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segunda-feira, 31 de maio de 2010

A GLÂNDULA TIMO E AS TÉCNICAS DE CURA DA MEDICINA HOLÍSTICA TRADICIONAL (PARTE I)


Desde 1988 venho me questionando sobre a relação entre o Amor metafísico (que vivenciei uma única - e inesquecível! - vez) e o Amor físico (que experimentei centenas de vezes!). E já se passaram mais de 20 anos da minha experiência mística e holística com o Amor Cósmico e de lá para cá sempre me indaguei sobre aquele fenômeno maravilhoso e misterioso que se manifestou no centro do meu peito em 1988. Eu sabia desde o primeiro dia da experiência que tive, que havia pelo menos dois planos de experiência/vivência acontecendo simultaneamente: o físico e o metafísico. E que o plano metafísico (dos chacras) era a raiz da energia humana – o nosso lado transcendente. E o plano físico era o meio, o caminho de realização física e material – o nosso lado imanente. Mas, o que me intrigava era saber qual parte do plano físico estava de fato ligado ao plano metafísico do chacra cardíaco. Hoje, após todos esses longos anos de incertezas e questionamentos tenho que admitir que a resposta está nas glândulas, principalmente a glândula TIMO. Ela tem um papel vital no processo de regulação do humor; no processo imunológico e; no processo de refinamento das emoções entre tantas outras funções.

Gostaria de sugerir um desafio acadêmico aos médicos e pesquisadores em geral que possuem mentes abertas: pesquisem a relação entre a glândula timo, o chacra cardíaco e o sistema imunológico. Acredito que nessa relação estão as respostas para várias doenças tais como a AIDs, o Câncer, etc. Essa hipótese está baseada numa vivência mística que tive em 1988. Eu vivenciei em meu peito o fenômeno da interligação dos planos energéticos sutil (dos chacras) e concreto (glândulas timo, pineal e outras). Assim, parto de uma experiência íntima para a formulação de uma hipótese e não o caminho contrário (da hipótese para o teste ou experiência) que é muito comum nos processos de pesquisa científica. Sugiro aos médicos e todas as pessoas (pesquisadoras ou não) ligadas às áreas de saúde que estudem o conteúdo do livro MEDICINA VIBRACIONAL: A MEDICINA DO FUTURO do médico-pesquisador Dr. Richard Gerber. Nesse livro vocês encontrarão subsídios técnicos e científicos para buscarem uma conexão entre a TIMO, o CHACRA e o SISTEMA IMUNOLÓGICO.

A ciência precisa alargar seus horizontes como já vem fazendo muito bem nos campos de conhecimento da genética, física quântica e a astrofísica. Mas, mesmo assim precisamos urgentemente de hipóteses metafísicas para descortinarmos um mundo de fenômenos sutis responsáveis por boa parte das doenças crônicas. Sinto intuitivamente que quando os cientistas decidirem testar a hipótese da causalidade descendente (do plano metafísico para o plano físico, ou do plano qualitativo para o plano quantitativo) daremos um passo gigantesco fenomenal para explicarmos uma série de doenças de origem ainda desconhecida. A ciência moderna ainda não sabe penetrar no mundo essencial qualitativo das energias sutis das emoções humanas. Essa crítica foi realizada em minha monografia de dissertação de mestrado defendida em 1992 na COPPE/UFRJ. Em outras palavras, as energias descobertas pela ciência ainda são insuficientes para identificarem um conjunto de fenômenos causadores de anomalias no campo energético do sistema complexo e multidimensional da consciência e das transformações que ocorrem na relação entre psique e corpo físico.

Uma coisa eu descobri e constatei em minhas experiências íntimas (vivências): a forma como vemos um objeto (seja ele físico ou metafísico) afeta o objeto observado (essa tese é também uma afirmativa da física quântica moderna). Isso implica dizer que o universo guarda segredos no próprio modo e ato de se observar um fato ou fenômeno. Ou seja, não existe neutralidade no campo científico e nem no campo do senso comum. O tempo todo estamos afetando o mundo e somos afetados pelos outros a nossa volta. Existe uma fronteira invisível entre o que nos é desconhecido e o que já é conhecido. A transição de um lado para o outro acontece em planos da percepção em que estamos agindo ou construindo – de um modo geral estamos inconscientes na ocasião da transição. As doenças, enquanto fenômenos naturais são também criadas pela forma como nos conduzimos na relação que temos com as multidimensionalidades das energias que circulam entre o homem e a natureza. Somos seres extremamentes sensíveis, plurais e abertos para o cosmos. Nesse contexto, todos os fenômenos nos afetam (direta ou indiretamente) sem que tenhamos sensibilidade para vermos as suas origens no nascimento deles. Por exemplo, as explosões solares (muito comuns na superfície do sol) afetam os sistemas de radar dos pássaros, baleias, seres humanos, celulares, satélites etc.




Então a nossa realidade nos guarda o maior mistério que é a essência ou qualidade dos fenômenos. O essencial é invisível porque não se mede quantitativamente. As doenças são visíveis pelos seus efeitos, o princípio delas é desconhecido na sua origem. Nesse sentido, precisamos adotar uma nova abordagem científica que seja compatível com o objeto ou fenômeno observado. Pois, só vemos o que nos é compatível com o nosso nível de consciência. O comum é o centro da curva normal (na área da estatística), os extremos são incompreensíveis e invisíveis para o nosso olhar viciado.

Eu vou revelar aqui uma descoberta que fiz em 1988: o que chamamos de impressões digitais são na verdade centros de energia (chacras (ou chakras) menores), verdadeiros receptores ou antenas captadoras de energias sutis cósmicas. Pergunto, então: quantos dos meus leitores alcançarão essa verdade vivenciada por mim em 1988?

O Amor tão falado por Jesus Cristo está situado no centro do peito e tem uma relação direta com a glândula TIMO. Por isso, que alguns autores e pesquisadores afirmam que a falta de amor no mundo é a maior desgraça que afeta a paz e a saúde humana em todos os tempos. Ou seja, quando esse chacra principal não está funcionando bem a glândula timo também não está em sua potencialidade nos resguardando na sua relação com o sistema imunológico. E ai ficamos vulneráveis - sem defesa!

Bernardo Melgaço da Silva
Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA (Universidade Regional do Cariri)
HTTP://bernardomelgaco.blogspot.com

Pelas águas da morte suplico meu pai Abrahão - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Meu pai Abrahão! Tenho todos os vícios que a fé sofreu nas lutas genocidas contra o povo judeu. Até o chamo de pai, patriarca do meu povo. Acomodo-me, temo o meu fim, acho que um pedaço de terra é maior que a fé em Deus. Não me vejo como um comum filho de tua estirpe, mas como uma vítima raivosa de ódios ancestrais. Vejo meu amanhã como a Revolta de Bar Kokhba, todo o chão em que pisam os israelenses sendo arrasado pelas forças do império romano. Estou com o Deus de Israel como o ar para os meus pulmões.

Mas hoje meu pai, acordei de um sono imenso. De um sonho que outro pesadelo engendrara, fortalecera e apenas fez crescer com o tempo. Teus filhos, os filhos de Israel, desceram sobre barcos com ajuda humanitária e os seqüestrou na plenitude das águas internacionais. Fizeram mortos, geraram contra nós o mesmo ódio que tínhamos com a tortura, a morte e o genocídio do nosso povo.

E o premier de Israel, o seu ministro da Defesa, como o Rabi Akiva deu a este ato o caráter de Mashiach. Abriu as portas de Israel para a destruição de sua fé, sua longa espera, de sua resistência em Massada, seu último suspiro em Betar. Temo, meu pai, que neste dia tudo se justificará contra teu próprio povo, conduzido ao suicídio por judeus que se tornaram apenas farsa dos teus símbolos.

Amanhã quando aquele filme de Polanski, chamado O Pianista, mostrar a brutalidade animal de soldados alemães apenas apontando pistolas para a cabeça de indefesos judeus, não há como se indignar. Israel fez igual. Quando a Lista de Schindler vier à tona, outro filho de Israel o filmará e a brutalidade amanhece e dorme na nossa própria tribo.

Tudo que fizemos com sacrifício de nossa própria memória do sofrimento do Nazifascismo para que a humanidade aprendesse o bom caminho, políticos de Israel em poucas horas desfaz. A ironia não é que os inimigos de Israel destruam Israel, mas que o povo de Israel se desapega ao próprio solo milenar.

Nossas almas estão dentro da bruma de arrivistas da própria riqueza material. Vieram da Europa oriental ao final dos regimes socialistas e hoje fazem de Israel o mercado do seu rápido progresso pessoal. São aqueles judeus viciados nas artimanhas do mundo ariano e abandonando o valor semítico, desejam um retorno atabalhoado às terras da Europa e de seu mais fiel descendente: os Estados Unidos da América.

Já não vêm mais a Israel. Lá vivem e tornaram teu solo apenas num parque temático para uma religiosidade de apenas visitação. São por eles e pela defesa deles, com seus lobbies guerreiros que Israel mais uma vez pede a morte. Agora a morte desgraçada com o sangue dos nossos primos bíblicos.

A mercantilização da medicina - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Pronto está revelada a mercantilização da medicina tal qual o é. Culturalmente, como símbolo e imaginário da população, o ato médico se associa tanto a normas para prevenir-se de doenças como a medidas para se recuperar de problemas. O ato médico está revestido de certa divindade herdada de tempos remotos, cujo significado antropológico é o do poder da cura. Ainda recentemente circulou pela internet um PPS que era uma verdadeira oração perguntando-se pelo “meu médico” aquele de antigamente, tão próximo das famílias, tão disponíveis nos sofrimentos, tão carinhoso no drama da vida.

Vejam os resultados desta pesquisa do Conselho Regional de Medicina de São Paulo: 48% dos médicos paulistas e 71% dos profissionais de saúde acatam a propaganda das indústrias do setor. Ou sejam, prescrevem, usam e adotam conceitos e tecnologias apenas pelo que dizem os agentes fabricantes de insumos de saúde.

Existem mestres universitários renomados, que venderam todo o seu prestígio entre os colegas médicos para divulgar interesses dos laboratórios. Os Congressos Médicos são financiados essencialmente por empresas produtoras, tudo se torna uma feira para venda de pequenas novidades, muitas das vezes que não acrescenta nada ao que já se tem, mas custa mais caro e o consumidor vai pagá-lo, pois seu médico a indicará.

Aí alguém certamente se escandalizará: ora em que isso seria diferente de uma feira de tecnologia para a indústria, para o setor de informática, de agropecuária e assim por diante? Em nada, mas aí é que se encontra o problema. A saúde é gasto, as demais produzem riquezas. A saúde nos EUA, o leviatã de todos os modelos de desperdício do mundo, logo atingirá 15% do PIB americano.

O assédio da indústria em volúpia de vendas aos consultórios médicos paulistas certamente divide espaço com os horários das consultas de seus pacientes. Da amostra realizada, 80% dos médicos receberam em média 8 visitas por mês. Leram com atenção: oito visitas por mês. E pior de tudo: 93% desta amostra de médicos paulistas afirmou ter recebido produtos, benefícios ou pagamentos da indústria no valor de até R$ 500,00, nos últimos 12 meses.

A nota boa é que a pesquisa foi realizada por um órgão de classe médica envolvido com a questão da ética que no caso poderá influir em medidas públicas contra as empresas. A verdade é que a formação deste comportamento médico compromete o outro componente essencial da sua credibilidade, que é a sua boa formação e fidelidade à ciência.

Mas volto à questão: o Ministério da Saúde do Brasil, juntamente com as Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios, têm grande responsabilidade sobre a regulação deste problema, tanto através das suas agências quanto de seu papel relevante de consumidor desta indústria. As compras do SUS são tão altas que por si representam enorme poder para as autoridades públicas. O resto são “escândalos de sanguessuga”.

Pensamento para o Dia 31/05/2010


“As necessidades egoístas da pessoa devem ser sacrificadas. Deve haver esforço constante para fazer o bem aos outros. O desejo de uma pessoa deve ser estabelecer a prosperidade no mundo. Com tais sentimentos no coração, deve-se meditar no Senhor. Esse é o caminho correto. Se os grandes homens e as autoridades estiverem, assim, empenhados no serviço à humanidade e na promoção do bem-estar do mundo, os ladrões da paixão, ódio, orgulho, ciúme, inveja e vaidade não invadirão as mentes das pessoas comuns; valores como Ação Correta, Compaixão, Verdade, Amor, Conhecimento e Sabedoria estarão seguros contra danos. Os seis inimigos internos chamados Arishadvarga só podem ser arrancados pelos ensinamentos de grandes almas, pelo amor de Deus, pelo conhecimento do Senhor e pela companhia dos santos e dos grandes.”
Sathya Sai Baba

Retalho do Passado

Pedro Esmeraldo

No decorrer da década de 1970, precisamente no dia 27 de março de 1977, recebi telefonema do Dr. Assis Leite dizendo que era preciso ir imediamente à Fortaleza para fazer teste de português, matemática e conhecimentos gerais, a fim de ingressar no emprego efetivado na Petrobrás Distribuidora em Fortaleza.

Imediatamente, dei um pulinho até a rodoviária, tentado conseguir passagem de ida, pois a hora já estava avançada e seria uma sorte se por acaso conseguisse passagem nessas circunstâncias, e prevalecesse o direito de procurar, pelo menos uma vaga no último lugar da fila, o que por certo conseguiria com êxito um lugar na parte traseira do ultimo ônibus que partia desta cidade à capital.

Na volta, tive mais sorte com a passagem, pois tranquilamente o primeiro número devido ter mais atividade e procurei o primeiro lugar da fila, visto que procurei na hora exata, isto é, às 06:00horas da manhã, durante a volta à noite. Não houve nenhum obstáculo, visto que a BR estava totalmente recuperada e não havia subterfúgio, visto que toda a população andava tranquila sem ameaça de assaltos como há nos tempos atuais. Todas as estradas eram pavimentadas com asfalto e que causavam calma no meio do trânsito e o povo era mais obediente à sinalização com segurança.

Cheguei em Fortaleza por volta das 06:00 horas da manhã; rumei em direção da casa de meu irmão onde saboreei um apetitoso café, antes de ir à direção da Petrobrás.

Lá, enfrentei uma saraivada de teste de: Português, Matemática e Conhecimentos Gerais pois, tive de observar as dificuldades a fim de raciocinar com calma até conseguir decifrar quase todas as questões de matemática e português com êxito. Graças a Deus, dominei muito bem as matérias e saí feliz em minhas predileções. Na volta ao Crato, à noite, tornou-me mais fácil, já que minha mente estava arejada porque consegui chegar a bom termos, onde conquistei o que mais almejava que era o emprego.

Quando assumi a cadeira do ônibus de volta, senti-me enfadado, visto que ao meu lado, apareceu uma moça espevitada, fazendo firula com esnobismo, exprimindo palavras desagradáveis, mostrando que era habilidosa, dizendo que era cratense, do bairro da caixa d'água e que ainda morava em Brasília onde aprendeu a conviver com coisas sérias e mostrava ser dotada de grande saber. Não suportando as tolices dessa moça irreverente, deixei que ela esnobasse à vontade sem nem sequer olhar para ela; já que se tornou uma moça aborrecida, quando falava tolices.

Como estava enfadado devido a canseira do dia, caí num sono profundo; até quando, lá pelas tantas, ouvi uns gritos ensurdecedores, empurrando com forças os meus braços dizendo: Feche as pernas!

Olhei pra ela um pouco enraivecido, bem sério, respondi: Feche você que não tem o que quebrar.

A moça se calou e fechou a cara pra mim e saiu de mansinho, indo trocar o seu lugar com outra pessoa no banco traseiro. Ai então, não me contive, passei a observar a moça com olhar de desdém parecendo que ela deveria permanecer calada e nunca querer esnobar com apresentação ruidosa, dizendo palavras fúteis, bisbilhotando na frente da gente, pensando que todos eram tolos e nada sabiam de nada. Bem feito! Quem manda ser bisbilhoteiras com tagarelice em terra dos outros. Até que em fim, permaneci tranquilo não ouvindo mais as bisbilhotices dessa moça

Crato - CE, 27 de maio de 2010.

Cobertura fotográfica da Celebração do Encantamento

O Blog do Crato está disponibilizando a cobertura fotográfica completa da festa Celebração do Encantamento, ocorrida neste último sábado 29, em comemoração ao primeiro aniversário do programa radiofônico Cariri Encantado. O programa é apresentado por Luiz Carlos Salatiel na Rádio Educadora do Cariri AM. Por sua vez  a festa foi  trasmitida ao vivo direto do Salão Nobre do Crato Tênis Clube e contou com grande participação de público. Na ocasião aconteceram diversas apresentações dos artistas da região e foi prestada homenagem de reconhecimento a cerca de quinhentas personalidades ligadas ao fazer artístico e cultural do Cariri cearense.

As fotos são de Dihelson Mendonça e podem ser vistas AQUI.

domingo, 30 de maio de 2010

SAÚDE MENTAL – por Martha Medeiros


IMAGEM RECEBIDA PELA INTERNET

(Texto retirado da Revista O Globo – 30 de maio de 2010)

“Acabo de saber da existência de um filósofo grego chamado Alcméon, que viveu no século VI a.C., e que, certa vez, disse que saúde é o equilíbrio de forças contraditórias.

O psicanalista Paulo Sergio Guedes, nosso contemporâneo, reforça a mesma teoria em seu novo livro (“A Paixão, Caminhos & Descaminhos”, em que ele discute os fundamentos da psicanálise). “A saúde constitui sempre um estado de equilíbrio instável de forças, enquanto a doença traz em si a ilusória sensação de estabilidade e permanência”.

Não sei se entendi direito, mas me pareceu coerente. O sujeito de boa cuca não é aquele que pensa de forma militarizada. Não é o que nunca se contradiz. Não é o cara regido apenas pela lógica e que se agarra firmemente em suas verdades imutáveis. Esse, claro é o doente.

Do nascimento à morte, há uma longa estrada a ser percorrida. Para atravessá-la, recebemos uma certa munição no reduto familiar, mas nem sempre é a munição que precisávamos: em vez nos darem conhecimento, nos deram regras rígidas. Em vez de nos ofertarem arte, nos deram apenas futebol e novela. Em vez de nos estimularem a reverenciar a paixão e o encantamento, nos adestraram para ter medo. E lá vamos nós, vestidos com essa camisa de força emocional, encarar os dias em total estado de insegurança, desprotegidos para uma guerra que começa já dentro da própria cabeça.

Armados até os dentes contra qualquer instabilidade, como gozar a vida?

A paz que tanto procuramos não está na previsibilidade e na constância, e sim no reconhecimento de que ambas inexistem: nada é previsível nem constante. E isso enlouquece a maioria das pessoas. Quer dizer que não temos poder nenhum? Pois, é nenhum.

É um choque. Mas o segredo está em acostumar-se com a idéia. Só então é que se consegue relaxar e se divertir.

Ou seja, a pessoa de mente saudável é aquela que, sabedora da sua impotência contra as adversidades, não as camufla, e sim as enfrenta, assume a dor que sente, sofre e se reconstrói, e assim ganha experiência para novos embates, sentindo-se protegido apenas pela consciência que tem de si mesmo e do que a cerca – o universo todo, incerto e mágico.

Acho que é isso. Espero que seja isso, pois me parece perfeitamente curável, basta a coragem de se desarmar. O sujeito com a mente confusa é um cara assustado, que se algemou em suas próprias convicções e tenta, sem sucesso, se equilibrar em um pensamento único, sem se movimentar.

Já o sadio baila sobre o precipício.

E-mail: martha.medeiros@oglobo.com.br” (p.30)

A DOR MORAL DA CRUZ DE VERDADE - DIALOGANDO COM DEUS!



Um dia em meu quarto solitário e triste roguei ao Senhor Deus:

Ó Senhor sinto-me cansado de lutar contra minhas próprias criações! Dai-me senhor a clareza de Espírito para resolver todos os problemas que me afligem. A dor moral é imensa. As vezes tenho vontade de recuar. Em outras vezes sinto necessidade de ir até o final para que se cumpra a justiça. Senhor rogo a Ti para me dar forças e inspirações do caminho que devo seguir. Cansado eu estou, mas com Sua fé sinto-me novamente renovado e fortalecido. Senhor, guia-me para não errar no mundo das suas leis Divinas. Por favor, mostra-me a verdade. Por que Senhor, o mundo não quer deixar de acumular? Não quer dividir a terra. Não quer repartir o pão. E esconde a verdadeira e boa mão. Quando se doa é para depois cobrar o lucro contabilizado pela segunda imperfeita mão. Poucos conseguem dar de coração. A maioria prefere a lógica da "caridade" do lucro da razão. Senhor, guia-me para que eu não precise ficar doente pelo contato nessa relação. Senhor, livra-me da queda. Prefiro a perda de todos os bens materiais do que cair do lugar existencial de SUA consciência. Dai-me a SUA Paz na compreensão dos meus erros e dos meus acertos. Dai-me o equilíbrio no discernimento da SUA Ação em mim. Dai-me a luz da SUA sabedoria. Dai-me a verdade da SUA visão.

Então uma doce voz interior me disse com paciência:

_ Ó criatura vejo que sentes muita dor. Mas, também sei que tu tens que continuar a caminhar. A cruz está pesada. O sangue escorre pelos seus vários cantos do corpo. A dor moral é imensa. Ainda resta muito que caminhar. A estrada de sacrifícios é longa. Seus olhos estão banhados de suor da testa. Suas mãos estão banhadas de sangue das feridas existenciais. Estais cansado, mas nem por isso podes deixar de cumprir a Minha vontade. Os indivíduos inimigos te olham com um olhar de condenação. Aqueles que te traíram estão satisfeitos pelo dinheiro recebido e pela oferta aos cães humanos. Seus pés pisam descalços pedras duras pontiagudas. Ó criatura a sua dor não é assim tão maior que a Minha fé, por isso ainda não sucumbirá a tentação da queda, da queixa e da reclamação! Seus ombros sentem o peso insuportável dessa cruz de verdade. Seu coração reclama o sangue perdido na perfuração das lanças inimigas. Seus pulmões pedem o ar da sua pouca respiração. A cruz de verdade é pesada. Ela foi feita com madeira-de-verdade para que cada um carregue na estrada da vida de sacrifícios das inverdades desse mundo. Ninguém pode deixar de carregar a sua própria cruz de verdade. A coragem de caminhar tem que ser superior ao medo da morte e da incompreensão. A cruz não pode cair. E nem escorregar de suas mãos. E muito menos passada para o outro ao lado que sente compaixão. A cruz precisa ser conduzida com fé e muita devoção. Essa cruz de verdade é o lugar onde todos os pecados serão sacrificados e assim a humanidade será redimida de suas fraquezas. A humanidade das preocupações, das expectativas, das incertezas, das criações ilusórias, das fantasias imaginárias, das hipocrisias, das injustiças, etc. Ó criatura aceite esse desafio de viver e de morrer por uma verdade maior! No último dia-existencial preso a essa cruz verás a Minha glória. A dor se transformará em Bem-aventurança. O caminho deixará de se grudar aos seus pés. O peso da verdade deixará o seu ombro. E assim livre da cruz e do caminho da inverdade poderás dizer: eu sou a raiz, eu sou a árvore, eu sou a madeira, eu sou o sol, eu sou a cruz,
EU SOU LUZ, EU SOU EU, EU SOU FILHO DE DEUS!

Bernardo Melgaço da Silva
Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA

Pensamento para o Dia 30/05/2010


“As pessoas atualmente se tornaram mais violentas e cruéis que nunca. Elas utilizam a sua inteligência e habilidades para se entregarem à crueldade. As pessoas apreciam e deleitam-se em infligir dor aos outros de um modo tão amplo que a história revela que aproximadamente 15 mil guerras foram travadas nos últimos 5.500 anos. A guerra atômica iminente ameaça destruir toda a raça humana. Qual é exatamente a causa de toda essa ansiedade e medo? É claro que a fera no ser humano ainda é predominante e ainda não foi superada. Só quando isso for alcançado o nosso país pode alcançar a paz e contentamento.”
Sathya Sai Baba

sábado, 29 de maio de 2010

O CHÃO DA GALINHA OU O CÉU DA ÁGUIA: CADA UM DECIDE O QUE SABER-FAZER-TRANSCENDER EM SI MESMO!


IMAGEM RECEBIDA PELA INTERNET - A GALÁXIA DO CHAPÉU, OU A M 104. FICA À DISTÂNCIA DE UNS 28 MILHÔES DE ANOS-LUZ

Creio que no mundo em que vivemos onde as exigências da vida material nos obriga fixarmos nossas atenções e focarmos nossas energias na construção de um mundo cada vez mais individualista e materialista, nos sobra muito pouco tempo para refletirmos sobre o caminho que estamos realizando de fato. Faz-se necessário, portanto, dedicarmos algum tempo, ou seja, energia e atenção concentrada para outros caminhos alternativos possíveis no sentido de provocarmos uma mudança radical (um novo paradigma) e profunda em nossas convicções e produções de valores humanos.

Já faz alguns anos que o teólogo Leonardo Boff lançou um livro A ÁGUIA E A GALINHA onde procurou mostrar a vida limitada e condicionada que a maioria de nós acredita e segue sem perceber as possibilidades de um poder latente e transcendente no seu interior. Segundo esse autor, podemos viver ciscando e jogando terra para trás (que acaba atingindo os olhos do outro irmão – resultado: confusão!) - limitados e presos ao chão da sobrevivência-razão (o modo de ser GALINHA – segundo Boff) ou se libertar desse chão voando na imensidão da existência em direção ao sol da vida-amor pleno e infinito (o modo de ser ÁGUIA - idem).

A decisão de escolha é de cada um. Ninguém muda e conquista nada se sua maneira de ver o mundo e a si mesmo também não sofrerem uma transformação ontológica radical POSITIVA. Mas, para que isso ocorra de fato, o primeiro passo terá que ser dado saindo da inércia e do comodismo psíquico de acreditar que não existe mais nada a se descobrir ou revelar em si mesmo.

Faz-se necessário, romper com a gravidade e o condicionamento energético racional-instintivo que nos força a vivermos como GALINHAS ciscando e pulando de um lado para o outro na luta pela necessidade da sobrevivência de contínuas conquistas unilaterais materiais efêmeras. A transformação de identidade positiva transcendental (de GALINHA para ÁGUIA) não acontece por acaso, mas porque decidimos com vontade realizar a façanha mais espetacular de todos os tempos que é a autosuperação, ou seja, a superação da identidade de si mesmo: quem sou eu de fato? Águia ou galinha?

Ao animal foi dada a condição de viver preso ao seu instinto (no chão), mas ao homem foi “dado” a oportunidade de usar o seu poder interior para transcender (no “céu”) tanto a sua instintividade (animal) quanto a sua racionalidade (humana). Esse poder é um saber e uma perene filosofia e ciência holística. E sem esse saber maior o homem vive preso a sua condição que é a produção ou replicação de conhecimento inferior, até que movido pelo impulso da força forte interior do Espírito ele se supere para poder-saber-viver uma nova e inédita vida de realização cósmica superior universal. Em outras palavras, não existe conquista maior sem o mérito da persistência na disciplina interior de saber-fazer-transcender (ou saber-agir de forma ascética – práxis) que os hindus denominam de SADHANA. Jesus Cristo foi um mestre dessa ciência maior espiritual. Sai Baba atualmente, na índia, segue essa mesma corrente de sabedoria interior, universal e perene.

Bernardo Melgaço da Silva
Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA

Ainda sem destino - Emerson Monteiro

Neste sábado, 29 de maio de 2010, circulou pelos jornais a notícia da morte do ator norte-americano Dennis Hopper, diretor e coadjuvante de Peter Fonda e Jack Nicholson, no filme Sem destino (Easy rider), película que marcou os anos 60 e sua geração perdida.
Esse clássico enfoca, sem meias tintas, o drama daqueles finais de século, numa fusão sintomática de drogas, sexo e ânsias existenciais da juventude, busca desesperada de encontrar o promo do crescimento tecnológico impaciente e recheado de fascismo opressor, frieza inútil da macroestrutura capitalista materialista, institucional, avassaladora.
Ao lado deste, um outro filme, o inglês Depois daquele beijo (Blow-up), do diretor Michelangelo Antonioni, também refletiria com vigor o quadro sem saída que se desenhava no horizonte das eras e previa nuvens de impossibilidades reais da política, no futuro das próximas décadas mundiais.
Eram tempos de profundas divisões de águas, auge do movimento contestatório dos hippies, quando jovens de todas as classes sociais do mundo se espalhariam, a circular feitos formigas atônitas, catando possibilidades apenas imaginárias, a fim de tranquilizar a consciência das intuições que prenunciavam geopolítica infame a subjugar o âmbito das pessoas humanas.
No roteiro de Sem destino, dois fiéis representantes da contracultura viajam de motocicleta entre as cidades americanas de Los Angeles e Nova Orleans, cruzando impávidas o território estadunidense.
No longo itinerário, sentem de perto a liberdade do espírito aventureiro a lhes sacudir os longos cabelos, pelas estradas desertas, imprevisíveis, expostos e submissos às circunstâncias do acaso desafiador, porém confrontam os habitantes reacionários das povoações interioranas por demais preconceituosos.
Campo aberto para avaliações do tempo histórico totalitário da época, o filme apresenta com sucesso as marcas frias da mentalidade que dominaria logo mais os quadros planetárias posteriores à Guerra do Vietnam e, um pouco adiante, à queda do Muro de Berlim, portas atuais de outros absurdos totalitários.
Em rápido apanhado de verdadeiro profeta, ao término da narração, Dennis Hopper chocaria seus contemporâneos, que aguardavam final menos infeliz, com a explosão amarga da destruição dos dois personagens, cena de uma tocha de fogo produzida pelo disparo das armas dos seus perseguidores. Algo equivalente à incapacidade reconhecida de mudar o sistema plenipotenciário em que se reverteu o sonho das realizações ilusórias deste chão que foge ao contato dos nossos pés.
Hopper tinha 74 anos e morreu por volta das 8h15 deste dia, cercado por familiares e amigos, disse o seu amigo Alex Hitz.

Pensamento para o Dia 29/05/2010


Pensamento para o Dia 29/05/2010
“Para o fogo aumentar ou diminuir, o combustível é a única causa. Quanto mais combustível, mais brilhante será a luminosidade. O fogo tem o poder de produzir luz por sua própria natureza. Do mesmo modo, no fogo do intelecto do aspirante espiritual, o combustível que produz renúncia, tranquilidade, verdade, bondade, paciência e serviço altruísta tem que ser constantemente alimentado de modo que a luz da sabedoria seja produzida. Quanto mais "combustível" for colocado, mais eficaz e refulgente os praticantes espirituais se tornarão. Apenas as árvores que crescem em solo fértil podem render uma boa colheita. As árvores que crescem em solos salinos terão apenas um rendimento ruim. Assim também, é só nos corações que são imaculados que sentimentos santos, poder divino e dádivas brilham em esplendor.”
Sathya Sai Baba

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“Por razões políticas ou outras, algumas pessoas são presas e mantidas em detenção a fim de preservar a lei e a ordem do país. Elas são mantidas confinadas em grandes bangalôs e recebem um tratamento especial por ser próprio de seu status e são fornecidas refeições, bem como artigos de luxo compatíveis com sua classe de vida social e política. No entanto, em torno do bangalô e no jardim, sempre haverá policiais de guarda. Qualquer que seja o padrão de vida desfrutado pelo prisioneiro, ele não é um homem livre. Assim também, uma pessoa confinada na ‘prisão’ do mundo não deve se sentir eufórica sobre o conforto sensual de que pode desfrutar. Ela não deve se sentir orgulhosa por seus amigos e parentes ao redor, mas deve reconhecer e ter em mente que está na prisão.”
Sathya Sai Baba

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Coisas da vida – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Que a vida é breve, somente percebemos quando estamos rolando ladeira abaixo na montanha do tempo. Há pouco mais de dez anos, fui com minha primeira irmã, ela não gosta que eu diga “minha irmã mais velha”, pois bem, fomos eu e ela resolver um pequeno problema num órgão público, quando a funcionária que nos atendia perguntou se ela era a minha mãe. Claro que ela não gostou. E eu saí me sentindo novinho em folha.

Mas nada como um dia atrás do outro. Mês passado, essa minha querida irmã esteve aqui hospedada em nossa casa. Veio para uma consulta médica. Então eu a acompanhei até o consultório. Os modernos consultórios médicos têm agora salas com televisão digital, com o volume do som tão baixo, que nos dá uma estranha sensação de surdez. Têm também modernas cafeteiras eletrônicas, que só faltam falar, oferecendo-nos café expresso, café com leite, chocolate, leite maltado e não sei mais quantas delícias, tudo em troca de umas míseras moedinhas que complementam a receita financeira dos médicos.

Aguardávamos o atendimento, sentados lado a lado, quando resolvi inserir alguns centavos na bonita cafeteria em troca de um simples cafezinho expresso. Mal me levantei, um senhor de idade ocupou o meu lugar, sentando-se, portanto ao lado da minha irmã.

Quando terminei meu café, aquele senhor já havia saído e a minha irmã estava com um ar de felicidade estampado no rosto, expresso por um sorriso intenso. Ao sentar-me novamente no lugar que havia sido ocupado pelo cliente idoso, minha irmã, muito contente, me disse: “Aquele senhor tão simpático que sentou aqui, me perguntou se você era meu marido.” Agora quem não gostou nada fui eu, pois sou treze anos mais novo do que minha irmã. O meu consolo é que estávamos num consultório de um oftalmologista.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Viver e dialogar - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Não conheço outra forma de melhorar o debate que não seja debatendo, inclusive a qualidade do mesmo. Antes que me entendam mal, o que não conheço não quer dizer que não existe, diz apenas que não conheço.

Outra questão é sobre a necessidade do debate. Ele é central, a contradição das idéias, das visões de mundo, a contraposição dos elementos e assim por diante. Inclusive é preciso que não se extraia daí a idéia de paz, pois o debate é movimento de contradição. Que é mais virtuoso quando consegue construir uma “realidade” que represente todas as contradições.

Seja qual tenha sido a interpretação filosófica, o confronto nas contradições guarda a idéia de superação dele e a síntese ou dinâmica dialógica das contradições. Então, em que pese ser doloroso, o embate entre idéias, o que significa pessoas, ele é inerente à dinâmica social e política.
Quando o Salatiel e o Rafael promovem o encantamento do cariri, não apenas fazem uma síntese pacífica da nossa realidade. Muitos não serão lembrados, alguns lembrados não serão bem vistos, assim como a própria Rádio Educadora do Programa Cariri Encantado pode ser questionada por não ter cumprido esta ou aquela promessa.

Algo bem pacífico como o Programa do Zé Nilton, escolhendo um grande compositor brasileiro e desenvolvendo um argumento que explicita estética e história da MPB já trás em si uma abordagem do tema. É exatamente na realização do programa, quando o ouvinte o escuta, que o processo se sintetiza, com todos os contraditórios que existem.

Quando o pianista Dihelson Mendonça executa sua obra musical, o Pachelly expõe suas fotografias, a Socorro faz um poema, a Claude um texto, a Edilma a Stela e todos nós postamos estamos num ponto ao mesmo tempo pacífico e exposto. Nisso estamos fazendo o que é necessário e contribuindo para uma dinâmica maior.

Agora não existe como superar o primarismo, a infantilidade, a grosseria ou outra prática qualquer que não seja apenas pelo exercício da exposição como ponto pacífico. Apenas ela nos ensinará a clamar por normas e práticas éticas para que tudo flua com maior liberdade e clareza.
Apenas posso superar a minha própria vaidade se expô-la aos outros e estes a colocarem na margem em que a própria se excede. Apenas posso entender a fragilidade das minhas idéias se as anunciar. Não existe como superar dificuldades no mundo sem as outras pessoas. Por isso prezo tanto estes blogs daqui.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Por estradas poeirentas – Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A primeira vez que eu fui a São Paulo e Rio de Janeiro, foi um presente de quinze anos que ganhei dos meus pais e do meu tio Osório Ribeiro da Silva. Este me deu as passagens até São Paulo, através da sua empresa de ônibus Real Caririense. Restou a meus pais a parte financeira, que não era muita porque eu ia me hospedar na casa de familiares.

Ainda hoje sou agradecida àquelas pessoas que me proporcionaram essa agradável viagem. Para uma menina de quinze anos, tímida, que o lugar mais distante que conhecia antes era Fortaleza, foi uma grande aventura conhecer Rio e São Paulo.

Naquela época, até Feira de Santana a estrada não era asfaltada. Os ônibus viajavam de dia e pernoitavam nos hotéis. Foram muitas as aventuras, percorrendo muitas estradas, passando em vários estados e cidades, atravessando o Rio São Francisco numa balsa e tantas outras experiências que serviram para meu crescimento.

Não viajei sozinha, fui recomendada por meus pais à professora dona Lourdinha Esmeraldo, pessoa que gozava de grande respeito e prestígio na cidade do Crato pela bondade que possuía. Ela viajava também na compainha de dona Assunção Esmeraldo e da jovem Teresinha Esmeraldo. Três pessoas maravilhosas com quem eu convivi durante a viagem e, que me deram exemplos de bondade, amizade e solidariedade.

Na primeira noite que pernoitamos num daqueles hotéis, que chamávamos de “hotéis de beira de estrada”, quando nós quatro chegamos ao quarto, observamos que havia três camas e uma rede. Ainda bem que cada uma de nós levava dois lençóis: um para se enrolar e outro para forrar a cama, que sabíamos não ser higiênica. A rede exalava aquele mau cheiro por ter sido usada muitas vezes sem lavagem. Mas a boa educação nos manda que devemos tratar bem os mais velhos e por isso, eu me ofereci para dormir na rede. Dona Lourdinha logo disse que gostava mais de rede. Mas desconfio que ela, por ter tanta bondade no coração, quis nos poupar eu, dona Assunção e Teresinha de dormir na rede suja. Eu fiquei aliviada.

Quando chegou perto de Canudos, num local que só tinha um bar que servia café e bebida, o ônibus “deu prego”. Ficamos a manhã toda e parte da tarde nesse local, que não tinha o que comer. Dona Lourdinha, com a praticidade dela, perguntou o que tínhamos levado para a merenda. Eu tinha biscoito e uma lata de leite condensado, as outras tinham pão e mais biscoitos. Ela, como uma boa bebedora de leite, como a maioria dos Esmeraldo, gostou, porque misturando o leite condensado com café dá um gostoso café com leite.

Dona Lourdinha fez amizade com o motorista do ônibus e com os demais passageiros, medicando quando alguém adoecia, pois prevenida e experiente como ela era, tinha tudo que precisasse numa emergência: remédio para dor de barriga, dor de cabeça, mal estar e tudo mais. Eu e todos os demais passageiros sentíamos segurança em viajar com ela, uma verdadeira líder, ajudando a todos, que com a convivência se tornaram além de companheiros de viagem, amigos.

Depois de muita estrada, paradas para almoços, jantares e banhos chegamos a São Paulo. Dona Assunção ficou em Taubaté na casa de um filho. Dona Lourdinha, Teresinha e eu fomos para casa de meu tio Osório, que no outro dia, iria nos levar de carro ao Rio de Janeiro. Ele nos levou para jantar em um grande restaurante, mas chovia e o frio era tão intenso, que eu não pude aproveitar aquela noite, pois não tinha levado agasalho. Como eu era acostumada ao calorzinho do Crato me tremi de frio.

No outro dia seguimos viagem para o Rio de Janeiro. Dona Lourdinha ficou hospedada na casa de um irmão dela em Copacabana, juntamente com Teresinha. E eu fiquei na casa da minha tia Lili, bem próximo. Esta fez todos os passeios turísticos comigo: Pão de Açúcar, Corcovado, praias, cinemas e outras coisas mais. Com dona Lourdinha e Terezinha fui também a muito locais e pontos turísticos.

Tudo para mim era novidade, até o picolé Kibon, que ainda não tinha no Crato. Também foi a primeira vez que comi pizza. Lembro-me que Dionê Albuquerque, amiga de mamãe, que estava de férias no Rio, me telefonou convidando para almoçar uma pizza. Achei uma delícia!

Um passeio que muito me marcou foi conhecer a ilha de Paquetá, com suas charretes e tantas belezas naturais. Vendo aquelas lindas paisagens da ilha, lembrei-me do romance “A Moreninha” de Joaquim Manoel de Macedo, que ali era passado.

Meus primos cariocas me levavam para tomar sorvete e ficavam puxando conversa comigo, talvez me achando tímida.

Essa viagem me deu oportunidade de aprender muitas coisas e até fiquei mais desenrolada, vencendo um pouco a minha timidez. Aprendi a pegar ônibus sozinha para encontrar Dionê e juntas assistirmos a uma comemoração na praia. Era a festa dos quatrocentos anos do Rio de Janeiro. A praia estava lotada de gente para assistir as acrobacias dos aviões. Tudo muito bonito, quando de repente um dos aviões fez uma manobra tão baixa, que não conseguiu levantar vôo. Ouvimos um forte barulho. Era o avião caindo no mar. Todos ficaram calados, chocados por terem presenciado essa tragédia tão de perto, e saber que o piloto havia morrido ali na nossa frente. Eu fiquei assustada e trêmula por presenciar aquela tragédia. A multidão se dispersou e as comemorações foram canceladas naquele momento.

Toda a viagem, desde o momento que saí do Crato, e mais os dias que passei no Rio de Janeiro foram um aprendizado e uma aventura para mim. Convivi com pessoas que tinham um modo de vida diferente. E isso foi importante para o meu crescimento e amadurecimento pessoal.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo



A CELEBRAÇÃO DO ENCANTAMENTO

Veja recente atualização da lista de homenageados na festa "A Celebração do Encantamento" no link: http://cariri-encantado.blogspot.com/

Ouvimos todos e consideramos algumas sugestões.

Luiz Carlos Salatiel
Presidente da OCA – Officinas de Cultura e Artes

O grande negócio da saúde - por José do Vale Pinheiro Feitosa

O fato de reconhecermos que praticamente todas as grandes atividades humanas se tornaram negócio no imenso mercado do capitalismo global, não as exime de profundas críticas. A questão dos transgênicos, por exemplo, aguçando a monocultura, é muito mais, pois é a reserva da natureza em mãos de multinacionais ávidas por lucro. Com isso “escravizam” ao comércio as coisas essenciais para a vida, como águas e alimentos.

Isso acontece nas coisas do “espírito” como a cultura e as artes. Absorve as normas gerais da sociedade como a ética e atinge quase toda a subjetividade que seria o território do indivíduo. A vida, desenvolvida por meio da troca mercantil é uma redução a preços e renda. Quem tem renda, pode pagar o preço; quem não tem, está fora.

Além de tudo, com o “espírito selvagem” do acúmulo monetário, uma subjetividade travestida de realidade, estabelece-se, como em compartimentos definitivos, as classes dos que podem e não podem. A competição como regra, gerando o mais capaz, apenas diz isso que a frase diz: seleção do mais capaz. Em absoluto não fala do mais ético, do mais solidário, da maior irmandade ou da mais perfeita humildade. Fala tão somente da capacidade de ganhar, acumular e daí impor sua vontade aos demais. Portanto é antidemocrático.

A falácia do mais capaz se camufla com a “fama”, o “sucesso”, a “hegemonia”, o “domínio”. Todas são características do autoritarismo, do totalitarismo e da agressividade sobre os demais. Portanto falamos do estímulo à violência, à canalhice, ao comportamento predatório. Por isso ao gerar este tipo de gente, a dinâmica origina inimigos da população, senhores da exploração do trabalho, rebaixamento dos valores éticos e morais e submete, como todo totalitarismo, toda a religiosidade remanescente, especialmente a institucional das igrejas estabelecidas.

Uma das críticas mais agudas é o que resultou na medicina mercantil. Modelo adotado no Brasil, inclusive por força Constitucional. Esta medicina é um grande campo para exploração das multinacionais da tecnologia de base científica. Tem os seus “capitães do mato” com uma voracidade desmesurada para o lucro, transformando qualquer erisipela num perfeito objeto de exploração e vantagens. O fetiche da mercadoria na saúde se tornou um dos mais cruéis possíveis. Assemelha-se muito àquele do Complexo Industrial Militar.

O objeto da medicina moderna é o procedimento, é este medidor de preço que move toda a ação. O velho termo “paciente” da medicina liberal cai como perfeição à exploração mercantil. O paciente está no centro cirúrgico – calcule os lucros -, se encontra no CTI – multiplique as cifras -, é mero procedimento ambulatorial – invente outros procedimentos adicionais. O modo como tudo anda, especialmente o Brasil, este continente dividido entre a “ética” européia e a americana, a “venda” é mais importante que a saúde.

O mais grave é que mesmo numa situação em que uma geração de profissionais de saúde que lutaram por um modelo mais Social-Democrata, que dirige o Ministério da Saúde, ainda não foi capaz de regular profundamente o uso da tecnologia em volúpia de lucro. Não existe nada que enfrente o atual modelo de exploração por procedimentos e isso é tão intensivo que tornou a Saúde Pública feita pelo Estado e a Saúde Suplementar financiada por fundos mútuos privados, em coisas absolutamente iguais. Os consultórios, as emergências, as enfermarias e os compartimentos de alta complexidade são iguais no SUS e na Saúde Suplementar. Aliás, tem uma pequena diferença na Saúde Suplementar: grandes “armários” vestidos de paletó preto com rádios transmissores na lapela, dispostos em portarias, portas de elevadores e corredores.

E tem uma coisa mais grave e que os partidos políticos não enfrentam. Os trabalhadores com carteira assinada caíram na grande rede do fetiche da mercadoria. Até mesmo o atual Presidente da República não consegue enxergar o problema. A verdade é que sindicatos cada vez mais negociam Planos de Saúde em substituição a ganhos em salário. A inversão da pauta é perfeita: ao invés de um imposto universal para financiar uma saúde pública nos termos primários da Constituição, os trabalhadores deixam de ampliar sua renda pessoal, em benefício do grande negócio da saúde.

Grande negócio cuja finalidade é o lucro. Nem marginalmente se pode considerar como “produtor” de saúde esta dinâmica mercantil.

Pensamento para o Dia 27/05/2010


“Cada pessoa deve levar sua vida de modo que não cause nenhuma dor a qualquer ser vivo. Esse é o dever supremo. Além disso, é dever de todo aquele que teve a chance deste nascimento humano de poupar uma parte das suas energias ocasionalmente para oração e repetição do nome do Senhor. É preciso dedicar-se a uma vida de verdade, retidão, paz e boas obras a serviço dos outros. É preciso ter medo de fazer atos que sejam prejudiciais a outras pessoas ou ações que causem pecado, assim como se tem medo de tocar fogo ou perturbar a cobra. Deve-se ter muito apego e firmeza na execução de boas obras, em fazer os outros felizes e adorar ao Senhor, do mesmo modo como agora se tem para acumular ouro e riquezas. Essa é a ação correta (Dharma) de cada ser humano.”
Sathya Sai Baba

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ao pé do Araripe- por José Alves de Figueiredo


Eu não quero o viver muito agitado
Da cidade que o gozo facilita;
Prefiro a calma plácida e bendita
Deste lugar risonho e sossegado.

Das ambições e intrigas afastado
Eu, infeliz joguete da desdita,
Busco os lugares onde a paz habita,
Considerando-me assim melhor fadado

Luanda, meu retiro predileto!
Dá-me o repouso no teu seio quieto,
Antes que a idade o meu vigor dissipe,

Quero morrer olhando estas colinas,
As policromas telas bizantinas
Da sinuosa linha do Araripe!

COMPOSITORES DO BRASIL


ROSIL CAVALCANTI
O menestrel dos Cariris Velhos

Por Zé Nilton

De muitas histórias a região dos Cariris Velhos. Atravessada pela Serra da Borborema há, como aqui, nos Cariris Novos, geografias contrastantes. Ora lugares verdes, pegando a Zona da Mata, ora frio, no cimo dos chapadões. Mas também ambientes de pouca chuva, de quase total estio.

É desses lugares que temos ouvido referências musicais pelas veias poéticas e melódicas de um Marcos Cavalcanti de Albuquerque, o Venâncio, e de seu parceiro, Manoel José do Espírito Santo, o Corumba. É da dupla a regravadísssima - O Último Pau de Arara.

A minha geração cresceu ouvindo esse hino dos retirantes, além de outra música de forte clamor sertanejo – O Meu Cariri, de Rosil Cavalcanti e Dilú Melo. Ambas são da década de 1950.

Rosil de Assis Cavalcanti foi fiel à vida do nordestino e cantou suas tristezas e alegrias. Pintou em Aquerela Sertaneja as agruras desse povo sofrido; mas, desenhou a alegria esboçada no rosto desse mesmo povo na música Festa do Milho.

Começou a sua vida artística nos anos quarenta, quando passou a trabalhar em emissoras de rádio, igualmente a quase todos os grandes músicos e compositores daquela época.

Na Rádio Tabajara, em João Pessoa, nos idos de 1943, formou dupla com Jackson do Pandeiro. A dupla Café com Leite fez muito sucesso e firmou uma grande amizade entre Rosil e Jackson. Aliás, muitas coincidências entre os dois. Ambos casados sem filhos. Ambos morreram dos males do coração no mesmo dia e mês – 10 de julho.

No programa COMPOSITORES DO BRASIL desta quinta feira, um pouco da história e das músicas de Rosil Cavalcanti. Na sequencia:

A FESTA DO MILHO, de Rosil Cavalcanti e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga
AMIGO VELHO, de Rosil Cavalcanti e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga
CABO TENÓRIO, de Rosil Cavalcanti com Jackson do Pandeiro
COCO DO NORTE, de Rosil Cavalcanti com Jackson do Pandeiro
FORRO DO ZÉ LAGOA, de Rosil Cavalcanti, com Anastácia
FORRO NA GAFIEIRA, de Rosil Cavalcanti com Fúba de Itaperoá
MEU CARIRI, de Rosil Cavalcanti e Dilú Melo, com Ademilde Fonseca
MOXOTÓ, de Rosil Cavalcanti e Dilú Melo com Jackson do Pandeiro
NA BASE DA CHINELA, de Rosil Cavalcanti e Jackson do Pandeiro com Jackson do Pandeiro
Ô VEIO MACHO, de Rosil Cavalcanti e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga
QUADRO NEGRO, de Rosil Cavalcanti e Jackson do Pandeiro com Alceu Valença
SAUDADES DE CAMPINA GRANDE, de Rosil Cavalcanti, com Marinês
SEBASTIANA, de Rosil Cavalcanti com Jackson do Pandeiro.

Quem ouvir verá!

PROGRAMA COMPOSITORES DO BRASIL
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Ás quintas-feiras, de 14 as 15 h.
Rádio Educadora do Cariri
Apoio Cultural: CCBN-Cariri
Retransmitido pela rádio web: cratinho.blogspot.com

Fuxico - Um resíduo social.

Luiz Domingos de Luna*
Desde o umbral da historia do homem em sociedade, que um resíduo sociológico, vem, das mais priscas eras, perpassando por todos os períodos, colado no cotidiano dos seres humanos, como um vírus a espalhar doenças contagiosas, pois, têm um poder letal em qualquer agrupamento sociológico, quantos danos provocados no processo interativo, prejuízos enormes na convivência humana, porém a força do fuxico, sempre presente a assombrar os mais fiéis crédulos, é uma arma apontada para um alvo, que se desconhece vez que, o fuxico pode, em questão de segundos, transformar-se num boato forte, consistente e às vezes com um agravante maior, o apoio da mediana da sociedade, os fundamentos racionais, em muitos casos, nem existirem, mas o boato voa, tem um poder incrível de manter-se vivo e atuante no espaço social.

Dada a força histórica que o fuxico exerce na argamassa humana no espaço tempo, deve sim, pelo menos em teoria ter algo positivo e afirmativo para a constância deste resíduo sociológico que vem se mostrando um gigante na formação diária de boatos, mitos, lendas... E, por conseguinte, toda a literatura ficcional, que, embora distante da realidade, às vezes como as linhas paralelas têm o seu encontro no infinito.
A Admiração dos seres humanos pelo mundo ficcional é um imbróglio a incomodar sempre os “puristas racionais”, pois, o fuxico, não necessariamente, nasce de uma mentira, mas sim de uma especulação, que ganha milhares de adeptos, ou não, dependendo da aptidão social para tal fim, como saber se um fuxico é verdadeiro ou não? Se o seu alimento é a difusão social, pois, quanto maior for à adesão social, maior o seu poder de destruição ou não.
A Transmutação do fuxico para o boato é uma forma de defesa da sociedade? Estes vetores sociológicos fazem parte da civilização humana? Sem estes “pigmentos” o espaço social seria mais civilizado, e, por conseguinte mais harmônica a civilização do homo sapiens?
Com certeza não sei.
-Mas é assim que a coisa funciona.
(*)Professor –Aurora -Ceará
(*) Colaborador do blog Cariri Agora




Convite

Convidamos a todos para o lançamento do livro "IMAGENS - Cento e Vinte e Cinco Anos com a família Gonzaga de Oliveira", pesquisa de Jackson Bola Bantim e texto de Luiz Carlos Salatiel.

O lançamento do referido livro acontecerá por ocasião da Celebração do Encantamento, alusivo ao primeiro aniversário do programa Cariri Encantado.

Data: Sábado, 29 de maio, a partir das 20 horas
Local: Crato Tênis Club


Atenciosamente,

Jackson Oliveira Bantim (Bola)

Sobre brigas, debates e o "martelo do juiz" - por José do Vale Pinheiro Feitosa

O Dihelson Mendonça diante do acalorado da disputa eleitoral do ano, ele mesmo um dos fogueiros, da altura de seu “martelo de juiz”, condenou, no Blog do Crato, as manifestações que dizem aos dois lados em campanha. Chamar o clima de pré-campanha convenhamos é pura ironia.

Anoiteceu e não amanheceu uma postagem do Zé Flávio que não passava do que já era conhecida na grande imprensa, uma matéria do Le Monde. Acontece que Der Spiegel também, abordando com alguma variação no mesmo tempo. Aliás, a Folha de São Paulo numa matéria do Kennedy toca, na versão da mídia, o mesmo problema. Então o “martelo do juiz” se pudesse levantaria vôo desde o palácio municipal, martelaria toda a imprensa brasileira, mas isso seria pouco, desceria célere sobre o mundo todo.

Acontece que todo censor tem um amor. Amantes da censura, que enaltece, sentem-se aliviados não pela interdição das brigas, mas por não ter de sofrer as contradições do lado que tão intensamente se apegou. Quando o debate resvala para a briga alguns querem chamar o cassetete sobre os briguentos, mas outros podem tomar o conteúdo do debate como a voz do objeto que se pretende. E o que se pretende?

Vamos por parte meus amigos? Antes que me respondam vou tentar. Em primeiro lugar o mundo está numa crise econômica, social e política sem igual. Normalmente quando dizemos crise não basta criar remédios como se fosse uma patologia. É preciso reconhecer a natureza profunda da crise para que a percepção se transforme em ação e esta seja parte, inclusive da própria crise que apronta outro momento na história. Não existe outro modo de fazer isso que não seja pelo debate, embate e formando uma consciência coletiva que se torne essencial ao reconhecimento das mudanças.

O segundo é que as práticas eleitorais são parte deste processo citado, inclusive se diga as manifestações de rua, as revoltas e toda modalidade de se fazer política, inclusive a greve geral. Por isso as eleições este ano no Brasil não pode ficar aprisionada a qualquer “martelo de juiz” ela tem de evoluir, inclusive no que se refere à qualidade do debate. Vejamos a questão, no caso do Cariri e na maior parte do Brasil como se encontra.

Acontece que o Brasil tem muitos partidos e muitos têm candidatura própria, inclusive de personalidade de grande qualidade como Plínio de Arruda Sampaio no PSOL. A própria Marina Silva tem uma abordagem que interessa neste momento. Portanto partimos do pressuposto que existem muitas candidaturas, mas o debate se desdobra em apenas duas questões.

Mais ainda. O debate, mesmo quando existe em alguma medida, é muito mais da questão federal do que estadual e, no entanto, existem inúmeras candidaturas majoritárias para governador e senador. Qual a razão disto tudo? Ao meu entender é a crise internacional, que valoriza os Estados Nacionais como um todo. Afinal são eles os tomadores de empréstimo e abonadores de tudo que depende para a sobrevivência do sistema financeiro. São eles que, no território, mantém as políticas trabalhistas e sociais, além de proteger os interesses dos capitais locais.

A outra questão é a própria natureza do Governo Lula e esta natureza, não tenham dúvida, se encontra no modo como ele tratou a crise mundial. Mais uma vez ela. O país está crescendo a ritmo acelerado, isso o tornou visível ao mundo e, claro, sua liderança. Então acontece que as eleições, apesar de ter um leque de opções partidárias, termina por confluir, por tudo que foi dito, para o embate entre duas propostas eleitorais.

Como se viu, não adiantou a tática de campanha do candidato do PSDB em tentar criar uma força através do discurso do avanço do que aí se encontra. Não deu por vários motivos, mas principalmente pelo fato de que o partido foi, estes anos todo, feroz adversário do governo Lula. Por isso a disputa se resumiu ao toque entre o a favor ou contra o governo Lula. O debate pode se empobrecer diante do fato maior da crise, isso pode, mas não existe fórmula mágica para retirar da frente do eleitor o fato da economia se encontrar crescendo e de que o Brasil, apesar dos pesares, tem fortes instituições.

Outro dia refleti e até testei a reflexão com alguns políticos amigos: se o crescimento da candidatura Dilma, poderia estimular os eleitores que se opõem ao governo Lula a migrar o voto para a Marina Silva. A reflexão me pareceu frágil por vários motivos, sendo o principal o próprio protagonismo nacional do PSDB quando em face do nanico PV.

Então, o país está analisando dois caminhos para o futuro: um oposicionista, mais liberal, que reduz o papel do Estado, flexibiliza o patrimônio nacional, os direitos trabalhistas e sociais e acredita na virtuosidade da autonomia do mercado. O outro mais social, que usa o Estado para dinamizar a economia, nacionaliza mais as riquezas, atualiza, até de modo desfavorável, os direitos trabalhistas e sociais, mas se sustenta exatamente nisto; acredita no mercado, mas tem a confiança na primazia da política.

Nestas duas vertentes existem muitas opções diferentes, mas que não são hegemônicas no momento. As outras visões podem até crescer e a depender do andar da crise, pois ela se mantém no seu curso de destruição e criação.

Pensamento para o Dia 26/05/2010


“Todos no mundo desejam a vitória. Ninguém deseja a derrota. Todos anseiam por riqueza, ninguém almeja pela pobreza. Mas como se pode alcançar vitória e riqueza? Não há necessidade de submeter-se ao tríplice esforço — físico, mental, intelectual — para alcançar a vitória. Nem é necessário ficar perturbado, ansioso ou consumir-se por causa da riqueza e da prosperidade. Refugie-se no Senhor. Maneje o arco da coragem mantendo seu coração puro. Isso é o bastante. Vitória e riqueza serão suas. Quando estiver buscando vitória e riqueza, lembre-se de que eles são como sua sombra, não são coisas reais em si mesmos. Você não pode alcançar sua sombra, mesmo se a perseguir por um milhão de anos.”
Sathya Sai Baba

terça-feira, 25 de maio de 2010

Os verdes revolucionando segundo Michel Lowy - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Esta postagem é uma homenagem ao Luis Carlos Salatiel que não responde e-mail e comenta com parcimônia no Cariricult. Mas o motivo de homenageá-lo não se deve a tais características, mas a outra bem mais relevante que é o seu papel no Movimento Verde do Cariri. Movimento que em termos mundiais já viveu de tudo, desde uma tendência ao centro do espectro político, procurando “lustrar” o capitalismo, até a militância transformadora de alguns grupos, participando de alianças em francas lutas nas ruas das grandes cidades do mundo. Lutas com bandeiras claras, contra os núcleos que tentam articular o capitalismo moderno como o G8, as reuniões do FMI, Banco Mundial, OMC entre outras estruturas de manutenção do status quo.

A visão política mais avançada do movimento verde começa a ter as cores das lutas dos trabalhadores e se assentam sobre as bandeiras revolucionárias dos socialistas. Começam a ter consciência da impossibilidade do atual modelo de produção e consumo que em crescimento exponencial levará à ruptura do equilíbrio ecológico, ameaçando a sobrevivência da própria espécie humana. Nesta visão o movimento exige mudanças radicais na própria civilização, e, portanto, é puramente revolucionário.

Pela primeira vez faz críticas igualmente à lógica do mercado e do lucro e aquela do autoritarismo burocrático, o “socialismo real”. Em outras palavras pretendem a ruptura da “ideologia produtivista do progresso” denominador comum ao capitalismo e a burocracia da revolução russa. E com um passo conseqüente compreendem que a acumulação ilimitada, o desperdício de recursos e o consumo desenfreado, junto das limitações ambientais, só aprofundarão as diferenças entre os povos e acumulará ódios e guerras. O progresso capitalista e a expansão da civilização da economia de mercado trarão conseqüências físicas para o meio ambiente com mudanças climáticas catastróficas para o habitat humano.

O capitalismo demonstrou uma racionalidade limitada pelo seu cálculo imediatista das perdas e dos lucros se opondo ao tempo mais longo dos ciclos da natureza. Portanto o seu problema é imamente e mesmo aquelas manobras de um capitalismo verde são insuficientes para superar esta racionalidade limitada e comumente apenas redundam em táticas de propaganda deste tipo de produtor que pretende mudar a embalagem para tudo ficar como se encontra.

Os verdes mais conscientes entendem muito bem o papel do fetichismo da mercadoria e da tentativa de dar personalidade ao abstrato mercado tão ao gosto dos neoliberais. Os verdes chegam ao pensamento socialista quando pretendem por em prática uma política econômica fundada em critérios não monetários e extra-econômicos. Consideram que é preciso trocar a racionalidade limitada do lucro pela racionalidade social e ecológica, mudando a civilização. Pregam a reorientação tecnológica, substituindo as fontes de energia por outras não poluentes e renováveis, como a eólica.

Portanto, não diferente dos movimentos socialistas dos séculos XIX e XX, entendem a necessidade do controle sobre os meios de produção e das decisões de investimento e transformação tecnológica. Para isso é necessário que tais meios e decisões sejam arrancadas dos bancos e empresas capitalistas para tornarem-se um bem comum da sociedade. Só deste modo o consumo exibicionista, desperdiçado, mercantil e de acumulação obsessiva será posto em questão.

A questão verde funcionaria como a “consciência” que supera no trabalhador a sua própria situação de parte do desenvolvimento capitalista. E esta consciência não se encontra numa porção do céu, mas bem sobre a terra, através da organização das pessoas, trabalhadores, desempregados, mulheres, jovens para uma experiência coletiva, combatente que revele a falência real do sistema capitalista e a necessidade de mudança de civilização.

A outra novidade no movimento verde é o retorno à luta internacionalista, supranacional e multicultural das bandeiras da revolução comunista, especialmente antes da União Soviética. A palavra de ordem deste movimento cabe nas grandes questões atuais ao dizer que “o mundo não é uma mercadoria”. Este momento da história dos partidos verdes já tem marcas profundas com três momentos contundentes nas lutas mundiais: protestos radicais contra a ordem existente e suas instituições: o FMI, o Banco Mundial, a OMC, o G8; luta pela taxação dos capitais financeiros, a supressão da dívida do Terceiro Mundo, o fim das guerras imperialistas; e, finalmente, a afirmação de valores comuns como liberdade, democracia participativa, justiça social e defesa do meio ambiente.

Este texto é um resumo de “Crise ecológica, capitalismo, altermundialismo:um ponto de vista ecossocialista” de Michel Löwy, publicado na revista Margem Esquerda.

ASSIM SE ALGUÉM TE PERGUNTAR QUEM EU SOU...



Quem Eu Sou
- Diga que Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida.

Qual é o Meu Propósito
- Diga que o meu propósito é a Evolução do Puro Amor.

Qual é a Minha Luz
- Diga que a Minha Luz é o universo da Minha Criação.

Qual é a minha Verdade
- Diga que a Minha Verdade é a Ciência e/ou Religação da Consciência Cósmica em Si Mesmo.

O que Faço
- Diga que Eu Crio a vida, os pássaros, os homens, os animais, as plantas, o canto do rouxinol e o perfume da flor.

De Onde Eu Vim
- Diga que Vim da Eternidade de Mim Mesmo: Eu não tenho início e nem fim.

Porque Existo
- Diga que a razão da Minha Existência é a própria transcendência e ascensão de tudo em todos.

Qual é a Minha Face.
- Diga que a Minha Face é a Beleza Eterna da Luz Imortal.

Aonde Moro
- Diga que Moro na mansão dos justos, dos simples, dos fraternos, dos caridosos, dos sinceros, e das virtudes humanas.

Qual é a Minha Vontade
- Diga que a Minha Vontade é o Bem, a Paz, o Equilíbrio, a Verdade, a Bondade e a Felicidade.

Como chegar ao Meu Misterioso Reino
- Diga que os marcos do Caminho são Meus Mandamentos Éticos: Não matarás, não enganarás e não cobiçarás a deus-Mamon.

Como Fazer para Me Amar
- Diga para buscar o Encantamento existencial na Empatia e Sintonia primeiro com o Outro - interiormente - em si mesmo.

Como Fazer para Me Servir
- Diga que a cooperação pura desinteressada é a primeira disciplina e o primeiro passo para o Sacro-Ofício Sagrado.

Como Fazer para Me Ver
- Diga que Eu Sou o Verbo Luminoso e portanto para Me Ver e Me ouvir faz-se necessário uma sensibilidade própria muito especial..

Como Fazer para Me Entender
- Diga que a Minha Verdade está entre os Homens de Sensibilidade e Sabedoria: os Verdadeiros Mestres ou Mensageiros.

Como Fazer para distinguir os Meus Mensageiros Sagrados
- Diga para usar a prudência e sensibilidade e ver neles a conduta de seus mandamentos: "separando o joio do trigo".

Qual é a Minha Ciência
- Diga para Orar e Vigiar em Si Mesmo - olhando para Mim - com freqüência, devoção, humildade e perdão.

Como viver nesse Mundo Humano
- Diga para não se iludir com os próprios pensamentos evitando cristalizar o ontem e o amanhã na própria história pessoal.

Onde Estou
- Diga que Estou no princípio de tudo: da energia que te move e na consciência que te esclarece.

Qual é o Meu Verdadeiro Nome
- Diga que o Meu Nome é uma multidimensionalidade de significados, mas podem Me chamar de DEUS-AMOR DE PURA SENSIBILIDADE.

A ENERGIA CRIADORA DO AMOR CÓSMICO


NEBULOSA TRÍFIDA 9000 ANOS-LUZ


Bernardo Melgaço da Silva

Ainda que eu tentasse falar a língua dos sábios.
Ainda que eu tentasse falar a língua dos profetas.
Ainda que eu tentasse falar a língua dos santos.
Ainda que eu tentasse falar a língua dos místicos.
Ainda que eu tentasse falar a língua mais perfeita inventada pela ciência dos homens.
Mesmo assim.
Pobre de mim!
Eu estaria limitado.
Preso.
Amarrado.
Amordaçado.
Impossibilitado.
De falar a gloriosa língua de Deus.

Ainda que eu ganhasse um mundo de dinheiro.
E com ele comprasse o mundo inteiro.
Ainda que eu andasse no meio da nobreza.
E dela me servisse para corromper a alma da humana natureza.
Mesmo assim.
Pobre de mim!
Eu estaria limitado.
Iludido.
Cego.
Impedido.
De conhecer a beleza do imenso poder de Deus.

Ainda que eu viajasse numa nave para lá de cima mapear a terra.
Ainda que eu olhasse pelas lentes de um satélite de precisão.
Ainda que eu conhecesse cada pedaço desse chão.
Ainda que eu juntasse todo conhecimento produzido pela razão.
Mesmo assim.
Pobre de mim!
Eu estaria limitado.
Desinformado.
Perdido.
Sem visão.
Para localizar o maravilhoso Reino de Deus.


Ainda que eu conhecesse o mais sensual beijo da mulher menina.
Ainda que minhas nuas pernas tocassem outras suaves femininas.
Ainda que meu corpo abraçando a bela mulher gemesse carente de paixão.
Ainda que minha alma encontrasse a alma gêmea numa outra encarnação.
Mesmo assim.
Pobre de mim!
Eu estaria limitado.
Carente.
Vazio.
Ignorante.
Na minha pequena visão do Amor de Deus.

Ainda que eu sonhasse o sonho dos poetas.
Ainda que eu intuísse a visão dos profetas.
Ainda que eu imaginasse a imaginação dos gênios.
Ainda que eu sobrevivesse junto com a história durante milênios.
Mesmo assim.
Pobre de mim!
Eu estaria limitado.
Desatualizado.
Incapacitado.
Desqualificado.
Para transcender na eternidade do Paraíso de Deus

Pois, onde vive Deus o Amor é Único.
É um estado da Consciência sem comparação.
É o Poder Criador em puro Estado de Amor e encantamento de SUA Criação.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pensamento para o Dia 24/05/2010


“A fé é muito importante. Quando luxúria, ira e outras más qualidades diminuírem e desaparecerem, a fé no Ser Eterno e na retidão da investigação espiritual crescerá e será confirmada. Desapego é o fundamento para a realização do Absoluto Universal. Mesmo para uma pequena estrutura, o alicerce deve ser estável e forte, ou ela desmorona muito em breve. Para fazer uma guirlanda precisamos de um barbante, uma agulha e flores, não é? Do mesmo modo, quando a sabedoria (Jnana) for conquistada, a linha de devoção, a agulha de desapego e as flores do foco constante, unidirecionado são essenciais.”

A CRIAÇÃO CÓSMICA DA FORÇA FORTE AGINDO NO UNIVERSO MACRO - LINDO DEMAIS!

IMAGENS RECEBIDAS PELA INTERNET

M57: NEBULOSA DO ANEL


AURORA BOREAL

O Cariri na Agenda dos Candidatos - por José do Vale Pinheiro Feitosa

O Cariri foi notícia na mídia nacional. O motivo principal foi a visita de José Serra à região. Como é da natureza tal passeio eleitoral se incorporou ao corpo a corpo de uma campanha, quando os adversários acusavam o uso de máquinas de dinheiro financiando as manifestações. Numa igual prática que já redundou em multas para a candidata Dilma e seu patrono Lula.

Na semana passada, os blogs simpáticos à Dilma levantaram denúncias inclusive das inserções dos Democratas na televisão do Ceará. Acusavam as mesmas práticas que o TSE pune de um lado e que deveria punir o outro também. Como se observa o melhor mesmo em campanhas é mostrar a cara e transformar o equilíbrio em algo real, precisando para isso que a disputa seja mais que um jogo de futebol em que o juiz corre atrás com cartões coloridos.

Correu meio mundo a questão do “vale gasolina” para a carreata de motos saudando o candidato desde o aeroporto regional. Do mesmo modo a revista Carta Capital fez uma longa matéria intitulada “Aos pés do Padim”, que revela a estratégia do candidato em relação ao nordeste. Como sempre o Cariri extrai o sumo da cultura nordestina e quem bebe deste sumo, deseja vocalizar o discurso para convencer a todos. E foi digna de todas as pantomimas.

Por vezes cheiram a picadeiro, mas os atores não deixam de representá-la. Fernando Henrique Cardoso, fino homem de trato, comendo uma buchada bem nordestina, “rudimentar” em gosto e aparência. O mais engraçado é que o então candidato posou num equilíbrio instável sobre o lombo de um jumento com chapéu de couro e tudo, inclusive o sorriso destas ocasiões. Então, os jornalistas que fazem a vontade do patrão, mas também são humanos caíram de pau sobre o cardápio do candidato e ele se justificou dizendo que já tinha comido a iguaria na França. Uma típica resposta pior que o soneto: que falasse na “nordestinidade” da comida exótica, mas não viesse com preconceito de grife francesa.

O candidato Serra ficou encantado com o clima da madrugada na Praça da Sé em Crato. Sentiu um Dejá Vu. Tão profundo e essencial aos destinos do país, que um simpatizante e ferrenho adversário dos analfabetos do outro lado, se deu ao luxo de explicar o Dejá Vu. Quem sabe sentindo-se na obrigação de se avermelhar igualmente de vergonha. E o querido Crato Tênis Clube, sessentão e conservado, foi o palco de todas as manifestações, discursos e juras de fidelidade ao coração do nordeste.

Segundo Carta Capital, o candidato não abandonou a vestimenta de ministro da saúde e no Hospital Santo Antonio em Barbalha foi pródigo em lembrar verbas do passado e verbas para o futuro. Finalmente o Nordeste, pela sua balança eleitoral bastante inclinada para um dos lados da disputa política, entra na agenda dos partidos que controlam o país há dezesseis anos e que brigam igualmente fazem nas suas sedes ideológicas no Estado de São Paulo.

Miguel Arraes vai ganhar memorial em Araripe


Fonte: jornal O POVO
C
omo forma de homenagear o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar, foi lançado no município de Araripe, na região do Cariri, a pedra fundamental do memorial que leva o nome do político que nasceu em Araripe, em 1916, e faleceu em Recife, em 2005.

O evento, aberto com solenidade no Teatro Municipal Miguel Arraes de Alencar e apresentação da banda do Instituto Athos, contou com a participação de prefeitos da região e de Madalena Arraes, viúva de Arraes.

Ela ressaltou o fato do marido ter passado muitos anos no município e de ter adquirido "uma bagagem já intelectual e humana muito grande".

Segundo o prefeito de Araripe, José Humberto Germano Correia, o objetivo do memorial é “eternizar o nome de Arraes” no município. (Colaborou Amaury Alencar)
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Síntese biográfica

Miguel Arraes de Alencar nasceu em 15 de dezembro de 1916, em Araripe, Ceará. Concluiu o curso secundário em 1932, na cidade do Crato. Em seguida, mudou-se para o Recife para dar continuidade aos estudos e seguir carreira profissional, prestando concurso público e tornando-se, em 1933, funcionário do Instituto de Açúcar e do Álcool (IAA).

Estudou na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1937 e continuando a carreira de servidor público. Foi Delegado Regional do IAA, nomeado por Barbosa Lima Sobrinho. Arraes iniciou sua carreira política em 1948, ocupando o cargo de secretário estadual da Fazenda, durante o governo de Barbosa Lima Sobrinho. Em 1950, elegeu-se deputado estadual. Em 1958, conquista novamente uma vaga na Assembléia Legislativa de Pernambuco. Em 1959, foi secretário da Fazenda no governo de Cid Sampaio e prefeito da cidade do Recife. Em 1962, Arraes foi eleito pela primeira vez governador de Pernambuco, porém não concluiu o mandato sendo deposto pelo Golpe Militar.

Teve passagens por algumas prisões brasileiras, seguindo para a Argélia em 25 de maio de 1965. Após 14 anos de exílio, voltou ao Brasil beneficiado pela anistia. Foi eleito deputado federal em 1982 e, em 1986, elegeu-se mais uma vez governador de Pernambuco. Em 1990, foi novamente deputado federal. Em 1994, voltou ao governo de Pernambuco pela terceira vez. Em 2003, assumiu mais um mandato como deputado federal. Faleceu no Recife, no dia 13 de agosto de 2005, vítima de uma infecção generalizada.
Fonte: site do Governo de Pernambuco

domingo, 23 de maio de 2010

Espetáculo "Nós,o estopim" será dia 27

A NATUREZA DA CONSCIÊNCIA HUMANA: AS “FORMAS DISSOCIADAS DE PENSAMENTO” NA AURA (TEXTO DEDICADO ÀS “MENINAS” DO BELO E DEMOCRÁTICO CARIRICATURAS)


Assim como existe a fronteira entre a ignorância e o conhecimento também existe a fronteira entre o conhecimento e o autoconhecimento. Pode o ignorante compreender o universo de um cientista e intelectual? Da mesma forma, pode um intelectual compreender o universo do santo e místico? Certamente não. As fronteiras que delimitam estes universos, separam realidades distintas, ainda que os ignorantes, cientistas e santos estejam aparentemente no mesmo "plano de existência". A fronteira que delimita o ignorante do cientista chamaremos de CONHECIMENTO, e a fronteira que delimita o cientista do santo chamaremos de SENSIBILIDADE.

A realidade não é somente aquilo que percebemos. Aquilo que não percebemos não deixa, apenas por esta razão, de existir. Assim, o cientista não percebe diretamente o elétron, apenas indiretamente, por seus efeitos, o que não o impede de afirmar-lhe a existência. O que percebemos está inserido dentro de uma faixa ou cone de percepção. A medida que aumentamos a sensibilidade do cone de percepção novas sinalizações de fenômenos são captadas do mundo "irreal".

Mas será que podemos compreender algo sem que, para tanto, tenhamos que empregar esforço mental ou emocional? Acredito que não, pelo menos para o nível "normal" de consciência humana.

Podemos afinal efetivamente estudar o ser humano, ou mais precisamente, a consciência humana? A resposta positiva para essa pergunta tem por obstáculo fundamental o fato de se tratar de um estudo em que o "objeto" é ao mesmo tempo sujeito. Como pode um observador caracterizar um "objeto" se elementos como orgulho, pretensão, ansiedade, tensão, carência afetiva, auto-afirmação, insegurança, falta de confiança no outro ou em si mesmo,etc.- afetam a observação e interferem no "objeto" estudado?
(o texto acima foi retirado do cap. 3 da minha dissertação de mestrado defendida em 1992 na COPPE/UFRJ).

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(o texto abaixo foi retirado do livro MÃOS DE LUZ de BARBARA ANN BRENNAN, ED. PENSAMENTO, p.146)
“No correr dos meus anos de prática energética, tenho observado um fenômeno ao qual dou o nome de espaços móveis da realidade. Esses “espaços” me parecem semelhantes aos descritos no estudo de topografia, onde determinado “grupo” ou “domínio” contém uma série de características que definem as operações matemáticas possíveis naquele domínio. Em termos de psicodinâmica, existem “espaços da realidade” ou “sistema de crenças”, que contém grupos de formas de pensamento associados a concepções válidas e a concepções errôneas da realidade. Cada forma de pensamento contém suas próprias definições da realidade, como por exemplo: todos os homens são cruéis; o amor é fraco; ter tudo sobre controle é seguro e forte. Deduzo das minhas experiências que as pessoas, quando se movem na sua experiência diária, também se movem por diferentes “espaços” ou níveis de realidade, definidos pelos grupos de formas de pensamento. O mundo é experimentado de maneira diferente em cada grupo ou espaço da realidade.

As formas de pensamento são realidades energéticas, observáveis, que irradiam cores de vária intensidade. Sua intensidade e sua definição de forma decorrem da energia ou da importância que a pessoa lhes deu . As formas de pensamento são criadas e mantidas pelos seus donos por intermédio dos pensamentos habituais. Quanto mais definidos e claros forem os pensamentos, tanto mais definida será a forma. A natureza e a força das emoções associadas aos pensamentos dão à forma sua cor, sua intensidade e seu poder. Esses pensamentos podem ou não ser conscientes. Uma forma de pensamento se constrói a partir da constante ruminação de um temor como este, por exemplo: “Ele vai me deixar”. O criador da forma de pensamento agirá como se aquilo fosse acontecer. O campo de energia da forma de pensamento influirá de modo negativo no campo da pessoa a que ele se refere. Terá provavelmente o efeito de empurrar a pessoa para longe. Quanto mais força se der a essa influência negativa, enchendo-a de energia, consciente ou inconscientemente, tanto mais eficaz será ela no criar o resultado temido. Tais formas de pensamento, por via de regra, tanto fazem parte da personalidade que o indivíduo nem sequer se dá conta delas. Começam a formar-se na infância e baseiam-se num raciocínio de criança, quando são integradas à intensidade. São como um excesso da bagagem que a pessoa leva dentro de si, sem reparar ao seu efeito, que é muito grande. Essas formas de pensamento conglomeradas ou sistemas de crenças atraem muitos “efeitos” na realidade externa da pessoa.

Como essas formas não estão profundamente sepultadas no inconsciente, mas se encontram na borda da consciência, podem ser superadas por métodos como o trabalho de corpo do núcleo energético, jogos de associação de palavras e meditação.”

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COMENTÁRIO: Como podemos observar nos dois textos acima, a natureza da consciência depende fundamentalmente de uma ação disciplinada voltada para a própria consciência do observador. O fato real e a fantasia se misturam na consciência de um observador incauto ou desatento consigo mesmo. O pensamento, a palavra e a ação construtiva dependem de uma disciplina interior para visualização entre o que de fato é verdadeiro e o que é forma-pensamento (picuinha, devaneio, fantasia, projeção, julgamento desprovido de base filosófica, ou seja, retórica ou argumento falso etc.).

Nesse sentido, todo cuidado é pouco. E não devemos nos sentir ofendidos por causa de indivíduos que só enxergam os defeitos alheios e nada enxergam a respeito de si mesmos. A famosa frase: “não queira ver o cisco no olho de seu irmão (ã), enquanto na sua existe uma trave” – Jesus Cristo, cai bem nesse contexto. Devemos ter uma atitude holística, multidimensional e plural para podermos enxergar a grandiosidade do ato de viver em harmonia e assim respeitarmos a diversidade nesse universo de múltiplas e infinitas realizações e criações.

Assisti recentemente um documentário feito pela BBC de Londres sobre a vida dos animais rasteiros e fiadores. É impressionante a diversidade de formatos de teias e técnicas de construção e captura das aranhas. O mesmo poder acontece para o restante dos animais, vegetais e humanos. Por isso, precisamos ser prudentes ao julgar os fatos e as realidades nos diversos mundos que nossas percepções alcançam. A consciência é infinitamente maior e complexa daquela que imaginamos possuir. Não julgueis! O sexo não diferencia nada em termos de consciência entre os seres humanos. O eu, o tu e o nós são uma coisa só - e não possui gênero definido: ELES são O Criador em Ação!