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domingo, 15 de maio de 2011

Uns animais eletrônicos - Emerson Monteiro


Bem ali detrás há poucos instantes de meros segundos, essenciais, no entanto, fora tomado daquela mesma sensação esquisita que agora volta a se repetir, a querer, todo custo, se projetar, sair pela ponta dos dedos, na emoção frívola de palavras vivas, indo diretas desde a corrente sanguínea ao papel, esguicho contínuo de uma sensação solitária, a formar definições e falas, bichos vivos, fugitivos. Na mão, fechado, quente, o pulsar heróico do coração do bicho feito pequeno pássaro animado, impaciente, aqui prisioneiro, no meio dos dedos e da palma, à pressão relativa sobre o celular que o retém preenchendo esse âmbito dos sentidos, já dominando a força aquecida no bloco inteiro das percepções vitais da pessoa instalada no comando central dos acontecimentos.
Nisso, a energia sincopa em toda casa. Dá um, dois picos intermitentes, saltos de dentro da madrugada para o dia surgindo nas luzes do nascente, que sorrateiras penetravam pelos quadrados de vidro laterais da porta, como quem quer rever os escuros da noite na sombra que começava, lentamente, a despertar para as novas claridades. Foram eles, os dois pulos de intensidade na energia, e todos receberam o jato de paralisação das funções, sinais suspensos na sobrevivência do ser gente e máquina em que humanos se transformaram.
Aquele espectro sideral de moléculas atadas à condição material na força das circunstâncias obtusas do firmamento, presas no alto do espaço, apenas estagnara em forma de protagonistas vazios da ausência de movimento aparente. Por dentro, no entanto, espasmo cataléptico misturava o sabor do tremer do telefone preso na mão, pássaro contido nas dobras das falanges ao longo do corpo da máquina comprimida.
Imagem paralisada no alvorecer que cessara de vez no cessar da energia da rede silenciada, a virar borrão afixado na inércia que deslizava durante o rio das coisas, sem conter mais no bojo de si o elemento estarrecido em pleno voo, nesse abismo que divide escuro e de iluminação. Parado ficara, permanecera, cartaz preso às margens da longa estrada do tempo.
Lá adiante nas horas, contudo, ainda que avisado durante algumas chamadas perdidas, pelo mecanismo estreitado nos dedos e na palma, acordaria atônito, aos sopapos secos da geladeira refeita no retorno da corrente aos músculos. Isso horas depois, Sol alto no céu, antes do pino do meio-dia, fora das cogitações possíveis e quase vítima do desespero, ouvindo o estalo das coisas descongelando abafadas no interior da fria composição.
Esfregava os olhos quando adquiriu a oportunidade para ativar, outra vez, os mecanismos do domingo junto aos sistemas externos, porém fundamentais à existência dos humanos, dependentes vorazes da corrente elétrica. Agradecido, contudo, estendeu a mão e depôs sobre a mesa o pássaro impaciente, a única via de contato real quando perdera os impulsos do mundo, naquela crise de abstinência temporária dos multimeios.

A REVOLUÇÃO DE EFINÉZIO

Monólogo Musical Tragicômico-Sertanejo de Cacá Araújo



PRÓLOGO

(Um baú no centro de um rio seco, iluminado por um tênue facho de luz. Ouve-se, de fora, uma canção enchendo o tempo)

Canção da Iniciança

Ur demonho du sertão
Di Deus teve a permissão
Pra isculhê um condenado
I du bucho máis sufrido
Um minino foi parido
Seno logo abandonado

Passô sêde i passô fome
Efinézo era u seu nome
Muntas lágrima ele chorô
Foi simbora da cidade
Si iscondeno da maldade
Qui sua mãe anunciô

Már ninguém muda u distino
I a tragédia du minino
Tava iscrita pelo chão
Cada lixo er’um segrêdo
Di morrê perdeu u mêdo
I fêiz a revolução

Foi um céu feito na terra
Sem butá u povo im guerra
Nosso herói plantô justiça
Máis u Cão é puderôso
I pra sê vitoriôso
Mata i mente na nutiça

Trecho da peça A REVOLUÇÃO DE EFINÉZIO, em fase de criação.

Deputado Ely Aguiar diz em nota que os interesses do Crato estão sendo massacrados...



Crato é derrotado em Requerimento na Assembléia legislativa do Estado.

Infelizmente o Crato sofreu uma grande derrota na sessão ordinária realizda na última quarta-feira na Assembléia Legislativa do Estado. Movido pelas informações apresentadas no site Blog do Crato e pela angústia e revolta dos cratenses, o deputado Ely Aguiar apresentou um requerimento solicitando urgentes informações do governo do Estado sobre a possível transferência de vários órgãos estaduais do Crato para Juazeiro.

Para surpresa o “requerimento foi discutido amplamente até às 2 horas da tarde, com transmissão ao vivo pela TV, sendo derrotado com aval de vários deputados votados no Crato. Votaram pela aprovação do requerimento em favor do Crato os seguintes deputados: HEITOR FÉRRER, ROBERTO MESQUITA, FERNANDA PESSOA, ELIANE NOVAIS, FERNANDO HUGO E LEONARDO PINHEIRO. TODOS OS OUTROS QUE ESTAVAM PRESENTES, VOTARAM CONTRA.

O líder do Governo, Antonio Carlos, do PT ( 600 votos no Crato ), fez pressão para que todos votassem contra o requerimento, com apoio do Dep. Wellington Landim, que fez o seu papel de aliado do governo Cid Gomes em levar os órgãos do Crato para juazeiro.

Os que votaram em favor do requerimento em benefício do Crato e prestaram essa solidariedadeà cidade, nem sequer são os votados no Crato. O Deputado Ely Aguiar diz que "seria bom que os vereadores do Crato cobrassem ações dos deputados que deles receberam votos...E DEPOIS VIRARAM AS COSTAS PARA NOSSA TERRA.." Ely diz ainda que "Depois do que ocorreu hoje, não tenho dúvidas, o Crato está sendo massacrado e minha voz, com apoio de alguns, serve pelo menos para denunciar, reclamar e criticar o governo. Pelo menos tenho coragem e compromisso com a nossa terra, o Crato."

Dihelson Mendonça ( através de nota enviada ao Blog do Crato por Ely Aguiar )

POR QUE AS AUTORIDADES NÃO REAGEM?

Pedro Esmeraldo

Já estamos cansados de lembrar às autoridades cratenses que deixem de lado o comodismo, a falta de interesse e o medo de enfrentar a luta em defesa de sua terra.
Quando elegemos os representantes da cidade é porque desejamos que eles lutem e venham contribuir com seu trabalho para a melhoria da nossa terra.
Não queremos mais ouvir lorotas de políticos apáticos, dizendo que não temos representação, mas lembramos que a representação é o próprio povo que anda à toa sem saber se dirigir com marchas repelentes aos insultos dos embusteiros que querem dilacerar a cidade.
Uma horda de beócios, que comanda a política cratense, não esboça nenhuma reação com as atitudes intolerantes desse povo que tem o desejo de levar o progresso só para si. Afirmamos que o progresso deve ser equilibrado e não sugador.
Ocorre que esses homens que comandam a política cratense não têm vocação para exercer um comando político e deveriam renunciar, entregando o barco a pessoas que desejam levar a cidade para o caminho do sucesso.
Antes queríamos enaltecer o desenvolvimento, afastando-se da ideia de submissão, pensado que eles são os maiorais e nós somos pessoas comandadas por políticos irreverentes, que não sabem manejar o nosso barco com perfeição e seriedade.
Antes, lutamos para que o comando das zonas metropolitanas não ficasse sob um só município, mas que prevalecesse a igualdade solidária que todos saboreassem o mesmo ar com igualdade à terra comum.
Isso evitaria que os outros municípios ficassem submissos a um só comando.
Infelizmente, isso não acontece porque a nossa política é irreverente e inconsequente, mas isso não ocorre devido à intolerância e à incapacidade desses políticos que visam praticar o clientelismo dos municípios hiperbólicos que lembram um porquinho de ar negativo que querem prejudicar as outras cidades da zona metropolitana.
Cratenses, não vamos parar de lutar, não podemos aceitar esse desmando que praticam a discórdia e que nos tratam com desdém e nos deixam atoleimados, sem coragem de enfrentar a luta cotidiana a fim de não deixar levar nada daqui e que nós fiquemos com todo patrimônio adquirido através dos anos.
O Cariri não é somente Juazeiro, mas é uma orla de cidades constituída de municípios prósperos, possuidores de terras férteis e que podemos conquistar os mesmos direitos desses municípios ambiciosos.
Pedimos à sociedade cratense que não durma em berço esplêndido e forcem as autoridades do Crato, dizendo que foram eleitos para trabalhar e não para ficar de braços cruzados. É isso que exigimos.

Crato-CE, 12 de maio de 2011.