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segunda-feira, 2 de junho de 2008

TÁ FEIA A COISA


É triste o estado de conservação da rodovia Crato-Arajara-Barbalha. Construída para estimular o turismo e transportar as frutas produzidas no sopé da chapada do Araripe, essa estrada cumpriu essa missão até o início deste ano. Atualmente, a situação da rodovia é caótica! Em alguns trechos – onde o asfalto foi levado pelas chuvas – só passa um veículo pequeno. Mesmo assim, oscilando em meio às ondulações da terraplanagem improvisada...

Dom Fernando Panico vai ao Canadá


Dom Fernando Panico, bispo diocesano de Crato, encontra-se na Europa desde o último dia 25 de maio. De lá ele segue no próximo dia 13 para o Canadá, onde participará do 49º Congresso Eucarístico Internacional.
O evento acontece de 15 a 22 de junho na cidade de Quebec. A delegação que representará o Brasil naquele certame é composta pelos arcebispo de São Paulo (cardeal Dom Odilo Sherer) de Ribeirão Preto (Dom Joviano de Lima Júnior) de Aparecida do Norte (Dom Raymundo Damasceno Assis) e pelo bispo de Crato, Dom Fernando Panico.

FALECEU FREI JESUALDO


Igreja de São Francisco, em Juazeiro do Norte. Foto tirada após a conclusão do templo em 1956.

Faleceu em 25 de maio passado (em Milão, Itália) Frei Jesualdo de Cologno al Serio, cujo nome civil era Ambrósio Ângelo Lazzari. Ele nasceu em 24 de abril de 1919. Ordenou-se em 11 de agosto de 1946 em Milão. Em julho de 1949 veio para Juazeiro do Norte onde permaneceu até 1962, trabalhando na construção da igreja de São Francisco das Chagas, dos franciscanos. Foi vigário paroquial nas cidades de Belém do Pará (1962); em São Luís do Maranhão (1965) e em Barra do Corda (1967), onde foi também diretor do Colégio Nossa Senhora de Fátima. Frei Jesualdo faleceu aos 89 anos.
Em Juazeiro do Norte, no último sábado, dia 31 de maio, aconteceu a missa de sétimo dia pelo seu falecimento. Frei Jesualdo era visto pela população da Terra do Padre Cícero como um “um homem virtuoso, um homem santo”...
Abaixo nota do site www.juaonline.info/:
Juazeiro do Norte chorou a morte de Frei Jesualdo...

A população católica juazeirense recebeu com pesar a notícia do falecimento, aos 89 anos de idade, de Frei Jesualdo de Cologno, missionário italiano. em Bérgamo (Itália), onde residia há vários anos. Ele fixou moradia em Juazeiro do Norte no mês de julho de 1949 para onde veio com o intuito da construção do Santuário de São Francisco, um dos maiores do Nordeste. O grupo de religiosos contava ainda com o Frei Teobaldo de Monticelli (depois substituído por Frei Mirocles de Solzano) e mais os capuchinhos Virgílio de Messejana, Conrado de Palmácia, Leônidas de Torre e Bernardo de Viçosa. Na missão de erguer o Santuário de São Francisco das Chagas, Frei Jesualdo liderou campanhas para conseguir recursos junto à população e entidades governamentais. Juazeiro deve muito ao sacerdote pelos serviços que prestou ao município, onde fez e deixou um expressivo grupo de amigos e admiradores.
(Demontier Tenório e Daniel Walker. Fotos: Revista do Jubileu de Ouro 1956-2006 do Santuário São Francisco das Chagas de Juazeiro do Norte)

Uma nota de Renato Casimiro


DOAÇÃO

Tarso Araújo (“O Povo, 25.05.2008) noticiou:

“Renato Casimiro e Daniel Walker pretendem doar ao Campus Avançado da UFC-Cariri (futura Universidade Regional do Cariri) um precioso acervo com dezenas de fotografias do Juazeiro do Norte antigo. Porque será que o Ipesc-Urca foi preterido nessa doação?”

Necessitamos esclarecer: O arquivo comum a Renato e Daniel “poderá” pertencer a UFC-Cariri. Ele é composto por milhares de peças (talvez, 20 mil) dentre livros, fotografias, documentos, cordéis, arte popular, xilogravuras, jornais, CDs, Dvds e diversos.
A experiência frustrante do péssimo gerenciamento da Urca – através do Ipesc – quando Renato e Daniel se afastaram do empreendimento é o principal responsável pelo descrédito que a instituição goza, quando se trata dos interesses sobre os equipamentos de cultura existentes em Juazeiro do Norte. Só isso”.

Semana do Meio Ambiente do Crato tem início hoje

Com o tema "Olhares para a Natureza II", será aberta oficialmente hoje, às 9 horas, e vai até o dia 06 de junho, a Semana do Meio ambiente, no Centro Cultural do Araripe. Á tarde, a partir das 14 horas, serão iniciados os debates, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA), com abordagem do Projeto Reciclação, desenvolvido no Crato, através da Secretaria de Meio Ambiente, e Experiência de Educação Ambiental no Semi-Árido Potiguar Reciclando para a Vida, do Rio Grande do Norte, com participação de professores daquele Estado.

Todas as palestras, debates e mesas-redondas serão realizados no Salão de Atos da URCA, à tarde. Todos os dias serão abordados temas como: Educação Sanitária para o Uso e Manejo Correto de Agrotóxico; Avanço do Desmatamento: Produção de Biocombustível x Produção de Alimentos; Gestão de Recursos Hídricos na Sub-Bacia do Salgado; Contaminação Biológica; Uso Sustentável da Biodiversidade. Também serão realizados mini-cursos e oficinas, distribuição de mudas, apresentações artísticas e culturais.

A Semana de Meio Ambiente conta com participação e apoio da Prefeitura Municipal do Crato e realização de diversos órgãos ligados ao meio-ambiente, organizações não governamentais, escolas e a Universidade Regional do Cariri. Na ocasião, será lançada a medalha de Condecoração "Soldadinho do Araripe" e haverá a exposição, no Centro Cultural do Araripe, das 8 horas às 21 horas, com o título "Olhares para a Natureza".

TCM entrega ao MP relação de gestores

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) elaborou uma relação com aproximadamente 1.700 nomes de gestores públicos com suas contas desaprovadas nos últimos cinco anos. As decisões envolvem mais de 4.000 processos. O trabalho será entregue à procuradora regional eleitoral, Nilce Cunha Rodrigues, nesta segunda-feira, na sede da Procuradoria Geral da Justiça (PGJ). Na ocasião o presidente do TCM, Ernesto Sabóia, fará uma exposição sobre a maneira como o trabalho foi elaborado, as informações que constam no CD a ser entregue e a maneira como cada promotor deve utilizar o CD para obter as informações que necessita. Para essa reunião foram convocados todos os promotores eleitorais do Estado do Ceará.

Ainda hoje o documento será entregue à presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), durante a sessão do pleno daquele Tribunal. No CD a ser entregue consta o nome do gestor com as suas contas desaprovadas e o teor completo da decisão, inclusive a documentação existente no processo. Além de uma relação composta com todos os nomes, serão fornecidos dados isolados, município por município de todos os 184 do Estado do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste

Alunos querem novo campus

Iguatu. A comunidade local está mobilizada para implantação de um campus da Universidade Federal do Ceará (UFC), nesta cidade, para atender a região Centro-Sul. A idéia foi mais uma vez discutida em recente fórum realizado no auditório da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 16, durante a XV Semana Universitária promovida pela União Iguatuense de Universitário (Unidus).

De acordo com o deputado federal José Guimarães, um dos convidados a participar do evento, o sonho dos estudantes e dos moradores da região Centro-Sul está próximo de ser concretizado.

A implantação do novo campus ganhou força nos últimos quatro anos. A comunidade local já promoveu diversas reuniões, debates e audiências públicas sobre o tema. Recentemente, em audiência realizada na Câmara de Iguatu, com a participação de lideranças políticas de várias cidades da região, Guimarães apresentou detalhes do projeto e ressaltou o compromisso do presidente Lula a favor da idéia.

Barbalha, Juazeiro, Crato, Sobral e Quixadá já foram beneficiados com a instalação de campi da UFC.

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Saúde mental em debate

Discutir os avanços e os desafios no atendimento público aos pacientes com transtornos mentais a partir das experiências dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Esse é o objetivo básico do I Congresso Cearense de Saúde Mental que será aberto na quarta-feira, nesta cidade, a partir das 19 horas, no Teatro Municipal Pedro Lima Verde. O tema central do evento é “Saúde Mental e Liberdade”.

O congresso vai reunir 350 profissionais e estudantes da área de saúde, psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, vindos da Capital e de várias cidades do Interior. Há palestrantes de Fortaleza, Salvador e de Brasília, do Ministério da Saúde.

Segundo o secretário adjunto da Saúde de Iguatu e presidente do evento, Eriton Luiz Araújo de Souza, o congresso tem como meta ser um espaço de intercâmbio de todos os profissionais de saúde mental do Ceará. “Vivemos um momento de expansão no Estado, onde já funcionam 81 Caps e três residências terapêuticas. Embora o Ceará esteja bem à frente na reforma psiquiátrica, ainda não havia tido um evento desse porte para a convergência das experiências, para aprendermos uns com os outros”.

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Estado ganhará novas leis de defesas animal e vegetal

O Estado do Ceará deverá ganhar nesta semana novas leis de defesa sanitária animal e vegetal. Estão na pauta de votação da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará (AL), as mensagens 6.974 e 6.975, que atualizam as Leis 13.067 e 13.066, respectivamente. A legislação atualmente vigente foi aprovado em 2000 e decretada no ano seguinte. As duas matérias têm como base a legislação agropecuária federal de 1991.

Técnicos da Adagri iniciaram a elaboração dos dois novos projetos no fim do ano passado. Ambos chegaram à AL em abril passado. A principal mudança proposta nas mensagens é a transferência das atribuições de defesa animal e vegetal para a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), criada em 2004. Pelas leis atuais, a competência dessas ações ainda cabe à extinta Secretaria de Desenvolvimento Rural.

Segundo o presidente da Adagri, Edilson de Castro, a nova legislação vai auxiliar o Estado a sair da classificação de “área de risco desconhecido”, estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Por causa disso, o Ceará só pode comercializar produtos e animais com Estados que estejam no mesmo nível sanitário. “Essas leis vão ajudar o Ceará a ficar livre da febre aftosa e de outras doenças animais. Na área vegetal, vamos poder ficar livres de pragas”, comemora.

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Artigo de Océlio Teixeira publicado no "Diário do Nordeste"


Caderno "Regional", domingo, 1º de junho de 2006

Festa do Pau da Bandeira de Barbalha: fé, diversão e significados

Océlio Teixeira de Souza[1]

A festa de Santo Antônio/Em Barbalha é de primeira
A cidade toda corre/(É um fuzuê medonho)/Pra ver o pau da bandeira
Olha quanta alegria/Que beleza/A multidão faz fileira
Hoje é o dia/Vamos buscar o pau da bandeira
Homem, menino e mulher/Todo mundo vai a pé
A cachaça na carroça/Só não bebe quem não quer
Só se ouve o comentário/Lá na Igreja do Rosário
Que a moça pra ser feliz/Reza assim lá na Matriz:
Meu Santo Antônio, casamenteiro.
Meu padroeiro, esperei o ano inteiro.
(Luiz Gonzaga)

A música dos compositores Alcymar Monteiro e João Paulo Júnior, imortalizada na voz do saudoso Luiz Gonzaga, retrata com poesia, singeleza e riqueza de significados uma das maiores festas populares do Brasil contemporâneo: a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha. A Festa marca a abertura dos festejos em homenagem a Santo Antônio de Pádua e constitui-se numa festa dentro da festa do padroeiro de Barbalha.

A devoção a Santo Antônio, no Brasil, remonta ao período colonial. O teólogo e historiador Vergílio Gamboso, citando Frei Antônio de Santa Maria de Jaboatão, afirma que no Brasil dos primórdios “não era raro encontrar mais de uma imagem do Santo no altar … e que cada família fazia questão de ter o “seu” SA!”. [2]

Com o decorrer dos tempos Santo Antônio se tornou um dos santos mais queridos do Brasil. É o Santo com o maior número de Freguesias, cerca de 228, conforme afirma Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro. Essa popularidade, ao que parece, se deve a sua múltipla especialidade: santo casamenteiro, santo das coisas perdidas e santo do ‘pão dos pobres’.[3] Em Barbalha, a devoção ao taumaturgo de Lisboa remonta ao ano de 1778, quando teve inicio a construção da capela em sua homenagem. A exemplo de muitas outras cidades brasileiras, Barbalha cresceu e se desenvolveu em torno da igreja do seu santo padroeiro.

A devoção a Santo Antonio em Barbalha foi enriquecida por um elemento novo: o cortejo com o mastro pelas ruas da cidade, seguido do hasteamento da bandeira. Instituído oficialmente, em 1928, o cortejo, ao longo dos anos trinta do século passado, caracterizou-se por ser uma expressão religiosa oficial, marcado pela piedade, fé e sacrifício em homenagem ao Santo Padroeiro. A partir dos anos quarenta, porém, o cortejo passou por um processo de popularização e carnavalização[4]. Nesse processo, dois carregadores tiveram papel fundamental: um criador de gado e marchante, Vicente de Moça, nos anos quarenta; e um velho ferreiro, Melquíades Veloso, nos anos cinqüenta e sessenta. Os dois foram os responsáveis pela transformação do cortejo na Festa do Pau da Bandeira.

Atualmente, a Festa do Pau da Bandeira é um evento de grandes proporções. No dia de sua realização milhares de pessoas acorrem a Barbalha para acompanhar o cortejo. No último ano, 2007, estima-se que cerca de oitenta mil pessoas participaram da festa. Mas, quem são os homens que carregam o grande pau que servirá de mastro à bandeira de Santo Antônio? Quais são os significados desse ritual para os carregadores do pau?

Historicamente, os carregadores são homens das camadas populares. Assim tem sido desde os primeiros anos do Cortejo do Pau da Bandeira até os dias de hoje. As profissões ocupadas pelos homens que têm carregado o pau da bandeira, ao longo desses 80 anos, são as mais diversas. No entanto, dois grupos têm se destacado: os marchantes, que vêm desde a época de Vicente de Moça, e os “chapeados”, que foi um grupo que predominou nos anos 60 e início dos 70.

Atualmente, o grupo que se destaca entre os carregadores e que são considerados os “enfrentantes” é composto pelo chamado “grupo do mercado”. São cerca de 15 carregadores experientes. A maioria é constituída por marchantes, mas há também pequenos comerciantes, pintores, pedreiros, agricultores e outras profissões. Esse grupo constitui, informalmente, a comissão de organização e coordenação da Festa. Eles se revezam entre carregar o pau e coordenar, junto com o Capitão do Pau, os demais carregadores.

Vamos agora aos significados do Cortejo do Pau da Bandeira. Quero aqui destacar dois. Primeiro, o sentido de inversão: o Cortejo que deveria ser um ato religioso de piedade, fé e sacrifício em homenagem ao Santo Padroeiro, conforme orientação da hierarquia eclesiástica, foi transformado num espaço de afirmação social e religiosa dos carregadores, homens simples que, no dia-a-dia, ocupam posições sociais e religiosas inferiores. Eles, aos poucos, criaram uma forma própria de reverenciar e homenagear o padroeiro do município, marcada pela irreverência, pelas brincadeiras, pelo lúdico, enfim pelas suas experiências de vida. O espaço do Cortejo do Pau da Bandeira não pertence ao padre ou ao prefeito, mas sim a eles. Nesse espaço, as regras e as normas são estabelecidas pelos carregadores.

Um segundo significado que quero destacar é o Cortejo enquanto ritual de passagem da adolescência para a vida adulta e espaço de afirmação masculina. O objetivo de todo carregador é chegar à cabeça do pau, ou seja, carregar o pau na sua ponta mais pesada. Para tanto, existe uma disputa entre eles, que começa ainda na adolescência.

Nos anos 40 do século passado, as crianças e adolescentes iniciavam sua participação carregando as tesouras, pedaços de paus usados em X para auxiliar no levantamento do mastro. São muitos os relatos dos carregadores antigos, ou dos ex-carregadores, nesse sentido, como este a seguir: “O ano de 48, eu me achava com 14 anos. Eu posso dizer que eu participei de carregar o pau da bandeira, por que eu não ia carregar o pau, mas já tava carregando as tesouras. (...) Mas olhe então, por essa razão que eu me criei vendo aquele incentivo, que todo mundo só queria carregar o pau da bandeira era no pé do pau. Então foi isso que eu quis ocupar um lugar”.[5]

A realização e o prazer de carregar o pau na sua parte mais grossa são motivos de orgulho, expressos, sobretudo no momento do encontro do Cortejo com a multidão que aguarda o mastro na cidade. “Pra mim era tudo na vida aquele negocio ali... Era mesmo que tá no céu”, descreve um ex-carregador, referindo-se aos anos 50 e 60, quando esse encontro ocorria na Igreja do Rosário. Já outro carregador, também dos anos 50 e 60, descreve dessa forma a emoção do encontro: “A vontade é que se pudesse se levava só, porque aquela parte é a mais emocionante.”.
Para finalizar, quero destacar um fato, ocorrido provavelmente em meados dos anos 80, que demonstra de forma emblemática a importância que o carregamento do pau tem na vida dessas pessoas. O relato é de um antigo carregador: “Houve um ano que o pau muito pesado e ele atrasou e padre Euzébio quis trazer o pau da bandeira arrastado por um trator, rebocado por um trator. Aí houve exatamente uma revolta, por que ninguém..., os componentes do pau da bandeira gritaram lá que ninguém apegava, que trator nenhum do mundo encostaria naquele pau pra carregar ele. Então ele tinha que ser arrastado era no braço dos homens e não arrastado por trator”.
[1] Océlio Teixeira de Souza, professor do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri – URCA. Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, tendo defendido a dissertação: A Festa do Pau da Bandeira de Santo Antonio de Barbalha(CE): entre o controle e a autonomia(1928 – 1998), em agosto de 2000.
[2] GAMBOSO, Vergílio. Vida de Santo Antônio. Aparecida (SP): Santuário, 1994.
[3] CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6 ed. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1988.
[4] Uso esse termo conforme a acepção de M. Bakhtin. Para este autor, o carnaval na Idade Média e no Renascimento constituía-se na “segunda vida do povo, baseada no princípio do riso. É a sua vida festiva.” Ou seja, o carnaval representava, mesmo que temporariamente, a criação de um segundo mundo, baseado na inversão brincalhona dos valores e hierarquias estabelecidos e na exaltação da abundância, da fertilidade, do baixo corporal, etc. Ver: Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. 2 ed. São Paulo/Brasília, Hucitec/Edunb, 1993.
[5] Os nomes dos carregadores ou ex-carregadores foram mantidos em sigilo com o intuito de preservar as identidades e privacidade dos mesmos.