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sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago - por José do Vale Pinheiro Feitosa

José Saramago,

Sabe aquela escuridão, mofada, entremeada de teias de aranha, que entupia os tubos pelos quais se respira, foi ela que te transportou para as paredes vulcânicas das Ilhas Canárias. Tu, carregado pelo braço leve de Pilar del Rio, fostes além daquele adro católico que enterra a alma portuguesa como um manto a sufocar o broto de novas flores. Sal amargo, salamargo, salamandra das pedras das Canárias.

Membro do partido comunista em solo português, como este da terra brasilis, senha para ser perseguido, acusado, demitido, culpado de tudo, até da fúria dos poderosos que, violenta, lanha tua pele em chagas. Pois quisestes muito,“participar em acções reivindicativas da dignificação dos seres humanos e do cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos pela consecução de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade absoluta, e não o comércio ou as lutas por um poder hegemónico, sempre destrutivas.”

Aquela hierarquia das cinzas, tumular dos espíritos obrigados a nascer. Tão pálida de luz e de olhos fundos, refestelada nas adegas de conventos, nos anéis cardinalícios, junto ao coração da piedosa esposa do Sr. Ministro. Ali, ao pé do ouvido, no silêncio de corredores, na ausência de testemunhas, todo um povo pobre e sofrido perdeu o progresso do século, sofreu o abandono da nova jornada interrompida num lamaçal que atolou a todos por quase um século.

E quando tua família sai pelas brechas incontidas do regime de contenção, tornaste-se, tu, Saramago, hoje reverenciado pelos cínicos que te atraiçoaram, pelo mesmo Cavaco Silva do teu exílio nas Canárias quando ousastes ser um evangelista com as marcas do tempo de agora. E teu relato autobiográfico revela a falência do ensino técnico dos tempos “americanhalhados” da indigência pedagógica do Brasil. Do ensino, tornado aborto do espírito humano, de porcas, parafusos e arruelas.

Como dizes: “meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura.”

Sabe Zé, quando falastes da morte sem medo, falavas da vida. Ficou uma sensação de que o contrário da vida não é a morte, esta instituição lendária. O contrário da vida é o medo, o apego ao inseguro como se rocha fosse e tal apego não passa de um bem material em processo de liquefação. Como todos os bens e riquezas, que servem mais para causar dor no outro, do que dar coragem a quem os possui. E tudo, Zé, para demonstrar a burrice de alcaides, prefeitos e vereadores, bibliotecas para a juventude não existem. Como tu, no teu atrasado e espezinhado Portugal ainda pudeste freqüentar: “frequentar, nos períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.”

Zé, o mundo é outro mesmo! Os livros se tornaram produtos comerciais. Os escritores meros anéis de ligação na máquina de produção, distribuição e consumo. Bem sabes que teu mundo se tornou universal pelo Prêmio Nobel, sem o qual, talvez, ninguém te escutasse tanto quanto se escutou e hoje, condoídos, repetem o quanto tinhas para dizer. Se não fosse o prêmio, bem menos.

Outro dia, Zé, olhando o calendário das tuas publicações outro sentimento me roubou da mortalidade. Não eras aquele tipinho de mídia, precoce, veloz, que se torna personalidade como Lady Gaga, assim como uma espuma de shampoo. Escorre pela pele e se vai pelo ralo da próxima atração. Tuas publicações é a senha para que todo escritor, todo poeta, todo artista vá muito além dos limites de si mesmo e daqueles externos que existem para te confundir.

Se tinhas 24 anos quando de tua primeira publicação, tanto tempo não viram letras impressas dos teus poemas. Somente aos 43 anos retornastes às publicações com teus poemas. O primeiro romance aos 55, outro aos 57, levaste uma década escrevendo mesmo romance. Eis a marca de que não é no sucesso, na idade e nem no produto que “todo artista tem ir onde o povo estar”.

José Saramago, um humano como nós. Um ateu que escreveu um evangelho. Um comunista que viveu a perseguição de sê-lo.

Pensamento para o Dia 18/06/2010


“Todo ser vivo anseia por felicidade. Ele não deseja miséria. Alguns desejam obtenção de riquezas, alguns acreditam que ouro pode fazê-los felizes. Alguns acumulam artigos de luxo, alguns colecionam veículos, mas todos são compelidos a obter coisas que acreditam lhes dar alegria. Mas aqueles que sabem onde conseguir a verdadeira felicidade são muito poucos. Felicidade sátvica é de natureza tal que parece ser tóxica no começo, mas depois se transforma em néctar. Essa felicidade é conseguida através da consciência do Eu Superior usando práticas espirituais (Sadhana) preliminares como controle da mente (Sama), controle dos sentidos (Dama) etc., pelos quais é necessário passar inicialmente e que parecem difíceis e desagradáveis. Trata-se de luta e esforço. Assim, a reação pode ser amarga. Mas a bem-aventurança que se conquista depois é o mais elevado tipo de felicidade.”
SATHYA SAI BABA

Obstáculos da Vida!!! Tenha Fé!!

(É bem pequenininho... Vale a pena ler)

Um rapaz pediu a Jesus um emprego, e uma mulher que o amasse muito.
No dia seguinte, abriu o jornal e tinha um anúncio de emprego.
Ele foi, viu a fila muito grande e disse: eles são melhores do que eu, e foi embora.
No caminho, um garoto lhe deu uma rosa... no ônibus ele, chateado, jogou a rosa fora.
Ao chegar em casa, o rapaz briga com Jesus:
...É assim que me tratas?
...É assim que me amas?
E vai dormir. Em sonho Jesus lhe diz: O emprego era seu, mas você não confiou e desistiu antes mesmo de lutar; aquela rosa foi eu que te dei... inspirei aquela criança a lhe dar!!! O amor da sua vida, estava sentada ao seu lado... em vez de você dar a rosa a ela, você a jogou fora.
Você entendeu como Jesus age na sua vida?
Ele abre as portas e te mostra o caminho, mas a tua fé é tão pouca que
desiste no primeiro obstáculo. Não desista... confie que Jesus pode agir na sua vida.
Os obstáculos existem para ver até onde vai a tua fé. Passe adiante... isso já será um sinal que Jesus está agindo em sua vida!!!

Recebido por e-mail

Coletivo Camaradas pretende montar grupo de cortejo


No Crato, já existem cerca de três grupos de Maracatus.


O Coletivo Camaradas pretende contribuir com o resgate da musicalidade da tradição africana bastante difundida na região do Cariri, através dos grupos de reisados, bandas cabaçais, capoeira e maracatus. A intenção dos camaradas é montar um grupo de cortejo. Neste sentido será realizada uma oficina de Construção de Tambores, ministrada pelo artista pernambucano Vitor Brito.

Vitor Brito vem desenvolvendo na cidade do Crato um trabalho de incentivo a criação de grupos de Maracatus, tendo ministrado oficinas na comunidade Jocum, no Ponto de Cultura Carrapato, na Casa Harmônica e no projeto Nova Vida, na comunidade do Gesso, no qual é educador. A experiência na construção de instrumentos e o seu aprendizado de percussão se deram nos terreiros de maracatus do Pernambuco.

O Coletivo Camaradas visa potencializar a compreensão sobre a história da musicalidade de origem africana, convidando inclusive integrantes do Maracatu Cearense Az de Ouro que tem mais de 70 anos de tradição no Estado do Ceará. A realização da oficina conta com a parceria da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri – PROEX/URCA e do Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC. A oficina terá início neste sábado, dia 19, no Crato.