

19:00 h - Conferências
OS CORONÉIS E OS MISTERIOS DO ATAQUE DE LAMPIÃO A Mossoró
Honório de Medeiros - Natal RN
Theophanes TORRES
Geraldo Ferraz - Recife PE
MESA
Raimundo Marins - Salvador BA
Océlio Teixeira - Crato CE
Paulo Britto - Recife PE
Magérbio de Lucena - Crato CE

19 AGOSTO 2010 - Quinta-Feira
Memorial Padre Cícero - Juazeiro do Norte
19:00 h - Conferências
O Pacto DOS CORONÉIS
Renato Cassimiro - Juazeiro do Norte CE
LAMPIÃO EM SERGIPE
Alcino Alves Costa - Poço Redondo SE
MESA
Manoel Neto - Salvador BA
Renato Dantas - CE Juazeiro do Norte
César Megale - Natal RN
Juliana Ischiara - Quixadá CE

20 AGOSTO 2010 - SEXTA FEIRA -
Câmara Velha - Missão Municipal
19:00 h - Conferências
Delmiro Gouveia
David Bandeira - Maceió AL
Eloísa Bandeira - Brasília DF
CORONÉIS do Cariri
Bosco André - Missão Velha CE
MESA
Ângelo Osmiro - Fortaleza CE
Gilmar Teixeira - Paulo Afonso BA
Carlos Rafael Dias - Crato CE
Rostand Medeiros - Natal RN

21 AGOSTO 2010 - SÁBADO
Aurora
09:00 H - Conferência
80 ANOS DE PASSAGEM DA AURORA EM LAMPIÃO
José Cícero - Aurora CE
MESA
Manoel Severo - Fortaleza CE
Bosco André - Missão Velha CE
Honório de Medeiros - Natal RN
Kydelmir Dantas - Mossoró RN

Distrito de Tipi - Aurora
14:00 h - Conferência
MACEDO DO MARICA TIPI
Vicente Landim de Macedo - Brasília DF

Teatro Municipal Salviano Arraes - Crato
19:00 h - Conferências
ANTONIO SILVINO
Magérbio de Lucena - Crato CE
O cangaço RITMOS NA MÚSICA - E ESTÉTICA
Wilson Seraine - PI Teresina
MESA
Paulo Gastão - Mossoró RN
Cicinato Neto - CE Limoeiro do Norte
Emanuel Braz - Mossoró RN
Kydelmir Dantas Mossoró - RN

22 AGOSTO 2010 - DOMINGO
Marquize Teatro Branca - Juazeiro do Norte
09:00 h - Conferências
LAMPIÃO NO agreste pernambucano
Antonio Vilela - Garanhuns PE
AS ARMAS DO Cangaço
Alfredo Bonessi - Fortaleza CE
MESA
Aderbal Nogueira - Fortaleza CE
João de Sousa Lima - Paulo Afonso BA
Sabino Bassetti - São Paulo SP
Fernando Pinto - Crato CE


Tudo isso e Muito Mais , VOCÊ Encontra no: cariricangaco.blogspot.com

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pensamento para o Dia 24/06/2010


“Por conta do impacto dos objetos externos sobre os sentidos da percepção, a pessoa experimenta prazer e se confunde tomando-o como se fosse néctar. Mas com o tempo, o prazer inicialmente confundido com néctar transforma-se em veneno amargo e desagradável. Esse tipo de felicidade é felicidade rajásica. Se alguém acolhe o prazer sensorial rajásico, sua força, consciência e inteligência para alcançar os quatro objetivos humanos — retidão (Dharma), riqueza (Artha), desejo correto (Kaama) e libertação (Moksha) — são enfraquecidos; o interesse e o desejo de atingir a bem-aventurança divina declinam.”
Sathya Sai Baba

O Ceu é o Limite - Ordem Santa Cruz.

Luiz Domingos de Luna - Professor em Aurora *

Por indicação dos padres: José Gonçalves Landim, Vicente Luiz dos Santos ingressei na Ordem Santa Cruz- Penitentes -Igreja Rural Laica no ano de 1990, com iniciação solene na famosa Braúna Santa no sítio Martins – Aurora (CE), antiga emboscada de Lampião que também foi iniciado no dia 3 de junho, 1927 e eu no dia 12 de abril 1991.
Tive a satisfação de ser discípulo de vários decuriões que a exemplo do 2º patriarca da Ordem No Ceará – Padre Cícero Romão Batista – um exemplo de Fé continuada à expansão no tempo espaço.Enquanto os historiadores a bailar em lindos livros adjetivos desqualificativos sobre os integrantes da Ordem Santa Cruz, numa aliança sempre fiel com a imprensa escrita e falada, eu, a interrogar tanta virulência contra esta irmandade que, ao meu olhar, um betume consistente na argamassa do tecido sociológico a vistas para o engrandecimento da epistemologia Genética da humanidade para o bem.É fato que a historiografia da Ordem Santa Cruz, dificilmente,será folheada pelos leigos, ou mesmo pelos que têm sempre na veia a vontade de conhecer os fatos como aconteceram numa história que pulsa viva desde os mais remotos tempos.O Corpo orgânico da Ordem Santa Cruz – Penitentes – Igreja rural Laica / Santa Igreja de Roma tem um formato de repasse de fatos pela ordem costumeira, ou seja, de irmão para irmão posterior numa verdadeira corrente que, dificilmente, será fragmentada, ou corroída pela força temporal, assim, um cofre espiritual é sempre alimentado para o bem estar do mundo materializado, da colméia do convívio interativo, dos seres humanos no espaço geográfico e na imensidão social permeada a todos os viventes.É certo que a relação Estado, Igreja e Ordem tem sido pontuada sempre voltada para pontos históricos bem delimitados e ficando a ordem com o ônus dos dissabores do calor efervescente da fissura, usualmente, do mais forte, o que sempre, por esta objetiva a ordem carregará “a complexidade do centro de coesão” via de regra um peso, uma anomalia, uma desprojeção à luz.Esta visão simplista e egoísta, parte do pressuposto da própria estrutura de despreocupação com os valores temporais, e com a vida de penitencia e fé e a lealdade aos bons costumes, que sempre filtra os excessos, que por ventura possa ocorrer por parte de seus integrantes.Assim, sempre fiel ao Estado democrático de Direito, a luz da Ordem Santa Cruz terá sempre o céu como limite na problematização, aceitação e engrandecimento da heterogenia social nos umbrais da existência humana. Mas, dificilmente, deixará de ser um grande paradoxo para os estudiosos e os penitentes da literatura, e os sedentos de conhecimentos, pois a naturalização do escrito é uma força cultural muito forte e coesa na historia que, dificilmente, será reparada.
(*) Colaborador do Blog Cariri Agora
Email: deuteronomioarte@ig.com.br

Bandeiras democráticas para superar a crise - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Se você vive num país que vai parar de ter crescimento econômico por mais de dez anos e tem, hoje, dez anos de idade, não terá trabalho necessariamente tão logo o país volte a crescer. Naquele momento não foi treinado, terá mais de 20 anos e não teve educação, concorrerá por vagas com um maior número de candidatos do estoque desempregado neste período que parece pequeno na história, mas não é como se vê. Se você tiver de 40 anos a mais, a sua vida será um desastre, terá mais chance de empobrecer, adoecer e quando o crescimento voltar, já perdeu o bonde da história.

Esta lembrança vem a propósito do que ocorre, atualmente, na Europa. Os ajustes no equilíbrio fiscal são o que se chamava arrocho, queda da atividade econômica, recessão, perdas trabalhistas e desemprego. Além do mais parece que começam a surgir os sinais mundiais do que se pretendia evitar na crise mundial quando do estouro da bolha americana. O quê a Europa começa a fazer, protegendo seu sistema financeiro privado, pode não ser bem o que aparenta, mas, na verdade, a temida proteção interna dos seus mercados que implica em redução das trocas comerciais internacionais.

As contas externas brasileiras já demonstram estresse econômico por conta do seu balanço de vendas ao exterior. A Europa comprará menos, os outros se defendem e a zorra que se queria evitar pode se repetir como nos anos 30. E olhem que a situação já não era confortável quando a crise estourou.

Volte ao princípio deste texto e leia que se fala de emprego e oportunidade de emprego. O capitalismo é feito com a dualidade capital e trabalho, o capital como indutor e o trabalho como realizador. Portanto quando vemos estatísticas de desemprego estamos falando da economia real, falamos de menos realizações, menos produtos e menos renda e o ciclo se fecha em crise social e política.

A ONU acaba de alertar para a péssima situação histórica da geração de emprego mundial. Quando se diz emprego no capitalismo se fala da sobrevivência dele, pois não adianta uma produtividade de robôs se o capital é remunerado pela renda do trabalho. A conta não fecha, a miséria também onera o capital indiretamente, a insegurança social e política estressam os agentes capitalistas, mesmo as guerras podem dar “progresso” a alguns, mas destrói muitos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon alertou: “Existem 211 milhões de pessoas sem trabalho e é necessário criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o passo do crescimento”. Isso, novamente, aponta uma governança global que vá além do apagar incêndios e que se volte a instituir a história da civilização como uma boa história para todos e não apenas para alguns. Não adianta salvar bancos privados matando o progresso das pessoas.

É bom que se tenha em mente que a Governança Mundial não é um assunto apenas de G 20 ou G 8. Aí tudo é mera troca de figurinhas para deixar tudo como se encontra. De fato temos que valorizar os grandes movimentos contra a globalização, movimentos que expressam visões múltiplas sobre a realidade e a superação de seus vícios. Temos que restabelecer o espírito da Conferência do Clima em Copenhague.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Veja o Coletivo Camaradas na TV Verdes Mares

Matéria veiculada na TV Verdes Mares mostra oficina de Tambores do Coletivo Camaradas, ministrada pelo artista pernambucano Vitor Brito. É só clicar no link abaixo para ver a matéria: http://tvverdesmares.com.br/cariri/Cariri/ong-resgata-tradicoes-africanas/?tv=cariri

Documentário contará história da Mestra Zulene Galdino

A mestra da Cultura Popular Zulene Galdino que desenvolve suas atividades na Vila Novo Horizonte no Crato terá o registro do seu trabalho transformado em documentário, através do Projeto “No terreiro dos Brincantes” desenvolvido pela Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX e do Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC.


A Mestra Zulene, desde criança dançava quadrilha junina, tendo criado dois grupos, um de infantil e outro de jovens. Além da quadrilha, a Mestra mantém vivo outras manifestações na comunidade, como a lapinha, maneiro-pau e o grupo Cintura Fina.




O projeto “No Terreiro dos Bricantes” visa contribuir para memória social e afirmação da identidade e diversidade cultural das manifestações artísticas e culturais da região do Cariri. O projeto é desenvolvido através de registros audiovisuais e entrevistas com os mestres e mestras do saber popular na própria comunidade. Um dos objetivos do documentário é contextualizar a realidade socioeconômica dos brincantes. Deverão ser feitos 10 documentários, o primeiro que está em fase de finalização contará a história das mulheres do Coco da Batateira. O Projeto conta com 07 acadêmicos monitores. O primeiro registro na Vila Novo Horizonte será neste sábado, dia 26, a partir das 14h00.






Serviço:


Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho - IEC


Pro - Reitoria de Extensão – PROEX/URCA


(88) 3102-1200

Pensamento para o Dia 23/06/2010


“Você deve saber que não há fim para as encarnações que Deus assume. Ele desceu inúmeras ocasiões. Às vezes, Ele vem com uma parte de Sua glória, às vezes para uma determinada tarefa, por vezes para transformar o tempo de toda uma era, o espaço inteiro de um continente, às vezes com o mais completo aparato de esplendor. O drama desempenhado pelo Senhor e os devotos atraídos para Ele é o assunto do Bhagavatha (histórias sobre a Glória de Deus). Ouvir essas histórias promove a realização de Deus. Muitos sábios têm testemunhado sua eficácia e exaltado a glória de Deus, e eles ajudaram a preservá-la para a posteridade.”
Sathya Sai Baba

terça-feira, 22 de junho de 2010

A PROFECIA ECOLÓGICA-ESPIRITUAL DE MINHA AMIGA IEDA


Os recentes acontecimentos nos Estados de Alagoas e Pernambuco me fizeram reprisar esse texto que criei já faz algum tempo.

No início da década de 80 decidi sair da casa de meu pai para ir morar sozinho. Um ano após minha saída, por questões econômicas, mudei de endereço no mesmo bairro do Flamengo. O Flamengo é um bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro. Os aluguéis lá eram e ainda são caros. Então, encontrei uma saída econômica que era morar num quarto alugado próximo à praia. E a moradora, uma gaucha de uns 40 anos de idade, me sub-alocou um pequeno quarto confortável para mim e meu irmão mais velho. Ieda era (ou é ainda (?)) uma mulher de convicções firmes e muito simpática. Sempre sorridente, Ieda cativava a todos com sua coragem , força de vontade e fé no processo de superação de uma doença raríssima no mundo. Era muito comum vê-la dopada para suportar as dores dos pequenos nódulos que surgiam por todo o seu corpo.
Num belo dia ela me contou como ficou sabendo, com bastante antecedência, o caminho de sofrimento que teria que passar nessa vida terrena. Contou-me ela que seu avô havia planejado ir à praia (no Rio Grande do Sul onde ela morava quando pequena) com ela e um garotinho. E assim aconteceu. Saíram cedo com o objetivo de voltar um pouco mais tarde. Em dada hora, o avô percebendo que precisava fazer o lanche que levara forrou a areia com um pano e retirou da sacola uma melancia para repartir entre eles. Buscou na sacola uma faca e foi aí que percebeu que havia esquecido a mesma em casa. Por um instante ficou confuso com o fato de ter esquecido a faca. Tentou encontrar uma maneira de executar a ação. Foi aí que de repente surgiu do nada uma figura humana de um velhinho vestido todo de branco. Seus cabelos eram brancos e possuía uma grande barba branca também. O velhinho se aproximou disposto a ajudá-los. Ele fez um sinal da cruz sobre a melancia, e a melancia se repartiu milagrosamente em quatro pedaços. Após esse feito ele se apresentou como sendo Jesus Cristo. E em seguida orientou o avô dela para que não continuasse mais batendo na esposa. E quanto a ela, disse: “Você terá uma doença muito rara no mundo. Mas, não se preocupe porque é para seu próprio bem devido aos karmas adquiridos em outras vidas”. Após essa fala ele profetizou o que iria acontecer com o ser humano devido a sua ação destruidora da natureza. Ele afirmou: “Tudo o que o homem toma ou interfere na natureza provocará uma ação contrária fazendo com que surjam tempestades e todo tipo de catástrofes que envolvem a natureza. A natureza vai querer tudo de volta!”. E segundo minha amiga Ieda ele mencionou algumas cidades onde ocorreriam essas catástrofes (p.ex.: Santa Catarina, Rio de Janeiro etc).

E a partir dessa história contada por Ieda fiquei atento aos desastres naturais. E toda vez que acontece um desastre “natural” lembro-me de Ieda e do velhinho espiritual. Quando é que finalmente admitiremos que tudo está interligado: o social, o natural e o espiritual? Hoje, se discute quanto tempo temos (se é que temos) ainda para consertar os erros do passado e do presente. O mundo vive apreensivo sobre o destino da humanidade caso ações concretas não sejam realizadas a tempo para mudar o rumo da intervenção desastrosa da vida humana na Terra. Tudo será afetado: água, solo, subsolo, ar, florestas, cidades etc.: “O Sertão virará mar, e o mar virará Sertão” diz a música sertaneja. A conta desses desastres será paga por todos, principalmente os mais pobres e carentes de recursos. No COP-15, em Copenhague, se discutiu um acordo de como repartir as responsabilidades, ônus e bônus. Mas, não houve consenso de quanto cada um deverá investir e doar de si para salvar o planeta.

Enquanto isso, continuamos poluindo, desmatando e destruindo o que resta ainda de original e sagrado ao nosso redor.

Bernardo Melgaço da Silva

Pensamento para o Dia 22/06/2010


“A consciência de Deus (Brahman) não pode ser conquistada pelo acúmulo ou doação de riquezas. Ela também não pode ser alcançada através da leitura de textos, ascensão ao poder, aquisição de graus e diplomas ou realização de sacrifícios e rituais de acordo com as escrituras. O corpo é um formigueiro, com a mente no interior da cavidade. A mente tem escondida nela a serpente chamada ignorância (Ajnana). Essa serpente não pode ser morta recorrendo a atividades prazerosas (Kamya Karma). A sabedoria espiritual (Jnana) é a única arma que pode matar a serpente da ignorância. Somente a pessoa que tem fé pode garantir essa sabedoria espiritual.”
Sathya Sai Baba

América Latina reproduz no Mundial fase de avanços na economia e na política

Existe alguma relação entre bom momento político e econômico e sucesso em Copas do Mundo? Difícil dizer, mas uma região que a cada ano ganha força e estabilidade parece estar reforçando essa ideia.

Ao final da segunda rodada do Mundial da África do Sul, a América Latina pode ser apontada como o maior vencedor até agora. Enquanto potências europeias tradicionais como França, Inglaterra, Espanha e Itália temem uma precoce e humilhante desclassificação, e os africanos lutam para garantir pelo menos um representante nas oitavas-de-final, os latino-americanos se impõem sobre o resto do mundo. México e Uruguai podem se classificar juntos em um grupo onde muitos viam França e os anfitriões da África do Sul como prováveis vitoriosos. O Brasil obteve sua classificação antes do jogo final, enquanto a Argentina impressionou e já está praticamente garantida na próxima fase. O Paraguai lidera seu grupo à frente da atual campeã, a Itália, e o Chile precisa agora de apenas um empate contra a Espanha para terminar como líder do grupo. A Copa da África tornou-se a Copa da América Latina.

Seria apenas coincidência o fato de a região passar por um bom momento também fora de campo? Depois de praticamente duas décadas economicamente perdidas, de 80 e 90, que pelo menos tiraram a maior parte da região do ciclo do autoritarismo político, a América Latina é hoje levada mais a sério. Tráfico de drogas e violência urbana ainda assustam, como no caso do México. Mas a Colômbia acaba de concluir uma eleição que mostrou maturidade política e recompensou o governo por suas vitórias sobre a guerrilha. Uruguai, Paraguai e Equador recentemente elegeram governos de esquerda sem que isso desestabilizasse sua economia ou governabilidade. Peru e Brasil são exemplos de crescimento econômico em torno ou acima de 5%. Enquanto a mesma Europa que patina na Copa não consegue ver o fim de seus problemas econômicos, a América Latina saiu da crise mundial antes do previsto. Apesar do deslize de Honduras, do regime comunista cubano e de polêmicas envolvendo o governo da Venezuela, a região desfruta de estabilidade e liberdade políticas inéditas em sua história.

O passado nos reserva outras coincidências dentro e fora do campo. O tão sonhado tetracampeonato mundial brasileiro veio em 1994, exatamente quando entrava em vigor o real, a moeda símbolo de estabilidade que finalmente derrotou a hiperinflação. A vitória da Alemanha em 1990, ainda sob o nome de Alemanha Ocidental, simbolizou o nascimento de uma nova, unificada, poderosa nação, meses após a queda do Muro de Berlim. O primeiro título do Brasil ocorreu em uma época de investimentos e otimismo, durante a construção de Brasília e com Pelé simbolizando a força do Brasil emergente dos anos JK. A Argentina de 1986, apesar das dificuldades do governo de Raul Alfonsin, era uma nação confiante no futuro, três anos depois do fim de uma sangrenta ditadura militar. A Inglaterra conquistou seu único título em 1966, época extremamente estimulante para a Grã-Bretanha, com importantes mudanças culturais e sociais ao som dos Beatles e dos Rolling Stones.

Entretanto, a mesma Argentina venceu o Mundial de 1978, quando os generais estavam no auge de seu impulso repressivo marcado por milhares de mortes e desaparecimentos. A vitória brasileira no México, em 1970, ocorreu em um tempo de milagre econômico, mas também de grande repressão política, que não pode ser considerada exatamente uma fase feliz. A Itália de 2006 vivia sua tão comum realidade de governo fraco e dificuldades econômicas. Além disso, a Grã-Bretanha viveu um grande período de prosperidade de 1993 a 2008, com 15 anos de crescimento econômico ininterrupto, sem que isso fosse traduzido em bons resultados para a seleção inglesa. A boa fase de um país não é garantia de sucesso dentro das quatro linhas, e títulos foram obtidos quando o país passava por dificuldades. Mas as vitórias dos últimos dias nos campos da África do Sul coincidem com um dos momentos mais positivos da história da América Latina. A Copa do Mundo ainda está no começo, e o renascimento latino-americano está longe de estar consolidado. Mas, seja dentro ou fora de campo, los hermanos das Américas têm motivos para comemorar.

Fonte: Blog da BBC Brasil

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mais um gaucho contra a Globo - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Se começar este texto com - Brasil vence por 3 a 1, - a maioria dos leitores parariam aqui neste exato ponto. Isso já é enxurrada que passou, deixou montanhas de lixo e os lixeiros já recolheram tudo.


Acontece que a Manchete do dia na Globo não foi bem esta. Foi a briga do Dunga com o Alex Escobar. No melhor estilo provocador, o Dunga, em voz baixa, mandava brasa no Alex, brilhando a careca do rapaz com algo impensável. Para eles da Globo só restou um “editorial” no melhor estilo do Fantástico, com a voz “ferida” de Tadeu Schmitt.


Para quem viu trechos da entrevista do Dunga, observou que ele, nos intervalos entre uma pergunta e outra, balbucia palavrões contra o “príncipe” da Globo. Qual foi a sacação? Há dois anos a Globo com aquela gracinha da leitura labial pegou o Dunga na maior. Agora ele deu o troco, para que lessem seus lábios. Mas que lábios mais viperinos para o sangue azul da primazia global!


A avaliação fora de campo é que para o Dunga e seu time só resta uma alternativa: Ganhar ou Ganhar. Mesmo que vitorioso a Globo o inviabiliza, mas nisso é que vem o interesse pelo assunto. Por isso estou aqui repetindo o que todos sabem, inclusive a twittada do Cala Boca Galvão.


Não por coincidência, mas por certeza: não existe nenhuma ditadura cultural (de informação inclusive) que possa ultrapassar as veleidades de cada brasileiro em seus estados. Não adianta a Globo querer ser “as trevas que paira sobre todos”, ela continua parte interessada do seu negócio. E todo negócio tem um sotaque e um território, no caso entre Paulista e Carioca. Mais paulista.


Acontece que Dunga, como Leonel Brizola é Gaucho. Sofreu na pele aquele lenga lenga da era Dunga, quando o país ganhou uma copa no sufoco. Toda aquela geração sabe que a “campanha” que gerou o nome da suposta era, fora feita nos bastidores da Globo em alto e tronante mantra para formar conceito.


Meus amigos, esta história revela que o país ainda tem cultura regional, tem estilo próprio de cada povo e, com muita frequência, até com distinção entre os estados. E não brinque com Gaucho, que os há de bola murcha por certo, mas predominam aqueles que acostumados aos ermos imprecisos dos pampas.

PROGRAMAÇÃO DO ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA


Dia 21 (segunda-feira) – JUAZEIRO
08:00- Saída dos ônibus para Juazeiro ( URCA- Círculo Operário)
09:00-10:00 Cerimônia de abertura
10:00–11:30 Conferencia: A regulamentação do profissional de História e os desafios da ANPUH . Prof. Dr. Durval Muniz (Presidente da ANPUH)
11:30-12:30 Show de abertura
13:00 – Retorno ao Crato ( Círculo Operário- URCA)

CRATO:
14:00 Assembléia da Anpuh- Pauta: Regulamentação da profissão de Historiador
17:00 Fórum de graduação- Sala 01 do Bloco de História
19:30 a 21:30
Mesa Redonda 1 - Museus e historiadores: espaços possíveis e necessários no Ceará e no Nordeste
- Profa. Manuelina Duarte (UFG) – coordenadora
- Prof.Ms. João Paulo Vieira (projeto Historiando)
- Profa. Ms. Cristina Holanda (Museu do Ceará)
- George Macário (Museu do Crato)
Mesa redonda 2 – Arquivos públicos e privados no Ceará e no Nordeste: experiências e necessidades.
- Profa.ms. Josinete (URCA) – coordenadora
- Profa. Dra. Lúcia Guerra (UFPB)
- Diretor do Arquivo Público do Estado do Ceará
- Aristides de Arruda Camargo (diretor do Arquivo Público de Farias Brito)
- Representante do Departamento Histórico Diocesano Padre Antônio Gomes de Araújo.

Dia 22 (terça – feira) - NOVA OLINDA
08:00 – 12:00 Oficinas na URCA
08:00 Saída do Crato para Nova Olinda
09:00 Fundação Casa Grande em Nova Olinda
09:30 Apresentação dos meninos da Casa Grande
Local: Teatro Violeta Arraes (Nova Olinda):
10:00-12:00 – Mesa redonda 3 –
Arqueologia: potencialidades e dificuldades no Ceará e no Nordeste.
- Profa. Ms. Rosiane Limaverde (Fundação Casa Grande do Homem Cariri)
- Dra. Jacionira Coelho Silva- Sub-Coordenadora do Programa de Pós graduação em Arqueologia da Uiversidade Federal do Piauí
13:00 – Retorno ao Crato
16:00-17:00 Assembléia da ANPUH
19:00 – 21:30 – Mini-cursos (Crato)

Dia 23 (quarta-feira) – BARBALHA
08:00 -12:00 Oficinas na URCA
08:00 – Saída da URCA – Crato para Barbalha (Cine-Teatro)
08:30 –10:00 Visita ao Centro Histórico de Barbalha
10:00-12:00 – Mesa redonda 4
– Experiências de preservação do Patrimônio Cultural(material e imaterial) no Ceará.
- Prof. Ms. Océlio Teixeira (URCA)- coordenador
- IMOPEC
- Ricardo Oriá
- Departamento de Ptrimônio do Estado
13h – Retorno para o Crato
14h – 17:00 - Simpósios Temáticos
19:00 – 21:30 - Minicursos

Dia 24 (quinta-feira) – CRATO
08:00 -12:00 Oficinas
09:00-12:00 Simpósio Temáticos
14:00 – 16:00 Mesa redonda 5: Salão de Atos da URCA
Ensino regional e produção do material didático.
- Profa.Ms. Telvira (URCA) (coordenadora)
- Secretaria de Educação do Ceará
- Prof. Iranilson Buriti (UFCG)
- Prof.Dr. Itamar Freitas (UFSE)
- Representação do fórum de graduação do Ceará.
Mesa-redonda 6: Sala de Vídeo, pátio da Pedagogia
Pesquisa e publicação acadêmica no Ceará. (a confirmar)
- Profa. Ms. Rúbia (URCA) (coordenadora)
- Fundação Demócrito Rocha
- FUNCAP
17:00-18:00 Assembléia da ANPUH-CE (eleição da nova diretoria)
19:00-21:30 Mini-cursos

Dia 25 (Sexta feira) – CRATO
08:00-10:00 Simpósio temático
11:00-13:00 Copa do Mundo Brasil X Portugal
17:00-18:00 Conferência de encerramento com o Prof. Iranilson Buriti
18:00- 18:30 Posse da nova diretoria
18:30-19:30 Homenagem à professora Simone de Sousa
19:30- Apresentação da Banda cabaçal dos Irmãos Aniceto

Sociedade Violenta – Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A cidade de Fortaleza quanto mais cresce, mais violenta se torna. O medo toma conta das pessoas, principalmente quando o fato ocorre num lugar bem próximo de nós. Choca muito mais! Há alguns dias, na missa, o padre estava convocando a comunidade paroquial da Piedade para se reunir na praça que se localiza de frente para a igreja. Todos de branco, para rezarem pela paz, pois na semana passada, nessa mesma praça, um jovem foi baleado. Segundo depoimentos de pessoas que moram no bairro, foi vingança de um componente de outra gangue, porque esse jovem tinha atirado nele, no mesmo local, sem, contudo acertar.

São tantos problemas dessa nossa sociedade violenta: drogas, que é o mais grave dos problemas, desamor, exclusão social, famílias destruídas, violência doméstica, materialismo, acumulação de riquezas, falta de fé e muitos outros fatores que causam toda essa violência no mundo.

Antes a violência era mais nas grandes metrópoles. Entretanto hoje está impregnada até nas cidades pequenas. É um problema que atinge a todos nós. E cada um pode fazer a sua parte para reverter esse quadro. O Estado faz a dele, que é procurando diminuir as desigualdades sociais, dando melhores condições de vida para a população gerando empregos, combatendo as drogas, saúde, educação, moradia e tudo que for preciso para as pessoas viverem com dignidade.

Alguns grupos trabalham para promover a paz, na recuperação de drogados, como o “Desafio Jovem”, a “Comunidade Shalon” e outros. Tem grupos que atuam resgatando a dignidade dos moradores de rua, como “A Toca de Assis.” Tanto os grupos católicos, como os evangélicos ou de outras religiões desenvolvem ações sociais no combate a violência, e isso é que faz a diferença. São nesses atos de solidariedade que sentimos a presença de Deus impulsionando as pessoas a não cruzarem os braços diante dos problemas do mundo.

Na Paróquia da Piedade existe um grupo da Renovação Carismática da Igreja Católica, a “Comunidade Missionária Dom Bosco”, que faz um trabalho de prevenção às drogas, congregando muitos jovens. Estes participam de ministérios de música, de danças, peças teatrais e formação bíblica. Através dessas atividades eles ocupam o tempo, se evangelizam e divulgam o evangelho para outros jovens. Dessa forma eles não têm contato com drogas, nem bebida, nem qualquer vício. Outro trabalho bonito dessa paróquia, é o “Projeto Dom Bosco”, que se dedica às crianças carentes dando alimentação, reforço escolar, recreação, formação e evangelização.

O padre da Piedade tem razão em querer rezar pela paz, pois toda a mensagem e prática de Jesus são de amor e paz. Todos juntos devemos pedir a Deus pela paz, por essa sociedade que está muito afastada do Plano de Deus, que é um projeto onde existe amor, solidariedade, paz, fraternidade e justiça social.

A comunidade em que ocorreu esse fato ficou com medo. Essa situação levou o padre a tomar essa atitude de juntos rezarem pela paz. Foi um ato louvável, mas além dessas iniciativas outras devem ser tomadas por cada um de nós, para que o mundo tenha paz. Paz que não é somente a ausência de guerra, mas, sobretudo a presença do amor. Se no mundo as pessoas quisessem praticar mais a mensagem de Jesus, tudo seria melhor, pois o amor de Deus gera vida para todos. Imagine um mundo em que não exista guerra, nem fome, nem brigas, nem agressões a natureza. Um mundo onde possamos ter convivência fraterna, respeito, partilha e amor. Será Utopia? Podemos até imaginar que pelo menos poderia diminuir a violência se todos se unissem com essa finalidade.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Torcendo com o Inimigo – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Futebol sempre desperta paixões. Desde 1958, quando o Brasil conquistou sua primeira Copa do Mundo, eu comecei a me interessar por esse esporte. A partir daí, acompanhava os jogos do Rio, São Paulo e Bahia pelas rádios. E imaginava o futebol deles como uma coisa irreal, sobrenatural até, bem diferente do que eu costumava ver no nosso campo do Esporte, na Rua Carolina Sucupira. Até os lances exibidos pelo Canal 100 no Cine-Moderno e Cassino nos davam a impressão de algo extraordinário.

Em 1964, em Salvador, o Ceará foi jogar contra o Bahia. Eu e meus primos resolvemos ir ao estádio e torcer pelo Ceará. Era a primeira vez que eu iria ver um jogo de futebol num grande estádio. A Fonte Nova me impressionou. Por fora se via apenas um muro bastante alto. Mas quando entramos, verificamos que estávamos na encosta de um alto e o campo de jogo era em baixo, circundado por uma enorme escadaria em forma de ferradura. Escolhemos um lugar onde havia sombra. Era no meio da torcida do Bahia. Quando nosso grupo se acomodou, imediatamente ouvimos um torcedor baiano gritar: “Esses bichos aí têm caras de cearenses e vão sair daqui debaixo de porrada.” Então um dos primos acalmou os baianos, dizendo que também torcíamos pelo Bahia e que não éramos cearenses coisa nenhuma. Uns dez minutos depois de iniciado o jogo, o Ceará já perdia por dois a zero, e com o coração dilacerado, tivemos de pular a cada gol dos baianos. Para mim, aquele jogo foi decepcionante. Não via nada diferente do joguinho que o nosso Anduiá, Enoque, Bebeto e Doce de Leite faziam pela seleção do Crato no campo do Esporte.

As nossas ações no meio da torcida baiana foram muito divertidas, apesar de sofridas. No segundo tempo, o Ceará voltou bem melhor e dominava claramente o jogo. Eu estava ao lado de um baiano e lhe disse: “O nosso time está muito acovardado, acho que eu vou torcer pelo Ceará!” “E eu também!” Respondeu o baiano, sem muita convicção. Nesse momento, Gildo marca um belo gol para o Ceará. Um dos primos pulou para comemorar, quando eu o puxei pelo braço sufocando o seu grito de “gôôôôl... que começava a dar. Então, ele se lembrou de onde estava e das promessas dos baianos. Depois da minha advertência, balançou os braços para o alto, em sinal de protesto e lavando a alma soltou um sonoro palavrão que substituiu o grito de “gôôô... para o pôôôô....a.”

Depois dessa, esperei nunca mais ir ver jogo no meio das torcidas adversárias. Mas passados quinze anos, eu e Magali chegamos ao Rio de Janeiro, num sábado à noite. Na recepção do hotel, um carioca muito animado, nos disse: “Amanhã tem Flamengo e Vasco no Maracanã. Se quiserem ir, temos os ingressos e ônibus na porta do hotel”. Recusei, pois gostaria de passar a manhã visitando os pontos turísticos do Rio. Fomos ao Maracanã num taxi e chegamos quase na hora do jogo, compramos ingresso para as cadeiras. Não havia mais nenhum lugar disponível. Ficamos nos degraus, onde já havia muita gente acomodada. Na cadeira ao lado, um senhor, educadamente, cedeu seu lugar a Magali e, sentou-se no cimento da escadaria ao meu lado. Era um torcedor do Flamengo. No meu imaginário de vascaíno, jamais poderia esperar uma atitude tão educada quanto aquela partindo de um torcedor do “urubu”. Olhei ao redor e só via torcedores com a camisa rubro-negra. Época do Zico, e um monte de estrelas que faziam do Flamengo um time invencível. Com poucos minutos de jogo, o Flamengo fez três gols e eu sofria com a derrota do meu Vasco, abraçando o amigo flamenguista, a cada gol. Era uma espinhada muito profunda no meu coração vascaíno. No segundo tempo, ocorreu o mesmo daquele jogo da Bahia. O Vasco começou a reagir, fez um e dois gols e estava já para empatar, quando o Flamengo fez o quarto gol. Eu fazia tudo para não desgostar aquele novo amigo carioca e flamenguista. Quando o jogo terminou, eu o abracei e agradeci. E ele, muito brincalhão, como todo carioca, disse: “É, mas eu notei que você é vascaíno. Se eu tivesse adivinhado antes, não teria dado meu lugar à sua mulher.”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Pensamento para o Dia 21/06/2010


“Mesmo o oceano sem limites pode ser bebido com facilidade por alguém. Enormes montanhas podem ser arrancadas da face da terra com grande facilidade. As chamas de um enorme incêndio podem ser contidas com grande facilidade. Mas controlar a mente é muito mais difícil que todas essas coisas. Portanto, se alguém tem êxito em subjugar a mente, alcança a consciência da alma. Esse sucesso só pode surgir quando se sofrem muitas provações e negações. A bem-aventurança, que é o resultado desse esforço, é o mais elevado tipo de felicidade.”
Sathya Sai Baba

UM ATO DE AMOR AO CRATO - Por Jorge Carvalho

Olá, Crato, minha terra, meu berço, amanheceste mais linda, mais charmosa, mais sorridente. Uma beleza. Crato da Rua da Vala, mecânicos a trabalhar..., Rua da Laranjeira, Rabo da Gata, Beco do Padre Lauro, Rua Grande, Beco do Cachimbo, Travessa da Califórnia, Rua do Fogo, Rua Formosa, Nelson Alencar, Rua da Saudade.

Infância no Alto da Penha, de onde avistava toda a cidade, naquele tempo pequenina. Adolescência na Nelson Alencar - Rua da Saudade.

Crato da pioneira: Radio Araripe - ZYH 20 - A voz do Cariri. “Campo do Esporte”, “Mercado Redondo”, Quadra Bi-Centenário - Festivais da Canção, o Votoran, a Drasa, a AABB, Crato Tênis Clube, a “Grota”: Zé Murrinha, Seu Leandro...

Barro Vermelho! Oh! Igrejinha da São Francisco... Chico Viana! E o “Gesso”? Homens, mulheres, orgias, ilusões, fantasias... Maria Alice, Glorinha, Manezim... Chico Curto na bateria... Cantina 1.100, Gurilândia, Elói, Algo Mais, Pau-do-Guarda, Cilué, Igrejinha de São Miguel: Padre Frederico, João do Crato, São Pedro do SESI, a bandinha comandada pelo “maestro” Correinha, Véi do Caldo... Brejo do Brigadeiro. Grande e populoso bairro da Vila Alta. Ah! Chico “Boa Sorte” A matança: Zé de Matos, Luiz Matos, Colégio Sagrada Família, Recreio, Bairro Batateiras: Dona Edite e o coco, quanta descontração nessas bravas mulheres. Nossa Senhora Aparecida. Antigo Colégio Agrícola: Meu pai, Zé Lúcio, Carlos Alencar, Tio Osvaldo, Doutor Hermano Teles, Vicente de Maroca... Seminário. Ah! Como cresceu... Cacimbas, Misericórdia, Conjunto Novo Crato... Tu abençoas, tu velas, tu observas silenciosamente do teu alto toda a cidade na benção do teu padroeiro São José. E tuas procissões... quanta gente, quanta beleza... Ladeiras de vinda e ida de teus moradores, trabalhadores, trabalhadoras que fazem a cidade “viver” dia-a-dia com o suor do seu trabalho. Vocês desevolvem o meu Crato, Cratinho de luta.

Rua Pedro Segundo... Ah! Pedro Segundo? Não! “Pedra Lavrada”, Almir Carvalho, símbolo maior de boa gente cratense. Boêmio, carismático, desportista... Olha o rebelde aí, gente! Beco de Padre Lauro: Beco da Mijada... O simbólico e aromático pezinho de Sapoti... Cine Moderno: José Petrola, Dezim, Macário... Cine Educadora.

Osvaldo, Raimundo Siebra, Antônio Berredo, Cassino: Seu Mário, Antônio Siebra, Otacílio, o Café Crato: Seu Orestes, Thomaz Osterne, Ernani Silva, Brigadeiro Macedo, Luiz Barreto, Tália Márcia, Zé Nilo, Alagoano, Doutor Leônidas, Gutemberg Sobreira, Valtim – o prefeito – Alcides – seu irmão – Zé Landim, Valdir Leite, Zé Valdevino, Antônio Luiz, Júlio Saraiva, Zé Horácio, Pedro Felício, Abidoral, Moacir Dantas, Espedito Dantas, Zeba, Zabé, Virginia, Colo, Dr. Ribamar, Zé Maia, Dedé de Zeba, Bandinha Rosa Guedes, Correinha, o jeep de Maru, Luis Sarmento, Chico Soares, a festa do Bi-Centenário, Os Extras, Musisom, Ases do Ritmo, Bar Ideal, Seu Deodoro, Mazinho, “espinhos e rosas” com eles... Juca e Jeremias, Bazar de Músicas – uma festa em cada lar caririense – Maestro Azul, Jornalista Huberto Cabral, a humanidade de Humberto Macário.

Doutor Maurício Teles, Doutor Macário, Doutor Gesteira, Casa Eurico, Farmácia Teodorico, Cloves Carvalho, Mestre Lucas, Jorge Lucas, Mercearia Beija-Flor, Waldemar Garcia, Salviano Saraiva, Anduiá, Tico de Binda, Prefeito Ariovaldo Carvalho, Prefeito Alexandre Arraes, Seu Teunas, Miguel Soares, Luis Soares, Geraldo Maia, Dr. Raimundo Bezerra, Dr. Jósio Araripe, Mons. Rocha – consultório da família – “Organic Publicidade”, Revista Região, o Circo Nerino, o Café de João Gualberto, Misael, Zé Maia – eterno carnavalesco – a 1ª Feira de Amostras, retretas da Banda de Música, as lapinhas do Natal, o GRUTAC com seus espetáculos teatrais... Coronel Filemon – tio Filé –, Menandro, Mais ou Menos, Sá Barreto, as serestas na Praça da Sé, o Bar Central de Zé Eurico, Dr. Rolim, J. de Figueiredo Filho, Dr. Nelson, do hospital, Dona Ceicinha, Enfermeira Bernadete, Salvina Lucena, Vanda Lúcia – Miss Ceará – a Casa Abraão e seu “queima”, Zé Bedeu, a Babilônia e o Artigo da Semana... Pimenta: Juarez Caçula, Crato Tênis Clube... teus carnavais, como esquecê-los? Nunca! Lameiro – Seu Nelson e os engenheiros de rapadura adoçando a cidade. Caixa d’água: Marcelo Piancó, Chave de Fenda, Casé, São Sebastião – Realmente é o Alto da Alegria: Unidos de São Sebastião. Alto da Penha: Operários do Samba; realmente és uma população operária, uma gente trabalhadora. E o Vasco? O mais antigo em atividade no nosso futebol. Luisim, Dola, Dunga, Menoca, Pedim, Ticola, Esmeraldo, Francisco Maguim: Desportista com “D” maiúsculo. Campo do Cariri: Chico Curto, Pirrol, Peba, Sibito, Pangaré, Frutapão – campo, também do Sport. Bar Social: Seu Chiquim, Praça Cristo Rei, Estação Ferroviária: quanta saudade, quanta recordação! Praça da Sé: Bar do Alagoano: sem comentário. Uma Pérola de Saudade, uma relíquia do Crato, cidade alegre, Crato boêmio, Crato moleque. Os leilões de N. Sra. da Penha, Monsenhor Rubens: carisma sem igual. Um líder. A Feira da Rapadura, Feira da Farinha... O carro de Pedro Maia, a criatividade de Elói com a “Festa da casa grande”, Rádio Educadora do Cariri. Vicelmo. Ah! Hoje é sábado, dia da besteira... é o próprio cratense boa vida, “malandro”, brincalhão, divertido... quem já não se acostumou a ouvir: “Aqui, Rádio Educadora do Cariri... e, Crato 12 horas e 30 minutos”... Doutor Gesteira, Pedro Maia, Sorriso, Chupetinha, Antoin Cornim, Capela, Joquinha, Canena, Maria Caboré, Célio Silva, Baixeirinha, Tandô, Feira da Rapadura, o Rebelde, o Penarol, o Satélite – alô Netinho – o Sport, o Palmeiras: Seu Osmar, Elói, Chapeado Noventa, Zé Gato – O poeta maior – Nascente, Grangeiro, Serrano, Itaytera, Poço da Escada, Boate Colibri, Café Crato, Praça São Vicente, Posto Crato, Posto Ceará, Chico da Cascata, Zé Pajé, Padre Ágio.

Crato: aqui nasci, aqui vivo. Solo em que piso dia-a-dia, água que bebo de tuas fontes serranas, ruas por onde passo em tuas noites enluaradas, boêmias, saudosas, eternas. Crato: eu te amo!

Prof. Jorge Carvalho

domingo, 20 de junho de 2010

A revelação de uma outra realidade

Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S.Paulo

Retratos Pintados, de Titus Riedl e Martin Parr, recupera a ameaçada arte dos bonequeiros do Nordeste do País, que transformam o negativo da vida de pessoas simples em imagens que as ajudam a suportar a própria história

Família. Crianças em fotorretratos, no Ceará: relação entre vivos e mortos. Foto: reprodução

Foi preciso que um sociólogo alemão e um fotógrafo inglês cruzassem seus caminhos no sopé da chapada do Araripe - mais exatamente no município cearense de Crato - para que saíssem desse encontro com um livro curioso sobre o universo estético do sertanejo nordestino. Titus Riedl, autor de uma tese sobre fotorretratos pintados - tão populares no interior do País -, conheceu Martin Parr durante um fórum latino-americano de fotografia realizado há três anos em Crato. Sabendo da importância do fotógrafo, representado pela agência Magnum, Riedl, que há 15 anos mora na microrregião do Cariri, apresentou a Parr uma série de fotografias pintadas que deixaram o profissional esfuziante. Compreensível: Parr é um fotógrafo que acompanha com particular interesse a estética dos países emergentes - é dele o livro Luxury, que documenta o gosto duvidoso dos novos-ricos do mundo globalizado, tema de sua primeira exposição individual na Galeria de Babel, que o representa, em São Paulo, em outubro próximo.

Antes, na próxima quarta-feira, Martin Parr, atualmente peregrinando por Cingapura, abre uma exposição na Yossi Milo Gallery de Nova York e lança o livro sobre "bonequeiros" nordestinos, Retratos Pintados (Nazraeli Press, capa dura, 68 páginas e 61 fotos). Ele diz, que mesmo familiarizado com a fotografia vernacular, nunca havia sentido o que sentiu ao ver as imagens da coleção de Titus Riedl, reunidas para uma tese de mestrado defendida há 12 anos pelo sociólogo. Há, de fato, poucos estudos acadêmicos ? um deles da socióloga Cristiane de Souza ? sobre o ofício dos "bonequeiros" ou "puxadores" de telas, aqueles vendedores ambulantes que saem pelo interior do Brasil convencendo viúvas a colorizar antigas fotos do marido morto ou mães de natimortos a guardar a última imagem do anjinho no caixão (alguns retocados com olhos bem abertos para que essa lembrança fique menos mórbida).

Representantes de um ofício em extinção após o advento do photoshop - capaz de "milagres" como reunir com perfeição pessoas vivas e mortas numa mesma foto ?, os bonequeiros desempenharam no passado o mesmo papel dessa ferramenta digital. De que maneira? Ora registrando numa mesma imagem o improvável encontro do padre Cícero com seu sucessor frei Damião, ora retocando defeitos físicos dos retratados ou simplesmente incorporando elementos de prestígio social aos deserdados sociais - são comuns as fotos em que um sertanejo sem recursos aparece vestido como um executivo ou coberto de joias. Também não são raras as imagens de mulheres solteironas vestidas de noiva.

Desafio profissional. Apenas um décimo das fotos recolhidas por Titus Riedl durante todos estes anos de estudo entrou no livro de Parr. As que mais impressionam, sem dúvida, são as que transformam defuntos em seres vivos de olhos arregalados. Elas, porém, não causam espanto aos "puxadores de tela". Segundo Riedl, os pintores que retocam as fotos parecem gostar da ideia de ressuscitar o morto, desafio profissional que coloca em jogo sua habilidade e versatilidade artística. Mal comparando, eles usam a mesma estratégia do badalado fotógrafo norte-americano Joel-Peter Witkin, que, por inveja do irmão gêmeo pintor, Jerome, monta naturezas-mortas com corpos de indigentes dissecados em faculdades de medicina ? ele chegou a transformar a cabeça de um deles num bizarro vaso de flores.

Os bonequeiros nordestinos não chegam a ser desrespeitosos como Witkin, cujo fascínio mórbido pela deformação física já o levou ao extremo de montagens quase teatrais com mutilados. No caso dos fotorretratos brasileiros prevalece um sentimento ingênuo: os bonequeiros apenas seguem as orientações dos clientes. "Na zona rural, as imagens fotográficas ainda são escassas e, como último recurso para manter viva a lembrança do morto, os familiares recorrem às vezes a um retrato apagado ou desgastado do falecido, que tem de ser concluído pelo bonequeiro", conta Riedl. Ele cita o caso de uma viúva que pediu para ser retratada ao lado do marido, cuja única foto remanescente era a de sua carteira de trabalho. O resultado foi a reunião artificial ? e engraçada ? de uma senhora de 80 anos com um homem de 40 que bem poderia ser seu filho.

As técnicas de retoque da imagem fotográfica e da pintura sobre fotografia não começaram, obviamente, com os puxadores de tela nordestino. Elas existem desde meados do século 19, mas o pintor-retocador, segundo Riedl, "tornou-se uma peça fundamental para dar verossimilhança ao retrato em preto e branco", demasiadamente triste para os sertanejos que vivem num cenário agreste e tentam superar sua miséria com a euforia cromática garantida por essas pinturas de cores berrantes ? vivas como as fachadas e platibandas das casinhas do Nordeste, tão bem retratadas nas fotos de Anna Mariani (em exposição no Instituto Moreira Salles de São Paulo). Sua função estética tampouco é diferente: trata-se de ornamentação. A exemplo das fachadas e platibandas enfeitadas, encaradas como "pinturas" pelo nordestino, o fotorretrato acaba sendo às vezes o único objeto de decoração no interior despojado dessas pequenas casas sem eira nem beira castigadas pelo sol.

A diferença é que o encontro visual de Martin Parr com o sertão não passou, como no caso de Anna Mariani, por Euclides da Cunha e Ariano Suassuna. O approach do inglês não é literário e muito menos sentimental ? Parr é irônico demais para isso -, mas antropológico. Se as fachadas pintadas a cal pigmentada das moradas nordestinas fizeram parte da infância da fotógrafa brasileira, Parr só recentemente conheceu o Crato. "Os fotorretratos constituem uma maneira de garantir status aos membros da família de sertanejos, dando a eles um aspecto santificado, icônico", arrisca Parr. Os bonequeiros serviriam como agentes do sonho brasileiro, ao concretizar em imagem o delírio de ascensão social dos nordestinos, garantido por roupas caras e joias a que os modelos dos retratos pintados jamais teriam acesso.

Retoque. Hoje, essa verossimilhança é garantida pelo photoshop. Riedl apresentou a Martin Parr um bonequeiro, Júlio de Santos, que antes mantinha uma oficina com uma dúzia de pintores e hoje usa um computador para "retocar" a realidade nordestina. Instalado em Fortaleza, ele mantém - agora sem assistentes - a tradição de recuperar originais desgastados pelo tempo e embelezar os modelos , inclusive o próprio Martin Parr, que ganhou de presente seu retrato, deliciando-se com a fotografia vernacular do mestre-pintor.

Sobre essa função, o sociólogo Titus Riedl não recua ao comparar a arte dos bonequeiros nordestinos à criação dos artistas pop que retrabalharam retratos de celebridades, dos quais o mais famoso foi o norte-americano Andy Warhol (1928-1997). O nome da brasileira Rosângela Rennó, que vai participar da próxima Bienal, pode ser igualmente evocado não só por seguir a escola da recriação fotográfica como por ter sido pioneira na valorização do trabalho dos bonequeiros nordestinos, reconhecendo-o como pintura. "Como os clientes às vezes pedem para o bonequeiro tirar as sombras da fotografia, ocorre que o resultado acaba beirando o hiper-realismo", observa Riedl, concluindo que os rostos assumem com frequência o aspecto de uma máscara do belga James Ensor (1860-1949) ou de uma caricatura do alemão Otto Dix (1891-1969).

´Talvez seja conveniente não esquecer que Dix, um dos expoentes da pintura expressionista germânica, usou fotografias de soldados desfigurados nas trincheiras da 1.ª Guerra como modelos de sua pinturas antibélicas. Dix era um ótimo retratista, mas preferiu reduzir seu mundo à caricatura justamente por acreditar que a realidade - de tão horrível - é inimitável. Ensor não foi muito diferente. Transformou bípedes racionais em bandos de esqueletos ambulantes, portadores de bizarras máscaras carnavalescas. Involuntariamente, os bonequeiros nordestinos acabam fazendo parte dessa turma de expressionistas, embora agindo na contramão. Explicando: eles não fazem crítica social. Ao contrário, tentam atrair o freguês com promessas de um mundo melhor, em que uma cara feia pode virar um rosto aceitável e defuntos caminham como Lázaros pelo sertão.

"Há frequentemente entre o bonequeiro e o cliente um jogo dissimulado de sedução, em que o primeiro tenta sugerir alterações em fotos mostradas pelo segundo, indicando mudanças de estilo nas roupas, cores e adereços", observa Riedl, contando casos engraçados de espertos fotorretratistas que viajaram pelos grotões afastados em busca do lucro fácil. "Nesses lugares eles ganham até mais que nas regiões próximas das cidades, pois podem ficar hospedados de graça e comer na casa do cliente, ampliando a oferta de produtos além das fotos, como quadros de santos, etc." É como eles sobrevivem em tempos de laboratórios que revelam filmes em uma hora e fazem retoques digitalizados. Nem sempre um bonequeiro, lembra Riedl, tem conhecimento qualificado da técnica fotográfica ou de pintura, o que explica os erros frequentes nas proporções, nos contrastes e na composição da imagem.

Quietude. Imagem da garota ao lado do vaso foi colorizada por Riedl. Foto: Reprodução

Idiomas. De certo modo, foi isso o que atraiu o olhar de Martin Parr, atento para essas distorções que acabam dando à fotografia um aspecto mais pictórico. Vale frisar que o grande mestre contemporâneo da pintura hiper-realista, o alemão Gerhard Richter, chega ao outro extremo partindo também de fotos. Ele "aperfeiçoa" a realidade, fazendo com que a retórica da pintura, antes avessa ao idioma da fotografia, se confunda de tal modo com ele que o espectador seja incapaz de dizer onde começa uma tela e acaba uma foto. Nessa oblíqua referência à mídia fotográfica, Richter questiona a "veracidade" da imagem fotográfica.

Richter começou a trabalhar com imagens fotográficas nos anos 1960, usando antigos retratos e paisagens de amadores, distorcidos por largas pinceladas que eliminavam seu foco. Parece evidente nesses primeiros trabalhos a influência de artistas pop como Andy Warhol e Lichtenstein, que operavam no mesmo registro, alterando rostos ou ambientes. Richter, porém, foi além da estética pictórica pós-conceitual. Sua atitude negativa diante do objeto fotográfico tem a ver com a desconfiança numa imagem banal que só se torna interessante por meio do olhar do artista ? o que justamente chama a atenção quando se vê o trabalho de um bonequeiro tentando "mudar" o que lhe parece errado ou desagradável na realidade. Imagens banais possibilitam a Richter que ele se concentre no problema da representação ? seu grande tema ?, no lugar de se ocupar do conteúdo da obra. Exemplo disso é sua série 48 retratos (1971-72), que, aparentemente, busca a semelhança entre o modelo real e o pintado. Para Richter, este é justamente o aspecto que menos importa em sua pintura. A arte, para ele, perdeu essa função mimética, fazendo justamente com que aumente a distância entre o modelo concreto e sua reprodução. Venceu o simulacro, como nos fotorretratos pintados dos bonequeiros nordestinos.

Como eles usam fotos antigas, dos tempos em que os recursos para ampliação e revelação eram precários, os fotorretratos acabam se parecendo mais com o modelo que esses profissionais imaginam do que com o real. Os clientes, por vezes insatisfeitos, reclamam da falta de verossimilhança. Em Juazeiro do Norte, o sociólogo Titus Riedl encontrou uma verdadeira empresa familiar comanda pelo pintor Abdon, ele mesmo especializado em retocar rostos e cabelos. O resto do corpo ele deixa para um ajudante, o filho e o sobrinho. Abdon gosta de cores fortes e usa cola brilhante para "realçar" os traços dos fregueses. Os bonequeiros concorrentes não gostam. Dizem que seus retratos apenas mantêm leve semelhança com os originais. No entanto, ele é rápido e entrega os retratos dentro do prazo combinado, coisa seriíssima no Nordeste. Riedl já ouviu de um mestre pintor que foi obrigado a concluir um trabalho atrasado sob ameaças de morte. E morte é outro negócio sério na região. Mas já foi mais. Os bonequeiros hoje recebem poucas encomendas para transformar retratos de defuntos em vivos.

Sem rugas. As encomendas mais frequentes são de natureza cosmética. Os clientes pedem para embelezar a imagem dos parentes, nem sempre favorecidos pela natureza. Segundo Riedl, os bonequeiros devem seguir algumas regras para corresponder aos seus padrões estéticos, especialmente dos fregueses idosos: tirar todas as rugas do rosto; nunca pintar de branco os cabelos; evitar sombras, pois elas dão ao retratado um aspecto sinistro; "ajeitar" roupas que pareçam exageradamente sensuais. Outras regras: as crianças devem se parecer com o Menino Jesus dos folhetos distribuídos nas missas; mulheres devem usar blusas monocromáticas ou estampas de flores e homens, invariavelmente, devem aparecer de terno e gravata. Os bonequeiros mais experientes, conta Riedl, "sabem explorar melhor os desejos dos seus clientes", permitindo-se sugestões baseadas na simples observação do gosto do freguês.

Martin Parr diz que as delícias dessa fotografia vernacular são mais apreciadas hoje do que eram no passado exatamente por sua simplicidade de propósito. A esse respeito, Titus Riedl lembra que as fotopinturas são populares não só no Brasil como em países de cultura germânica, que desde o século 19 utilizam a técnica para preservar a memória familiar, sobretudo em lugares onde a tradição da autoridade é rigorosamente respeitada. "Os bonequeiros sabem disso e hoje buscam seus clientes em lugares de romaria." O cineasta cearense Joe Pimentel realizou há três anos o documentário Câmera Viajante, que retrata o trabalho dos fotógrafos populares atuantes em festas, feiras e romarias do interior nordestino.

Num balanço final, o sociólogo Titus Riedl avalia: "O livro de Parr é mais irônico, enquanto minha fundamentação é antropológica." Em sua opinião, os bonequeiros nordestinos não têm a ambição artística que a publicação pode eventualmente sugerir ao olhar estrangeiro, mas o livro, segundo ele, deve ajudar na revalorização de uma arte hoje ameaçada de extinção.

Desde que o francês Louis Arthur Ducos du Hauron (1837-1920) colorizou a primeira paisagem, em 1877, muita água rolou no Cariri. Mesmo tendo chegado com certo atraso ao sertão nordestino, a fotografia colorizada ganhou a adesão de artistas intuitivos. Eles nunca ouviram falar da Bauhaus e ainda assim criaram platibandas com lindas formas geométricas. Também não sabem quem foi Cartier-Bresson, mas reinventaram rostos com indiscutível talento. Pode ser que seus fotorretratos não sejam considerados arte, mas eles constituem documentos preciosos de interpretação da realidade nordestina. Em todo o caso, também os críticos estrangeiros terão um prazo de quatro meses para descobrir o que Riedl e Parr já descobriram. A exposição Retratos Pintados na Yossi Milo de Nova York, com 150 retratos originais, fica em cartaz até dia 18 de setembro.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo