Vejam como é o Brasil no reinado de Lula. O governo demitiu uma ministra de Estado porque usou indevidamente o dinheiro público, através do tal Cartão Corporativo.
Diante de outros escândalos divulgados pela imprensa, o Congresso criou uma CPI para apurar as denúncias. A esta altura, o governo já não negava seu propósito de esconder tudo, pois sabia que fatos graves ocorreram e estavam ocorrendo com o uso do cartão.
Se fosse um governo honesto, sério, teria colaborado para apuração das denúncias. O que houve, porém, foi exatamente o contrário, como, aliás, todos previam.
Até hoje Lula da Silva não acredita que os quarenta denunciados pelo "mensalão" tenham feito nada demais. Se pudesse, canonizaria José Dirceu, Delúbio, José Genoíno e demais do mesmo time. À custa de liberação de verbas do Orçamento, que continua sendo o maior instrumento de corrupção da República, segundo o velho ACM, indicou para a CPI somente aqueles elementos que, pelo dinheiro, estariam de seu lado de qualquer maneira, isto é, que não admitiriam apurar nada, para não comprometer a honorabilidade do presidente e de seu governo. O resultado já foi conhecido. A CPI aprovou um relatório que não indiciou ninguém. Só faltou sugerir a volta da ministra flagrada em desvio de conduta.
Mas ocorre que também será encaminhada ao Ministério Público o voto em separado da oposição, com amplos detalhes sobre o escândalo dos cartões. E ninguém acredita que, entre o relatório sob encomenda, escondendo a corrupção, e outro com a verdade dos fatos, o procurador da República prefira passar a mão na cabeça dos que enveredaram pelos caminhos do ilícito. Nunca um presidente conseguiu desmoralizar o Congresso tanto quanto o Sr. Luís Inácio desde os tempos de deputado, com aquela famosa frase dos "300 picaretas". Quis o destino que, como presidente, fossem eles os guardiões de seus interesses pessoais e políticos. Mais uma vez a Nação está envergonhada.
Themístocles de Castro e Silva - Jornalista e advogado