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sábado, 31 de outubro de 2009

Dr. John Eversong Lucena Vasconcelos fez importante palestra no Rotary Club de Crato sobre o tema "Avanços na Odontologia"


Dr. John Eversong de Lucena Vasconcelos
fala aos Rotarianos de Crato sobre os Avanços na Odontologia

Por Audir de Araújo Paiva

Na Reunião Plenária realizada no dia 29 de outubro, o Rotary Club de Crato recebeu o distinto casal de doutores John Eversong Lucena Vasconcelos e sua esposa Dra. Eliane Maria Gonçalves Moreira de Vasconcelos (odontólogos). O Dr. John usou o período da ordem do dia da pauta da reunião e falou sobre o tema “Avanços na Odontologia”. Com sabedoria, coerência e competência prendeu a atenção do público presente, discorreu sobre o tema que despertou interesse geral, inclusive com valiosos apartes. Ao final a convite da presidência, coube ao Dr. Glasdtone Lins de Alencar, entregar ao palestrante o “Diploma de Honra ao Mérito Rotário”, outorgado pelo clube.
Fonte: Blog do Rotary Club do Crato

Projeto na periferia do Crato leva arte e tecnologia para jovens



Introdução ao Audiovisual será o primeiro curso do Projeto Fazendo Arte e estão previstos a realização de mais 13 cursos incluindo diversas linguagens artísticas.
Hermano José de Sousa
Presidente do Projeto Nova Vida ( foto)



Na próxima quinta-feira, dia 05, a partir das 19 horas será lançado o Projeto Fazendo Arte, na comunidade do Gesso. A intenção é levar arte e tecnologia para jovens da cidade do Crato. O projeto contemplará cursos de Introdução a Linguagem Audiovisual, iniciação ao Teatro, Fotografia, Arte Digital, Grafitte e Stencil, Introdução a Arte Contemporânea, Serigrafia, Produção de Instrumentos, Introdução a História da Música, Escultura, Pintura em tela, além de visitas aos espaços de circulação e produção de arte e palestras com artistas locais e de outros estados brasileiros.


Em uma visita a Alemanha no período entre agosto e setembro de 2009, o presidente do Projeto Nova Vida Hermano José de Sousa conseguiu aprovar solicitação de recursos financeiros para a realização do Projeto Fazendo Arte. As Instituições Aktionskreis Pater Beda e a Kinder Missionswerk e a Missionswerk Die Sternsinger são as principais responsáveis pelo financiamento da proposta. Essa instituições há mais de 10 anos viabiliza e apóia as ações de assistência social, educação e saúde promovidas pelo Projeto Nova Vida.

A proposta do projeto Fazendo Arte visa oferecer a comunidade do Gesso e a outros espaços da cidade de Crato o maior número de linguagens artísticas, visando gerar uma maior aproximação com o universo da produção e circulação da arte, proporcionando assim, formação sócio-cultural, através de ações de qualificação artística e fruição estética, visando combater os índices de violência, consumo de drogas e prostituição infanto-juvenil, fatores presentes na comunidade, e criando condições de acesso a arte e a cultura, através de oficinas, debates, visitas aos espaços de circulação das artes como museus, galerias, teatro, cinema, centros culturais, ateliês e terreiros de brincantes, utilizando esses instrumentos para promover transformações favorecendo o desenvolvimento do aprendizado e da cidadania.
Para a coordenadora do pedagógica do Fazendo Arte, a cantora e integrante do Coletivo Camaradas, todos os cursos, oficinas, palestras e visitas serão ministradas numa perspectiva educativa aliada a idéia de potencializar nesses jovens e adultos condições para que os mesmos possam atuar de forma efetiva no cotidiano do fazer e do pensar artístico universal. Ela destaca que a intenção é buscar despertar que a produção artística pode interferir diretamente na realidade as quais vivenciam e que essas ações podem fazer um grande diferencial quando estão vinculadas a atuações que tenham caráter significativo e transformador.
O Programa de Formação Artística Fazendo Arte iniciará no mês de novembro com o primeiro curso de Introdução a Linguagem do Audiovisual que será realizado na sala de Vídeo da Universidade Regional do Cariri nos dias 07 ,14,21 e 28 durante o dia todo.
O Projeto Fazendo Arte tem como realizadores as instituições alemãs Aktionskreis Pater Beda, Kinder Missionswerk e a Missionswerk Die Sternsinger e o Projeto Nova Vida e a parceria da Universidade Regional do Cariri - URCA, Secretária de Cultura,Coletivo Camaradas,SESC , Secretaria de Educação.

Para o presidente do Projeto Nova Vida, Hermano José de Sousa, esse projeto representa uma oportunidade para fazer a arte acontecer. Ele que acredita que é possível contribuir para o crescimento e o acesso da comunidade à diversas formas de manifestação da arte.

1º de novembro: aniversário de Dom Newton Holanda Gurgel

Por Armando Rafael

Dom Newton Holanda Gurgel nasceu em Acopiara, Ceará no dia 1º de novembro de 1923, filho de Francisco Gurgel Valente e Aurélia Holanda Gurgel. Ele completa hoje 86 anos de idade. E no próximo dia 17 de dezembro completará 60 anos de ordenação sacerdotal.

Em 27 de maio último, Dom Newton comemorou 30 anos de ordenação episcopal.

Ele foi nomeado bispo-auxiliar de Crato em 27 de maio de 1979. Com a renúncia do 3º bispo, Dom Vicente Matos, o Vaticano nomeou Dom Newton Holanda Gurgel como 4º bispo de Crato em 17 de novembro de 1993.

Nesta função ele permaneceu até 29 de junho de 2001, em face de ter renunciado ao bispado por ter atingido 75 anos em 1º de novembro de 1998. Foi substituído pelo atual bispo diocesano, Dom Fernando Panico.

Conhecido como o "Bispo da Simplicidade", Dom Newton receberá muitos cumprimentos nesta 1º de novembro dos seus muitos amigos do Crato e do Cariri.
Artigo de Armando Lopes Rafael (Via Blog do Crato)

A frieza dos políticos e o comodismo do povo - Por Pedro Esmeraldo

Muita gente se sente magoada devido ao excesso de zelo que exigimos dos senhores políticos. Avisamos porém, que não dispomos de nenhuma convicção de ofender os nossos semelhantes, mas desejamos que fiquem atentos, alertando-os diante da fraqueza e do trabalho, cometidos por seres que vêm diligentemente arrebatar o nosso património com coragem ardilosa, levando tudo o que temos de bom.

Não culpamos ninguém, a não ser a falta de amor de seus filhos e de alguns políticos, pois não trabalham com firmeza e facilmente entregam o ouro sem reação, acomodando-se pelas influências das camadas mais elevadas, e não preservam, pelo menos, o nosso património histórico que conquistamos há anos, quando estávamos no apogeu.

Somos democratas e podemos exigir que esses políticos façam alguma coisa em benefício de sua terra, mostrem garra, fugindo de um trabalho moroso "sem limite", empenhando-se com dedicação para nos trazer força, empurrando o barco progressista para a frente, num caminho sólido, gerado pela rotação complexa do semicírculo político.

O que acontece é que nossa massa política não se conscientiza, com pouca inteligência, pois, permanece com o pensamento cravado em coisas fúteis que não nos levam a lugar nenhum, pois deixam de lado e não praticam os esforços com durezas, vivem fraquejando e não reabilitam o seu pensamento para o futuro, para conseguir uma boa administração, planejando com trabalhos estruturais, motivando o povo para o progresso futuro.

Alguém nos desanimou com palavras pífias, dizendo asnices, sem se identificar, pois para todos nós isso não passa de um gesto covarde, não desejamos mostrar sua face de homem sério. Quiséramos saber por que motivo vem nos desvanecer, "tirando onda de bonzinho", mas consideramos pessoas sem firmeza no trato das palavras. Afirmamos que estamos num regime livre, que é o regime democrático, e podemos dá opinião sobre o destino político de nossa terra, e jamais desejamos esmorecer quando enfrentamos obstáculos, já que temos como meta praticar a arte de um trabalho que merece atenção quando seja conveniente ao bom comportamento humano, e por isso afirmamos, procuremos avançar e nunca recuar, vez que temos que colaborar com o progresso e ajudar a todos, unidos com comportamento de seriedade, que percorreremos o caminho de sempre, desde épocas imemoriais, galgando com valentia e arrojo a nossa trajetória de cidade líder no campo ético e político.

Vamos em frente pessoal, não tenhamos medo, façamos alguma coisa pela "terrinha", visto que, com toda certeza, alcançaremos num futuro próximo as benesses que almejamos no decorrer dos anos e pedir a Deus que nos dê capacidade de agir e seguir em frente, que alcançaremos com sucesso e nos aliviará, deixando-nos cair no campo elevado de admiração e do bem-estar do seu povo.

Para frente Crato, tu não morrerás porque serás forte e saberás lutar com coragem e dignidade!
Artigo de Pedro Esmeraldo (Via Blog do Crato)

Pensamento para o Dia 31/10/2009


“Quando a adversidade o esmaga, saiba que ela é conseqüência de suas próprias ações passadas. Não culpe o Senhor ou se queixe d’Ele. Não dê atenção aos problemas ou os considere como tal. Ao invés disso, envolva-se em servir aos outros e desenvolva ações meritórias. Continue confiando no nome do Senhor como apoio. Esse é o sinal da sabedoria.”

SATHYA SAI BABA

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Aberta Romaria de Finados em Juazeiro

Por Elisângela Santos (Diário do Nordeste)

A expectativa é de que até terça-feira, a cidade receba algo em torno de 600 mil fiéis para participarem das celebrações católicas


Milhares de fiéis assistiram à abertura da romaria de Finados na Praça dos Romeiros, em frente à Basílica de Nossa Senhora das Dores, na cidade de Juazeiro do Norte


A romaria de Finados foi aberta na noite de ontem, com duas celebrações, uma na praça dos Romeiros, presidida pelo bispo de Propiá, em Sergipe, dom Mário Rino Savieri, e outra pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico, no Santuário dos Franciscanos, às 19 horas, reunindo milhares de pessoas de diversos estados do Nordeste. A perspectiva da igreja é que a cidade até terça-feira receba cerca de 600 mil fieis.

Este ano, a romaria da esperança, em memória de finados, tem como tema das celebrações, com missas até a terça-feira nos Franciscanos, Basílica de Nossa Senhora das Dores e Capela do Socorro, onde estão sepultados os restos mortais do padre Cícero, "Mãe das Dores, Padre Cícero e São Francisco: Caminho de Paz e Justiça para Cristo. Este ano, a romaria de Finados será uma das mais simples e também com menos dias de realização.

A partir de hoje, serão realizadas, sempre às 18 horas, saindo da Capela do Socorro até a Basílica, procissões que vão até o dia primeiro, dia de Todos os Santos. Nesta data, também Dia do Romeiro, em Juazeiro, será realizada no início da noite procissão com imagens de santos, levados pelos próprios fieis.

Ontem pela manhã já se registrava a chegada de grande número veículos de vários estados, principalmente de Sergipe e Pernambuco. Nesta romaria, é comum a participação de pernambucanos. Também de caminhões paus-de-arara. A reorganização do comércio informal nas proximidades do Santuário dos Franciscanos tem facilitado o tráfego na área, uma das mais movimentadas na romaria. É tradição a chegada dos carros e três voltas com buzinaço em torno da imagem de São Francisco. O passeio das almas, uma breve caminhada numa passarela sobre os arcos do Santuário, é também uma parte obrigatória do ritual de quem chega ao local neste período do ano.

Durante a celebração na praça dos romeiros, o padre Paulo Lemos, administrador da Basílica, saudou os romeiros que começavam a chegar na cidade, destacando esse como um dos momentos fortes das romarias de Juazeiro do Norte. "É com alegria que recebemos cada romeiro" , disse.

Uma programação paralela às celebrações foi preparada pela administração, dentro das comemorações a caminho do centenário da cidade, em 2011. Na manhã desta sexta-feira, a beata Maria de Araújo, que protagonizou o milagre de Juazeiro, ganha placa no local onde nasceu no dia 24 de maio de 1863. A solenidade será às 9 horas com as presenças do prefeito Manoel Santana e do diretor adjunto dos Correios, Francisco de Assis Marques.

Elisângela Santos
Repórter

Juazeiro sediará o I Encontro Brasileiro de Geoparks

Está previsto para acontecer em dezembro, em Juazeiro do Norte, o I Encontro Brasileiro de Geoparks: fortalecendo novas candidaturas. A proposta inicial do evento foi apresentada no último fim de semana, durante reunião na Universidade Regional do Cariri (Urca), com a presença da secretária adjunta da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitec), Teresa Mota, além da administração superior da instituição.

Também foram convidados a participar da reunião de apresentação da proposta instituições parceiras do Programa Geopark Araripe, como o Sebrae, Fundação Casa Grande, de Nova Olinda, Fundação Araripe e o Instituto Chico Mendes. A ideia é reunir diversos representantes de instituições junto com a Universidade, no próximo dia 30, para construir e finalizar a programação do evento reunindo também integrantes do trade turístico regional. Será um encontro preparatório. Pela manhã, será feita uma reunião interna e, à tarde, o compartilhamento e discussão das temáticas a serem apresentadas.

Para o encontro será elaborada uma rota turística incluindo os principais geotopes para apresentar aos representantes de estados visitantes, além da cultura local. Serão convidados para o encontro nacional representantes de seis Estados brasileiros. O evento irá acontecer nos dias 11 e 12 de dezembro.

O Geopark Araripe é o único do Hemisfério Sul e o objetivo deste encontro é estimular novas candidaturas de áreas que possam se tornar espaços de Geoparks junto à Unesco. No próximo ano, está previsto para acontecer na região o Encontro Panamericano de Geoparks.

Fonte: Cetama (Via Jornal do Cariri)

Usina de Barbalha poderá ser reativada

Durante a inauguração do novo Parque Industrial da Ypióca, no último dia 24, o governador Cid Gomes anunciou que vem realizando estudos e buscando parcerias visando reativar, em Barbalha, a Usina Manoel Costa Filho para a produção de álcool, ou mesmo construir uma nova na região do Cariri. A capacidade da usina de Barbalha é de produzir entre 50 e 60 milhões de litros/ano. “Esse é um setor que não tinha tradição no Ceará e o grupo está demonstrando fortemente que é absolutamente possível investir nessa área”, disse o governador. A família Telles, dona do grupo Ypióca, é um dos possíveis parceiros da empreitada de Barbalha. “Tudo depende do resultado dos estudos que estão sendo feitos”, informa sem mais detalhes, Everardo Telles, presidente do Grupo Ypióca. O governador citou que um dos problemas para a quebra da usina de Barbalha foi o alto preço da energia elétrica necessária para manter o maquinário funcionando. Tomando o novo Parque Ypióca como exemplo, ele disse que poderá utilizar a mesma tecnologia de produção que permite independência a baixo custo através de meios alternativos. Lá, uma parte do bagaço é aproveitada para a geração de energia elétrica, tornando a unidade fabril auto-sustentável.

Fonte: Cetama (Via Jornal do Cariri)

Parque Ecológico Saco/Lobo - Por: Nivaldo Soares de Almeida

"Somente crescemos à medida que nós nos dobramos perante algo maior do que nós mesmos." (Saint Éxupery)

O processo de crescimento do denominado Cariri Central focado, principalmente nos municípios de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte é notório e, traz consigo uma série de mudanças no espaço físico e no dia a dia das pessoas. Basta observar a ampliação e o surgimento de novas instituições de ensino, instalação de novas indústrias, novos meios de comunicação, a ampliação do setor de prestação de serviços, novos equipamentos públicos, entre outras referências. Paralelamente podemos observar, também, aumento da concentração populacional, a expansão urbana, a verticalização das construções, o aumento do fluxo de veículos e a degradação do meio ambiente por falta, principalmente, de uma infra-estrutura básica de serviços públicos, essenciais, condizentes com um território de formação geológica sedimentar, rico em água subterrânea, mas que apresenta vulnerabilidades as mais diversas. Toda esta rápida transformação recheada de consequências negativas, não perceptíveis pela grande maioria da população, devem nos levar a refletir sobre várias questões, mormente sobre o fato de que a velocidade do “desenvolvimento” tende a aumentar substancialmente com o decreto, do governador Cid Gomes, que cria a zona metropolitana do Cariri.

Uma das questões mais angustiantes nesse cenário é a falta de uma maior atenção para com o capital natural da bacia sedimentar do Araripe. Verifica-se no âmbito regional uma perigosa ausência de planejamento ambiental, bem como de políticas públicas centradas na minimização de impactos que colocam em risco, particularmente, os recursos hídricos nos aspectos quantitativos e qualitativos.

Os diversos estudos científicos publicados sobre a Bacia Sedimentar do Araripe nos revelam, e já é de domínio público, que é detentora do mais complexo, importante e vulnerável sistema de recursos hídricos subterrâneos do interior cearense. Da base para o topo, segundo divisão de MONT`ALVERNE et al. (1986), a Bacia apresenta diversas formações hidrogeológicas que compõem três Sistemas de Aquífero, sendo: um Inferior (Formação Mauriti e parte basal da Formação Brejo Santo); um Médio (Formação Rio da Batateira, Abaiara e Missão Velha); e um Superior (Formações Exú e Arajara). Entre os três merece maior atenção de todos nós o Aquífero Médio, por ser o principal fornecedor de água para o consumo humano e as atividades demandadoras do precioso líquido na região. É importante saber que a sua disponibilidade potencial de 112 milhões de m³/ano de água de excelente qualidade é limitada e apresenta fragilidades, as quais quando projetadas tendencialmente para as próximas décadas, apontam para um cenário de ameaçadora insustentabilidade. Esta afirmativa procede quando observamos o aumento da população, aliado a expansão urbana com novas ruas e avenidas pavimentadas sem os serviços públicos essenciais (aterros sanitários, água e esgotos tratados), proliferação de postos de combustíveis, oficinas metal mecânicas, gráficas, fossas sépticas, postos de lavagem de veículos, somando-se ainda a falta de tratamento adequado aos resíduos dos serviços de saúde e das atividades industriais. No referente aos resíduos industriais, como o mercúrio usado na ourivesaria, o chumbo e cádmio (encontrado em baterias de celulares e outros equipamentos) são metais pesados não sintetizados nem destruídos pelo organismo humano que se acumulam provocando danos extremos ao sistema nervoso, gastrintestinal e reprodutivo, além de outras sequelas nos organismos vivos.

A título de exemplo, segundo Oliveira, secretário da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), entre os poluentes encontrados em águas subterrâneas no Brasil, há uma predominância do nitrato, presente na urina e no esgoto doméstico não tratado e os derivados de petróleo, como BTEX (bezeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) e PAHs (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos). Estes contaminantes são considerados substâncias perigosas por serem depressantes do sistema nervoso central e por causarem leucemia em exposições crônicas.

É por demais salutar para um povo saber olhar o seu entorno, fazer aflorar a sensibilidade e reagir no sentido do participar e influenciar na construção de um novo tempo. Se individualmente não dispomos de condições, nem conhecimento sobre determinadas questões, que nos unamos para hastearmos bandeiras em defesa de um desenvolvimento que contemple qualidade de vida, utilização racional equitativa e a conservação dos recursos naturais, aliadas à proteção do meio ambiente, patrimônio insubstituível de todos.

Sobre este aspecto, a responsabilidade dos nossos administradores, bem como o exercício da cidadania do nosso povo, se revestem de maior importância, não só cobrando, mas também colaborando no sentido do estabelecimento de uma política de desenvolvimento regional que contemple as práticas sócio-ambientais ecologicamente corretas.

No processo de crescimento da região do cariri, sente-se claramente a falta de um planejamento que leve em conta a relação entre os recursos naturais disponíveis, especialmente, os recursos hídricos, e a ocupação do meio físico.

Neste contexto como se não bastassem tantas atividades e fontes poluidoras, claramente expostas, nenhuma política pública integrada vem sendo trabalhada no sentido da preservação de áreas (pequenas unidades de conservação) com objetivo, específico, de garantir a recarga do único reservatório d’água do Cariri Central, capaz de atender, pelo menos, temporariamente, uma demanda cada dia mais crescente no conglomerado. E assim, caminhamos céleres para insuficiência e contaminação do nosso principal manancial - Aquífero Médio, formação Batateiras/Missão Velha.

Diante de um cenário tão preocupante só nos resta agir, comunidade acadêmica, legisladores, administradores públicos, em especial, e a população organizada de toda a região, no sentido de atuarmos como agentes do desenvolvimento sustentável. Precisamos romper as barreiras da imposição política, do sectarismo, da ignorância, do egoísmo e dos interesses mesquinhos e, urgentemente, partirmos unidos em defesa da implantação de um projeto de saneamento básico e preservação do Aquífero Médio, começando pelas áreas de maior concentração populacional e com atividades de maior potencial degradador.

Para tanto, precisamos, urgentemente, cobrar a quem de direito um zoneamento ambiental especifico de toda a área do Aquífero, tendo em vista dotar as administrações públicas, nas três esferas, de um instrumento de planejamento e organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas que estabeleçam medidas e padrões de proteção ambiental com vistas a assegurar a qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.

Dentro dessa perspectiva de crescimento com o território devidamente organizado e trabalhado conforme suas potencialidades, limitações e fragilidades, a criação de pequenas unidades de conservação (Parques Ecológicos), entre tantas outras intervenções, se apresenta, no nosso entendimento, como uma das mais importantes e urgentes medidas no sentido de preservar e proteger as áreas de recarga do Aquífero Médio.

Em todo o território da Bacia Sedimentar do Cariri Cearense é possível identificar áreas favoráveis à implantação dessas pequenas unidades de conservação (Parques Ecológicos), especialmente, no entorno das sedes dos municípios. Estes atenderiam a múltiplas finalidades que vão do lazer, passando pela educação, ao interesse da conservação e manutenção do equilíbrio natural e em especial da proteção de áreas de recarga dos nossos reservatórios subterrâneas de água. A titulo de exemplo apontamos a área cortada pelo rio Saco/Lobo situada entre o bairro Mirandão e a perimetral Dom Francisco no município do Crato, a qual, apesar da ocorrência de todo um processo de degradação, por uso inadequado, ao longo de décadas, apresenta remanescentes da sua composição florística e faunística. Com topografia irregular, boa parte de sua área é de Preservação Permanente - APP - áreas nas quais, por imposição da lei, a vegetação deve ser mantida intacta, tendo em vista garantir a preservação dos recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade, bem como o bem-estar das populações humanas. Seus solos são constituídos de arenitos argilosos médios a finos, siltitos argilosos e folhelhos, pobre em matéria orgânica e de baixa fertilidade, o que naturalmente impõe restrições de uso para atividades agrícolas. Por outro lado a sua capacidade de infiltração é seguramente alta em função de sua constituição, o que garante por ocasião do período chuvoso uma boa contribuição para recarga do Aquífero Médio.

Como proteger os recursos naturais do nosso País é um compromisso de todos os setores da sociedade e não simplesmente uma ação de governo, conforme explicita a Constituição Federal, lançamos o desafio da implantação de Parques Ecológicos em vários municípios do Araripe Cearense iniciando pelo Rio Saco/Lobo no município do Crato.

A Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano do Crato e a Universidade Regional do Cariri, através da Pró-Reitoria de Extensão, deram início aos estudos preliminares sobre a área acima descrita e está aberto a contribuições das demais instituições e segmentos organizados da região. Faça parte desta historia.

Nivaldo Soares
Mestre em Desenvolvimento Regional
Secretário de Meio Ambiente e Controle Urbano do Crato
Fonte: Blog do Crato

Deputado Sineval Roque garante mais de R$25 milhões em investimentos para o Cariri

Desde o início da gestão Cid Gomes, o deputado estadual Sineval Roque (PSB), já conseguiu junto ao Governo do Estado, recursos da ordem de mais de R$25 milhões para a região do Cariri.

O parlamentar destinou recursos para projetos de abastecimento d’água, energia elétrica, projetos produtivos, através do programa São José, recuperação asfáltica, pavimentação de ruas, construção de matadouro, estádios de futebol, quadra de esportes, materiais esportivos, ambulâncias e tratores. Parte das obras está em execução, outras, aguardam licitação do governo para início do processo licitatório.

Para o município do Crato, por exemplo, Roque destinou aproximadamente R$17 milhões. Os recursos foram investidos em projetos de abastecimento d’água, duas miniusinas, obra do desvio do anel da batateira, perfuração de poços, ampliação do Condomínio das Flores, cobertura da quadra da Escola Polivalente, construção das escadarias, das estradas Crato-Lameiro/Crato-Grangeiro, do conjunto habitacional das artesãs, construção das escola profissionalizante, compra do terreno para a instalação do empreendimento e ginásio esportivo poliesportivo da Urca.

O parlamentar assegurou ainda R$150.000,00 por mês para atendimentos emergenciais no Hospital São Francisco e 50 bolsas para alunos que foram beneficiados com o programa Primeiro Passo, do Governo do Estado.

Em Antonina do Norte os recursos são da ordem de R$4.540.000,00 investidos em compra de ambulância, reformas de escola e hospital, parte da construção da sede da Secretaria de Educação, dois carros, um para a Secretaria de Saúde e outro para a Secretaria de Educação, calçamentos, passagem molhada da Rua Evídio de Alencar e Rua Castelo Branco, além da verba assegurada para a construção do açude do Mamoeiro.

Além do Crato e Antonina do Norte, o deputado Sineval Roque garantiu recursos ainda para os seguintes municípios:

- Abaiara – R$330.000,00 – Estádio de futebol e estrada
- Altaneira – R$45.000,00 – Ambulância
- Araripe – R$160.000,00- Calçamento e trator
- Assaré – R$225.000,00 – Ambulância, abastecimento d’água
- Baixio-R$350.000,00 – Estádio de futebol e reforma praça
- Barbalha – R$380.000,00 – Matadouro
- Barro – R$45.000,00 – Ambulância
- Farias Brito-R$45.000,00 – Ambulância
- Jati- R$45.000,00 – Calçamento
- Nova Olinda-R$85.000,00 – Energia elétrica
- Potengi-R$35.000,00 – Asfalto
- Salitre-R$270.000,00 – Ginásio poliesportivo e reforma praça
- Santana do Cariri-R$280.000,00-Estádio de futebol
- Tarrafas-R$1.030.000,00 – Estádio de futebol, quadra, açude, pavimentação e calçamento de ruas e trator.

Por: Sangiorgy Ribeiro (Via Blog do Crato)

A Avidez humana! – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Desculpem-me. Sei que muitos dos leitores por aqui não gostam de futebol. Mas o assunto que pretendo repartir com os amigos é sobre o desejo insaciável por lucros, vitórias e glória. Para isso, ignoram-se os sentimentos de afetividades que nutre e engrandece as relações de amor. Chega-se ao extremo de escravizar o homem, se possível. Que tem o futebol a ver com tudo isso?

Apesar das relações de trabalho de um jogador de futebol profissional terem evoluído para melhor nos últimos dez anos, houve época em que o atleta era um verdadeiro escravo. Preso definitivamente ao clube, não lhe era facultado o direito de livre transferência ou escolha da equipe em que gostaria de jogar. Submetia-se a dias seguidos de confinamento, sem contatos com a família e o mundo exterior, numa ociosidade a que ainda hoje os dirigentes de futebol teimam denominar de concentração.

Em 1946, D’Ávila era um esforçado jogador de meio de campo de uma das quatro grandes equipes de futebol do Rio de Janeiro. Não chegou a integrar a seleção brasileira, mas era muito importante para o esquema de jogo do seu time. Era um desses jogadores que desarmam os ataques da equipe adversária e ajudam a empurrar o seu time para frente. Geralmente esse tipo de jogador passa despercebido aos olhos da torcida.

O time de D’Ávila estava concentrado desde a segunda-feira à noite num casarão da zona sul da cidade do Rio de Janeiro, preparando-se para um jogo decisivo do campeonato. A mulher de D’Ávila fora hospitalizada naquele mesmo dia, com uma estranha doença. Mas os dirigentes do clube não consideraram esse fato um motivo justo para dispensá-lo da concentração. Não podiam prescindir daquele jogador na equipe.

Semana inteira de treinos à tarde e o restante do dia na mais completa ociosidade. Naquele confinamento desumano, a nenhum atleta era dado o direito de sair à rua, visitar a família, ou ao menos usar o telefone.

No domingo pela manhã, dia do jogo decisivo, uma freira que trabalhava no hospital onde estava internada a mulher de D’Ávila, telefonou para a concentração procurando falar com o jogador. Disseram-lhe que ele não podia atender. “Por favor, digam a ele que o estado de saúde de sua esposa se agravou e ela pede desesperadamente para falar com ele.” Insistia a irmãzinha reforçando a urgência da presença do jogador.

Os dirigentes da equipe acharam por bem nada comunicar ao seu atleta para que nenhuma preocupação viesse prejudicar seu rendimento no jogo. Afinal, iriam enfrentar um dos mais fortes rivais.

Na tarde daquele ensolarado domingo, D’Ávila se esforçou como sempre era seu costume, contribuindo para vitória do seu time num jogo decisivo.

Somente quando a partida terminou, entre tapinhas nas costas, os dirigentes comunicaram a D’Ávila para ir ao hospital com urgência, pois o estado de saúde da sua mulher havia se agravado. Ele imediatamente enxugou o suor do corpo com uma toalha, trocou de roupa, sem ao menos tomar banho e foi de taxi, o mais depressa possível, ao hospital.

Lá chegando, a irmãzinha lhe disse: “O senhor não tem coração? Telefonei várias vezes desde a manhã de hoje. Sua mulher passou o tempo todo querendo lhe falar e somente agora o senhor chega aqui?” “Mas eu vim assim que me disseram. Estava no jogo e vim o mais rápido possível.” Disse-lhe D’Ávila preocupado. “Agora é tarde! Sua mulher faleceu às três horas da tarde.” Respondeu a freira. Ao saber dessa notícia, D’Ávila desmaiou, voltando a si, somente algum tempo depois.

O desespero tomou conta de D’Ávila. Voltou ao casarão da concentração e não encontrou mais ninguém do clube, somente o caseiro e sua mulher. Então, munido de uma barra de ferro destruiu tudo que havia pela sua frente, não sobrando nem portas, nem janelas.

No dia seguinte, durante o enterro, diante de dirigentes do seu clube e dos colegas jogadores, D’Ávila desabafava, acariciando o rosto frio da sua amada: “Não me deixaram te dar um último beijo, mas você está vingada.”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
(Adaptado de "Os subterrâneos do futebol" de João Saldanha, Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1980)

Pensamento para o Dia 30/10/2009


“O aspirante espiritual (Sadhaka) deve ser vigilante para não perder a calma em questões triviais e insignificantes, pois isso retardará seu progresso. A raiva deve ser sublimada através do esforço sistemático. O homem deve resistir ao impulso de entrar em discussões e debates, pois isso cria um espírito de rivalidade e o conduz a sentimentos de raiva e vingança. A raiva está na raiz de todo comportamento errado. Portanto, cultive amor por todos os seres e, assim, mantenha hábitos e tendências indesejáveis sob controle.”
Sathya Sai Baba

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Cantor e compositor Eduardo Júnior no programa Cariri Encantando


O programa cariri Encantado desta sexta, 30, será com o cantor, compositor e radialista cratense Eduardo Júnior.

Eduardo Júnior tem discos gravados, com obra autoral, e realiza constantes shows acompanhado do grupo Os Filhos do Crato. A matéria-prima utilizada pelo compositor são os autênticos ritmos do Nordeste brasileiro, como o forró pé-de-serra.

No programa de amanhã, veiculado pela Rádio Educadora AM 1020, das 14 às 15 horas, Eduardo Júnior falará sobre seu trabalho artístico e de comunicador de rádio, além de comentar as músicas de sua autoria que serão tocadas.

A apresentação do programa é de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias. Apoio do CCBNB Cariri.

O desprezo pelo Crato - por Pedro Esmeraldo

Somos cratenses, e desejamos ver a cidade evoluir e prosperar condignamente no caminho efervescente de trabalho digno, que favoreça a vida autônoma de seus cidadãos.

Queremos trazer na memória de todos os cratenses que no passado Crato foi o amparo da região centro-nordestina e ultimamente vem sendo esquecido, pois quando mais precisamos de ajuda, mais há falha permanente por parte das autoridades da capital.

Não sabemos por que motivo a cidade está esquecida por esses homens, contudo temos certeza que algum dia sairemos desse empecilho e venhamos a nos encaixar em medidas tolerantes, fugindo portanto dessas medidas abusivas.

Por certo, manteremos uma expansão econômica favorável em busca do desenvolvimento; todavia estamos numa ação desfavorável que nos persegue, pois não aceitaremos essas desculpas esfarrapadas que o Crato não tem condição alguma de possuir um plantão policial noturno, já que a Secretaria de Segurança deveria equipar com todas as forças o processo de organização e eficiência no plantão policial. Tudo isso causa revolta no seio da sociedade, visto que temos de ser submissos ao outro município de menos importância histórica do que o nosso. Isso causa revolta psicológica e não aceitaremos de forma alguma esse pensamento dúbio desse secretário inimigo do Crato.

Não compreendemos por qual razão o Sr. Secretário de Segurança despreza o Crato. Não aceitamos jamais essas medidas estóicas que nos deixam cabisbaixos diante de tanta injustiça desses políticos que não praticam a liberdade e a autonomia do povo.

Olhamos para frente e não vemos boas paisagens em nosso caminho que não vem aliviar, deixando o povo desesperado, com pessimismo de cidade de pequeno porte.

Também, estamos irrequietos diante da paralisação das obras do Centro de Convenção que há anos foi autorizada a construção pelo governo passado e até agora quando pensamos em iniciar as obras, resolveram parar sem nenhuma explicação ao povo; contudo, há conversas estapafúrdias que não nos convencem, já que pelo tempo que estão paradas, já deveriam ter recomeçado essas obras, dando pelo menos uma atenção especial aos seus contribuintes. Nós os cratenses, estamos perdidos no espaço e no tempo, não temos mais confiança nesses homens de hoje. Antigamente, Crato era a cidade-palco dos movimentos e era a cidade mais lembrada da Região Sul.

Por isso, estamos numa situação de desigualdade e desequilíbrio equivalente a outros municípios talvez de menos importância histórica do que o nosso. Olhem senhores, para as datas históricas do Crato, visto que no interior do Brasil, como Ouro Preto e outras cidades são bem consideradas e recebem tratamento especial pelas autoridades estaduais e federais, etc., visto que recebem até universidades e possuem um campo turístico de grande equilíbrio financeiro. Aqui é totalmente deslembrado, visto que na hora da precisão deixam-nos de lado, totalmente desmerecido como se fosse terra de ninguém.

Lembramos que a culpa é dos cratenses, já que deixam de prestigiar os políticos da terra para engrandecer os políticos de outras cidades que não compactuam com o nosso desenvolvimento, pois querem levar tudo para si e o Crato que caia na bancarrota, deixando para ser incluída no segundo plano. Não, senhores! Cuidem melhor do Crato, lembrem que em tempos passados éramos festejados como uma terra heróica e todos a admiravam pela abundância de suas riquezas e era considerada a cidade Princesa do Cariri.

Hoje em dia, só lembram do Crato em tempos políticos; ai sim esses algozes vêm miando como gato, pedindo voto, exagerando o tratamento, dizendo maravilhas, pois, houve um deles que teve a audácia de dizer: do Crato cuido eu! Essa figura foi enaltecida com uma vantagem de votos fora do comum e portanto esqueceu o Crato, abandonou-o e vive agora pedindo votos para se candidatar a presidência da república. Senhores, pedimos com veemência e humildades, não votem nesse homem, precisamos ter vergonha na cara e não venha retribuir com bondade o desprezo cometido por esse cidadão. Deixem-no de lado e façam forças, tratando-o com desdém, não contribuindo, na votação a seu favor.

Texto de Pedro Esmeraldo (via Blog do Crato)

Meu nome é Dora - por Socorro Moreira

Alguns me perguntam nas entrelinhas: por que você separou-se do marido, nos idos de 1975? Respondo sempre, com objetiva naturalidade: gente, porque eu queria namorar todas as pessoas amáveis, e mulher casada só pode ter olhos para o seu marido( ainda hoje, penso isso).
Namorar não significa fazer sexo... Se bem que, também significa!
Namorar é andar de mãos dadas, ficar horas penduradas no telefone, rindo e falando bobagens. Ir ao cinema, dançar de rosto colado, trocar poemas, bilhetes, fazer coisas, em parceria... Enfim!
Namorar é pensar que está namorando, e pronto! Mesmo que o namoro seja irreal, unilateral... Mesmo que seja indefinido: Romance ou amizade?
-Tanto faz!
Por essas pequenas emoções, de certa forma, existencialmente vitais, corri riscos, paguei vultosos preços... Tudo por um par de asas, que me levassem, aonde moram os meus desejos.
Descontando a minha insensatez juvenil, simplesmente, peguei o beco da vida!
Igual a todos os que não ousaram;
igual àqueles que nunca precisaram sair do caminho do meio;
igual àqueles enfileirados e disciplinados!
Fui triste, fui só, e fui, estúpida e maravilhosamente feliz!
Recife, primeira estação. Lá, busquei o Cais de Santa Rita. Não como o buscam as doidivanas, mas, como o buscam as santas, e ligeiramente profanas. Santos sonhos, com gosto de todas as culpas!
Fiz dois anos de terapia pra soltar meu primeiro “pôrra”!
Depois foi ficando pô, até ficar, só no “p” da vida.
Dois anos de terapia pra ficar bem com aquilo que sou, e como vou ficando... Consegui!
Agora, como pecadora remida, uso créditos, solto meus pós de artifícios. Salpico afetos pelo reino da memória, e o subproduto, eu reciclo! Posto aqui, nesta rádio imaginária, que às vezes, se chama Blog!
Com margaridas e girassóis nos cabelos, talos de lírios na boca, eu revivo, em boas companhias, minhas incursões e excursões amorosas.
Eu tenho uma prima que conhece os meus “causos”... (Combinamos um dia, que ela os publicaria, depois da minha morte. Por via das dúvidas, resolvi antecipar o ato, e não a sorte!)
Os bem sucedidos, os engraçados, e os “sórdidos”, vou postá-los na seqüência. Será meu café presente, com aromas do passado.
Estou em 1975. Quem quiser fazer regressão no tempo... É bem-vindo!
Estou no auge da minha performance feminina.
Meu nome é Dora!

Socorro Moreira
foto mai/2000 by caio marcelo

Obelisco do Centenário do Crato: flagrante do descaso com os monumentos históricos da cidade*

Por Armando Lopes Rafael e Carlos Rafael Dias

Quem passa pela Praça Juarez Távora, também conhecida pela população como Praça de São Vicente, no centro da cidade do Crato,- comprova o estado de abandono daquele logradouro.

Inaugurada em 17 de outubro de 1953 , como parte da programação dos festejos do primeiro centenário de Crato,- ali foi erguido um obelisco para comemorar essa data. O obelisco, escondido entre as folhagens de uma mal localizada mangueira (cujas raízes já afetaram os alicerces do monumento), encontra-se bastante deteriorado. Uma triste imagem da falta de cuidado do poder público da Princesa do Cariri para com seus monumentos públicos.

Outras cidades cearenses, a exemplo de Sobral e Iguatu, implementaram uma política de revitalização dos seus espaços públicos. O resultado é que, hoje, essas urbes são exemplos de eficiência de planejamento e gestão do espaço urbano pela valorização do espaço público (parques, praças, ruas, repartições, prédios históricos etc). Na sua essência, o espaço público deve ser democrático e bem tratado, requisitos essenciais de todas as cidades que se prezam.

O poder público cratense bem que poderia seguir esse modelo, recuperando as praças da cidade e, incontinenti, priorizar a Praça 3 de maio (este é outro nome pelo qual aquele espaço é conhecido ). Desta forma, resgataria este significativo marco de uma cidade tão pobre em monumentos.

O cuidado vigilante com os locais públicos e monumentos históricos é o primeiro sinal de eficiência administrativa do poder público.
* Artigo originalmente publicado no Blog do Crato em 2007.

Governador inaugura metrô do Cariri em novembro


O governador Cid Gomes inaugura o Metrô do Cariri, no dia 24 de novembro, informou o secretário adjunto da Infraestrutura, Otacílio Borges, que viajou ontem, 28, a Juazeiro do Norte, para inspecionar a obra.

A linha do Metrô terá uma extensão de 15 quilômetros, saindo do Crato para a Terra do Padre Cícero e vice-versa. O trecho terá nove estações.

Os vagões foram construídos em Barbalha e trafegará das 6 às 23 horas, com cada composição transportando de meia em meia hora 660 passageiros, totalizando no fim do dia 10 mil pessoas, cada um pagando a quantia de R$ 1,00 pela passagem. O projeto total custou R$ 20 milhões.
Fonte: Diário do Nordeste (Via Blog do Crato)

COMPOSITORES DO BRASIL




LUIZ MELODIA

Por Zé Nilton


Luiz Carlos dos Santos, carioca, nascido no morro, viveu nas quebradas de São Carlos, por onde só anda quem conhece. Do pai herdou o apelido e um destino: ser compositor, cantor e malandro que no lugar da teoria tem cicatrizes profundas, feitas de vida. Que não admite o samba domado, nem escola estilizada.

Cresceu bebendo a pura música jorrada das fontes perenes que nascem das entranhas do Morro de São Carlos e do bairro do Estácio. Não quis saber de leituras formais nem do trabalho alienante. Preferiu ser desde cedo o que ele alcunhou de “musiquim”, talvez uma mistura de música com botequim. Aproveitou bem o tempo da felicidade musical em que todos os ritmos e todas as tendências eram postas à disposição para o deleite de todos. Ouviu The Beatles, The Sheik, The Foudation, Renato e seus Bleu Caps, Roberto Carlos, Jorge Bem, Noel Rosa, Ismael Silva e a nata dos chorões da época.

Com sua voz profunda, por vezes estrangulada, dizendo frases cortantes, Luiz Melodia é dono de uma música cuja densidade recobre a influência natural, saída do rádio e das quebradas. Um compositor que desconhece teorias – chegou a ser reprovado num primeiro exame da Ordem dos Músicos e considerado por ela sem condições de tocar e cantar . Um trovador da boêmia carioca.

Descobertro pelo poeta Walli Sailormoon, que logo se encantou com sua música My Black, que de imediato sugeriu a mudança do título para “Pérola Negra”, nome de um homossexual do morro, Melodia só fez crescer no cenário da Música Popular Brasileira.

Compositor intuitivo, sua obra inicialmente causou polêmica entre a crítica especializada. Mas para ele nunca houve meias medidas. Nunca deu bolas ou fez questão de ser amado ou odiado. Seu jeito é único, seu estilo é único e sua música reflete todas as influências. Vem da longa tradição dos violões de morro e explode no som eletrizado.

Luiz Melodia será o nosso homenageado no COMPOSITORES DO BRASIL de hoje. Um programa cultural que procura dignificar os grandes mestres da MPB de todos os tempos, sem apologia ao que seria as músicas do passado, mas ao que representam para o fortalecimento de nossa identidade hoje.

Vamos falar e tocar algumas de suas composições, como:

Passarinho viu, de LM, com Luiz Melodia
Pra quê, de LM, com Luiz Melodia
Jeito danado, de LM, com Luiz Melodia
Vale quanto pesa, de LM, com Luiz Melodia
Farrapo Humano, de LM, com Jads Macalé
Ébano, de LM, com Luiz Melodia
Estácio - Holy - Estácio, de LM, com Maria Betânia
Magrelinha, de LM, com Luiz Melodia
Congênito, de LM, com Luiz Melodia
Pérola negra, de LM, com Gal Costa
Presente cotidiano, de LM, com Luiz Melodia
Dores de Amores, de LM, com Luiz Melodia e Zezé Motta
Juventude Transviada, de LM, com Luiz Melodia

Quem ouvir, verá !

Informações:
Programa Compositores do Brasil
Sempre às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri – 1020 kz.
Apoio: CCBN.

Pensamento para o Dia 29/10/2009


“Um devoto e investigador sincero não pode ter qualquer interesse pelos prazeres mundanos e paixões. Esses desejos inferiores devem ser abandonados, já que eles estão na raiz de toda a miséria. O que é exatamente é a liberação (Moksha)? Ela é a paz imperturbável (Shanti), obtida através do esforço espiritual (Sadhana) para a limpeza do coração (Chittha Shuddhi). Ela é a negação das impressões que se obtém através dos sentidos.”
Sathya Sai Baba

“Você precisa desenvolver valores humanos. Sem eles, você é humano apenas na forma. O homem está preenchido com sentimentos como raiva, desejo, cobiça, inveja etc., que são características animais. A raiva é a natureza de um cachorro. A mente instável é a qualidade de um macaco. Você não é um cachorro e tampouco um macaco. Quando tiver um ataque de raiva, lembre-se de que você não é um cachorro e, então, sua raiva diminuirá. Atualmente, várias características animais estão desenfreadas nos seres humanos. Nós necessitamos cultivar as qualidades humanas da compaixão, da verdade, da paciência, da empatia etc.”
Sathya Sai Baba

“O estado atual dos acontecimentos é devido à perda de fé dos homens em si mesmos e nas Escrituras (Shastras). Mesmo aqueles que declaram ter fé não se guiam conforme as Escrituras. Conseqüentemente, as virtudes e a bondade diminuíram no mundo e a maldade conseguiu uma posição de controle. Para que o cenário atual seja transformado e o mundo desfrute de paz e segurança, todos devem cultivar a fé nas Escrituras e praticar as determinações nelas propostas.”
Sathya Sai Baba

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Encontro do Verso Cantado e das Graphias

Zé Nilton, e o programa de amanhã?


Todos já sabem, tudo bem, que todas as quintas-feiras, das 14 às 15 horas, Zé Nilton Figueiredo apresenta o programa Compositores do Brasil, com apoio do CCBNB Cariri, na Rádio Educadora do Crato, AM 1020.

Há essas alturas, Zé Nilton, já teria postado algo sobre o programa. Mas, até agora, nada!

Então, o que houve?

Talvez, Zé ainda estaria ultimando a elaboração do programa de amanhã.

Talvez, não! Zé já teria preparado o programa e agora estaria na Serra do Araripe, onde tem um rancho pra lá de aprazível (confira pela foto acima).

De qualquer forma, Zé é Zé e o resto é zil...

Papa Poluição, uma das maiores bandas do Rock Brasileiro, era liderada pelo cratense Tiago Araripe

Capa do primeiro disco da banda


Papa Poluição: banda de pop-rock formado em São Paulo, em 1975, por Paulinho Costa (voz e guitarra), Luís Penna (guitarra e voz), Beto Carrera (guitarra e voz), Tiago Araripe (violão, percussão e voz), Bill Soares (baixo e voz) e Xico Carlos (bateria).

A maioria dos seus integrantes era nordestina; Tiago, Bill e Chico eram cearenses e Paulinho e Luís vinham da Bahia. A exemplo dos Novos Baianos, fundiam a MPB ao rock, porém com ênfase na ironia e no bom humor. O grupo gravou apenas dois compactos (o que é de lascar): um duplo pela Chantecler em 1976 com as músicas "Rola Coco", "Guerra Fria", "Em Nome Do Rock" e "Brechando Nas Gretas" e um compacto simples pela Top Tape no ano seguinte com as faixas "Tua Ausência" e "Inferno Da Criação".

Tiago Araripe (que já havia gravado um compacto solo para a Odeon ainda em 1974 com suas composições "Os Três Monges" e "Sodoma e Gomorra"), seguiu carreira-solo, gravando o LP Cabelos de Sansão, no início da década de 1980. Este disco foi recentemente reeditado em CD pela Saravá Discos. Tiago hoje mora em Recife, Pernanbuco, trabalha com publicidade e mantém um blogue muito interessante com o mesmo nome do seus antológico disco. Para acessá-lo clique aqui.

Penna e Paulinho gravaram alguns discos em dupla (incluindo "O Macaco Avoa", pela RGE, para a trilha do filme Sargento Getúlio), e Penna entrou para a política nos anos 2000, sendo hoje presidente nacional do Partido Verde.

Fonte: Arquivo do Rock Brasileiro (Terra).

Avôhai*


Por Tiago Araripe

Meus dois avôs tiveram influência musical decisiva na minha vida. Antônio, o pai do meu pai, tinha um baú de preciosidades no sertão do Piauí: um rico acervo de longueplêis de talentos como Luiz Gonzaga, Marinês e Jackson do Pandeiro. Só música nordestina, que a gente ouvia de vez em quando numa radiola de pilha.

(A primeira vez que escutei de novo velhas gravações de Luiz Gonzaga no Ceará, 23 anos depois de morar em São Paulo, foi inevitável a garganta apertada, os olhos úmidos, a memória acesa...)

José, o pai da minha mãe, tinha mais que um baú: tinha um aparelho de rádio daqueles antigões, lindo, diante do qual se concentrava com prazer para sintonizar estações do mundo todo. Lá ouvia de música mexicana a tangos argentinos, de canções russas a foxtrotes norte-americanos. Esse gosto musical ecumênico, que incluía de peças do folclore caririense a sinfonias e óperas, sempre me causou muita admiração.

Eu era o operador voluntário do seu gravador de som, daqueles de fita. Aliás, o aparelho era do museu que funcionava na sala de sua casa, na rua Miguel Limaverde, e depois se transformou no Museu do Crato. Gravávamos a Banda de Pífanos dos Irmãos Aniceto, o maneiro-pau, os reisados... Mais tarde encontrei minha forma de retribuir apresentando as canções dos Beatles, que ele passou a pedir para escutar sempre que ia à minha casa. Tinha suas predileções, como If I Feel, And I Love Her e outras composições de John Lennon e Paul McCartney.

Como os ouvidos sem fronteiras do meu avô José, as canções dos Beatles sempre me soaram feito uma espécie de esperanto musical, acessível em qualquer parte do mundo. Certa vez aproveitei essas percepções numa composição ainda inédita em disco, que diz:

“Quando meu ouvido encontra o seu / todos os ruídos tornam-se um som / Todos os signos, todos os indícios / O Atlântico bebe onde bebe o Pacífico / Feito Beatles / Esperanto / Entre nossas línguas já não há Babel / Eu em São Paulo / Escutando o mar / No búzio que você me deu / Em tudo que você me dá”...

Aos meus avôs Antônio de Alencar Araripe e José de Figueiredo Filho (foto), onde estiverem, à maneira de Zé Ramalho saúdo: Avôhai!

* Artigo de autoria de Tiago Araripe, publicado originalmente no Cariricult.blogspot.com

Crato e Nossa Senhora de Fátima


Texto: Armando Lopes Rafael
Fotos: Carlos Rafael Dias


A cidade de Crato, desde seu início, sempre foi profundamente marcada pela presença da Virgem Maria!
Ao fundar a Missão do Miranda – embrião desta cidade – com o objetivo de pregar a fé católica aos indígenas, o capuchinho italiano Frei Carlos Maria de Ferrara o fez de modo simbólico. Ergueu, no centro da aldeia, uma humilde capelinha de taipa, coberta com folhas de palmeiras e a dedicou – de maneira especial – a Nossa Senhora da Penha, a São Fidelis de Sigmaringa e à Santíssima Trindade. Na ocasião, a imagem ali venerada foi uma pequena estatueta da Virgem Maria, com o poético nome de Mãe do Belo Amor...

Em 13 de maio de 1917, alvorecer do século XX, Nossa Senhora escolheu o lugarejo de Fátima, em Portugal, para divulgar – por meio de três crianças – uma mensagem. De Fátima difundiu-se pelo mundo inteiro esta mensagem de conversão e esperança! Também em Crato a mensagem de Nossa Senhora de Fátima teve grande repercussão. Já 25 anos depois dessa aparição, num mundo de precária comunicação, o historiador maior desta cidade, Irineu Pinheiro – no seu clássico O Cariri, na página 272 – registrava: “No dia 3 de outubro de 1942 à tarde, trouxeram em procissão da Sé para o novo templo (igreja de São Vicente Ferrer) em andores, as imagens de São Vicente Férrer e Nossa Senhora de Fátima, em meio de fogos, vivas e palmas entusiásticas”.
Noutro livro, Efemérides do Cariri, Irineu Pinheiro assim descreve a visita, em 1953, da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima a Crato: “Foi a maior manifestação religiosa a que assistiu o Crato desde sua fundação...”.

Fruto dessa visita, entre tantas coisas, foi a inauguração, em Crato, do Aeroporto de Fátima (em plena Serra do Araripe) e o início da construção da Igrejinha de Fátima, localizada na Rua Nossa Senhora de Fátima, no Pimenta.

Em 1967, o Prefeito de Crato, Humberto Macário de Brito, construiu um monumento a Nossa Senhora de Fátima, no velho Aeroporto (fotos), de autoria do renomado escultor jardinense, José Rangel. Estivemos lá neste domingo e fotografamos o monumento abandonado. Neste 2007 – quando se comemora 90 anos das Aparições de Fátima – bem que a administração municipal poderia relocalizar este monumento no bairro do Pimenta, onde fica a única paróquia da Diocese de Crato que tem como padroeira Nossa Senhora de Fátima.

Lembrando Antônio Corrêa Celestino*

Por Armando Lopes Rafael

“Se um homem tiver alguma grandeza dentro de si, ela aparecerá. Não em momento espetacular, mas quando for feito o registro do seu dia-a-dia” (Beryl Markham)

No primeiro quartel do século XX, na Região do Cariri, só a cidade de Crato dispunha de educandários de 2º grau. E isso a partir de 1916, graças ao primeiro Bispo de Crato – Dom Quintino – responsável pela reabertura do antigo Ginásio São José, com o nome de Ginásio Diocesano, destinado à educação da juventude masculina. Como o estudo era caro, só jovens oriundos de famílias ricas tinham acesso à educação, no único ginásio caririense.

Nascido na zona rural de Barbalha, filho de família modesta, o empresário Antônio Corrêa Celestino não chegou a cursar o segundo grau. Mesmo tendo freqüentado pouco a escola, era um autodidata. Lia muito, redigia as correspondências mais importantes de sua empresa e – o principal – sempre estava atualizado sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo. Tinha sempre um ponto de vista firmado sobre os fatos mais relevantes, divulgados pela imprensa e externava suas opiniões com muita segurança e equilíbrio.

Oportuno lembrar a trajetória da vida de Antônio Corrêa Celestino (1908-1995) atravessando quase todo o século XX, época de profundas mudanças na sociedade humana, dos avanços tecnológicos, de grandes enfrentamentos políticos e ideológicos, das conquistas da civilização e de tantas outras. Celestino venceu todos esses vendavais, como um cristão autêntico, no sentido ético da palavra cristão. Sua vida foi um exemplo de dedicação à comunidade, à Religião Católica, pela sua fé inquebrantável, e à Pátria, pelo seu ardoroso civismo.

Celestino sempre entendeu o ambiente de uma empresa não restrito unicamente às atividades internas e ao relacionamento com fornecedores e clientes. Para ele as empresas não deviam satisfações apenas aos seus acionistas, mas cumpriam interagir com os anseios coletivos das comunidades onde atuavam.

Citarei um único exemplo da sua atuação nesse campo de pensamento, provavelmente desconhecido até dos seus familiares. Quando da construção do grandioso Santuário de São Francisco das Chagas, em Juazeiro do Norte, além das doações pessoais feitas para a edificação do belo templo, Celestino financiou a aquisição, na Itália – às expensas da Aliança de Ouro S/A – da belíssima imagem de São Francisco, pontificando, há meio século, no altar-mor daquela igreja. Hoje, os milhares de pessoas, quando contemplam a imagem de São Francisco ou rezam diante dela, desconhecem o fato de esta se encontrar ali, graças a uma doação de Antônio Corrêa Celestino.

Empresário vitorioso, Celestino não era obcecado pelo lucro nem pelo acumular de riquezas. Dotado de arraigadas convicções cristãs, conseguiu conciliar ética e lucro, sem ferir princípios da responsabilidade social. Talvez sua única vaidade fosse enumerar, vez por outra, o número de empregos gerados por sua empresa. Ficava feliz em rememorar o fato de dezenas de famílias terem um sustento condigno, graças aos empregos proporcionados pela Aliança de Ouro S/A. Sua residência era acolhedora, mas simples. Nada de supérfluo.
Era assim Antônio Corrêa Celestino. Um homem coerente! Um homem de bem!

* Artigo publicado no "Jornal do Cariri", edição 27-10-2009

Texto: Armando Lopes Rafael

As histórias dos outros – V: O Campeão de Bolero – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Outro dia, li em algum lugar por aqui, uma homenagem a Garrincha, o extraordinário ponta direita do Botafogo e da Seleção Brasileira. Neste dia 28 de outubro completa-se 76 anos do seu nascimento. Faleceu em conseqüência dos efeitos do álcool no organismo humano aos 49 anos em 20 de janeiro de 1983.

Muitas são as histórias engraçadas daquele genial jogador, que foi um dos melhores do Brasil em todos os tempos, ao lado de Pelé, Didi, Domingos da Guia e Leônidas da Silva, este último, jogador dos anos trinta e que para o meu pai era o melhor de todos. Mas calma pessoal, meu pai não entendia nada de futebol.

Segundo o escritor e pesquisador Ruy Castro, autor de “A Estrela Solitária”, muitas dessas histórias sobre Garrincha foram criadas pelo jornalista Sandro Moreira e não ocorreram.

Mas essa história que se segue merece crédito porque foi revelada pelo próprio técnico do Botafogo. Aconteceu numa excursão do time à América Central no distante ano de 1957, durante um torneio disputado em El Salvador. Na véspera da final contra o Independiente da Argentina, tido naquele ano, como um dos melhores times do mundo, os dirigentes do Botafogo deram por falta de Garrincha no hotel. Eram quase onze horas da noite quando o chefe da delegação do Botafogo, um de seus diretores e o técnico resolveram procurá-lo por tudo que fosse casa noturna de El Salvador. Orientados por um motorista de taxi, eles visitaram quase todas as casas de shows da cidade, que não eram muitas, e já estavam perdendo as esperanças, quando avistaram um pequeno cartaz preso por um arame num poste, com o seguinte anúncio: “Gran concurso de Bolero – a las nueve de la noche en La Caverna.” Correram para essa casa e lá encontraram uma enorme multidão comprimida em torno da pista de dança. Havia uma intensa fumaceira, que associada a pouca luz dificultava encontrar Garrincha no meio da platéia. Quando eles já iam se retirar, o locutor anunciou a grande final e que cada componente da dupla vencedora receberia um premio de vinte dólares. Eles olharam e viram uma baixinha, que parecia uma caturrita dançando e fazendo muitas evoluções. Quando observaram o par da dançarina tiveram uma grande surpresa. Era Garrincha! Não tiveram dúvidas. Subiram ao palco e arrastaram Garrincha para dentro do taxi, sob protestos do jogador, reclamando os vinte dólares que iria ganhar, pois estava quase vitorioso na grande final. Os dirigentes disseram que quem deveria pagar vinte dólares de multa seria ele, Garrincha, por haver desobedecido à ordem de permanecer na concentração. E se o Botafogo perdesse o jogo final, ele seria multado com toda certeza.

Atendendo a um pedido do próprio Garrincha, os dirigentes combinaram não comentar esse assunto com os outros jogadores para evitar as costumeiras zombarias entre eles. Mas na hora do café, Edson, um dos jogadores, começou a gritar para Garrincha: “Cinderela, ô cinderela!” Era uma referência ao fato de Garrincha haver abandonado o baile antes do final. Os dirigentes ficaram intrigados como poderiam ter descoberto aquele segredo. Somente souberam a razão quando o roupeiro do Botafogo comunicou: “Seu João, tem uma mulher na recepção desejando falar com os diretores do time.” Era a bailarina do bolero, furiosa porque perdera o premio do concurso. “Me preparei muito para esse concurso. Ele já estava ganho, quando uns homens levaram o Manolo”. Protestava a dançarina. Em seguida houve uma séria discussão, com os dirigentes sem querer pagar à mulher e ela ameaçando a armar o maior “barraco”. E barraco em espanhol não é nenhuma latada dessas daqui não! É barraco para mais de mil embolações da língua. Resolveram pagar. Quando a mulher se foi com seus vinte dólares, apareceu Garrincha, com ar de inocência dizendo: “Seu João, eu gostaria de receber meus vinte dólares que deixei de ganhar ontem à noite.” “O que seu moleque? Perde esse jogo que você vai ver os vinte dólares, ouviu?”
E o resultado do jogo? Deu empate: um a um.

Adaptado por Carlos Eduardo Esmeraldo de “Os subterrâneos do futebol” de autoria de João Saldanha, capítulo: “O concurso de bolero” páginas 86-93– José Olympio Editora, Rio de Janeiro - 1980

memorial do imigrante (sp)

















onde passamos
onde construímos montanhas de silêncio
giramos os corações
curva interminável
em nossos pés cheios de pó
muitas palavras que seriam
todas guardadas na raiz da árvore
na curva dos bancos
também nossos olhos no escuro
nós no centro do círculo de pedras
inscrito em cada olho
um mundo transfigurado
solidão em tudo por onde fomos



foto: chagas
http://br.olhares.com/abrigo_arsenal_da_esperanca_foto2620418.html

AFINAL, POR QUE DEUS OU CONSCIÊNCIA CÓSMICA TRANSCENDENTAL? AS ESCOLAS DA RAZÃO E DA FÉ


Bernardo Melgaço da Silva

Escolhi esse tema porque acho oportuno nos dias de hoje apontar os descaminhos onde a filosofia bate cabeça com a ciência e a ciência bate cabeça com a religião. E os três batem cabeça com os Poderes (o oficial e o paralelo organizado, armado e corporativo) do Estado e das Organizações Ilegais. E a causa segundo PIERRE WEIL (UNIPAZ) é essa:

"A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

A expressão “Deus” pode ser entendida por cada um de vários modos e níveis de consciência. Assim, podemos entender Deus como epifenômeno transcendental, ou seja, Ele existe enquanto fenômeno supra-humano, ou seja, paralelo, independente, latente, imanente ou presente na vida psico-bio-ontológica. Podemos entendê-Lo apenas como um conceito, uma idéia de um ser perfeito, justo e provedor das nossas carências e necessidades, mas para isso precisamos suplicar direta ou indiretamente constantemente a sua intervenção em nosso mundo. Podemos entendê-Lo como um Valor Supremo, um Bem Incomum (transcendente ao bem comum que é proveniente do trabalho socialmente necessário) e que se manifesta inesperadamente quando nos dedicamos ou nos disciplinamos espiritualmente (os orientais denominam essa disciplina de SADHANA) em querer encontrá-Lo, compreendê-Lo (EINSTEIN afirmou: “o Velho Me diz interiormente....” – O Velho para ele era a Inteligência Cósmica da Natureza) e amá-Lo mais do que tudo que existe nessa Terra.

Ele É, portanto, tanto Criador quanto Criatura que evolui através de uma infinidade de Leis Naturais e Cósmicas criadas por Ele mesmo: na vida, no cosmo e na existência. Evoluímos Nele e com Ele. Alguns duvidarão dessa minha visão de Deus. É natural, pois todo ser humano carrega a beleza e a grandeza de ser e não ser ao mesmo tempo; de duvidar e ter fé em si mesmo profundamente (em Deus); de cair e se elevar; de amar ou odiar; de ir além de si mesmo ou ficar estagnado nas crenças e ideologias de sua época.

Nesse sentido, Deus nunca poderá ser objetivado, no máximo especulado ou hipotetizado. Os cientistas enraizados e matriculados na escola da razão rejeitarão a variável da consciência-de-Deus em suas equações matemáticas e científicas. Nesse contexto, a razão dessa escola é superior, suprema e inquestionável. Pois, é o Método – que significa na língua grega CAMINHO! Ele tem que ser respeitado e seguido como um dogma religioso – não se pode afastar do Caminho racional nunca! Então, nos perguntamos se a ciência moderna (oficial) seria o único caminho possível e provável de se aventurar nas descobertas das Leis Naturais (sociais, psicológicas e ontológicas). Se admitirmos que a ciência (ou mesmo a filosofia e a religião tem de fato a primeira e a última palavra sobre o Grande Enigma de quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos) estamos abandonando a responsabilidade pessoal de compreendermos e exercitarmos o caminho da escola da fé e da filosofia perene (segundo A. Huxley de uma consciência cósmica como um epifenômeno transcendental habitando os mundos, inclusive os universos paralelos (que a física moderna já admite matematicamente a existência de pelo menos doze realidades paralelas - o mundo tridimensional é apenas um deles!)). E se acreditarmos que a ciência (principalmente a física moderna, astrofísica e astrobiologia (na sua compreensão de expansão e contração dos níveis de realidade), e a biologia) está se aproximando da verdade maior cósmica , podemos inferir como consequência que existem estratos de consciência formando níveis diferenciados de consciência associados aos estratos de energias que dão forma e estruturam os vários mundos criados nas dimensões quânticas e infra-biológicas da matéria.

É, portanto, a nossa evolução da consciência quem vai decidir que mundo queremos habitar, ver, aprender e evoluir. Somos responsáveis (cada um de nós pessoalmente ) por tudo que criamos (p.ex.: mentes robotizadas pela massificação de valores e idéias de consumo sem limites pela mídia capitalista), transformamos (p.ex.; os super-vírus, super-resistentes aos anti-bióticos conhecidos já são uma realidade que assusta milhões de indivíduos doentes no mundo inteiro) e destruímos (p.ex.: estudos tem demonstrado que está havendo uma erosão nas orlas marítimas de todos os continentes (os oceanos estão avançando e “comendo” enormes pedaços de terra) e os pólos do planeta estão derretendo assustadoramente em função do aquecimento global) em nossa caminhada (exterior ou interior) evolutiva de desenvolvimento da inteligência, sensibilidade e experiências (objetivas, subjetivas e profundamente interiores).

Por isso, a crença na "transparência" imediata da realidade, como se o real tivesse que estar necessariamente submetido ao "tribunal" dos sentidos humanos - muito bem expressa na frase de Max Planck: "o real é o mensurável" - tolhe a imaginação humana, restringindo-a a estereótipos. Para sairmos [mudarmos o paradigma existencial] destes estereótipos necessitamos reformar o nosso ser, nossos posicionamentos, nossas atitudes, em concordância com uma vontade de colocar a busca da verdade acima de qualquer interesse material.

As escolas da fé em tempos antigos eram conhecidas pelos nossos antepassados através da Tradição (baseada numa contemplação de si e uma auto-investigação implacável de si mesmo – Eu Superior!). Na escola da fé conseguimos distinguir e diferenciar a felicidade do conforto, a vontade do desejo, o amor da paixão, a coragem da covardia, a fé genuína e forte da crença infundada e fraca. O medo é o principal fator que impede nossa reconstrução da realidade e nossa "matrícula" na escola da fé [genuína] (1). Um outro obstáculo é a forte convicção de que o conhecimento racional (sem a disciplina impecável do autoconhecimento sensível) é o nosso limite máximo de compreensão e evolução. O medo da mudança acarreta uma contínua repetição de atividades, argumentos e atitudes condicionadas. Num círculo vicioso ficamos presos à falsa identificação de nós mesmos com nossas crenças. O impulso de mudança do ser consegue romper com a cadeia viciosa de hábito, argumento e crença. A mudança requer uma descontinuidade nos hábitos básicos de identificação de nossa identidade real, de pensamento e de sentimento. Nessa mudança a Natureza (Physus grega) nos "cobra", que para transcendermos, temos que descobri-La: "decifra-Me ou Te devoro". Essa descoberta não é só o acúmulo de informações objetivas sobre as regularidades do mundo exterior. Ela pressupõe o autoconhecimento sensível através de métodos diretos que atuam na fonte da consciência humana, onde o Amor Incondicional e Sagrado convive com o medo da morte racionalizada: o caminho das ciências tradicionais da fé e da "sutilização da sensibilidade".

Hoje, vivemos perplexos: que mundo estamos criando onde o Estado, as instituições e as organizações em geral não conseguem equilibrar o montante dos problemas surgidos dia-a-dia com soluções duradouras e eficazes, p.ex.: as drogas recentes como Crack e a violência urbana e internacional: p.ex.; homens matam suas queridas namoradas (sem um motivo qualquer), mulher assassinada por uma bala perdida quando carregava sua filha no colo (num tiroteio ou guerra entre traficantes e policiais - RJ); três jovens assassinados friamente, por traficantes, quando retornavam e estacionavam o carro em frente as casa onde moravam (no RJ)? A lista é grande contando com os massacres na África, Haiti, Iraque, Palestina, World Trade Center, a chacina provoca pelos governos totalitários etc. E os horrores das duas grandes guerras mundiais não podem mais ser colocadas de lado. Infelizmente progredimos muito em termos de tecnologia e ciência material, mas no que se refere a evolução (ética do caráter) das ciências ontológicas e humanas estamos engatinhando na escuridão cósmica da ignorância de si mesmo (O Ser Superior em cada um de si transcendental): Deus é cósmico e transcendental – por isso as escolas da razão não conseguem tornar esse fenômeno um “objeto” provável pelo Método da Ciência Dominante Moderna. Por isso, Deus não é, e nunca será, um objeto de estudo da Ciência Moderna (oficial) Unilateral Racional.

Felizmente estão surgindo cientistas sérios e holísticos que ousam sair do discurso da “mesmice” dogmática ou descrente para irem além da escola e caminho da razão e assim descobrirem novos mundos e leis naturais e cósmicas jamais imaginadas pela ciência e caminho dominante da razão e suas escolas de saber, são eles: Físico Ami Goswami, Físico Fritjof Capra, Ex-Física da NASA Barbara Ann Brenam, Médico e Pesquisador Gerard Gerber, Psicólogo e Pesquisador Pierre Weil, Médico e Pesquisador Deepak Chopra, Pesquisador e Biólogo Sheldrake e vários outros cientistas que se juntaram para lançar o filme e livro “QUEM SOMOS NÓS?”. E com certeza daqui algumas décadas ou no máximo um século a Ciência Racional terá evoluída para a Ciência da Intuição Holística (onde tudo: pessoas, fatos, fenômenos naturais e acontecimentos do senso comum (p.ex.: a experiência sobrenatural de quase-morte) estarão interligados numa grande teia de relações concretas e sutis, físicas e metafísicas, e a física quântica tanto quanto a biologia e a astrobiologia-astrofísica terão um papel importante para compreendermos as leis Cósmicas da Vida criadas por um Ser Superior muitas das vezes incompreendido: Deus (uma Consciência Cósmica e Transcendental latente, em sua maioria, em cada um de nós)!

Por isso, recomendo a leitura do mestre espiritual indiano SAI BABA porque suas palavras sábias encontram ressonância em minhas experiências místicas-espirituais em 1988 – RJ. Ele é um verdadeiro AVATAR (um ser Iluminado, no entanto, ainda muito incompreendido no mundo Ocidental Racional-Cristão). E por incrível que pareça seus SÁBIOS aconselhamentos não entram em conflito, em hipótese alguma, com os SÁBIOS ensinamentos de Jesus Cristo.

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(1) WEIL, PIERRE, ("A resistência ao transpessoal e a abordagem
holística do real", THOT, nº 51, 1989,pp. 35-39), aponta os
principais tipos de medo: medo da dissolução do eu; medo do
desconhecido; medo da mudança; medo de perder; medo de submeter-se a um mestre; medo de alucinação; medo de sofrer; medo de perder o controle.


Bernardo Melgaço da Silva

Procuradora pede anulação de concurso em Juazeiro do Norte

Do Jornal do Cariri

O Ministério Público do Trabalho, na pessoa da procuradora Andressa Alves concedeu a administração municipal de Juazeiro do Norte, o prazo de 15 dias para que o concurso público realizado no último mês de agosto seja anulado.

De acordo com o site da Procuradoria Regional do Trabalho a justificativa para a anulação foram indícios de ilegalidade que, segundo a procuradora Andressa decorreram do fato de o filho do secretário de administração, José Ivan Alves, que também era membro da comissão gestora do referido concurso, ter concorrido ao cargo de advogado do Município, para o qual foi aprovado.
No site oficial, a procuradoria diz ter recebido denúncia de que na sala que a mulher do presidente da câmara municipal fez as provas, os candidatos encontraram a prova disponível sobre as carteiras desde o momento em que ingressaram no local, quando a prática corriqueira é de abrir o lacre dos cadernos quando todos os alunos estiverem dentro da sala. A mulher do presidente da câmara José de Amélia Júnior não foi aprovada no concurso público.

De acordo com Nairton, assessor da Coordenadoria de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos (CODIN), não existe nenhuma posição sobre a anulação do concurso público da prefeitura de Juazeiro, mas apenas uma recomendação da promotora.

O secretário José Ivan foi procurado pelo JC para se pronunciar, mas disse que só se posicionaria perante a justiça.

Segundo o procurador geral do município, Bernardo de Oliveira Neto, a prefeitura está dentro do prazo estipulado pelo Ministério do Trabalho e avaliando as medidas a serem tomadas. Dr. Bernardo acrescentou que a prefeitura pretende se justificar perante a justiça de forma a garantir a validade do concurso. Não prejudicando com isso os candidatos aprovados.

As 766 vagas do concurso estão distribuídas em 47 cargos de níveis fundamental, médio e superior, para lotação em 12 secretarias, com salários que variam de R$ 465 a R$ 4,5 mil. Candidatos de várias cidades e de outros estados brasileiros participaram da seleção. A Universidade Regional do Cariri (URCA) foi à instituição responsável pela elaboração e aplicação das provas. A intenção do prefeito Manoel Santana era promover a convocação dos aprovados até o final deste ano.

Procurador de Juazeiro perde prazo e Marquise leva R$ 4,6 milhões

Do Jornal do Cariri

A Prefeitura de Juazeiro do Norte terá que pagar uma dívida estimada em R$ 4.600.000,00 (quatro milhões e seiscentos mil reais) à Construtora Marquise porque a Procuradoria do Município perdeu os prazos para contestar à ação judicial e os valores cobrados. A decisão é da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará. A dívida começou a ser cobrada quando o então prefeito Carlos Cruz suspendeu o contrato de limpeza pública assinado na gestão do seu antecessor Mauro Sampaio.
A Marquise, na ação ajuizada na 3ª Vara da Comarca de Juazeiro do Norte, cobrava o pagamento dos serviços realizados nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2000, totalizando, em valores atualizados da época, R$ 1.237.294,01. A ação foi contestada ainda na gestão do prefeito Carlos Cruz e na administração do seu sucessor Raimundo Macedo.

A partir do dia primeiro de janeiro deste ano, quando o prefeito Manoel Santana (PT) assumiu o cargo, o novo procurador do Município, Bernardo de Oliveira, deveria ter acompanhado todos os processos movidos contra a Prefeitura. Essa providência básica não foi adotada e, no dia 29 de janeiro, saiu a publicação no Diário Oficial da Justiça sobre a decisão favorável a Marquise.

A Procuradoria não contestou a decisão que impõe o pagamento de valores estimados em R$ 4,6 milhões. O Município perdeu o prazo para essa contestação e, no dia 17 de março, se deu o trânsito em julgado porque a Procuradoria da Prefeitura perdeu, mais uma vez, prazo para recurso especial.

O desembargador Antonio Abelardo Benevides Moraes, relator do processo na 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, argumenta, em sua decisão, que "comprovada a prestação dos serviços de limpeza pública urbana e, restando incontroversa a inadimplência do Município, legítima é a cobrança do pagamento do valor correspondente”.

Afirma ainda que "a administração Pública não pode furtar-se ao dever do pagamento proveniente dos serviços prestados à Prefeitura Municipal, sob a alegação de que o negócio foi realizado na gestão anterior e ocorrência de irregularidade na contração". Acrescenta, ainda, que se não for assim, estar-se-ia, de modo reprovável, autorizando que o Poder Público se locuplete à custa do particular, o que é inadmissível no Estado Democrático de Direito.

Corpo de Bombeiros alerta perigo de desabamento na Casa do Estudante de Crato

Do Jornal do Cariri

O prédio da Casa do Estudante do Crato (CEC) apresenta rachaduras nas paredes e piso, madeiramento comprometido pela ação de cupins e portas e janelas quebradas. De acordo com o laudo do Corpo de Bombeiros do Crato, o perigo de desabamento é iminente. O documento foi assinado pelo subtenente Juscelino Inácio de Brito, que recomendou a visita de engenheiros para constatar a veracidade dos fatos e uma imediata tomada de providências.

Uma equipe da vigilância sanitária do Crato constatou infestação de morcegos, inclusive fezes e urina, instalação hidráulica e elétrica danificada e infiltração de água em vários pontos do imóvel.
O prédio tem 13 apartamentos, sendo sete no térreo e seis no pavimento superior. No local, residem 29 estudantes secundaristas e universitários, oriundos dos municípios cearenses de Iguatu, Cedro, Lavras da Mangabeira, Quixelô, Acopiara, Milagres, Missão Velha, Jardim, Altaneira e Brejo Santo. De Pernambuco, alunos que vieram de Moreilandia, Exu e Cedro. Os jovens estudam na Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Federal do Ceará (UFC), Instituto Federal do Ceará (IFECE), Leão Sampaio e Faculdade de Medicina de Juazeiro (FMJ). Eles estão apavorados com o estado de conservação do imóvel e esta semana, os alunos levarão a denúncia ao Ministério Público para tentar solucionar o problema.

A estudante do 7º semestre do curso de letras, Jaqueline Cruz, veio do distrito de Jamacaru, em Missão Velha, procurar abrigo na Casa do Estudante. Há três anos mora no local e participa da luta para conseguir melhorias para o prédio. “As pessoas que se abrigam aqui, não podem pagar o aluguel de apartamentos. Então, queremos melhores condições para beneficiar também outros estudantes, que assim com nós, não têm condições de pagar aluguel e morar em outro lugar”, ressalta a estudante.

Jaqueline fala ainda sobre a falta de segurança na casa: “já fomos assaltados umas três vezes. Certa vez, fomos passar as férias nas nossas cidades e quando voltamos tinham arrombado o quarto de um colega, levado a televisão e os pertences dele. A rua é esquisita e não temos nenhuma segurança, ficamos com medo se ouvirmos qualquer barulho”, concluiu a estudante.
O prefeito Samuel Araripe disse que a situação da Casa do Estudante do Crato é preocupante, mas qualquer recurso público destinado ao prédio poderá caracterizar improbidade administrativa por falta de legalidade nos repasses. Samuel solicitou que os engenheiros da secretaria municipal de Infraestrutura (SEINFRA) fossem ao local para uma avaliação. O engenheiro Jorge Ishimaru disse que a secretaria está desenvolvendo um projeto de restauração do prédio. Para o engenheiro, “as obras devem começar urgentemente devido as condições físicas do imóvel”.

Localizado na Rua Carolino Sucupira, no bairro Pimenta, o prédio foi construído em 1956, pela União dos Estudantes do Crato (UEC). O objetivo é abrigar estudantes do ensino médio e superior, reconhecidamente carente de recursos financeiros. A sede própria da União dos Estudantes do Crato (UEC) fica em anexo, mas sempre fechada.