Convidado da 12ª Mostra Sesc Cariri de Cultura, o escritor Ronaldo Correia de Brito fala da influência da cultura sertaneja em sua obra e sai em defesa da narrativa tradicional
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sábado, 20 de novembro de 2010
Em defesa da narrativa
Revista Cult » A dialética da libertação: contracultura e sociedade unidimensional
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Revista Cult » A dialética da libertação: contracultura e sociedade unidimensional
VIVA A GUERRILHA!!! AVANTE, GUERRILHEIROS!!!
A cólera no Haiti e nos Haitianos - José do Vale Pinheiro Feitosa
Pela calha do Amazonas ela desceu, logo atingiu São Luis do Maranhão e nos caminhões de compradores de roupa da malha costureira de Pernambuco se espalhou no Nordeste. Aí vimos a expressão clara de que uma epidemia não é um fenômeno de um micróbio, ela é um fenômeno histórico, cultural, econômico e profundamente social.
Naquela época estava na Comissão Nacional que cuidava do assunto e conversei com muitos governadores da região. Joaquim Francisco de Pernambuco havia proibido comer peixe e tomar banho de mar. Resultado, matou uma das fontes de renda do Estado: o turismo. Fomos lá e mostramos que aquilo não tinha fundamento científico, que para pegar cólera num mar diluído, era preciso beber tanta água salgada que adoecia do volume e não da cólera. Que o peixe era apenas questão de higiene. Joaquim tomou banho em Boa Viagem para a imprensa filmar e fotografar e comeu uma boa peixada pernambucana.
Na Paraíba Cunha Lima passava por algo igual. Fizemos um plano para recuperar não apenas a cólera, mas a cólera que atacava o turismo da Paraíba. E mais ainda, não adiantaria se vangloriar que meu Estado não tem cólera para atrair os turistas amedrontados, o problema era de todos. Enfim a cólera é um problema de todos.
Esta situação do Haiti é muito mais do que um Terremoto, a desgraça política de um povo e a miséria de suas vidas. A cólera no Haiti é um crime da humanidade nestes tempos de salve-se quem puder. Tanto tempo e as verbas não chegam. Tanta desgraça e não tem efetivamente uma grande mobilização para ajudar o país. Tanta gente desempregada e os governos não têm a capacidade de estimular a esperança. Deixaram tudo abaixo da mão pesada e morta e dizem que invisível do mercado.
Olhem que a maior desgraça da cólera no Brasil, ali onde se viu a face terrível, igual a esta do Haiti, ocorreu em Fortaleza. Aliás, esta capital entre os anos 90 e esta primeira dezena dos anos dois mil, já sofreu dois grandes dramas inigualáveis: uma Epidemia de Cólera e uma de Dengue. Ambas sob a égide de Tasso Jereissati e sua grei. A Epidemia de Cólera apenas cessou quando os susceptíveis à doença se esgotaram, ou seja, quando todos os expostos à falta de água adquiriram a doença. O canal do trabalhador talvez tenha salvo o futuro da cidade e o Ceará tem uma proteção.
Só para se ter uma idéia: a cólera não atingiu o sudeste e o sul e a diferença foi água limpa para beber. O mundo é incapaz de dar água boa aos haitianos. Os haitianos têm razão de atacar o mundo. Dirão que é terrorismo, e alguém, com razão dirá: um terrorismo limitado e o outro, do resto da humanidade, provoca um genocídio em larga escala. E este genocídio no Mar do Caribe, tem o dedo infectados do EUA e ainda tem gente com antolhos e um espelho retrovisor olhando para as desgraças do comunismo soviético.
Nonato Luiz lança CD hoje no Cariri
O violão mais doce, potente e vibrante de Nonato Luiz vai nos encher de emoção nesse final de semana em Crato. O Cariri recebe “Estudos, Peças e Arranjos”, o mais novo trabalho do internacional violonista cearense e cidadão cratense. Assim ele se apresenta hoje no Teatro Municipal Salviano Arraes Saraiva.
Indicado como um dos melhores violonistas brasileiros da atualidade, Nonato Luiz nasceu em São José, distrito de Lavras da Mangabeira e, à partir de Fortaleza ganhou o mundo.
A música de Nonato Luiz reflete o seu estilo multicultural: sobre sólidas bases musicais nordestinas, passeia pelos clássicos, eruditos e populares, emprestando-lhes brilho, suavidade e muita harmonia. O título do álbum navega pelo esmero em um trabalho cuidadoso e rico em sons e ritmos, em música de grandiosa qualidade.
Em "Estudos, Peças e Arranjos" o violão de Nonato Luiz nos acompanha através da magia, do encantamento e da alegria de estar com ele. Em uma viagem que, juntos, nos transportaremos para um distante que não importa aonde vai se chegar.
Se devesse ainda persistir qualquer dúvida sobre a magia desta noite, ouça "Estudos, Peças e Arranjos” , executado por esse artista que adotamos como filho.
SERVIÇO
Show de lançamento do CD "Estudos, Peças e Arranjos" do violonista Nonato Luiz
DATA: 20 de novembro de 2010
LOCAL: Teatro Municipal Salviano Arraes Saraiva (Antigo Cine Moderno no Calçadão)
HORA: 20h
ENTRADA FRANCA
CONTATOS: Kaika Luiz - 8816.3062/9931.2138
Urgência da reforma política - Emerson Monteiro
A constante abordagem dos assuntos pela mídia enfraquece o conteúdo de palavras utilizadas, motivando o desestímulo quanto a matérias que, por vezes, necessitam maiores considerações e aprofundamento. De tanto se falar em determinados itens, nas pautas jornalísticas, resulta na inércia da acomodação e do costume, isso automatizando o som e o significado desses conceitos, envernizando, empalidecendo suas potencialidades.
Uma ocorrência do tipo fica por conta do falar em demasia na tão sonhada e propalada reforma política brasileira, há muito presente nos discursos e nas notícias, sem, contudo, levantar a cabeça do papel e chegar às vias da realidade real. A cada ano de eleição, falam-se multidões na carência de que o Brasil evoluirá quase nada em termos institucionais caso permanece distante a tal reforma política eleitoral.
De tanto ouvir, os ouvidos acostumam e perdem o interesse nos conteúdos entre quem escuta e o que dizem as palavras, até chegar a indiferença e acomodação das intenções de quem fala conteúdos expostos e pouco absorvidos, dada a sua profundidade virar apenas repetição de superficialidades pouco esclarecidas.
Reforma política, portanto, quer significar, acima de tanta fumaça jogada sobre sua importância, o passo inicial e inevitável para a qualificação da política, no que diz respeito à prática da cidadania plena, ou seja, o ato de votar e ser votado. Será ação fundamental para o saneamento verdadeiro das formas arcaicas viciadas de fazer política nas terras nacionais.
Somente uma boa reforma política oferecerá condições eficientes para a boa administração pública no nosso País. Através dela, dar-se-á o disciplinamento das votações, com a localização territorial das lideranças no seu espaço de influência social, evitando o perverso paraquedismo de candidatos estranhos invadirem o campo e anular o potencial autêntico das populações. Ela adotara, dentre as propostas, o voto distrital ou voto distrital misto.
E outros elementos a comporão, quais sejam, no meio de outros: A eliminação dos privilégios dos caciques, na hora da escolha dos candidatos dentro dos partidos. Eleição também dos suplentes de Senador. Aumento da representatividade, com escolhas proporcionais a todas as regiões, no Congresso Nacional. Redução da força eleitoral dos presidentes de partidos. Exclusão do foro privilegiado de políticos no exercício do mandato. Ampliação dos efeitos da chamada ficha limpa. Cortar em definitivo as regalias e mordomias dos representantes, e retorná-los à vala comum de onde nunca deveriam ter saído. Adoção do financiamento público das campanhas, com peso igual nos custos a todos os candidatos independente das diferenças patrimoniais, com o extermínio, bem na fonte, da famigerada compra de voto, excrescência e prostituição da consciência de cidadãos desavisados e corrompidos.