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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Programa Compositores do Brasil com Pedro Caetano

Por Zé Nilton


A ginga das músicas desse paulista e excelente compositor brasileiro, chamado Pedro Walde Caetano, é tipicamente carioca. Chegou muito novo ao Rio de Janeiro e, a partir da década de 1940, inicia, como muitos, a vida de compositor no Rio de janeiro, centro por excelência das artes no Brasil.

Pedro Caetano passa para a História da MPB como um compositor de estilo simples, mas de composições em que realçam valores melódicos e harmônicos, resultando em contribuições à renovação da nossa música popular. O detalhe é que não teria vivido economicamente somente da música, fez mais de 400. Nunca abandonou o ofício de Calçadista, e morreu pobre, igualmente a muitos e grandes compositores brasileiros.

No Rio de Janeiro, Pedro Caetano se fez compositor e teve muitos parceiros, como Wilson Batista, Evaldo Gouveia, Guilherme Brito etc., sendo um deles – Claudionor Cruz – também paulista, seu parceiro predileto.

Remeto o leitor interessado em conhecer mais da vida e da obra do compositor Pedro Caetano para os sites informativos sobre a Música Popular Brasileira.

Enquanto isso, esperamos contar com a audiência do ouvinte, nesta quinta-feira, no Programa Compositores do Brasil, quando estaremos rendendo homenagens a Pedro Caetano, apresentando algumas de suas mais belas composições, como:

- Disse me disse de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Carlos Galhardo, gravação de 1945;
- Haja carnaval ou não- Francisco Alves (Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Francisco Alves, gravação de 1945;
- O que se leva dessa vida, de Pedro Caetano, com Ciro Monteiro, gravação de 1946;
- É com esse que eu vou, de Pedro Caetano, com Elis Regina, gravação de 1972;
- O Samba agora vai, de Pedro Caetano, com Quatro Ases e um Coringa, gravação de 1946;
- Eu brinco, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Francisco Alves, gravação de 1946;
- Botões de laranjeira, de Pedro Caetano, com Cyro Monteiro, gravação de 1942;
- A Dama de vermelho, de Pedro Caetano e Alcy Pires Vermelho, com Francisco Alves, gravação de 1942;
- Foi uma pedra que rolou, de Pedro Caetano, com Joel e Gaúcho, gravação de 1940;
- Onde estão os tamborins, de Pedro Caetano, com Quatro Ases e Um Coringa, gravação de 1947;
- Um juramento falso, de Pedro Caetano, com Pedro Caetano, gravação de 1964.
- Nova ilusão, Pedro Caetano, com Paulinho da Viola, gravação de 1972.

Quem ouvir, verá!

Programa: COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri
Todas às quinta-feiras, às 14 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Apoio: Centro Cultural Banco do Nordeste.

O Programa Bolsa Família e a Educação - por José do Vale Pinheiro Feitosa

E o Bolsa Família? Demonizado por alguns setores como um programa demagógico, que “vicia o cidadão”, não tem uma porta de saída e apenas serve como esmola. O Bolsa Família vai muito além do “preconceito”, do ódio partidário e do desprezo a quem vivia no limite da vida sob os pés da irresponsabilidade social, econômica e política de uma sociedade egoísta.

O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI) do PNUD, órgão das Nações Unidas, em parceria com o Governo Brasileiro, examinou o Bolsa Família. Do ponto de vista inclusivo, ou seja, analisando os desdobramentos históricos do Programa e apontando a porta de saída para o mesmo. O melhor ponto de corte é a educação, aquele valor que todos, à direita e à esquerda, consideram universal para o progresso das pessoas e das famílias.

A primeira indicação é de que este programa de transferência de renda combate os dois empecilhos principais para o acesso à escola: a) o trabalho infantil e, b) custos diretos com educação como uniforme, livros e mensalidades. E para deleite dos dois principais partidos em luta eleitoral este ano, PT e PSDB, o estudo começa em 1998, ainda com o Bolsa Escola, e foi até 2005.

Usando indicadores da educação, o estudo conclui que nas escolas públicas em que havia alunos beneficiados pelo Programa, a taxa de matrículas cresceu em todo o ciclo do ensino fundamental (5% da 1ª a 4ª e 6,5% da 5ª a 8ª), houve redução da taxa de abandono e aumentou a taxa de aprovação. E tem um efeito mais importante ainda, resolve o problema da equidade, ao impactar mais sobre as populações mais desiguais e sendo assim as taxas de matrículas que mais cresceram foram: negros, pardos e índios.

Após um ano de programa, o aumento das matriculas foi 2,8% na média das escolas, mas chegou a 13% nas escolas que atendem populações mais predominantemente negras. Vale salientar que estes percentuais que podem fazer alguém torcer o bigode por achá-lo baixo, considere que este foi o crescimento na população escolar como um todo, considerando as crianças que não recebem os benefícios do programa. No entanto, quando se observa o impacto apenas sobre o segmento mais pobre da população, onde estão os beneficiários do programa, se viu um aumento de 18% na taxa de matrícula, de 2% na taxa de aprovação e redução de 1,5% na evasão escolar.

Agora algo para se refletir muito bem. A municipalização se mostra cada vez mais virtuosa para o progresso da população brasileira. Programas de Previdência Social, Transferência de Renda, Educação, Saúde e Saneamento, entre outros, não teriam a mesma eficiência sem a flagrante intervenção municipal. Pode dar desvio, isso acontece, perseguições eleitorais etc., mas nada é mais eficiente em termos de políticas públicas.

Enfim: a sociedade precisa ser menos egoísta, mais inclusiva e muito menos arrogante quando pensa apenas com o fígado das disputas eleitorais. Toda sociedade possui valores que vão além desta disputa. Bandeiras que unem a todos.