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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Crato vence duas consecutivas

O Crato Esporte Clube venceu duas partidas consecutivas. No último domingo, no estádio Mirandão venceu o Trairiense pelo placar de 3 a 1. O time jogos bem.
Ontem, terça-feira, o Crato voltou ao Mirandão e venceu o itapajé por 4 a 0, com destaque para as atuações de Assis e Rafael. A arbitragem cometeu alguns erros, mas felizmente não comprometeu o resultado final.
As imagens deste blog são do estádio Mirandão, domingo último, no jogo Crato x Trairiense. Imagens gentilmente cedidas pleo fotógrafo Henrique Maia.
O próximo compromisso do Crato Esporte Clube será sábado próximo, 15h30min, no estádio Inaldão, contra o Barbalha. O Crato soma agora 9 pontos.
A surpresa de ontem à noite foi a chegada da mais nova contratação do Crato Esporte Clube, o atacante Sóstenes. Paulinho Guerreiro deve estar apto para jogar no próximo sábado.

O DESMONTE DA LIRA


Renato Casimiro

Não lhes dou uma boa notícia se lhes asseguro que está em curso mais uma perversa e, talvez, definitiva ação contra a gráfica de literatura de cordel de Juazeiro do Norte, a Lira Nordestina. Ao atravessar diversas estações de sua via crucis, a Lira vem sofrendo enormes perdas, o que a levará, indubitavelmente, por tais manobras, à sua extinção. Os que se envolveram com a sua necessidade premente de existir como núcleo importante de nossa cultura, de algum modo, como os gestores da universidade, após o reitorado do prof. Teodoro, sabem muito bem como isto pode ser atingido facilmente. É algo como ler Maquiavel pelas madrugadas. Estou me propondo, nesse instante, a fazer uma breve reflexão sobre os destinos da Lira, se possível respeitoso e contundente, com o objetivo imediato e, dirão - pretensioso, de fazer alguma coisa que o futuro não me acuse de omissão. A Lira veio da família de José Bernardo da Silva e era uma empresa bem sucedida. Por muitos anos existiu com a fama de ser a maior e mais expressiva gráfica de folhetos deste país. Já não é pouca coisa. O Governo do Estado a comprou e a transferiu para o controle da Academia Brasileira de Cordel (ABC). Depois de algum tempo, mercê das pressões que foram exercidas pela comunidade, a Lira passou ao comando da universidade. No início, boas e auspiciosas ações, dando-lhe localização definitiva e acenando concretamente com algumas coisas fundamentais para a sua indigente sustentabilidade (minguadas verbas de custeio, um salário mínimo para um dos encarregados e algumas e modestas encomendas de folhetos e xilogravuras). Nada disso fazia jus ao papel relevante da Lira, depositária de uma produção de centenas de folhetos, um acervo importantíssimo, vindo de poetas que ainda viveram o século 19. Mesmo assim, a duras penas, a Lira continuou sendo o espaço legítimo da reunião e do trabalho de poetas e xilógrafos, aos montes. Nesses anos, entra administração, sai administração, cada uma ao seu estilo, a Lira figurou no discurso falacioso dos gestores, alguns com pose de intelectuais de ocasião, alguns beirando a mediocridade, pouco sabedores da valia do negócio. A Lira continuou, ainda que modestamente, editando poucos dos seus folhetos e algo mais que vinha dos novos valores e tendências da literatura de cordel na região. Nesse meio tempo, o valor maior da Lira, pela propriedade de clássicos da literatura, sofreu barbaramente com a apropriação indevida de seus títulos, impressos por quem desejou fazê-lo, sem ao menos se perguntar a quem, ou como um deles, que ainda pede licença à ABC. Agora, parece que estamos diante da famosa e derradeira pá de cal. Quem visita a Lira por estes dias vai sair de lá desolado. Nada do que por ali transita na sua administração tem o aval do bom senso. Escolheram, bem a propósito assim nos parece, um gerente que não se cansa de repetir que não gosta de cordel e não gosta de xilogravura. E, como tal, só se revela que está ocupando o local errado, a não ser que esteja definitivamente tomado por esta missão valiosa de interditar e inviabilizar, definitivamente, a Lira Nordestina. Descrente de que seria possível contar com alguma sensibilidade da instituição, mesmo assim conclamo, neste penúltimo sofrimento, a adesão de segmentos que ainda acreditam que a Lira pode continuar existindo para o fomento de parte expressiva de nossa cultura popular, sendo departamento imprescindível para o que a instituição ainda nem ousou iniciar. Mesmo reconhecendo a autonomia desta universidade, não é possível creditar-lhe qualquer confiança diante do que tem sido este testemunho de má vontade, de má fé e de falta de zelo para com um equipamento de tão grande importância. Mas, seguramente, este valor não é sentido pela administração, pois ele toca, especialmente, o nosso orgulho pessoal de gente caririense, por ter uma história rica através destes valores que foram construídos ao longo de muitos anos. Acho que todos entendemos que é da universidade a responsabilidade de inserir a Lira em seus programas de desenvolvimento cultural, muito antes que um sentimento menor a enquadre em duradouras e perniciosas questões paroquiais adormecidas. Como a questão é grave, e não devemos facilitar diante desta perversidade que se deseja perpetrar, apelamos para um gesto elevado da instituição, revelando-nos a sua verdadeira atitude com respeito aos planos de melhorias e a dinamização das suas ações, pois o Cariri ainda será um pouco menor se não puder contar com a Lira Nordestina na afirmação de seu universo cultural.

Artigo publicado na edição de 27 de maio de 2008 (ontem) do Jornal do Cariri.

Hora Certa



Amigos administradores do blog,

a hora de publicação das postagens

e comentários está com problemas.

Faz-se necessário o ajuste.

Escolhidos os sete monumentos mais bonitos do Brasil


A catedral da Sé, em São Paulo (SP), é a nova maravilha brasileira. O concurso foi promovido pela revista Caras e o Banco HSBC. Foram três meses de consulta on-line e com mais de meio milhão de votos foi possível escolher os sete monumentos. Além da catedral da Sé foram escolhidos: a Fortaleza dos Reis Magos (RN), a Fortaleza de São José do Macapá (AP), o Conjunto da Natividade no Tocantins, o Mercado Ver-o-Peso, em Belém (PA); o Centro Histórico de Ouro Preto (MG) e o Teatro Amazonas de Manaus (AM).Ontem, 26, aconteceu a entrega da placa comemorativa do concurso As sete maravilhas do mundo na cúria metropolitana de São Paulo (SP), com a presença do cardeal Odilo Pedro Scherer.
Fonte: site www.cnbb.org.br


Meu Comentário: Observem que os sete monumentos escolhidos - em eleição - pela população brasileira representam edifícios da arquitetura tradicional do nosso país. Não foram escolhidas, por exemplo, construções da arquitetura moderna de Brasília. Essa arquitetura, produzida por Oscar Niemayer, (vidro-concreto armado-esquadrias de alumínio...) contribuiu para destruir nosso passado; Não preservou vestígios das formas que existiram nos séculos anteriores, com sua beleza, altivez, privilégios, aspirações...
Quando surge uma oportunidade das pessoas se manifestarem livremente, sem influência de certa mídia medíocre e massificada, o povo lembra e se volta para a arquitetura tradicional. A que prevaleceu entre nós até o início do século passado...

História da Educação - Afrodescendência e cultura são debatidas


Abaixo, matéria publicada no jornal "Diário do Nordeste", desta 4ª feira, dia 28, sobre o 8º Encontro Cearense de Historiadores da Educação, ora em realização na cidade de Barbalha:



"O evento abre espaço para vários debates numa terra onde se encontra um núcleo de resistência da arte popular Barbalha.

O debate sobre a influência das culturas e história na Educação foi iniciado na noite de ontem, em Barbalha, com a abertura do VII Encontro Cearense de Historiadores de Educação. O evento conta com a participação de educadores de todas as universidades cearenses e Centro Pró-Memória de Barbalha. O objetivo do evento é fazer um mergulho na história local e debater questões relacionadas à cultura e afrodescendência.

A abertura do encontro aconteceu no Centro Histórico de Barbalha. Segundo os organizadores, o subtema do evento abre espaço para vários debates numa terra onde se encontra um núcleo de resistência da arte popular, com diversos grupos de tradição. O tema central “Vitrais da Memória: Lugares, Imagens e Práticas Culturais” está relacionado aos temas debatidos, voltados para o sentido de formação da sociedade, hoje e ao longo da história.

Do Cariri foram selecionados mais de 50 trabalhos a serem apresentados durante o encontro. A presença dos historiadores da Educação em Barbalha e a escolha do local se deram pelo significado histórico e cultural e também pelo apoio recebido para realização do evento. O passado de Barbalha remonta ao século XVIII e teve vínculo com a economia dos engenhos de cana-de-açúcar e a escravidão africana.

Essa ligação histórica por si só, conforme os organizadores, justifica o evento, mas traz também questões relacionadas à riqueza da própria região como o patrimônio paleontológico, a tradição indígena, expressão da religiosidade e arte popular. A professora Zuleide Fernandes Queiroz, do Departamento de Educação da Universidade Regional do Cariri (Urca), e da comissão organizadora do evento, justifica a escolha da região, por ser um pólo de desenvolvimento na área de Educação, além de ter um referencial histórico importante.

Ela cita a criação, em 1934, da Escola Normal Rural, criada pela professora Amália Xavier. Este ano, a escola estará completando 74 anos e receberá homenagem no evento.

A segunda escola do gênero foi criada no Rio de Janeiro. Também ressalta a presença de um curso a ser implantado na área de Engenharia de Operação, em Juazeiro do Norte, um dos cinco do País.

Em Barbalha, exemplos de pioneirismo, como o Gabinete de Leitura, na rua principal da cidade, e as primeiras aulas noturnas para trabalhadores. “Então, todos os avanços que o Cariri vem obtendo ao longo dos anos na área educacional faz parte de uma luta antiga”, destaca a professora. Ela justifica os avanços nos estudos da área, a partir do momento em que há maior interesse de participação dos pesquisadores.

Dados fragmentados

O encontro nasceu a partir do Núcleo de História e Memória da Universidade Federal do Ceará (UFC). São pesquisadores doutores e mestres que vem buscando catalogar a História da Educação no Ceará. Segundo Zuleide Queiroz, o que existe de escritos sobre a história ainda é muito fragmentado e tem uma visibilidade de cunho político.

A partir desses estudos muitas realidades vêm sendo construídas, com o resgate, as descobertas de aspectos importantes sobre a trajetória da Educação no Estado. A expectativa é que participem do evento cerca de 500 pessoas. A abertura ontem contou com a conferência do professor Filipe Zau, do Ministério da Educação da República de Angola, na África, com abordagem do tema “Elementos para uma História dos Afrodescendentes”.
ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter