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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Em defesa da liberdade de imprensa





O presidente do Senado, Garibaldi Alves, descreveu a importância da imprensa brasileira nos dias atuais. Mais do que informar, cabe à imprensa dividir com o Poder Legislativo a tarefa de investigar e denunciar a corrupção dos órgãos do Estado e trazer ao cenário político brasileiro as grandes pautas que a opinião pública deseja ver implementadas na atividade do Parlamento.

A experiência do jornalismo regional, que vem sendo desenvolvida corajosamente por este periódico, desde sua retomada em 2008, é ainda mais importante, considerando-se o contexto histórico brasileiro. A perda de referências econômicas genuinamente nordestinas é um fenômeno perceptível nos últimos vinte anos. Grandes empresas, grupos de varejo, redes de supermercados regionais e outros empreendimentos foram absorvidos por multinacionais ou conglomerados do Sudeste. Perdemos muito de nossa identidade econômica e, com isso, ocorreu o enfraquecimento dos órgãos de imprensa.

O Jornal do Cariri nada contra essa maré. Nosso compromisso com a independência e com a identidade regional permanece firme. O maior patrimônio de um jornal é sua credibilidade.

O maior desafio hoje a esse projeto está na ameaça à liberdade de imprensa. O desrespeito ao dever de informar o público tem-se consubstanciado no uso do Poder Judiciário como meio de intimidação de jornalistas. Os processos avolumam-se contra os profissionais da imprensa. A intenção de calar, silenciar e constranger tornou-se moeda de troca dos políticos corruptos e dos corruptores.

A coragem dos perseguidos é um exemplo para a sociedade civil do Cariri. E um apelo eloqüente à união contra o arbítrio dos poderosos e dos corruptos incomodados, que agora desejam transformar o Poder Judiciário em campo de batalha das liberdades constitucionais.

O Jornal do Cariri não silenciará e não se intimidará. Nesta edição, abrimos espaço para os corajosos colegas da imprensa caririense que se encontram na alça de mira dos incomodados pela divulgação livre e isenta da verdade. Os jornalistas e radialistas perseguidos no Cariri terão as portas abertas neste periódico. O que nos une é o desejo de bem informar e de trazer aos caririenses a força libertadora da verdade.

Texto publicado na edição de 06 de maio de 2008 do Jornal do Cariri, que está circulando esta semana nas bancas de revistas e gazateiros da Região.

Solidariedade ao jornalista Tarso Araújo



Li a nota abaixo e acho que todos devemos nos solidarizar com o jornalista Tarso Araújo!
Sugiro que ele faça um resumo - e publique - sobre o que geou o problema que levou o representante do Ministério Público a iniciar esse processo.
Outro dia, li uma nota na imprensa paulista que por oportuno, transcrevo o início:
"Mesmo tardiamente, fez-se justiça a um pobre condenado pela lei de crimes ambientais. O pedreiro Antero da Silva Nascimento, de 23 anos, que estava preso há quase dois anos de prisão por crime contra o meio ambiente, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça. Na decisão, o tribunal fez duras críticas ao Ministério Público e à juíza que proferiu a sentença".
Ou seja, os dignos representantes do Poder Judiciário também cometem equívocos!
Creio que o Tarso apenas transmitiu uma opinião e, talvez, nela tenha colocado uma palavra mais forte, o que chocou os britos do representante do Ministério Público. O Cariri muito deve ao trabalho do Tarso Araújo e seus leitores e instituições da região devem apoiá-lo neste momento.
A liberdade de imprensa é um bem da sociedade, antes mesmo de ser um direito de profissionais e de empresas ligadas a essa atividade e por sua própria natureza, exige mobilização constante, vigilância permanente e firme posicionamento diante de fatos que representam ameaça ou que efetivamente a atinjam.

A defesa da liberdade de imprensa certamente contribui para o fortalecimento das instituições democráticas no país. Esse é um trabalho incessante em favor da sociedade, sobretudo, que por ter direito constitucional à informação deve defender a imprensa livre e combater a impunidade dos crimes praticados contra profissionais e veículos de comunicação no Brasil...

carta pela liberdade de imprensa

À
Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão - Acert
Ilmo. Sr. Presidente Jornalista Edilmar Norões

Senhor Presidente,

A Rádio Araripe do Crato (AM), emissora pioneira na defesa do Cariri e na manutenção da fidelidade da informação, tem ao longo dos seus mais de 56 anos de atuação, prestado relevantes serviços à causa da imprensa e ao papel que a mesma deva desenvolver junto à sociedade. Com uma programação jornalística forte, pautada no intuito de bem informar, “a pioneira”, sempre foi referência no Ceará pela sua intransigência em noticiar a verdade.

Dotada de uma profunda conduta ética e amparada no melhor jornalismo, resguardamos a nossa programação noticiosa, sempre informações relevantes para a região e que indubitavelmente, são temas na cidade. Pelas mesmas, e por tratar-se de uma sociedade plural, recebemos criticas e felicitações. Dependendo da forma como a mesma seja interpretada.

Entretanto, nos últimos meses sentimo-nos diminuídos em nosso poder de informar, em face de um de nossos repórteres, o Sr. Antonio de Tarso Araújo Bastos, estar respondendo na justiça a uma acusação de difamação impetrada pelo Exmo. Promotor de Justiça da Comarca do Crato, Dr. Antonio Marcos da Silva de Jesus. Não podemos ousar construir sociedades fortes, ante o receio, próprio do medo e da imposição da força. Sob a pena de retroagirmos nos avanços e sepultarmos os ideais que outrora povoou as mentes libertarias de nossa nação.

A postura do nobre representante do Ministério Público Estadual, neste momento da vida brasileira, vai de encontro aos sentimentos basilares da construção de sociedades livres e altivas. A liberdade de expressão estar intrinsecamente ligada à evolução, manutenção e fortalecimento das instituições que nos governam. Calar é retroagir. Instituir o receio em informar, é depor contra o desenvolvimento.

Ancorados no propósito de recebermos de nossa entidade maior, o seu melhor reconhecimento a nossa causa, é que subscrevemos aos nossos nobres associados, tornando desde assim público, os dissabores pelos quais estamos sendo alvo neste momento.

Para finalizar, rogamos as entidades que compõe a imprensa no Estado do Ceará e em especial a ACERT , a levarem ao conhecimento dos cearenses, o que neste instante acontece com um dedicado e reconhecido repórter. Nota que será dado o devido conhecimento aos integrantes do MPE, na pessoa de sua Procuradora Geral, a Exma. Promotora Dra. Socorro França.

Nesse sentido, vimos solicitar da ACERT uma carta de apoio ao radialista Antonio Tarso Araújo Bastos. Oportunidade onde reafirmamos nossa defesa a liberdade de opinião e de imprensa, tão caras à todos nós, e a nós resguardadas na Carta Magna de 1988, lançada ao Brasil pelas mãos do eterno Presidente Ulisses Guimarães.

Crato (CE), 30 de abril de 2008.

Paulo Sérgio Arrais de Andrade
Diretor-Presidente
Rádio Araripe AM