Seja colaborador do Cariri Agora

CaririAgora! é o seu espaço para intervir livremente sobre a imensidão de nosso Cariri. Sem fronteiras, sem censuras e sem firulas. Este blog é dedicado a todas as idades e opiniões. Seus textos, matérias, sugestões de pauta e opiniões serão muito bem vindos. Fale conosco: agoracariri@gmail.com

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bancários de SP entram em greve por tempo indeterminado nesta quinta

Fonte: Folha Online

Os bancários de São Paulo decidiram em assembleia na noite desta quarta-feira entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, após a rejeição da proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) de reajuste salarial de 4,5%.

"A resposta dos trabalhadores reunidos na assembleia desta quarta-feira (23) está dada: rejeição unânime à proposta e uma grande greve que só vai acabar quando os bancários tiverem suas reivindicações atendidas", afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. De acordo com o sindicato, mais de 1,5 mil bancários participaram da votação em São Paulo.

As assembleias foram realizadas em todo o país e, segundo o último balanço da Contraf-CUT, até as 21h desta quarta, os bancários de Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Espírito Santo, Rondônia, Acre, Piauí, Campina Grande (PB), e mais 20 sindicatos haviam aprovado a greve.

Os bancários reivindicam reajuste de 10% nos salários, valorização dos pisos salariais, manutenção da participação nos lucros em 15%, preservação dos empregos e mais contratações e melhores condições de trabalho.

Nesta quinta-feira, às 17h, os bancários realizam nova assembleia para decidir os rumos do movimento. Na sexta, os trabalhadores fazem passeata na Avenida Paulista, saindo da Praça Osvaldo Cruz (próximo ao metrô Paraíso) a partir das 15h.

Coisas que todos querem saber, mas tem vergonha de perguntar


Ganhará um brinde-surpresa quem responder corretamente a pergunta abaixo:

Por que é um representante do Brasil o primeiro a discursar na Assembleia Anual da ONU?

Nelson Cavaquinho amanhã em Compositores do Brasil



Por Zé Nilton

É difícil ou senão impossível não se comover, não se ficar tocado após ouvir qualquer música de Nelson Cavaquinho. Para quem gosta de música – da boa música – logo se enternece com a sensibilidade musical, harmônica e melódica das composições de Nelson Cavaquinho. Foi um mestre na arte de compor e de reinventar a realidade falando de coisas simples, duras, misteriosas da vida e da morte, com estilo e com profunda delicadeza. O mais carrancudo dos críticos, com seu nacionalismo e, acima de tudo, seu regionalismo ligeiramente exacerbado, esse irmão siamês das idéias em termos artísticos e musicais do famoso Ariano Suassuna – José Roberto Tinhorão – certa vez disse de Nelson Cavaquinho:

“Tome o homem seu violão, cante ele pelas ruas como um antigo trovador da Idade Média a beleza das flores, a efemeridade da vida e a angústia metafísica da morte, e esse será o retrato de Nelson Cavaquinho. Com sua cabeleira branca, seu permanente ar de dignidade e a sua voz enrouquecida por muitos anos de cervejas geladas, o que Nelson Cavaquinho canta (fazendo percutir, mais que dedilhando, as cordas do seu violão) é a saga de um homem que vive em estado de poesia. E cuja obra, por isso mesmo, não morrerá.”

Pura verdade sacada da inteligência desse minucioso historiador da Música Popular Brasileira, o Tinhorão. Nelson Antonio da Silva – Nelson Cavaquinho, que fazia verdadeiros malabarismos nas seis cordas do violão, foi mestre em destrinchar acordes simples e complexos, usando preferencialmente o polegar e o indicador e, segundo Paulinho da Viola, para seu grande espanto e admiração, terminando a música na segunda do tom. Permaneceu pobre e morando nas periferias do Rio de Janeiro, apesar da grande visibilidade que ganhou na década de 1970, ao ter inúmeras músicas gravadas por intérpretes de sucesso como: Paulinho da Viola (Duas Horas da Manhã), Chico Buarque (Cuidado com a outra), Clara Nunes (Minha festa), Beth Carvalho (Quero Alegria), além de Elizeth Cardoso, o saxofonista Paulo Moura e outros. Sempre teve presente na sua música e na suas conversas a idéia da dor, da solidão, da morte. Talvez devido ao seu estado de permanente embriaguês.

Lembro de um documentário realizado na década de 1960, sobre Nelson Cavaquinho, pelo cineasta Leon Leon Hirszman, em branco e preto, onde ele aparece em todas as cenas empunhando seus mais fervorosos companheiros: o violão e a bebida. Como disse, sua verve e sua imaginação colocavam por sobre o realismo exato da vida o lirismo e a mais terna poesia. Quem não se encanta com esta: “Tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor” ? (A flor e o espinho).

E esta: “Quando eu passo perto das flores, quase elas dizem assim: vai, que amanhã enfeitaremos o seu fim (Eu e as flores). O nosso Patativa do Assaré tem uma poesia em que ele pede para que as homenagens a lhe serem rendidas sejam feitas em vida. Assim também o disse Nelson Cavaquinho, na música “Quando eu me chamar saudade”:

Sei que amanhã quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga
Para aliviar meus aís
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais.


Nelson Cavaquinho – será o nosso homenageado de amanhã no Programa COMPOSITORES DO BRASIL a partir das 14 horas, na Rádio Educadora, através da parceria Rádio Educadora/Centro Cultural Banco do Nordeste.

Vamos falar e tocar:

1. A flor e o espinho
2. Rugas
3. Folhas secas
4. Luz negra
5. Lágrimas sem jura
6. Eu e as flores
7. Palhaço
8. Quando eu me chamar saudade
9. Degraus da vida
10. Notícia
11. Juízo final
11. Cuidado com a outra
11. Pot-pourri, de Nelson Cavaquinho, com Noite Ilustrada


Quem ouvir, verá !

Fonte: Nova História da Música Brasileira, Editora Abril, 1974.

Bancos abusam de você

Você sabe quanto gasta em tarifas bancárias? Pois tenha certeza de que não é pouco. Para ter uma idéia, os sete maiores bancos brasileiros ganharam R$ 46 bilhões em 2008 apenas em receitas de prestação de serviços, formadas principalmente por tarifas.

E os juros do cheque especial ou cartão de crédito, quanto consomem do seu orçamento? Não é pra menos, já que os bancos brasileiros cobram os maiores juros do mundo – sem brincadeira.

Com estes juros e estas tarifas, fica mais fácil entender como no primeiro semestre deste ano, em meio à crise mundial, os 21 maiores bancos brasileiros somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões, a maior rentabilidade da economia brasileira no período.

Os juros e tarifas se mantiveram nesses patamares altíssimos durante toda a crise, prejudicando a retomada do crescimento econômico, a geração de empregos e o aumento da renda da população. E são estes mesmos bancos que vêm falar de “responsabilidade social” em suas peças de publicidade...

São estes abusos que os bancários de todo o Brasil estão denunciando nessa campanha salarial. Abusos que não têm apenas os funcionários dos bancos como vítimas, mas também clientes e toda a sociedade brasileira. São tarifas altíssimas, juros absurdos, filas intermináveis, péssimas condições de trabalho... enfim, descaso para todos aqueles que tornam possíveis os enormes lucros dos bancos.

Mais contratações para melhorar o atendimento
Em lugar de ajudar na luta contra o desemprego do país, os bancos fizeram exatamente o contrário: fecharam 2.224 postos de trabalho no primeiro semestre de 2009. Além disso, demitem trabalhadores com salários mais altos e contratam outros pagando menos, usando essa rotatividade para diminuir a média salarial da categoria.

Com a diminuição do número de trabalhadores, aumenta ainda mais a sobrecarga de trabalho de cada bancário, aumentando a pressão e o stress a que os trabalhadores são submetidos. Com isso, aumenta também o número de doenças ocupacionais na categoria, que hoje está no topo das listas de vítimas de Lesões por Esforço Repetitivo e doenças psíquicas (como Síndrome do Pânico, depressão e outras).

Essa situação explica um dos problemas enfrentados pelos clientes: as filas enormes. A sobrecarga de trabalho não permite que os bancários dêem a cada cliente a atenção necessária.

Para se ter uma idéia do processo de concentração do trabalho nos bancos, em 1997, cada bancário lidava em média com 67 contas correntes.

Em 2007, esse número saltou para cerca de 260 contas por bancário, um aumento de 287,5%. Não tem trabalhador que aguente.

Para resolver essa situação, os bancários querem ampliar o horário de atendimento ao público, com a criação de mais um turno de trabalho. A medida diminuiria as filas, melhoraria o atendimento ao público, daria mais qualidade de vida aos trabalhadores dos bancos e criaria mais empregos.

Tudo de bom. No entanto, os bancos não aceitam a proposta, preferindo manter seus lucros altos às custas dos abusos que cometem contra bancários e clientes. E continuam falando de responsabilidade social...


O que os bancários querem
- Redução das tarifas e dos juros.
- Limite máximo de 15 minutos nas filas.
- Mais contratações para atender você melhor.
- Ampliação do horário de atendimento das agências.
- Melhorar a segurança nos bancos.

Denuncie os abusos dos bancos
- Ouvidoria dos bancos
- Banco Central: 0800-979-2345
A ligação é gratuita de qualquer local do Brasil.
- Procon
- Idec: www.idec.org.br

Fonte: Contraf/CUT

Um brasileiro mais próximo da causa de reabilitação do Padre Cícero


Por Renato Casimiro (via Blog do Juazeiro e através do Blog do Crato)

O arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo (foto), foi nomeado pelo papa Bento XVI membro da Congregação para a Doutrina da Fé. “O ato do papa é uma deferência e demonstração de confiança e reconhecimento para com a Igreja no Brasil, com a CNBB e a Arquidiocese de Belo Horizonte”, disse dom Walmor, único brasileiro a integrar a Congregação.

Segundo o jornal O Estado de Minas, o comunicado oficial foi feito esta semana pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarciso Bertone. Trata-se de uma das congregações mais antigas, remontando aos tempos medievais (antigamente denominada Santa Inquisição ou Santo Ofício). Ela tem a tarefa de zelar pela Igreja, a verdade da fé e a fidelidade aos seus princípios. “Trabalha com o que a Igreja crê e ensina”, declarou o arcebispo ao jornal O Estado de Minas.
“As questões doutrinais dizem respeito ao ensino teológico e à proclamação zelosa da fé. Terei que estudar muito, pesquisar mais ainda para auxiliar o papa, dar pareceres e examinar as matérias que tratam de moral, fé e das relações com um mundo plural”, explicou dom Walmor, que ficará cinco anos no cargo. Na CNBB, ele preside há seis anos a Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé.

Entre a semana passada e esta semana, em razão das visitas “ad limina apostolorum” dos bispos nordestinos (Nordeste 2 e 1), a causa da reabilitação do Padre Cícero foi relembrada publicamente pelo arcebispo de Maceió, e provavelmente o será também por D. Fernando Panico e/ou por alguém mais da Regional Nordeste 1. Não seria estranho, em razão da expectativa de se colher da Cúria Romana uma posição sobre o andamento dos estudos com o farto dossiê que foi protocolado recentemente. Como a questão fundamental, a da reabilitação, está afeta à Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, muito provavelmente este assunto será das próximas preocupações de dom Walmor.

Pensamento para o Dia 23/09/2009


“O homem é uma parte da comunidade humana. A humanidade é uma parte da natureza. A natureza é um membro de Deus. O homem não reconhece essas inter-relações. Hoje, os homens estão esquecendo suas obrigações. O Cosmo é um organismo integral de partes inter-relacionadas. Quando cada um executa seu dever, os benefícios estão disponíveis para todos. O homem tem direito somente a cumprir suas obrigações, e não aos frutos delas. O homem é uma espécie de diretor de palco do que acontece na natureza. Mas, esquecendo de suas responsabilidades, o homem luta por direitos. É tolice lutar por direitos sem cumprir suas obrigações. Todo o caos e todos os conflitos no mundo devem-se ao fato de os homens terem esquecido suas obrigações. Se todos cumprirem seus deveres diligentemente, o mundo será pacífico e próspero.”
Sathya Sai Baba

Por um Cariri globalizado*



Por Luiz Domingos de Luna**

No sul do Estado do Ceará pontua uma região que desde os mais remotos tempos carrega em seus ombros todo um conjunto de “habitat humano” característico desde a consolidação da diocese do Crato, ao unificador Padre Cícero Romão Batista; há todo um manancial histórico, artístico, cultural, literário centrado numa verdadeira fonte de talentos que pulverizam o Brasil nas mais diversos estados.

Sempre esta região foi contemplada por pontos de unificação de sua história que é um modelo de vida para qualquer agrupamento humano. A chama de integração social deve ser uma constante para a preservação da identidade e da cultura peculiar ao povo careirense. O Ponto de coesão da estrutura social do cariri é um legado que deve ser renovado e repassado para as futuras gerações, para a continuidade do corpo vivo na história sul cearense, creio que com o advento da internet; a capilarização da unificação desta região é um imperativo para o momento, assim compreendo, que o fluxo normativo do pulsar existencial de todas as cidades que integram este eixo geográfico, poderia ter uma concentração mais uniforme e coesa, do contrário, poderemos dissipar pontos etnográficos que foram tão bem betumados, untados e unificados pela liga da religião, da cultura, da literatura, da história e finalmente pela própria arte do existir.

A Unificação da Mídia Caririense desde o seu eixo central ao pontos tracejados do espaço/tempo na região é uma necessidade para dar continuidade a este corpo vivo, integrado, inteiro a bailar na pisada do poder do estrago temporal da existência do agora para o feixe de luz que haveremos de deixar para as futuras gerações, pois, o alimento intelectual do fazer no momento, com certeza será o fabrico do tipo do mel que será consumido na história futura.

É dentro deste foco que entendo a necessidade de uma mídia, coesa, forte e integrada nas entranhas da própria história que levou dezenas de anos para a construção deste quadro epistemológico regional.

* Artigo publicado no Jornal do Cariri (janeiro/2009)
**Professor