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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CALDAS FEST leva MPB ao Carnaval de Barbalha, na região do Cariri (CE)

Compositores, intérpretes e apreciadores da Música Popular Brasileira terão uma boa opção para o período do Carnaval. Em Barbalha, na região do Cariri, no Ceará, acontece a partir deste ano o Caldas Fest, um festival que contará com shows de atrações convidadas e mostra competitiva, que já está com inscrições abertas.

Com acesso gratuito, o festival acontecerá no Balneário Termas do Caldas (www.balneariodocaldas.com.br), no distrito de Caldas, localizado na serra, a 20Km da sede do município de Barbalha, que fica a 525Km de Fortaleza e a menos de 10Km de Juazeiro do Norte. O balneário é uma das raras estâncias termo minerais do Nordeste. Ocupa uma área de 4.500ha e conta com fontes e piscinas naturais com temperatura de 26°C, águas minerais hipotermais consideradas as mais leves do país, e tem ainda piscinas, quadras, restaurantes e hotel.

Tendo como tema A Produção da Música Independente e as Transformações do Mercado Fonográfico, o Caldas Fest, em sua primeira edição, tem a missão de reunir, em um único espaço, músicos consagrados e novos talentos, e visa contribuir para o fortalecimento do mercado musical no Ceará.

Inscrições para a Mostra Competitiva - Intérpretes e compositores interessados em participar da Mostra Competitiva devem se inscrever até o dia 10 de fevereiro. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site da J. A. Lima Produções (www.jalimaproducoes.com.br), que realiza o festival em parceria com a Prefeitura Municipal de Barbalha, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo.

A Mostra Competitiva é aberta a cantores e compositores de todo o Brasil. Dentre os inscritos, 20 serão selecionados por uma comissão julgadora e durante o festival vão defender uma canção inédita. Serão premiados os três primeiros colocados. Haverá premiação ainda para melhor letra, melhor intérprete e uma música de aclamação popular.

Barbalha - Fundada no século XVIII, a cidade de Barbalha é conhecida por sua arquitetura antiga, parques ecológicos, balneários, artesanato e festas populares. Situada entre um enorme canavial, seus limites se confundem com a linha do horizonte e a Floresta Nacional do Araripe. Ao longo do ano, a temperatura oscila entre 13ºC e 35ºC.

SERVIÇO
Caldas Fest 2011 - Inscrições gratuitas para a Mostra Competitiva até o dia 10 de fevereiro, por meio do site da J. A. Lima Produções: www.jalimaproducoes.com.br. Informações: 85-3251.1105. O festival acontecerá de 05 a 08 de março (Carnaval) no Balneário Termas do Caldas (Rod Caldas, s/n - Barbalha/CE - Tel: 88-3532.9118.

Fonte: DÉGAGÉ - Assessoria de Comunicação
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA: Eugênia Nogueira
85-3252.5401 / 9989.3913

R$ 703 MIL PARA ADAPTAÇÃO DE LIVRO...

VOCÊ SABIA?:
"Parece mentira, mas o Ministério da Cultura aprovou e o contribuinte vai pagar R$ 703 mil para uma produtora paulista adaptar para o teatro um livro intitulado "Até as Princesas Soltam Pum", de Islam Brenanman, um israelita que vive no Brasil desde 1979. Por incrível que pareça, é um livro destinado às crianças. Vejam na internet uma amostra da peça. Que sem dúvida merece o título da obra, com todos os sons." (Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/, Diário do Nordeste, 06/fev/2011, Caderno Gente, Página 3, Coluna DE BRASÍLIA, por Rangel Cavalcante)

LANÇAMENTO DO LIVRO "SONHOS COMO PROJETO DE VIDA", de Tancredo Lobo


Padre Ágio comemorou 93 Anos - Por: Armando Rafael


NE - Matéria editada à partir de um artigo do prof. Armando Rafael

No último dia 5 de fevereiro de 2011, Monsenhor Ágio Augusto Moreira chega aos 93 anos de idade. Ele é uma das personalidades marcantes do Cariri. Reside no Belmonte, em Crato, numa casinha singela, de onde pode contemplar as encostas da Chapada do Araripe. Colada a sua residência está a capelinha de Nossa Senhora das Graças. Em frente, fica a Sociedade Lírica do Belmonte, mantenedora da Orquestra Sinfônica Padre Davi Moreira. Sacerdote piedoso, simples, despojado e humilde, Monsenhor Ágio está sempre de benquerença com os semelhantes e a vida. Sua fisionomia sempre risonha deixa transparecer a paz de espírito que leva na alma. Monsenhor Ágio recebeu do Governo do Ceará a Medalha da Abolição, a mais alta comenda do Estado, honraria conferida por seu trabalho como fundador e diretor da Sociedade Lírica do Belmonte, que beneficia cerca de 200 alunos, todos de origem humilde, a maioria filhos de agricultores. Ali eles aprendem técnicas e teorias musicais, bem como a bibliografia dos grandes compositores do mundo. Entre uma missa e outra, Monsenhor Ágio escreve livros. Já teve três títulos publicados. E acaba de escrever mais três: “Tratado sobre as almas do Purgatório”; “A história da devoção a Nossa Senhora das Dores” e “História da bicicleta”. Escreveu também sobre Dom Expedito Lopes, o bispo-mártir de Garanhuns (PE). Dom Expedito tinha particular afeição pelo Padre Ágio, a quem levou, em diversas ocasiões durante as férias escolares do Seminário São José – aonde o Padre Ágio era professor – para auxiliá-lo tanto na Diocese de Oeiras (PI), como na Diocese de Garanhuns, onde Dom Expedito terminou sua profícua existência sendo assassinado pelo Padre Hosana Siqueira.

O Blog do Crato registra com muita satisfação o 93º aniversário natalício de Monsenhor Ágio Augusto Moreira, um homem cuja longa existência foi pautada no bem, na construção do Reino de Cristo em terras do Sul do Ceará.

Por: Armando Lopes Rafael

A Política excludente de editais da (des)Secult

Por Alexandre Lucas*


As políticas públicas para fomento a produção estética, artística e cientifica no âmbito das instituições governamentais é uma conquista que vem possibilitando a descentralização e democratização dos recursos públicos no país, bem como dando visibilidade e condições estruturais para continuidades, experimentações, circulações e promoção dos trabalhos desenvolvidos pelos feitores da arte, pesquisadores e produtores culturais.

A política de editais é uma forma de barrar o clientelismo e possibilitar formas mais acessíveis para garantir o acesso aos recursos públicos. A partir da década de oitenta do século passado diversas Secretarias Estaduais e Municipais e o Ministério da Cultura vem adotando deste artifício para atender as demandas de solicitação de recursos financeiros.

Como não existe uma legislação nacional, cada localidade vem adotando uma forma particular de conceber as suas políticas de editais, a partir de conveniências e compreensões políticas e de gestão.

No Estado do Ceará esse trabalho teve início no Governo do Tasso Jereissati com a Lei de Incentivo Fiscal para investimento do setor privado na Cultura que ficou conhecida como Lei Jereissati (1995), a lei criou também o Fundo Estadual de Cultura e o Mecenato Estadual, apesar da legislação representar um avanço significativo, ela apontava alguns empecilhos como: dependência do setor privado, somente as empresas de grande arrecadação poderiam “Investir”, isso também criou situações que somente as empresas da capital poderiam participar da Lei por conta da alta arrecadação de ICMS. Ficando dificultosa a inclusão das propostas oriundas das regiões do Estado do Ceará. Sem contar a burocracia para conseguir finalizar um projeto.

Venho analisado, nos últimos anos, que a partir do atual Governo Estadual, vem ocorrendo um processo de aumento da burocracia na política de editais do Estado do Ceará, fator que é contraditório a política desencadeada a nível nacional pelo Ministério da Cultura - MinC e as instituições vinculadas. Enquanto o MinC tem aprofundado a desburocratização na maioria dos editais a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará faz o papel inverso. O MinC analisa em primeiro caso o conteúdo/forma e sustentabilidade das propostas enviadas e por ultimo após aprovação da proposta é que analisada os aspectos jurídicos. Já a Secult dispensa conteúdo/forma e sustentabilidade da proposta enviada para analisar em primeiro plano os aspectos jurídicos como elemento de classificação.

Essa pratica tem gerado uma inversão de lógica e excluído um grande número de feitores de arte e produtores culturais, privilegiando o que poderíamos denominar de “elite dos projetos culturais” normalmente constituída por especialistas na área de gestão e contabilidade. Isso gera alguns complicadores que dizem respeito a tornar a Política de Editais “um bom negócio” como era encarada as políticas públicas para a cultura na época do Governo Neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.

Nos diversos fóruns e nas conferências municipais e estadual da Cultura, uma das questões presentes é a desburocratização das política de editais. Porém, a gestão da Secult tratar as reivindicações e as resoluções das instâncias de participação popular a exemplo da Conferência Estadual da Cultura como amontoado de palavras sem nexo.

Isso é grave, pois representa um despeito a indicação popular de direcionamento das políticas públicas para a cultura. Caso o direito constitucional de indicar, propor e manifestar a discordância, viabilizados pelos mecanismos de consulta a população, como fóruns, plebiscitos e conferencias não tenha importância política e mobilizativa, eles não seriam realizados. Vale ressaltar que hoje temos esses instrumentos consultivos por conta da insistência organizada dos movimentos sociais, notadamente constituído por forças progressistas e em muitos casos ligadas as compreensões políticas das esquerdas.

Certa vez escutei de um “técnico” da Secult em um dos encontros no Cariri a seguinte afirmativa “para desburocratizar teria que mudar legislação”. Essa afirmação é falsa e irresponsável, basta analisar as políticas de editais realizadas pelos Centros Culturais do Banco do Nordeste e pela Fundação Nacional da Arte – Funarte que prossegue a cada ano simplificando as formas de recebimento de proposta e viabilizando que qualquer artista e produtor possa encaminhar seus proposições sem ter que ser “um especialista da área de projetos”. Essas instituições servem como exemplo para citar apenas algumas ligadas ao Governo Federal que utilizam de formas parecidas, a simplificação.

Um avanço tímido e insuficiente ocorreu na descentralização de recursos para as políticas de editais na gestão do Auto Filho a frente da Secult, quando estabeleceu 50% dos recursos para capital e 50% para as demais cidades do Ceará. Isso ainda é insignificante comparado a quantidade de cidades do Estado, mas é um avanço. Porém descentralizar e manter uma visão equivocada, excludente, elitista e despeitosa as indicações, sugestões e reivindicações dos diversos segmentos das artes e da cultura é estabelecer a política de “ouvido de mercador”, ou seja, é não considerar os reclamos de quem produz, conhece, dissemina e sobrevive da produção da arte e da cultura no Estado do Ceará.

Esse discurso pode parecer exagerado, mas é compatível com o que vem acontecendo e reflete questões que não se resumem exclusivamente a política de editais, mas a estrutura que se encontra a Secult, com vários problemas a serem solucionados, que dizem respeito a gestão e ao norte político, é preciso ampliar o quadro de funcionários desta Secretaria através de concurso público e rever as práticas administrativas. São gritantes as reclamações neste sentido recentemente tomei conhecimento de um caso atípico: um proponente teve um projeto aprovado, entretanto não recebeu os recursos para execução e ficou impedido de concorrer a outros projetos. Sabe por quer? Porque, o seu nome constava como inadimplente por não ter prestado contas de um recurso que não recebeu. Esse proponente deverá acionar a justiça contra esse “equivocozinho”.

Acredito que o debate não termina aqui, nem poderia, temos muita lutar para travar e muita gente ainda tem que dizer de que lado samba.




*Coordenador do Coletivo Camaradas, integrante do Conselho Municipal de Cultura do Crato e artista/educador. Comentar esse texto pelo email: alexandrelucas65@hotmail.com