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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pensamento para o Dia 06/05/2010


“Mais perfumado que as flores com doce aroma, como o jasmim e o lírio, mais suave que a manteiga, mais bonito que o olho do pavão, mais agradável que o luar, é o amor de uma mãe. A vida humana é uma viagem do ‘eu’ para o ‘Nós’. Nessa pequena viagem, você deve desligar-se do corpo e desenvolver apego ao ‘Eu Superior’. Para isso, a graça da mãe é muito essencial.”
Sathya Sai Baba

Penas ao vento – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Por estes dias, não sem motivo algum, lembrei-me de uma pequena história que minha mãe me contou há muitos anos, quando eu era ainda uma criança.

Um mestre, que era muito sábio, possuía muitos discípulos. Certo dia, encontrou um dos seus discípulos numa animada roda de conversa com os amigos. Aproximou-se dele sem se fazer notar e sem querer, escutou que ele falava mal de um dos seus amigos, fazendo injúrias e o desqualificando com atributos dos quais aquele amigo não era possuidor. O mestre se aproximou do discípulo e lhe disse que estava na hora de receber a lição daquele dia.

Os dois andaram durante algum tempo em silêncio até chegarem defronte a uma torre muito alta. O mestre convidou o discípulo para juntos subirem até o mais alto daquela torre. Quando chegaram ao topo, havia alguns sacos desses que se colocam feijão para o transporte. Então o mestre ordenou ao discípulo que pegasse um daqueles sacos e jogasse todo seu conteúdo pela janela da torre ao chão. Este obedeceu, levantou o saco com as duas mãos, estranhando que seu peso fosse incrivelmente tão leve. Abriu o saco e viu que estava cheio de penas. Obedeceu à ordem do mestre e atirou fora todo o seu conteúdo. Ficou alguns minutos observando as penas voarem para longe, espalhando-se por toda a parte, ao sabor dos ventos. Depois que as penas voaram para os mais distantes lugares, sujando várias ruas e praças, o mestre ordenou: “Agora, meu filho, você vai descer e recolher todas aquelas penas e recolocá-las nesse saco.” “Mas mestre é impossível fazer isso! Não posso recolher todas aquelas penas, pois muitas voaram para longe.” E o mestre lhe disse: “Assim são as injúrias e calúnias que se faz contra um ser humano. Jamais poderão ser reparadas.”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O Manto da Ordem Santa Cruz - Penitentes - Igreja Rural Laica


Luiz Domingos de Luna *

É incrível ver a história humana solver no espaço tempo como uma estrela a emitir a sua luz na infinitude do cosmo, porém, se ela existe ou não é uma abstração e objeto de estudo dos cientistas astrônomos, pois é interesse da ciência.

Quando o assunto é norteado para a atuação da Ordem Santo Cruz – Penitentes – Santa Igreja de Roma, tudo vira um imbróglio generalizado, os escritores e abnegados do assunto via de regra, usam uma linguagem laica para explicar o sagrado, e o sagrado na sua constância atemporal, com justa razão, guarda no cofre do mundo espiritual os mistérios de fé, na constância da linha inalterada da alma humana em projeção de fé em expansão.

A matéria a vagar, um fragmento ao martírio, como semente de fé para os que professam um ponto de referência, uma luz, um ponto de segurança neste espaço tempo dissolvido em momentos, dúvidas para uns, mistérios para outros, certeza, incertezas um manto a cobrir todo o aparato existencial como um carrossel giratório sem um eixo lógico, parece que a tônica do tema, o alimento do debate é sempre a dúvida, a certeza parecer ser o que menos importa, até parece que o grande objetivo é a criação de versões.

Não há seriedade no aprofundamento dos assuntos pertinentes ao estudo da Ordem Santa Cruz por quê? Ora, o estado brasileiro é laico, porém nada impede um estudo feito ou direcionado para um setor religioso, com a finalidade do engrandecimento da epistemologia genética da humanidade para o bem

Qualquer cova perdida no matagal da ignorância laica é motivo para parar o processo, ou mesmo, o estudo a que se pretende, por quê. Existe uma dívida, um débito material, um débito espiritual uma guerra entre o mundo material e o mundo espiritual.

Dá para conciliar um estudo sério com um ponto de partida entre estes dois mundos, ou a natureza humana precisa desta cisão para existir.

Até quando temos que conviver com este manto.

É um manto Laico

-Não sei

É um manto Religioso

-Não sei

Se soubesse diria?

-Com certeza não

Mas é assim que a coisa funciona
(*) Professor –Aurora- Ceará
(*) Colaborador do blog Cariri Agora

Valorizar o que é realmente importante - Postado por Océlio Teixeira

Flamengo e Coríntians - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Que palavras para falar de Flamengo e Coríntians ontem no Pacaembu? Jogo de noventa minutos, prá cima, pressionando, arrumando, pelo centro, laterais, na risca do campo. Penalidade feita de má fé? Nem sei se houve, mas alguém pode achar e me calo. Mas as faltas que aconteceram foram de disputa, no drible, no desarme, na faina para atingir a meta da rede.

Os cartões amarelos foram mais do poder de disciplina do juiz do que deslealdade dos jogadores de ambos os campos. Nem provocação entre jogadores, que não apenas aquelas do entrechoque, e o jogo não era qualquer um. Tratava-se dos times das principais torcidas nacionais, uma no Rio e resto do Brasil e a outra em São Paulo.

O Coríntians vinha no embalo, crescendo no campeonato, mereceu a classificação para esta fase. O Flamengo era como certo Exército Brancaleone, atrapalhado, como que avançando na probabilidade e acertando na sorte. A torcida acreditava, é da natureza de toda torcida, acreditar para soltar o grito com mais força ainda, contra os ouvidos de quem duvidava.

E veio o jogo do Maracanã. Apenas um bobalhão como eu, que não vinha de partida em partida, somente tomava pulso pelas manchetes, nem lia a matéria, disse: o Flamengo tira o Coríntians. Sem base qualquer, referência alguma, apenas um sentimento do passado e o Flamengo do tamanho do Maracanã. Opa! Esta figura é banal?! Tamanho do Maracanã, mas não falei das dimensões físicas do estádio. Quis dizer do tamanho de espírito de jogo e do volume de credo na camisa do Flamengo.

E ontem o Coríntians precisava de dois gols e o fez com a maior categoria, abafando a perplexidade do time do flamengo, terminando o primeiro tempo com agenda marcada para a fase seguinte. A torcida do Coríntians era de uma beleza que só existe no futebol e no Brasil. Importam as besteiras policiais do pós jogo, mas falo daquele momento. Dos rostos em felicidade e este substantivo é tão importante que se inscreveu até mesmo na enxuta Constituição dos EUA. A felicidade pode se inscrever entre os direitos fundamentais da humanidade.

O segundo tempo começou com o treinador do flamengo dizendo que o time voltaria completamente diferente. Confesso que desdenhei a esperança do técnico. Mas não tive oportunidade de conjugar os tempos do verbo desdenhar, o Flamengo era outro em campo e nem passei da primeira pessoa, quando o Coríntians levava um gol. E tudo em campo mudou e o Coríntians, embora ganhando no jogo, perdia no campeonato.

E eis que o efeito causado pela psicologia coletiva, pelo histórico dos embates entre ambos, pelo peso da camisa frente à esperança frustrada da torcida, dar aos eventos de bola toda uma “sorte” cujo dado parece viciado. Uma jogada certa, precisa, se frustra por centímetros. Um ataque perfeito esbarra no bate e rebate, meio atordoado, do adversário e, resulta em nada. Ao contrário, o adversário mesmo quando erra, tem por efeito perigo às traves que não podem levar gol naquele momento.

E foi assim que minha alegria de torcedor foi se amargurando com os olhares sofridos dos Corintianos. Com suas unhas moídas na ponta dos seus dentes, ora de um dedo da mão direita e em seguida, para outra mão e nem tinha acabado os restos das unhas anteriores. A moça chorando no abraço ao namorado. Aquele rosto por trás da tela do campo, um pouco na sombra, profundo como as crateras da lua.

Se tivesse o dom de sustar a dor dos Corintianos, não o trocaria certamente pela alegria de torcedor do Flamengo, mas o faria com a compreensão de quem é o Coríntians. Não o seu passado de glória, mas a sua presença, da glória deste povo sofrido da periferia desta descomunal cidade. Deste povo que é feliz e por assim o ser, diz de uma humanidade mais plena e menos artificial.

Mas, confesso, no Rio sou Flamengo, em São Paulo Coríntians e no Ceará, sou Ceará. E do mesmo modo tenho a compreensão pelos outros que não são perfeitos.