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domingo, 30 de agosto de 2009

PV festeja filiação de Marina Silva em São Paulo


Senadora foi ovacionada no evento por representantes do PV e pelo público
Hermano Freitas
Direto de São Paulo


A ex-ministra do Meio Ambiente, a senadora Marina Silva (AC), assinou neste domingo o seu termo de filiação ao PV em uma luxuosa cerimônia no bairro de Pinheiros, zona oeste de SP. Centenas de militantes compareceram ao local, lotando o espaço Rosa Rosarum. A ficha de filiação de Marina ao PV foi abonada pela filha de Chico Mendes, Elenira Mendes, pelo presidente do partido, José Luis Penna, pelo secretário do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Eduardo Jorge, e pelo deputado federal Fernando Gabeira (RJ).

Entre as lideranças do partido estavam presentes ao evento também o ministro da Cultura Juca Ferreira, o líder do PV na Câmara, deputado José Sarney Filho (MA), e uma deputada do Parlamento Europeu, a francesa Catherine Greeze.

Antes da filiação oficial de Marina, diversos líderes do PV de quase todos os Estados do País realizaram pronunciamentos para o público presente.

O deputado federal Fernando Gabeira criticou o Governo referindo-se aos recentes escândalos de corrupção. "Temos no Brasil um governo moralmente frouxo, um congresso apodrecido e um supremo tribunal em processo de decomposição", afirmou.

As lideranças e os militantes presentes foram recepcionados com uma convenção em clima de festa, com faixas saudando a chegada de Marina e com um farto coquetel.

A senadora é apontada como um dos principais nomes na disputa pela Presidência da República em 2010. Há duas semanas ela anunciou sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual esteve vinculada por 30 anos, alegando não encontrar "condições políticas" para avanços na questão ambiental. Sua filiação ao PV é considerada o primeiro passo para uma eventual candidatura presidencial, que ainda não foi oficializada.
Redação Terra

Quem tem medo da doutora Dilma? *


Por Danuza Leão

Vou confessar: morro de medo de Dilma Rousseff. Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra. Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo. Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero); não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor. Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso. Mas essa simpatia tardia não convenceu. Ela é dura mesmo.

Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.

Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade. Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador. E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disserem que eles devem dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira. A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído.

Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.

Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela -e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula. Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão. Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande.

Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno."

*Publicado na Folha de São Paulo, 16 de agosto de 2009