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terça-feira, 15 de junho de 2010

Coisas do futebol – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

A terceira partida do Brasil na Copa do Mundo de 1958 era contra a poderosa seleção da antiga União Soviética. O Brasil não poderia sequer empatar. Segundo os jornais da época, o esquema de jogo da URSS era armado por poderosos cérebros eletrônicos. Antes do jogo, o técnico Feola orientava os jogadores assim: “Nilton Santos e Zito desarmam as investidas dos russos e lançam para Didi no meio do campo. Didi dá um passe de cinqüenta metros para Garrincha na ponta direita. Garrincha dribla dois defensores do time adversário e cruza para Vavá na entrada da área. Entenderam?” Perguntava o técnico. Ai Garrincha falou: “Só uma dúvida, seu Feola. O senhor combinou isso com os russos?”
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A propósito, o gorducho Vicente Feola, além de entender de futebol, sabia lidar com o psiquismo humano, como poucos psicólogos fariam. Na véspera do jogo contra a URSS ele precisava barrar Joel, o ponta direita titular e escalar Garrincha em seu lugar. Então, ele reuniu os jogadores e comunicou solenemente: “Pessoal a partir de hoje o Joel será o chefe de disciplina dos atletas. Quem precisar se ausentar da concentração deverá pedir permissão a Joel. Qualquer problema que tiverem, conversem com o Joel.” Claro que Joel ficou morto de satisfeito quando seus companheiros pediam permissão para irem até a calçada do hotel. No dia seguinte, antes do jogo, Feola começou a distribuir as camisas. Então sem dizer nada ao Joel entregou a camisa a Garrincha. Joel não pôde protestar. Afinal ele era o chefe da disciplina da equipe.
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Em 1958, o Ceará possuía um dos maiores goleadores da história do futebol cearense, o centro avante Gildo. O jogo contra o obscuro Nacional era importante, pois se o Ceará perdesse ou empatasse se distanciaria mais ainda do Fortaleza que liderava o campeonato. Aconteceu que o goleiro do Nacional, um certo Jairo, estava fechando o gol. Fazia defesas sensacionais. Aos quarenta minutos do segundo tempo, Gildo recebeu uma bola cara a cara com o goleiro. Colocou bem no canto e o Jairo segurou a bola, sem nenhum rebote. Gildo então se dirigiu ao goleiro do time adversário e assim falou: “Jairo, essa sua defesa foi a mais bonita que eu já vi um goleiro fazer. Desejo lhe cumprimentar. Toque aqui.” Ao ouvir isso, o ingênuo Jairo, cheio de contentamento, soltou a bola, esquecendo-se de que a havia recolocada em jogo. Então foi apertar a mão do Gildo. Este, ao ver a bola no chão, imediatamente a chutou para o fundo das redes. Gol do Ceará. É claro que o juiz validou o gol, a bola estava em jogo.
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Em 1959 o time do Botafogo do Rio de Janeiro excursionava pela América do Sul. Todos queriam ver seus campeões mundiais Nilton Santos, Didi, Garrincha e Zagalo. Num jogo no interior da Colômbia Garrincha driblou toda a defesa do time adversário e ficou na frente do goleiro fingindo que ia chutar. O técnico gritava desesperado, mas mesmo assim Garrincha demorou a fazer o gol. No vestiário, o técnico perguntou por que ele havia demorado tanto para chutar aquela bola. E Garrincha respondeu: “Seu João, o goleiro deles demorou a abrir as pernas...”
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Na quinta-feira da Semana Santa de 1961, o Vasco da Gama do Rio de Janeiro, time do meu coração, jogava contra o Santos de Pelé, em pleno Pacaembu e, aos quarenta e quatro minutos do segundo tempo ganhava o jogo por dois a zero. Naquela época, o Vasco possuía uma temível dupla de zagueiros praticamente intransponível: Brito e Fontana. Durante o jogo inteiro, Pelé não passara pela muralha que eram esses dois jogadores. Foi aí que Fontana abriu a boca para irritar o rei Pelé. “Brito, cadê o rei? Me disseram que nós íamos jogar contra o time do rei e eu ainda não vi esse rei em campo.” Pelé ouviu tudo calado. Recebeu uma bola no meio do campo, lançou Dorval, este chutou e o goleiro do Vasco jogou para o escanteio. Na cobrança do corner Pelé pulou mais alto do que Fontana e cabeceou para o fundo da rede. Batido o centro, o próprio Pelé desarmou o ataque do Vasco em formação, correu pela direita, passou a bola por baixo das pernas de Fontana, lançou-a ao gol com um chute fortíssimo e empatou a partida. Em seguida, o próprio Pelé foi buscar a bola no fundo das redes e entregou-a ao Fontana dizendo: “Leve pra casa e entregue a sua mãe. Diga a ela que foi o Rei que mandou de presente.”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Pensamento para o Dia 15/06/2010


“Em tempos idos, em qualquer região, quando as pessoas eram afligidas por medo ou ansiedade, ou quando as fontes de alegria e contentamento secavam, elas determinavam a causa da calamidade como alguma falta ou falha no culto oferecido a Deus nos templos dessa área. Elas procuravam identificar tais erros e corrigi-los, de modo que pudessem ter paz interior. Elas acreditavam que a crise poderia ser controlada através desses meios. Tais atos são agora agrupados e chamados de "superstições" e são ignorados. De modo algum, isso não é superstição. Os antigos compreendiam a verdade suprema somente depois de experimentar pessoalmente sua validade.”
Sathya Sai Baba