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sábado, 2 de agosto de 2008

19 anos da morte do Rei do Baião

Diário do Nordeste - 02-08-2008

Regional
Luiz Gonzaga
Aniversário de morte terá apenas missa

Hoje comemoram-se os 19 anos de morte do ´Rei do Baião´, Luiz Gonzaga, nascido na cidade de Exu (PE)Crato. Pela primeira vez, não haverá nenhuma programação comemorativa hoje, pelo aniversário dos 19 anos de morte do cantor Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, em Exu (PE), terra natal do “Rei do Baião”. A administradora do parque, Clemilce Cardoso Parente, informou que está programada apenas uma missa na Igreja Matriz de Exu.
A festa não será realizada, segundo Clemilce, em razão da total falta de apoio do governo de Pernambuco. Tradicionalmente, são realizadas duas grandes festas anuais para homenagear Luiz Gonzaga: A Festa da Saudade, em 2 de agosto para marcar o aniversário de sua morte; e o Viva Gonzagão, no dia 13 de dezembro, pelo aniversário de nascimento.


Clemilce explica que, este ano, foi enviado um projeto ao governo de Pernambuco, com o orçamento da festa. “No entanto, não houve nenhuma resposta. Nesta semana, o governo está publicando matéria nos jornais de Pernambuco justificando que não tem condições de promover a festa”, lamenta.No seu calendário de eventos, a Organização Não Governamental (ONG) Parque Aza Branca dá destaque às duas grandes festas anuais para homenagear o seu mais ilustre conterrâneo, Luiz Gonzaga.


Memória


A ONG Parque Asa Branca, constituída sob a forma de uma sociedade civil sem fins lucrativo, democrática e pluralista, com atuação em âmbito nacional, foi fundada em 23 de agosto de 2001 com o objetivo de empreender ações voltadas à preservação da obra e da imagem de Luiz Gonzaga e à conservação do seu Museu na cidade de Exu.


Com essa finalidade, a ONG desenvolve projetos sociais com crianças e jovens carentes, valendo-se do trabalho voluntário, que já não mais atende às necessidades dos seus objetivos, dada à falta de recursos e de apoio financeiro. Diante disso, busca parceria para a manutenção dos projetos que, além de promoverem a inserção social, darão vida e sustentação ao Museu de Luiz Gonzaga, segundo justifica Clemilce.


Construído por Luiz Gonzaga, o Parque Aza Branca tem uma área de média de 15 mil metros quadrados, com variados equipamentos, destacando-se o Museu do Gonzagão, com mais de 500 peças pertencentes ao compositor nordestino.


ACERVO EXCLUSIVO


Compositor inicia museu


Crato. Discos, sanfona, fotografias, a indumentária típica do sertanejo com a qual o Rei do Baião costumava se apresentar, entre outros objetos integram o acervo exclusivo do Museu do Gonzagão, no Parque Asa Branca. Conhecer o espaço é uma oportunidade única de reviver os passos do criador de um dos ritmos que melhor caracterizou a música da Região Nordeste.


O lugar é um dos principais do parque, que também oferece pousada com 80 leitos para receber turistas, quadra para exibição de grupos artísticos, palco para apresentação de shows musicais, bar, lanchonete e a casa que pertenceu a Januário, pai de Luís Gonzaga.


O Museu do Gonzagão foi criado pelo próprio compositor, mas só seria inaugurado após a sua morte, em 1989, pelo seu filho Luís Gonzaga Júnior.


É no Parque também que está o mausoléu de Luiz Gonzaga. Em dezembro de 2001, o Projeto Viva Gonzagão encaminhou ao Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a proposta de tombamento do Parque Aza Branca como um bem do patrimônio artístico nacional. Logo depois da morte de Gonzaguinha, em abril de 1991, o patrimônio do Rei do Baião, que incluiu o Parque Aza Branca, foi vendido pela filha de Gonzaga, Rosinha Valença, ao empresário José Alves de Alencar, grande admirador do compositor. A família vem tentando preservar a memória do “Rei do Baião”, mas, de acordo com Clemilce, está faltando apoio governamental.


História


Conhecido como o “Rei do Baião”, Luiz do Nascimento Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, município de Exu, localizado no sopé da Serra do Araripe, Pernambuco. Ele era filho de Januário José dos Santos, sanfoneiro e consertador de instrumentos, e Ana Batista de Jesus.


Passou toda a sua infância ao lado do pai, acompanhando-o desde os 8 anos de idade aos bailes, onde o ajudava a tocar sanfona. Trabalhou também na roça, nas feiras-livres e também tomando conta de rebanhos de bode.Em 1924, aos 12 anos, comprou sua primeira sanfona, fole de oito baixos, da marca Veado. Aos 15 anos, já tinha adquirido prestígio na região como sanfoneiro dos bons.


No ano de 1930, por causa de uma paixão frustrada, desentendeu-se com a família e fugiu a pé até o Crato e de lá para Fortaleza, onde se alistou no Exército. Com a eclosão da Revolução de 30, viajou por todo o País com sua tropa. No Exército, ficou conhecido como o “Corneteiro 122”.Quando recebeu baixa do serviço militar, em 1939, foi para o Rio de Janeiro, na época a capital da República, passando a cantar e a se apresentar no Mangue, zona de prostituição da cidade, onde havia muitos cabarés e gafieiras.


Apresentou-se no programa de auditório de Ary Barroso, cantando música nordestina e conquistou a nota máxima, sendo depois contratado pela Rádio Nacional. Em 1941, gravou seu primeiro disco pelo selo da RCA. Em 1945, nasceu o seu filho, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha. No mesmo ano, inicia parceria com Humberto Teixeira. Casou-se, em 1948, com a professora Helena Cavalcanti.


O artista morreu no dia 2 de agosto de 1989, às 15h15, no Hospital Santa Joana, Recife, onde estava internado há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa de Pernambuco e enterrado na capela do Parque Aza Branca.


ANTÔNIO VICELMO


Repórter


Mais informações:Parque Aza BrancaInstalado na cidade de Exu, em Pernambuco(87) 3879.1124e-mail ccparente@bol.com.br