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sábado, 7 de junho de 2008

E AGORA JOSÉ?

A ciência por mais que revele evidências não tem condições de criar normas definitivas para a vida humana. Dois fatos sustentam a frase: a) a ciência fala no condicional dos eventos presentes na ocasião do anunciado científico e b) a espécie humana além de muito criativa é muito apegada a regras oriundas delas mesmo e por isso mesmo mutáveis.

Como diz o Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz: os bancos centrais formam um fechado clube, dado a manias e modismos. Demonstrando o aspecto tipicamente humano do temporário e transitório ele aponta para os idos de 80 e 90 quando a hegemonia do monetarismo (teoria simplista de Milton Friedman) redundou num rotundo desastre econômico e social das nações em todos os continentes. Agora o economista aponta para as políticas fundamentalistas de controle da inflação pelo aumento dos juros. Na verdade ele não aponta para a teoria (ou não teoria) por trás de tais políticas assim como acentua o seu traço essencialmente hegemônico dos países centrais, especialmente os EUA.

Acontece que toda vez que o regime de metas de inflação aciona o gatilho dos juros altos reflete apenas que os luminares de hoje na verdade estão testando uma teoria rala em diversos países e o Brasil entre eles. Onde estaria a quase certeza que tais testes falharão? È que as inflações deste ano não decorrem da macroeconomia dos países, mas sim da inflação internacional, especialmente da energia e dos alimentos. Por isso a inflação aumenta na China e no Vietnam, por exemplo, mas no EUA ela é baixa, se mantém em 3%. Neste caso os aumentos de juros na China e no Vietnam seriam inócuos, pois a inflação é importada. A única elevação de juros que poderia fazer diferença na produção mundial seria a americana, enquanto este aumento na China não afetará os preços internacionais.

Então as medidas macroeconômicas mais contundentes para a ameaça da inflação deveriam ser internas e que favoreçam a produção e descolem a economia interna da insuficiência mundial. Elevar juros, diminuindo a demanda agregada especialmente em alguns bens e serviços, não modifica o quadro externo como se disse. Então o laboratório de experiências adotaria medidas mais drásticas ainda nos juros, reduzindo o emprego e gerando uma amarga solução no nível social. Ou seja, a panacéia que domaria a liberalização comercial mundial demonstra claramente as suas limitações.

E agora? Vozes se elevarão no sentido de seguir exemplos dos paises mais fortes, que liberalizam, mas criam muralhas de proteção interna à sua economia doméstica. Vejam que saímos do encontro da FAO em Roma sem mudanças substanciais no panorama: a Europa e os EUA continuarão com suas políticas econômicas na Agricultura que protegerão seus consumidores e produtores.

Nisso tudo uma grande contradição na era da Globalização. Se todos recorrem ás metas de inflação a produção mundial cairá e a inflação internacional se acentuará assim como, do mesmo modo, isso aprofundara a crise ainda mais se todos buscarem se proteger em bloco. De fato a humanidade necessita de novos arranjos, novas verdades científicas e de muito senso de que é necessário agir no próprio interesse, E isso não será fácil com o espectro da degradação ambiental estiolando a vontade de todos.

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