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sábado, 14 de março de 2009

Icasa perde para Itapipoca



Itapipoca conquistou seus primeiros pontos no returno do Campeonato Cearense. Neste sábado, jogando em casa e sempre melhor do que o adversário, o time fez 2 a 1 no Icasa. O gramado do estádio Perilão estava encharcado e com muita lama. Mesmo assim, Dema fez grande jogada pelo lado esquerdo e deixou Jorge Luis em ótima condição para marcar o primeiro gol do Itapipoca, aos 12 minutos, em bonita cabeçada.Superior, o time da casa ampliou com o atacante Bombom. Ele driblou o goleiro Ari e só não entrou com bola e tudo porque não quis.O mesmo Bombom foi expulso no início do segundo tempo. O Icasa diminui, gol de Jonas após cobrança de escanteio, mas, apesar de insistir, não conseguiu o empate.Agora, após cinco jogos, o Icasa soma apenas seis pontos e ficou mais distante da classificação para as semifinais do segundo turno.

Blog de esportes do Jornal O Povo

Coluna Cariri deste domingo


ATACADÃO
Mais uma vitória econômica para o Cariri. Na última sexta-feira, o grupo Carrefour inaugurou sua loja Atacadão, em Juazeiro do Norte. A loja, completamente climatizada, possui uma área construída de 16.635m 2 , sendo 6.300 m 2 de área de loja, oferecendo 532 vagas de estacionamento, levando conforto e economia aos seus clientes. A instalação da rede Atacadão, no município, gerou 300 empregos diretos e mais de 650 indiretos, representando um incremento significativo no comércio de toda a região.




CRESCIMENTO
O engenheiro e professor universitário Jeferson Marinho esteve recentemente na cidade de Leon, Espanha, onde cursa o mestrando em Engenharia Ambiental. Jeferson é também construtor e vem apostando bastante que o Cariri terá um crescimento substancial no setor da construção civil, este ano de 2009.

ESPORTE
O empresário Zacarias Silva vem conduzindo aos trancos e barrancos o Icasa. O time, que não começou bem no Campeonato Cearense deste ano, vem contando com forte apoio da torcida para voltar a dar as alegrias que todos os icasianos esperam.

GENTE BOA
O professor Flávio Queiróz anunciando inscrições para seu mais novo curso de redação. Na Urca, professor Flávio é conhecido por ser amigo de todos, como se diz, gente boa, e um dos melhores nomes em termos de conhecimento da língua portuguesa.

CONCURSO
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará – Adagri informa que já obteve autorização da Secretaria de Planejamento e Gestão – Seplag para realização do concurso público para contratação de 76 cargos de Fiscal Estadual Agropecuário e Agente Estadual Agropecuário, estando o lançamento do edital dentro do cronograma previsto. No momento, a Adagri está firmando contrato com a Cespe/UNB, que será a empresa responsável pela execução do concurso.

SUCESSO
O radialista Luís Paulo retornando com força máxima para o programa Tribuna do Povo, ao meio-dia, na rádio Araripe AM do Crato. A Pioneira está lentamente apresentando uma nova programação, com programas com muita informação. Luís Paulo apresenta o programa, levando a seus ouvintes um raio x das principais informações do Cariri.

PESQUISAS
A Agência Nacional de Petróleo (AN P) deve iniciar em 2010 estudos geológicos para saber se há ou não petróleo na Região do Cariri. O senador Inácio Arruda (PC do B) esteve com o presidente da ANP nesta última semana, e ouviu de Haroldo Lima que a agência tem interesse em fazer as pesquisas.

APICULTURA
Na última sexta-feira os apicultores caririenses estiveram reunidos na cidade do Crato. O objetivo do encontro foi o de debater a elaboração do plano de comercialização do mel produzido na região. O Cariri tem sido um dos mais importantes produtores de mel do Ceará. E a cadeia produtiva tem um forte crescimento na região. O seminário se deu no auditório do Sebrae Crato.

EXEMPLO
O engenheiro Procópio da Silveira esteve na última sexta-feira, no auditório da Associação Comercial do Crato, proferindo palestra sobre o tema “Estratégia de desenvolvimento sustentável: a eficiência da Sociedade de Água e Esgoto do Crato (Saaec) no abastecimento de água e coleta de esgoto em Crato”. Como presidente da Saaec, Procópio simplesmente inovou e deixou a empresa, antes falimentar, com um novo modelo de gestão.

VEREADORAS
Dias 26 e 27 de março, no Hotel Encosta da Serra, acontecerá I Congresso de Vereadoras do Cariri. O evento tem como objetivo discutir a questão de gênero e a efetivação de políticas públicas para as mulheres. A violência, orçamento público e elaboração de projetos serão outros temas, que com certeza, farão parte dos debate. No Cariri, foram eleitas, em outubro último, 88 mulheres vereadoras.

CURSO DE DIREITO
A Universidade Regional do Cariri (Urca), lançou, no Anfiteatro do Curso de Direito, as comemorações dos 35 anos De seu curso de Direito. A solenidade contou com a presença do Reitor da Urca, professor Plácido Cidade Nuvens, Pró-Reitores, coordenadores, alunos, o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Emerson Monteiro, juízes, promotores, advogados e ex-professores do curso. O Professor Plácido Cidade Nuvens fez a abertura da mesa-redonda, como o tema “Revivendo a História do Curso de Direito”, composta pelo juiz aposentado e ex-professor, Alberto Callou, e o também juiz aposentado e docente, Manoel Soares Martins, que recebeu uma comenda de homenagem do Reitor pelos relevantes serviços prestados ao curso.

ESTRADAS DO MEDO


Em uma viagem recente à Fortaleza, de ônibus, refleti mais uma vez sobre a triste realidade social à que estamos fadados e o quanto não fazemos nada, ou quase nada, para mudá-la. Na semana anterior à minha viagem, acompanhei na imprensa as notícias da nova onda de assaltos, num total de 04(quatro) em menos de 07(sete) dias, aos ônibus que fazem a linha Juazeiro do Norte - Fortaleza, pela estrada estadual CE-060, vulgo “estrada do algodão”. Todos ocorridos no mesmo local, nas proximidades de Iguatu numa localidade denominada “vinte”. Bandidos armados, e motorizados, fazem com que o motorista do ônibus se dirija a um local ermo, onde os comparsas aguardam para fazer o “arrastão”. Deprimente, horrorizante, e acima de tudo, inaceitável! Este crime se repete ano a ano, mês a mês, no mesmo lugar! Isso é um absurdo! Como pode? É incompetência das autoridades tidas competentes do legislativo, judiciário ou executivo? Deixo o julgamento por sua conta. Sugiro aqui uma abordagem diferente, de que somos vítimas de um crime bem maior, o de corrupção envolvendo parte da indústria automobilística e muitos políticos que governaram e governam este país. Encontro aqui a oportunidade para falar dos nossos transportes urbanos, ou de como a indústria dos transportes rodoviário e aéreo, no Brasil, foram favorecidos em detrimento do ferroviário.

Apesar do forte investimento na criação de aeroportos, desde o surgimento do transporte de passageiros, o setor aéreo tem passado por maus momentos, a exemplo dos “apagões”. Os usuários têm, muitas vezes, de esperar horas à fio por um vôo, e até mesmo conformar-se aos não raros cancelamentos. A outra possibilidade é contar com o transporte rodoviário. Milhões de carros, motos e caminhões, fabricados exclusivamente por empresas estrangeiras, que cruzam as estradas e vias brasileiras. Neste setor temos um sistema de ônibus municipal, inter-municipal e inter-estadual onde não é rara a formação de cartéis. Para atender a uma parcela da população privada destes serviços, inventaram por aqui dois arranjos os: “moto-taxi” e as “lotações”. Perigosos, e até hoje não regulamentados, põem em risco diariamente a vida de seus usuários e dos outros motoristas. Mas por que não temos trem? Países desenvolvidos estão trançados por trilhos repletos de linhas e paradas de trem. Carros e ônibus? Para ir trabalhar ou viajar? Como dizemos por aqui: ”Só se for o jeito!”. Transporte barato, pontual, rápido e confortável lá, são os TRENS!

Desde a implantação das primeiras malhas ferroviárias no Brasil, era clara a estratégia de fortalecimento da indústria automobilística. Propositadamente, as bitolas dos trilhos eram diferentes, de estado para estado, evitando assim a integração da rede. O comprometimento dos “governantes” com seus financiadores de campanha, fez com que, ininterruptamente, recursos dos orçamentos públicos fossem investidos na construção de estradas e no asfaltamento das vias, ao tempo em que impediam as ações de crescimento e modernização das nossas mal amadas ferrovias. E não me venham dizer que temos trem... dois vagões? Uma via entre duas cidades? É muito, muito, pouco! A menos de 50(cinqüenta) anos era possível viajar, de trem, de Crato à Fortaleza e de lá a diversas cidades do interior do Ceará. Regredimos! Precisamos interessarmo-nos em conhecer, um pouco mais, sobre este meio de transporte tão popular há décadas em todos os países mais desenvolvidos, por suas qualidades incontestáveis. Precisamos de soluções urgentes, para as graves questões dos transportes aéreo e rodoviário, a exemplo da insegurança nas estradas e da regulamentação dos transportes alternativos. Entendermos as vantagens e desvantagens de cada sistema, pode vir à ser o caminho para cobrarmos melhoramentos que refletirão positivamente na nossa qualidade de vida e na das gerações que nos seguirão.


Dimas de Castro e Silva Neto

Engenheiro Civil, Mestre em Gerenciamento da Construção
pela University of Birmingham e Professor do Curso de Engenharia Civil da UFC Cariri

Artigo: Ah, quem me dera ter o trem de volta!




Quem me dera ter o trem de volta! Quem sabe com o mesmo ufanismo que ele nos proporcionava no passado. Seria como que fizéssemos todos juntos, uma longa viagem no tempo pretérito sentados confortavelmente nas velhas poltronas do “sonho azul” ou até mesmo na dura rusticidade da sua 3ª classe. Viajar no trem do nosso passado era como passear na mais pura miscigenação das nossas raças, espalhadas pelos sertões adentro.

O trem era um grande encontro social. Uma mistura de conceitos e concepções das mais extravagantes e necessárias para a devida compreensão da vida, do mundo e de nós mesmos. O mais alto e mais puro sentimento de se estar no mundo, como bem dissera certa feita o poeta. O trem era para muitos, uma autêntica dádiva de Deus com o desiderato de amenizar as agruras dos homens.

Que me dera ter o trem de volta! Ouvir de novo as batidas do sino na estação nos dizendo que o mesmo não tardava a chegar ou que já estava prestes a partir. O eterno vai-e-vem da máquina de ferro, trazia e levava consigo sempre uma saudade dolente. Tristeza da partida, alegria do retorno carregado de notícias, riquezas, mercadorias e felicidades. A existência do trem oxigenava as nossas vidas com as suas repetitivas idas e vindas. Era ele, por assim dizer, um grande acontecimento social. Um agente da plebe humana sempre a desafiar as nossas monotonias. Um transgressor de toda a calmaria daquele nosso mundo interiorano. Dando amiúde, uma chacoalhada de entusiasmo nos nossos sentimentos capiau e provinciano.

Quem me dera ter o trem de volta! Como se nos fosse um mergulho profundo na memória. Um retorno aos mais belos e ditosos instantes da nossa meninice ingênua e descomprometida com a posteridade. Talvez uma nova chance para que pudéssemos aproveitar a contento, o melhor das coisas que deixamos para trás... Daquela mocidade alegre, embalada pelos ritmos alucinantes do êi, êi, êi da jovem guarda.

Tudo o mais reverberando em nós com a mesma emoção juvenil com que participávamos das velhas e saudosos tertúlias ao som das discotecas dos velhos vinis(LP’s, compact-disc) e, mais adiante das fitas K-7. Como se de novo estivéssemos todos reunidos no banco da pracinha para ouvir as cornetas da difusora Voz do Cariri com Luiz de França e Juarez de Melo em Missão Velha. Ou nos anos idos da Aurora quando se ouvia com raro prazer a Voz do Uirapuru de Moacir Pinto, a Voz do Araçá de Moacir Leite, bem como a mais recente Voz da Cidade com Luiz Domingos, Nenê Saraiva, Erisvaldo Gonçalves, Argemiro Teodósio e tanto outros que noutros tempos emprestaram sua voz, assim como sua inteligência para formatar a gênese da nossa incipiente comunicação provinciana e paroquial. Uma novidade das mais empolgantes para uma época em que toda e qualquer tecnologia sempre estivera inacessível ao nosso Cariri; que não fosse tão somente, a existência, quase como uma graça, do próprio trem apelidado que fora, com o epíteto dos mais sugestivos para expressar a verdadeira identidade da alma sertaneja – o de Maria Fumaça. Uma novidade com a qual se orgulhava toda uma geração que ontem, muito mais do que hoje, sonhava e ansiava com unhas e dentes, puder mudar o mundo. Uma juventude sonhadora diante de uma realidade diferente quase sempre festiva, menos agressiva e civilizada.

Quem me dera ter o trem de volta! Para que com ele, pudesse me redimir das minhas bobagens ante o meu passado. Reconciliar com todas as minhas primeiras namoradas e os meus velhos amigos de infância, de colégio e de futebol. Ouvir de novo o som apaixonante da discoteca dos parques de diversão: Maia, São Severino entre outros. Afinal foram tantos... Curtir as velhas canções que emocionavam o nosso íntimo, bem como a lambada do malabarista circenses - Aldo Sena, Pinduca, Vieira, Solano... Sintonizar o dial da Educadora, Iracema e Progresso para saber em primeira mão das novidaes e dos grandes sucessos do momento que durariam o ano inteiro.

A música também nos vinha pelo trem. Velhos ‘bolachões’ embrulhados em papel de presente ou à mostra, para que todos o vissem e constatassem quão belo e maravilhoso era o colorido e as letras garrafais da sua capa sempre com a inscrição “Disco é Cultura”. E era mesmo... Que nos diga as poucas e célebres gravadoras como: Continental, Tapecar, RCA Victor, Eldorado,Columbia, CBS, RGE, Emi-Odeon, Phonogram dentre outras. Época de ouro, onde a indústria fonográfica primava pela qualidade e não pelo emburrecimento premeditado da sociedade.

Quem me dera ter de novo o ruído gostoso, outrora quase inaudível da velha radiola de maleta( a pilha) e de madeira postas no canto da sala como um troféu, animando com doces melodias o romantismo de toda uma época sem maiores preocupações.
Esta saudade vai muito além daquilo que a linha férrea pôde hoje nos levar. Esta saudade é o verdadeiro trem do passado nos remetendo ao longe como uma carruagem de fogo, queimando agora a nossa falta de bom-senso e de bom-gosto. Uma fantástica máquina do tempo a la Júlio Verne a nos carregar para o fundo de todo tempo que mais desejamos alcançar.

Quem me dera ter o trem de volta! Para que, de novo menino, pegasse eu, bigu no trem do tempo como dantes. Ou permenecesse de novo em meio a multidão de curiosos parados na pedra da estação à esperar aquele acontecimento cotidiano. A pedra da estação foi naquele tempo o coração das nossas cidades. Local onde a sociedade se fazia de vez, igualitária e sociável sem que para tanto precisasse de nenhuma lei imperativa. O primeiro exemplo prático da chamada democracia do povo. O ponto mais atrativo e visitado da nossa urbe populacional. O vértice de todos os grandes e pequenos acontecimentos de uma época sem muitas novidades. A central do fuxico. O cordão umbilical que nos ligava tanto ao mundo, quanto as notícias e as poucas novidades que nos chegavam da capital.

Na pedra da estação aprendemos a acreditar na lonjura geodésica do mundo e das grandes invenções do além-fronteira. A estrada de ferro era a nossa bússola através da qual(ricos e pobres) podiam enfim se situar no mundo da política, da cultura e na história. A linha de ferro nos levava tanto ao mar quanto ao centro da terra como algo nos ligando diretamente ao sonho de uma vida possível e menos enfadonha. Fazendo-nos assim acreditar na felicidade, não apenas como mera utopia, mas como perspectiva de um futuro de grandes realizações. O mundo, a vida, o coronel, assim como o deputado, o padre, o presidente andavam todos no nosso trem do passado. O desenvolvimento andava de trem. Até mesmo o medo de uma geração inteira viajava nos vagões do nosso trem.

Por tudo isso, diríamos por fim, que o trem era a própria dimensão que as nossas mais alvissareiras concepções ingênuas e futuristas davam a ele.
A pedra da estação era o nosso sonho de consumo mais imediato. O ponto central e nevrálgico da nossa paz sempre infinita. O momento alto das nossas paqueras. Espaço livre para os desejos incontidos, beijos, abraços, acenos de adeus, sussurros de prazer, lágrima de despedida, sorrisos de encontro, redundância de “vai com Deus”, negócios financeiros, namoricos, casos de amor escondidos, roubalheira, crime e castigo.

A pedra da estação era um instante eterno de felicidade e festa. Pegar o trem, assim como deixá-lo ali na plataforma era uma conquista. Quase um momento de absoluta celebração.Era como se deixássemos o mais legítimo sentimento humanista povoar a nossa própria alma.

E uma vez dentro do trem, o mundo num passo de mágica, tomava um novo rumo... Ante os toques ritmados dos trilhos, o apito, o barulho das rodas sobre o ferro a deslizar para o oco do mundo. O balançar compassado do vagão, o freio, as coisas, os bichos correndo muito mais que nós. A lei da física fazendo de todos os passageiros da ilusão, meras cobaias para o devir. E nós, amando tudo aquilo do alto da nossa mais soberba ignorância ou quem sabe, doce ingenuidade.

O cobrador, o calor, o vento, o carro, as vilas e povoados às suas margens, rios, pontes e riachos, mata virgem, roceiros, espaços exíguo, cubículo cheio de gente como a própria pedra da estação que se deixou para trás. Tudo correndo, passando por nós tal qual o passado que ficou também a esperar por nós na pedra da estação.

Quem me dera ter o trem de volta! Para que na próxima estação pudesse de novo apreciar aquele formigueiro humano numa verdadeira exposição ao ar livre do que havia de melhor e mais tradicional na gastronomia cearense. Quisera degustar de novo, tanto com a boca quanto com os olhos aquele banquete da rica culinária sertaneja: O vendedor de água de pote bem dormida na quartinha com a aquele gostinho distante de barro. A macaxeira saborossíma de Missão Velha a que todos diziam ser do cemitério, talvez por só por isso fosse tão gostosa. Saborear de novo o pão-de-ló do Arrojado, o sequilho do Sabiá a se derreter na nossa boca.

A banana quase afrodisíaca de Baturité, o café aromático do Alencar, o rolete da melhor cana do Cariri, a tapioca de Lavras, a cocada e o alfinim da Ingazeiras, a batida do Crato e o tijolo de buriti. O pastel mais inigualável do Ceará só encontrado na estação de Aurora feito como mágica pelas mãos de Dona Vicência Maciel. Assim como o milho assado, a pamonha do lugar, o almoço nas bancas de madeira na parada de Quixaramobim. O peixe do Salgado seco e assado, o bolo de milho, o fiós, o chapéu de couro, o café torrado no caco, o amendoim, a castanha de caju, o gole da água da cacimba na caneca de flande, a tábua de pirulito de mel, o quebra-queixo no papel de embrulho, o chá de capim-santo, erva cidreira, a sopa de frango-capado, a galinha caipira, a rapadura, o Chouriço, o doce de gergelim. Tudo isso formava o universo dos sabores da terra contidos nas inesquecíveis viagens de trem pelo nosso Ceará de uma ponta a outra.

Um vai e vem que muito contribuiu para o engrandecimento de toda a região caririense. Do Crato a Fortelaza e de lá até Sobral ... Uma viagem, cuja saudade nem o tempo conseguirá apagar dos nossos sentimentos mais latentes. O trem portanto, é parte importante do nosso passado mais agradável, assim como das nossas reminiscências mais bonitas a tal ponto que as levamos conosco para sempre onde que estejamos.

O trem é toda a nossa memória afetiva, cujo fantasma do esquecimento total não haverá de apagá-la, porque pelo menos em nós, ela será eterna.
Difícil é se entender com qual maldade os nossos políticos, sob o lobismo dos magnatas dos transportes rodoviários e do poder político, em detrimento da maioria do povo, se dera a este ridículo papel de pôr um fim ao trem(cargueiro e de passageiro): símbolo maior do nosso progresso e da nossa história.
Enquanto o mundo avança com o trem, no Brasil se faz o oposto.
Quem me dera Aurora ter o trem de volta!...

Por José CíceroProfessor, poeta e escritor
Secretário de Cultura, Turismo e Desporto
Aurora-CE.
www.blogdaaurorajc.blogspot.com
www.jcaurora.blogspot.com
Aurora-CE.

imagem: blog do Democrato

Juazeiro presta homenagem a José Bezerra de Menezes





O prefeito de Juazeiro do Norte, Manoel Santana, entregou a Medalha de Honra ao Mérito do município ao patriarca da família Bezerra, Sr. José Bezerra de Menezes “in memorian”, em solenidade ocorrida no Memorial Padre Cicero, na noite d eontem. Trata-se da maior comenda do município, instituída no ano de 1.967, com a finalidade de homenagear pessoas que se destacam ou se desatacaram em suas atividades, contribuindo para o engrandecimento da cidade.

Manoel Santana, em seu discurso, fez questão de enaltecer a figura do homenageado como empreendedor, considerando que em tempos de agruras por causa da estiagem, foi José Bezerra, uma das vozes que se levantaram para que o DNOCS, amenizasse as conseqüências de tão doloroso período. Santana citou ainda o Bicbanco, instituição financeira criada por José Bezerra, que chega agora aos 70 anos, como um dos instrumentos de progresso de Juazeiro do Norte, se confundindo com a própria história de vida do homenageado.

A comenda foi entregue nas mãos do ex-governador, Adauto Bezerra e os agradecimentos em nome da família foram feitos pelo seu irmão e ex-vice governador do estado do Ceará, Humberto Bezerra.

Na sua fala, Humberto Bezerra fez uma saudação especial a mesa e complementou: “Senhor prefeito Santana Neto, com a humildade que Deus nos deu, agradeço, em nome da família José Bezerra de Menezes está homenagem “in memorian” ao nosso pai, concedendo-lhe a medalha de Honra ao Mérito desta cidade que ele tanto amou, e a homenagem prestada ao Bicbanco, pela passagem dos seus 70 anos de fundação.
Faço-o também em nome de todos aqueles que, direta ou indiretamente tem contribuído para o êxito de suas tarefas. Ela reflete, sem duvida, o carinho de uma convivência salutar. O juazeirense nos ensinou a trabalhar, nos trabalhamos, o juazeirense nos ensinou a vencer, nós vencemos. Agradecemos a Deus por sua grande misericórdia e por tudo que fez, faz e fará por nossa família. Abraço comovido ao prefeito Santana pela iniciativa desta homenagem que cala fundo no coração de todos nós da família” finalizou.

Liderança em disputa no Mirandão




Vencer o Uniclinic e voltar à liderança do Campeonato Cearense de
Futebol 2ª Divisão. Esta é a palavra de ordem no Azulão do Cariri. No
entanto, mesmo jogando em casa, o elenco sabe das dificuldades do jogo,
pois vai enfrentar o único time invicto da competição. Foram quatro
vitórias em quatro jogos, portanto, 100% de aproveitamento. O Crato está
em segundo lugar com 63% de aproveitamento, 11 pontos ganhos.
Para o jogo de domingo, o time cratense espera contar com o apoio da
torcida. Um grande público está sendo aguardado no Mirandão. O ingresso
da arquibancada custa R$ 6,00 e na geral R$ 3,00.
Além da boa campanha na competição, outro atrativo será o sorteio de
brindes para o torcedor que levar um quilo de alimento não perecível.
Entre os brindes uma camisa oficial do time.
O goleiro Carlos Luna foi o porta-voz da confiança do time. Ele disse
que paradigmas tem de ser rompidos. "Estamos jogando em casa e que manda
aqui somos nós. Vamos jogar com tudo em cima deles", disse, adiantando
que o coração é mais importante num jogo como esse.
O treinador João Francisco Marçal disse que o jogo será muito difícil,
afinal de contas vai enfrentar o líder, 100%, ganhou todas. "Eles são
favoritos. É assim que eles estão se achando. É importante que eles
venham dessa forma", afirmou, conclamando a torcida para apoiar o
"Cratinho de Açúcar" que "vai devagarinho, comendo por fora, e nós vamos
aos poucos alcançar o nosso objetivo".
João Marçal não confirmou o time que entrará em campo domingo, porém,
deixou a entender que vai repetir a onzena que venceu o São Benedito. O
time atuou com Carlos Luna; Lau, Daniel e Everaldo; Davi, Edmar, André e
Carlos Antonio; Assisinho e Maciel.

Fatos da História do Brasil

Litografia representando a batalha naval de Riachuelo (11 de junho de 1865)
Mentiras sobre a Guerra do Paraguai
por Armando Lopes Rafael


Nas décadas 60 e 70 – vigência do regime militar – a maioria dos professores das universidades públicas eram marxistas ou simpatizantes. E aproveitavam qualquer curso ou qualquer disciplina para – num “gancho” (expressão da moda àquela época) ou até mesmo uma frase solta - pregar a luta de classes como a “mola-mestra” da História. Ou, ainda, que não havia inteligência fora dos horizontes da esquerda. A maioria dos alunos embarcava naquelas mentiras. Raro foram os que tiveram senso crítico para escapar dessa falácia. Foi preciso chegar a 1989 – e com ele a queda do Muro de Berlim – para o mundo saber a real face do socialismo real.

Ainda hoje professores do curso de História procuram impor em salas de aula “novas interpretações” para a Guerra do Paraguai, o mais longo e sangrento conflito ocorrido na América do Sul. Ainda insistem em divulgar o questionável livro “Genocídio Americano, a Guerra do Paraguai”, de Júlio José Chiavenatto. Nesse livro consta que o imperialismo inglês manipulou o Brasil, a Argentina e o Uruguai, integrantes da Tríplice Aliança contra o ditador paraguaio Francisco Solano Lopez. Maus brasileiros continuam – ainda nos dias de hoje – afirmando ter sido Dom Pedro II o causador desse “genocídio”, sendo o imperador brasileiro o culpado pela morte de Solano Lopez. Nada mais falso.
Em novembro de 1994 ocorreu no Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, o colóquio
“Guerra do Paraguai–130 anos”, no qual o pesquisador inglês Leslie Bethell – da Universidade de Londres – provou que o quadro econômico do Paraguai, no século 19, nunca incomodou a então poderosa Inglaterra. Bethel demonstrou, também, que a decantada ajuda dos bancos ingleses à Tríplice aliança não passou de 15% dos gastos brasileiros com a guerra.
Já o falecido professor Alfredo Arraes Alencar, em interessante artigo, esclareceu:
“A causa remota da guerra (do Paraguai) foi e megalomania de Lopez. Foi o seu ambicioso intento de conquistar territórios, a fim de estender seu domínio até o estuário do (rio) Prata. Para isso preparou-se largamente, armando o exército, construindo navios e levantando inexpugnáveis fortificações.
Declarou Lopez ao escritor espanhol Bermejo: “Sou soldado e tenho de declarar guerra ao Brasil. Se deixei que meu pai firmasse a paz, foi porque eu queria a glória de mostrar às repúblicas vizinhas que basta o Paraguai para derrubar aquele colosso”.
A causa próxima foi o apresamento do “Marquês de Olinda”, episódio ao qual se seguiu a invasão de Mato Grosso pelos paraguaios. Ao Brasil só lhe restava, evidentemente, o repelir a afronta pelas armas.
Autor de numerosas atrocidades, o ditador Lopez esmerou-se em crueldade no Morticínio de San Fernando, em agosto de 1868, quando, já em fuga e vendo traidores por toda a parte, julgou-se alvo de uma conspiração e mandou fuzilar, impiedosamente, dois irmãos (Benigno e Venâncio), um cunhado (Badoya), o bispo de Assunção (Palácios) e quatro ministros (Berges, Bruguez, Allen e Barrios), além de numerosas outras pessoas.
Duas irmãs do ditador e sua própria mãe foram encontradas (pelos brasileiros) prisioneiras, debilitadas por maus tratos, a espera de serem entregues a tribunais militares, conforme testemunho do Visconde de Taunay. O embaixador americano em Assunção, Wasburn, indignado, retirou-se do Paraguai, declarando Lopez “inimigo da humanidade”. O verdadeiro genocida. (Cfe. “História do Brasil” do Pe. Galanti, edição de 1905, tomo IV, página 600).
E ainda há quem lamente a morte do “bondoso” ditador, lançando essa culpa sobre o “belicoso” e “sanguinário” Dom Pedro II.
A tanto chega a vilania dos detratores da Pátria!"