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domingo, 31 de janeiro de 2010

Terra que mata

Luiz Domingos de Luna*
Outro dia eu me encontrei com um Aquariano, foi uma verdadeira festa, falamos de nossos costumes, nossa cultura, enfim foi um reencontro que há muito esperava, porém de difícil acesso, devido à falta de comunicação que nós temos uns para com os outros.

Como a minha memória aquariana está muito fraca, já posso ser considerado um terráqueo de verdade, então perguntei para o colega - O Planeta terra assassina a vida? – sim. - O planeta faz isto por quê? -As espécies existentes estão sempre evoluindo, enquanto que a natureza não e, cada espécie que atinge um estágio superior assassina a anterior, o planeta está sempre em guerra consigo mesmo.

Afinal, o aquecimento Global vai ou não destruir o planeta Terra? – Sim, com certeza, não tenha dúvidas sobre isto – Como? - Realmente, quem tem o controle do poder existencial na bolinha ainda azulada são as bactérias, assim, estes minúsculos seres são responsáveis pela massa gasosa tanto nos oceanos como nos espaços geográficos sólidos, porém, quando há um alinhamento destes minúsculos seres para a proliferação de um tipo de gás letal para os seres vivos, muitas espécies são extintas, caso a harmonia seja plena neste complô bacteriano, a vida dos seres vivos pode ser tornar inviável. – O Que já aconteceu em eras anteriores, embora de forma não tão bem elastificada em todas as regiões de intensidade contínua e permanente, a ponto de criar uma destruição total da vida dos seres vivos, porém, tal possibilidade em teoria, seja algo que possa ser aplicado na prática.

- As Bactérias são as controladoras do gás carbônico na biosfera, que tanta mata em excesso ou na falta. - Como assim? - A taxa de gás carbônico dissolvida no ar é quem define se existe vida ou não, se as taxa for apta todos vivem, ou todos morrem, ou, senão todos, pelos menos parte, o que de já, um grande prejuízo para humanidade dado o processo de globalização e por que não dizer do efeito estufa, neste instante o grande aliado e queridinho das bactérias assassinas.
Entendeu?
-Não
- Mas é assim que a coisa funciona.
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra- Aurora – (CE)

ORGULHAMO-NOS DE SER CRATENSES

Pedro Esmeraldo

Prezados senhores: estamos num dilema que nos apavora enquanto observamos a mudez desse povo cratense em não reagir frente às ameaças descabidas pelos inimigos que procuram controlar o governador para rasgar em pedaços o bom da cidade do Crato, deixando toda a população desorientada, sem poder se pronunciar por falta de apoio moral dos nossos políticos.

Relembramos que, antigamente, Crato era prestigiado e vinha sendo controlada pelos políticos amicíssimos desta cidade que nos iluminavam com bons projetos de larga escala, perfazendo uma série de melhoramentos, deixando-nos glorificados com aquisição de boas ações administrativas.

Glorificávamos, pois éramos mais bem aquinhoados, porque tínhamos bom equilíbrio que satisfazia o bom procedimento justo e moral.

Nos dias atuais, meu Deus, vivemos no esquecimento, causando desespero, deixando o povo esmaecido, já que não temos a quem recorrer, porque os cratenses de agora são diferentes dos que existiam nos tempos passados, vez que aceitam calmamente a desigualdade e não partem para a luta.

Às vezes, o povo tem a mania de dizer que, quando o homem quer e luta com muita ânsia, consegue alguma coisa, isto quer dizer que os cratenses atuais não lutam mais e permanecem atrás de políticos incompetentes, sem nenhum designo administrativo, cruzam os braços, calam e se conformam em receber migalhas que não nos satisfazem.

Infelizmente, parece que o cratense pertence a uma escola fundada pelo filósofo grego Zenon, que dizia: “Um homem pode tornar sensível aos males físicos e morais”, isto é, a escola Estóica. Atualmente o cratense aceita esse pensamento dúbio, sendo que procura estar insensível aos danos provocados pela massa governamental.

O Crato está enquadrado numa microrregião do Cariri, localizada ao sopé da Serra do Araripe, pátria dos primeiros soldados da independência, visto que seus filhos ilustres, guerreiros por natureza, participaram de grandes eventos em defesa da pátria amada. A nosso ver, esta cidade deveria ser respeitada, porque já não suportamos mais esse descaso acometido por homens rudes e que se apossaram por meio da intriga e da perfídia, vem sendo desmoralizada e desmerecida, o que prejudica o crescimento da cidade, visto que os políticos tomam medidas manhosas tentando convencer ao povo que outro lugar é mais populoso e deve merecer melhores ganhos econômicos.

De fato, lá é realmente populoso, nota-se que a população vem sempre prevalecida com propaganda enganosa, “o que não deveria acontecer”, pois todos os cidadãos têm origem na mesma pátria, consideramos cidadãos brasileiros e devem também receber o seu quinhão com metas desenvolvimentistas.

Por isso, os cratenses deveriam praticar os mesmos atos e mostrarem à mídia a sua coragem e gritar que aqui é a verdadeira terra do padre Cícero e ele aqui foi batizado na Igreja da Sé. Relata-se então que parte dos grandes movimentos de romeiros devem ser também processados na cidade do Crato, pois o Crato também merece receber a sua vantagem populacional.

Constata-se, portanto, que permanece no pensamento do povo que alguns políticos só tem cabeça por que prego tem: isto é, só servem pra levar pancada.

Pessoal, parta para a luta, deixe de lado o comodismo, acabe com as picuinhas, trabalhe, mas trabalhe com muita coragem, grite, reclame, exija e diga ao governador que o Crato pertence ao Ceará deve ser respeitada.

Em tempo: todos os dias oramos com muita fé ao Divino Espírito Santo, pedindo que ilumine a esses fracos líderes (da Ponta da Serra) para que tomem decisões acertadas e que não venham prejudicar o Crato. Mudem de idéia e comunguem com toda população cratense. Não se deixem enganar pelos políticos astuciosos. Professor Figueiredo Filho, filho deste distrito, foi o maior defensor do Crato. Por que não o imitam?

Crato, 28.10.2010

Prefeito de Juazeiro diz que ampliará investimentos sociais

O prefeito de Juazeiro do Norte Dr. Santana, durante encontro com a militância petista neste final de semana falou que em seu governo continuará a priorizar as áreas sociais. Santana lembrou os investimentos feitos na Saúde e que continuarão a ser feitos, pois seu objetivo é tornar Juazeiro modelo na área em todo o interior do Estado.

Na Educação, Juazeiro terá mais e melhores escolas e mais investimentos em fardamento escolar, merenda e transporte para crianças e adolescentes. Na Assistência Social, sua prioridade é a ampliação de programas voltados para idosos, mulheres, crianças e adolescentes. Além disso, pretende aumentar o número de beneficiados em programas como o Bolsa Família, o Leite Fome Zero, e o atendimento nas unidades dos Centros de Referência de Assistência Social.

Romaria das Candeias será a largada do projeto Árvore do Centenário

Numa iniciativa da Secretaria de Turismo e Romarias e da Comissão Organizadora do Centenário de Juazeiro do Norte, o projeto Árvore do Centenário começa a ser executado nesta Romaria das Candeias. Os peregrinos já podem se cadastrar e receber uma senha na Casa Paroquial da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores se habilitando a partir do projeto. Na manhã de terça-feira, dia 2 de fevereiro, todos pegarão as mudas de Juazeiro nas imediações da Igreja Matriz.

Segundo o titular da Setur e Coordenador Executivo da Comissão, José Carlos dos Santos, ficou acertado com a Igreja que as mudas serão bentas. Desta forma, na própria terça-feira ao meio-dia, os romeiros que receberam as mudas irão erguê-las no interior da Basílica no momento da tradicional celebração de despedida dos fiéis que vieram a Juazeiro. A previsão é para distribuir três mil mudas nesse primeiro momento numa iniciativa parceira com o Governo do Estado a partir da criação de um viveiro e de olho, também, na recuperação do ecossistema do Horto.

DOM BOSCO - Outra iniciativa da Setur e da Comissão será a afixação de uma placa no Santuário do Sagrado Coração de Jesus (Salesianos) por volta das 16 horas desta segunda-feira, dia 1º, na ocasião da chegada àquele templo das relíquias de Dom Bosco. O prefeito Manoel Santana vai descerrar a placa que se constitui numa espécie de símbolo desse encontro entre Padre Cícero e Dom Bosco. Representa ainda a gratidão juazeirense pelos 70 anos da chegada da Ordem Salesiana ao Juazeiro a qual foi atraída pelo sacerdote.

sábado, 30 de janeiro de 2010

A farsa da romaria e as chamas do Caldeirão


Por Alexandre Lucas*



A experiência do Caldeirão baseada na partilha da produção e na religiosidade popular merece o resgate histórico sem a maquiagem das elites e da Igreja Católica.
As vésperas de completar 73 anos do massacre ocorrido na sitio Caldeirão no Crato pelo Exército e pelo Policia Militar do Ceará, com o apoio das elites e da Diocese. Pouco se sabe sobre a história e as atrocidades cometidas contra homens, mulheres, crianças e idosos que almejavam desfrutar da terra que um dia inventaram de cercar.

O Caldeirão foi um exemplo de utopia possível. Em poucos anos cresceu a população da comunidade, chegando a cerca de dois mil habitantes. Camponeses advindos de diversas localidades e fugindo da exploração latifundiária acreditavam que a comunidade do Caldeirão era terra da prosperidade.

Uma comunidade auto-sustentável na qual seguia a lógica socialista de produção social e apropriação coletiva, ou seja, tudo que era produzido passava pela divisão.

Uma terra “emprestada” pelo Padre Cícero, ao Beato José Lourenço e a sua comunidade serviu do pão de esperança e fraternidade, mas após morte do padim, a terra foi requerida pelo uso da força e a pedidos dos salesianos. Vale destacar que quase todos os bens do Padre Cícero foram doados em testamento para Congregação dos Salesianos.

Qual a ameaça que essa comunidade representava para a Igreja Católica e para os latifundiários? A quem interessava a destruição sangrenta destes camponeses? É bem verdade que a história nos aponta algumas pistas, uma delas é a ameaça a propriedade privada. Em Canudos ou na Guerrilha do Araguaia o massacre ocorreu em defesa dos poderosos, sejam eles, os donos das terras e das fabricas ou dos comerciantes da fé.

A revitalização do Caldeirão proposta pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Municipal do Crato deve passar pelo resgate histórico e pela garantia de sustentabilidade e da melhoria das condições de vida da população do local, o que deve inclui a valorosa experiência de resistência dos camponeses do Assentamento 10 de Abril e a historiografia dos índios Kariri que residem nas terras próximas ao Caldeirão e que tem histórias semelhantes, a idéia de poder cultivar e manter o meio ambiente como forma de sobrevivência e comunhão.

O povo brasileiro tem o direito a memória e a verdade dos fatos. Neste sentido é preciso não camuflar, nem permitir a hipocrisia como lençol da história. A verdade não pode ser apagada em romarias, como vem ocorrendo nos últimos anos. É preciso fazer uma leitura crítica, pois ainda podemos escutar os gritos dos cristãos que morreram inocentemente por fazerem do discurso uma pratica.

Pela abertura irrestrita de todos os arquivos do Caldeirão e pelo direito a verdade dos fatos!
*Coordenador do Coletivo Camaradas, pedagogo e artista/educador

A farsa da romaria e as chamas do Caldeirão


Por Alexandre Lucas*



A experiência do Caldeirão baseada na partilha da produção e na religiosidade popular merece o resgate histórico sem a maquiagem das elites e da Igreja Católica.
As vésperas de completar 73 anos do massacre ocorrido na sitio Caldeirão no Crato pelo Exército e pelo Policia Militar do Ceará, com o apoio das elites e da Diocese. Pouco se sabe sobre a história e as atrocidades cometidas contra homens, mulheres, crianças e idosos que almejavam desfrutar da terra que um dia inventaram de cercar.

O Caldeirão foi um exemplo de utopia possível. Em poucos anos cresceu a população da comunidade, chegando a cerca de dois mil habitantes. Camponeses advindos de diversas localidades e fugindo da exploração latifundiária acreditavam que a comunidade do Caldeirão era terra da prosperidade.

Uma comunidade auto-sustentável na qual seguia a lógica socialista de produção social e apropriação coletiva, ou seja, tudo que era produzido passava pela divisão.

Uma terra “emprestada” pelo Padre Cícero, ao Beato José Lourenço e a sua comunidade serviu do pão de esperança e fraternidade, mas após morte do padim, a terra foi requerida pelo uso da força e a pedidos dos salesianos. Vale destacar que quase todos os bens do Padre Cícero foram doados em testamento para Congregação dos Salesianos.

Qual a ameaça que essa comunidade representava para a Igreja Católica e para os latifundiários? A quem interessava a destruição sangrenta destes camponeses? É bem verdade que a história nos aponta algumas pistas, uma delas é a ameaça a propriedade privada. Em Canudos ou na Guerrilha do Araguaia o massacre ocorreu em defesa dos poderosos, sejam eles, os donos das terras e das fabricas ou dos comerciantes da fé.

A revitalização do Caldeirão proposta pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Municipal do Crato deve passar pelo resgate histórico e pela garantia de sustentabilidade e da melhoria das condições de vida da população do local, o que deve inclui a valorosa experiência de resistência dos camponeses do Assentamento 10 de Abril e a historiografia dos índios Kariri que residem nas terras próximas ao Caldeirão e que tem histórias semelhantes, a idéia de poder cultivar e manter o meio ambiente como forma de sobrevivência e comunhão.

O povo brasileiro tem o direito a memória e a verdade dos fatos. Neste sentido é preciso não camuflar, nem permitir a hipocrisia como lençol da história. A verdade não pode ser apagada em romarias, como vem ocorrendo nos últimos anos. É preciso fazer uma leitura crítica, pois ainda podemos escutar os gritos dos cristãos que morreram inocentemente por fazerem do discurso uma pratica.

Pela abertura irrestrita de todos os arquivos do Caldeirão e pelo direito a verdade dos fatos!
*Coordenador do Coletivo Camaradas, pedagogo e artista/educador

CONVITE

A Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, convida V. Sa. para participar do 1º Encontro de Escritores, Poetas, Cordelistas e Repentistas da Região Metropolitana do Cariri, no dia 04 de fevereiro do corrente ano, às 8h00, no Teatro Municipal Marquise Branca, com a seguinte programação:

8h00-Café da Manhã
8h30-Abertura.
8h50-Palestra: Registros de trabalhos literários na Biblioteca Nacional, ficha catalográfica, direitos autorais entre outros esclarecimentos para a área. Palestrante: Renato Casimiro.
9h30-Palestra: Centenário de Juazeiro do Norte. Palestrante: Daniel Walker
10h20-Reunião de grupos para debate em dois eixos:

a) Participação dos Escritores, Poetas, Cordelistas e Repentistas na elaboração do Plano Municipal de Cultura.

b) Participação do segmento nos Festejos do Centenário de Juazeiro do Norte.

Atenciosamente

Glória Maria Ramos Tavares
Secretária de Cultura de Juazeiro do Norte

Franco Barbosa
Gerência de Literatura

Hugo Rodrigues
Presidente do ICVC

Encontro hoje a noite em Crato dará início a um intercâmbio cultural entre Crato e Sergipe


Numa iniciativa vitoriosa do jornalista Jurandy Temóteo será realizado hoje à noite – às 19h30m – no cine Teatro Salviano Arraes Saraiva um encontro para definir o início de um intercâmbio cultural entre o município de Crato e o Estado de Sergipe.
O evento é resultado de uma parceria entre a revista “A Província” - Departamento Histórico Diocesano Padre Antônio Gomes de Araújo, da Diocese de Crato - Secretaria de Cultura de Crato.
Para presidir o evento chegou ontem a Crato o advogado, historiador e escritor Luiz Eduardo Alves de Oliva, presidente da Imprensa Oficial do Estado de Sergipe. membro do Instituto Histórico e Geográfico daquele estado e vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensas Oficiais.
Também veio de Cuiabá – para participar do encontro– o advogado, professor, escritor, historiador e jornalista cratense Pedro Rocha Jucá, membro da Academia Matrogrossense de Letras e diretor por vinte e cinco anos do jornal “O Estado de Mato Grosso”.
É pensamento do Dr. Luiz Eduardo Oliva reeditar o livro “As quatro sergipanas”, do Mons. Francisco Holanda Montenegro, numa edição para distribuição entre as entidades educacional-culturais do Brasil.
Como é do conhecimento geral, muitos dos primeiros desbravadores da região do Cariri, que aqui chegaram no início do século dezoito, eram oriundos da província de Sergipe, conforme ficou amplamente provado no livro “As quatro sergipanas’, fruto de pesquisas feitas pelo saudoso monsenhor Francisco Holanda Montenegro, cuja primeira edição encontra-se esgotada.

O meritório trabalho do Monsenhor Francisco Holanda Montenegro foi fruto de muita paciência e muito amor, pois ele compulsou documentos, alinhou fatos, buscando as raízes mais longínquas dentro de um dos ramos mais difíceis da história: a genealogia. devemos a ele um dos melhores tratados sobre as linhagens das “gens caririenses”.

Todos estão convidados para o evento:
Data
: Neste sábado, 30 de janeiro de 2010
Horário: 19:30h
Local: Teatro Municipal Salviano Arraes
Calçadão da Rua José de Alencar - Crato

Texto: Armando Lopes Rafael

Missão do Banco Mundial visita projeto Cidades do Ceará

A Secretaria das Cidades recebe, de 1º a 5 de fevereiro, uma missão do Banco Mundial (Bird) para discutir a implantação do Projeto Cidades do Ceará/Cariri Central e celebrar o financiamento assinado em dezembro de 2009, na ordem de US$ 46 milhões (R$ 92 milhões), com contrapartida de US$ 20 milhões (R$ 40 milhões ) do Governo do Estado.

Os recursos serão investidos nos nove municípios que compõem a Região Metropolitana do Cariri (RMC), em ações de qualificação territorial, apoio aos arranjos produtivos do turismo e de calçados e fortalecimento institucional das administrações municipais e da gestão regional.

A equipe do Bird passará a semana no Cariri, onde se reunirá com técnicos do Governo do Estado, das administrações municipais, representantes da sociedade civil e do setor empresarial. Na agenda da missão, estão previstas ainda a realização de visitas às áreas das intervenções propostas.

O projeto Cidades do Ceará prevê a realização de obras como a construção do Aterro Consorciado do Cariri; a implantação do Roteiro da Fé e a construção da Avenida de Contorno, em Juazeiro do Norte; a Requalificação Urbana e Ambiental do Bairro do Seminário e a Requalificação de Praças, no Crato; e o restauro do antigo Engenho Tupinambá para implantação de Museu, em Barbalha

Guimarães participa de plenária do PT neste sábado, em Juazeiro

O deputado federal José Guimarães (PT) participa neste sábado, 30, de uma plenária com a militância do Partido dos Trabalhadores. A idéia do encontro é o de avaliar o mandato do deputado Guimarães e fazer o planejamento para as ações neste ano de 2010. O parlamentar chega neste sábado pela manhã, no Cariri, quando participa de encontro em Mauriti com o prefeito Isac Júnior, do PT e o Secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Camilo Santana. Guimarães participou nesta quinta-feira à noite, em Missão Velha, de encontro que marcou a filiação de Micaelce Santana ao Partido dos Trabalhadores.A plenária acontece na Faculdade Objetivo às 16 horas de hoje.

PT realiza plenária em Mauriti

O Partido dos Trabalhadores de Mauriti realiza na manhã deste sábado, 30, uma plenária com militantes e convidados com o objetivo de discutir a política regional. Na oportunidade será feita uma mesa redonda com as participações do prefeito Isac Júnior, do deputado federal José Guimarães e do Secretário de Desenvolvimento Agrário Camilo Santana. O prefeito Isac Júnior vai falar sobre o atual momento de sua gestão. O deputado José Guimarães uma avaliação da política nacional e estadual. Camilo Santana falará sobre o desenvolvimento de políticas públicas no Cariri e a participação do PT nas eleições de 2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Raimundo de Oliveira Borges - Por Emerson Monteiro

Isso que dizem de ser a vida humana mera fagulha ao vento exige comprovação, sobretudo diante da existência deste amigo, Raimundo de Oliveira Borges, que ora demonstra de perto a experiência firme de viver durante cem anos uma idade plena de realizações. Ele, sim, pode falar do existir e contar da tradição e da peleja de três gerações sucessivas que testemunha com fidelidade e coragem.
Escritor emérito, publicou mais de uma dúzia de livros. Advogado e professor, marcou de jeito indelével a consciência das centenas de alunos, dentre os quais sou, com satisfação, um deles. Tribuno de rara qualidade, porfiou no júri, praticando fala rica, profícua, no êxito de momentosos processos. Líder comunitário, efetivou importantes funções, em Crato, havendo exercido a direção das Faculdades de Filosofia, de Direito e de Ciências Econômicas. Presidente do Instituto Cultural do Cariri, sobreviveu a nossa simpática academia de letras numa fase das mais dificultosas, quando ao seu lado estive. Se bem que cabe, ainda, considerar o seu desempenho virtuoso de pai extremado, fino de trato e humor, tranqüilo, de espírito desarmado, palestrante versado na melhor literatura, poeta dotado de sensibilidade, pessoa exemplar, afeita sob os princípios dignos e imprescindíveis da civilização que usinou durante todo tempo, conhecendo a história do povo, bem relacionado, cordial e valoroso paladino das causas essenciais, na prática política e nos penhores da liberdade consciente.
Doutor Borges, por tudo isto e outros predicados, marca a sociedade cearense interiorana com personalidade ímpar de quem merece privar o convívio honrado e fértil dos justos. Elencar qualidades que lhe são de dever torna-se tarefa leve, aos moldes do estilo e da pena que maneja no exercício da escrita, por meio dos livros que subscreve, dotados de emoção, memórias produzidas no fogo da responsabilidade social que a isto se obrigou exercitar.
Eu, ainda menino, tomei conhecimento de seu talento através dos júris que, na década de 60, de comum, eram retransmitidos através dos microfones da Rádio Araripe de Crato. Admirado, ouvia seus discursos deveras impressionantes, tanto pela cultura vasta, quanto pela facilidade na argumentação, demonstrações de sapiência jurídica e ilustre universalidade. Fora eleito orador da sua turma de 1937, na Faculdade de Direito do Ceará, contemporâneo de figuras destacadas na vida pública posterior do nosso Estado.
Instalou-se em Crato desde 1942 e aqui até hoje permanece conquistando espaço próprio, ao lado da gente boa, ordeira e laboriosa deste lugar abençoado.
No dia 02 de julho do corrente ano de 2007, época exata do transcurso de um século de sua vida, o doutor Raimundo de Oliveira Borges se nos afigura querido em face de todos os que lhe privam da convivência, ele que representa, em breves traços, um desses personagens inesquecíveis e marcantes dos romances imortais, ricos dos atributos puros e sublimes das almas vitoriosas.

P. S. EM 28 DE JANEIRO DE 2010: Ser humano de reconhecida capacidade para a concretização dos seus ideais. Profissional de sucesso como advogado, administrador de instituições universitárias, professor, escritor, intelectual, líder comunitário, pai de família. Em tudo desenvolveu raros modelos de exemplares conquistas. Sempre jovial, bem humorado, otimista, alegre, laborioso, amigo, dotado de sentimentos benfazejos, valiosos, Raimundo de Oliveira Borges significou dignidade para sua geração e passa à história cearense qual pessoa de ricas e nobres virtudes.

Revista Brasil Rotário destaca livro O berço dos Araújo Paiva

A mais recente edição da tradicional revista Brasil Rotário, de janeiro de 2010, publicou o seguinte comentário acerca do livro O berço dos Araújo Paiva, de autoria de Audir de Araújo Paiva, sócio do Rotary Club do Crato:
"Em aproximadamente 300 páginas ilustradas com fotografias, o livro conta a história dos estados do Piauí (com destaque para a cidade de São Miguel do Tapuio, terra natal do autor) e do Ceará (onde Crato é a cidade focalizada). Essas geografias são o cenário das crônicas e biografias sobre os membros da família Araújo Paiva e outras personalidades locais. Um dos capítulos é dedicado ao RC Crato, CE (D.4490), clube de Audir de Araújo Paiva. Mais detalhes sobre a obra e como adquiri-la no endereço http://audirdearaujopaiva.blogspot.com."

Prefeito entrega certificado a pequenos empreendedores de Juazeiro



Na noite de ontem, na Câmara de Dirigentes Lojistas de Juazeiro do Norte( CDL ), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Agricultura de Juazeiro do Norte, entregou os certificados aos 50 alunos que concluíram o Curso de Microcrédito Produtivo Orientado.

O evento contou com presença do prefeito Dr. Santana, do deputado federal José Guimarães, do secretário Eraldo Oliveira, do vice-presidente da CDL, Michel Araújo e diversas autoridades municipais.

A microempreendedora Emanuele Vitorino foi responsável pela saudação em nome da turma. Em suas palavras, aproveitou para ressaltar a importância do curso e do compromisso da administração municipal com o setor. O titular da pasta do desenvolvimento, Eraldo Oliveira, falou do apoio recebido do prefeito para realização desse tipo de ação.

O prefeito Dr. Santana, agradeceu a SEDETA pelo empenho e dedicação da equipe técnica na realização do curso, aproveitou ainda, para assumir compromisso com todos os participantes, em disponibilizar um terreno para criação de um espaço para os pequenos e microempreendedores, autorizando a SEDETA estudar e viabilizar esta ação.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

OPERAÇÃO GARANTE APOIO AOS ROMEIROS QUE CHEGAM EM JUAZEIRO




A Prefeitura de Juazeiro do Norte, através das secretarias de Turismo e Romaria, Saúde, Assistência Social, Cultura, Segurança Pública e Educação estará nesses dias da Romaria das Candeias trabalhando ativamente para acolher os milhares de romeiros que chegam à cidade. Os romeiros começam a chegar em Juazeiro hoje para a Romaria, que acontece até o próximo dia 2 de fevereiro. O prefeito Dr. Santana pediu empenho de todas as secretarias para que os serviços públicos sejam realizados à contento. A prefeitura já montou um esquema de segurança para a festa religiosa, com apoio das polícia Militar e Civil. A Secretaria de Assistência Social fará um trabalho de conscientização com relação aos direitos de crianças e adolescentes.Já a cultura fará uma programação cultural na Praça Padre Cícero. Com relação à limpeza, a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos realizará uma operação de limpeza dos pontos onde acontecerão as grandes concentrações de romeiros. A Operação Romeiro, realizada pela Prefeitura de Juazeiro, Igreja e entidades da sociedade civil tem por objetivo garantir um bom acolhimento dos romeiros durante a Romaria das Candeias.

A Romaria das Candeias começa nesta sexta-feira, 29 e prosegue até o dia 2 de fevereiro. No dia do encerramento, acontece às 9 horas, Missa solene na Basílica de Nossa Senhora das Dores.Em seguida, ao meio-dia, despedida dos romeiros e às 17h30min benção das velas e procissão das candeias.

Faleceu Dr. Raimundo de Oliveira Borges aos 102 anos

Dr. Raimundo de Oliveira Borges (centro) ao lado do ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara e do vice-prefeito do Crato Raimundo Filho
(foto: Dihelson Mendonça)

Faleceu ontem, 27 de Janeiro, em Crato, o advogado, intelectual e escritor, Raimundo de Oliveira Borges. Foi, assim, um dia de dor e tristeza para toda a comunidade caririense. Dr. Raimundo Borges foi sempre um apaixonado defensor das causas da cidade do Crato e da região do Cariri, além de ser um dos maiores juristas Brasileiros aqui na cidade do Crato. O corpo de Dr. Raimundo de Oliveira Borges estar sendo velado no Campus do Pimenta da Universidade Regional do Cariri, da qual foi um dos benfeitores, visto ter sido diretor da Faculdade de Filosofia do Crato, embrião da URCA, e fundador dos cursos de Direito e Ciências Econômicas, hoje integrantes dessa instituição de ensino superior. O enterro dessa ilustre personalidade estar previsto para as 16 horas desta quinta-feira, 28 de janeiro. A opinião pública de todo o Cariri lamenta profundamente essa perda, especialmente pelo grande homem que foi e pela falta que ele fará a toda região. Raimundo Borges manteve-se lúcido e profícuo até o fim. Ele foi ainda fundador e presidente do Instituto Cultural do Cariri e presidente do Rotary Club do Crato.

DADOS BIOGRÁFICOS

Raimundo de Oliveira Borges (Caririaçu, 2 de julho de 1907), foi um jurista e escritor brasileiro.

Filho de Clemente Ferreira Borges e Maria José de Oliveira Borges. Realizou o curso primário na sua terra natal e o curso secundário no Colégio São José do Crato, Instituto Araripe Júnior, Instituto Menezes Pimentel, Liceu do Ceará, em Fortaleza e Ginásio da Bahia, em Salvador.

Foi aprovado e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1928. Depois, transferiu seus estudos para a Faculdade de Medicina de Pernambuco, sem concluí-los. Direcionou sua atenção para a Faculdade de Direito do Ceará em 1933, tendo sido o orador da turma que colou grau em 1937.

Iniciou sua carreira profissional na função de promotor de justiça nas comarcas de Tauá, Missão Velha e Crato. Depois se afastou do Ministério Público e começou a exercer a advocacia.

Na Câmara do Crato foi vereador e alcançou a suplência de deputado estadual pelo antigo PSP. É cidadão honorário do Crato desde 1975.

Obras
Crime de Injúria verbal (1945)
Interdito Probitório (1963)
A Eloqüência e o Direito (1963)
A Cidade do Crato (1980)
Monsenhor Doutor Eugênio Veiga (1974)
Serra de São Pedro, esboço histórico (1983)
Memórias, fragmentos de minha vida (1988)
A presença de Euclides da Cunha na nossa história (1962)
Visita de Nossa Senhora de Fátima a Caririaçu
A Árvore Amiga (1995)
Euclides da Cunha e a Unidade Nacional
O Coronel Belém do Crato, um injustiçado
Eles e Eu, mensagens gratificantes
O Engenho Taquari
Síntese Histórica da Câmara Municipal de Caririaçu
O Crato Intelectual
Memória Histórica da Comarca do Crato
O Padre Cícero e a Educação em Juazeiro
Clemente Ferreira Borges, Meu Pai
Discursos Acadêmicos
Árvore Genealógica da Família Borges
Os Bispos do Crato, Relembranças Inesquecíveis
Meditações e Saudades
Reminiscências, o Meu Itinerário (2007)

Bibliografia

BORGES, Raimundo de Oliveira. Eles e Eu. Crato: Gráfica Universitária, 1995. pp. 65. 1 v.

Fonte: Wikipédia

Programa Cariri Encantado entrevistará Lupeu Lacerda

Lupeu Lacerda, poeta, ex-carteiro e ex-crooner do Fator RH, pioneira banda de rock caririense, está de férias na região (ele reside em Juazeiro da Bahia há um tempão). E Lupeu na área é sinônimo de farra e curtição. Portanto, o convite para ele ser entrevistado no programa Cariri Encantado é inevitável. Nesta sexta, 29 de janeiro, portanto, Lupeu ao vivo no Cariri Encantado, das 14 às 15 horas, na Rádio Educadora do Cariri AM 1020, que por sinal estar totalmente renovada com novos e modernos equipamentos, com mais potencia e maior qualidade. O programa também é transmitido pela Internet através do blogue cratinho.blogspot.com. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias e participação especial de Huberto Cabral, que fará uma homenagem ao maestro padre David Moreira, cujo aniversário de nascimento transcorreu no último dia 18. Para quem não sabe, padre David Moreira é irmão do monsenhor Ágio Moreira, fundador da Orquestra Padre David Moreira, da Sociedade Lírica do Belmonte, localizada no Crato.

Se ligue!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL



NOEL ROSA
Parte I

O amor vem por princípio, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim
Desprezastes esta lei de Augusto Comte
E fostes ser feliz longe de mim”.
Positivismo, Noel Rosa, 1933.

Por Zé Nilton

Muito já se falou e se fala como igualmente se cantou e se canta Noel Rosa.
A atualidade de sua música se deve, a meu ver, pela expressividade das letras e seu perfeito encaixamento melódico, formando um todo bem arrumado, seja nas músicas de gozação, nas paródias ou nas de puro lirismo e seriedade. Tudo muito bem ao gosto do povo e aos ouvidos mais requintados.

Diz-se que a permanência por gerações ad eternum das músicas dos Beatles se deve ao estilo pop, letras simples e harmonia de fácil execução, embora prazerosa a todos os gostos. Em Noel é tudo isto e, por ser coisas nossas, o estilo é samba, ritmo culturalmente assimilado pelo povo.

Noel Rosa viveu pouco, mas viveu intensamente o universo musical de seu tempo. Suas raízes musicais vieram do Nordeste, com João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense e demais músicos chegados à Capital Federal, nos começos da década de 1920.
Suas primeiras composições estão de acordo com essa premissa, e vamos encontrar o poeta da Vila criando emboladas, cateretês e outros ritmos sertanejos, tão em voga naqueles tempos de uma cidade com profundas feições rurais.

O samba havia assumido o status de música urbana, como resultado de uma mistura de ritmos que vinha se processando deste os fins do século 19, havia pouco tempo, e a área cultural de seu domínio ficava longe, mais para o centro da cidade.

Paulatinamente Noel vai palmilhando o caminho do samba e, para tanto, muito contribuiu o Bando de Tangarás, grupo do qual fez parte, formado por músicos de outros lugares do Rio, como Almirante (Henrique Foreis Domingues), Carlos Braga (Braguinha), Henrique Brito (inventor do violão elétrico), e outros.

A partir de 1908, até a década de 1930, vários grupos musicais vão alicerçar a MPB, agregando-a valores de todas as tendências, resultando num complexo cultural de corpo e alma bem brasileiros. Um dos mais antigos era os Oito Batutas, à frente o grande Pixinguinha e seu irmão; Os Turunas Pernambucanos (comandados por Jararaca e Ratinho); os Turunas da Mauricéia (a frente Augusto Calheiros), entre outros. Os grupos iram se refazendo e muitos músicos passaram por vários deles como Donga, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Caninha...

Em apenas 10 anos de total dedicação à música, à bebida, à boêmia e à falta de cuidados com sua saúde debilitada desde a infância, Noel constrói uma obra exemplar na História da Música Popular Brasileira.

Em Compositores do Brasil desta quinta, 28, no primeiro programa de uma série de três, vamos falar e ouvir Noel Rosa. No primeiro e no segundo apresentaremos suas canções e os motivos de sua inspiração; no terceiro, as músicas que ele fez para seus amores correspondidos ou não, os que lhe trouxeram alegria e sofrimento.

Abriremos a primeira sequencia com:

Minha viola – de Noel Rosa, com o Bando de Tangarás.
Nega, de Noel e João de Barro (Braguinha), com o Bando de Tangarás
Lataria – de Noel, Almirante, com o Bando de Tangarás
Com Que Roupa , de Noel Rosa, com Doris Monteiro
Malandro medroso, de Noel Rosa, com Roberto Paiava
Eu vou pra Vila, de Noel Rosa com Roberto Paiva
Gago Apaixonado - João Nogueira, de Noel Rosa
Cordiais saudações, de Noel Rosa, com Noel Rosa e o Bando de Tangarás
Até amanhã, de Noel Rosa, com Almirante
Vitória, de Noel Rosa, com Roberto Paiva
Cem mil Réis, de Noel Rosa e Vadico, Chico Buarque e Luiza Buarque
Qual foi o mal que eu te fiz, de Noel Rosa e Cartola, com Chico Alves
Positivismo, de Noel Rosa, com Noel Rosa
Filosofia, de Noel Rosa, com Chico Buarque

Quem ouvir, verá!

Programa Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri
Apoio. CCBN

COMPOSITORES DO BRASIL

NOEL ROSA
Parte I

“O amor vem por princípio, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim
Desprezastes esta lei de Augusto Comte
E fostes ser feliz longe de mim”.
Positivismo, Noel Rosa, 1933.

Por Zé Niltopn

Muito já se falou e se fala como igualmente se cantou e se canta Noel Rosa.
A atualidade de sua música se deve, a meu ver, pela expressividade das letras e seu perfeito encaixamento melódico, formando um todo bem arrumado, seja nas músicas de gozação, nas paródias ou nas de puro lirismo e seriedade. Tudo muito bem ao gosto do povo e aos ouvidos mais requintados.
Diz-se que a permanência por gerações ad eternum das músicas dos Beatles se deve ao estilo pop, letras simples e harmonia de fácil execução, embora prazerosa a todos os gostos. Em Noel é tudo isto e, por ser coisas nossas, o estilo é samba, ritmo culturalmente assimilado pelo povo.
Noel Rosa viveu pouco, mas viveu intensamente o universo musical de seu tempo. Suas raízes musicais vieram do Nordeste, com João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense e demais músicos chegados à Capital Federal, nos começos da década de 1920.
Suas primeiras composições estão de acordo com essa premissa, e vamos encontrar o poeta da Vila criando emboladas, cateretês e outros ritmos sertanejos, tão em voga naqueles tempos de uma cidade com profundas feições rurais.
O samba havia assumido o status de música urbana, como resultado de uma mistura de ritmos que vinha se processando deste os fins do século 19, havia pouco tempo, e a área cultural de seu domínio ficava longe, mais para o centro da cidade.
Paulatinamente Noel vai palmilhando o caminho do samba e, para tanto, muito contribuiu o Bando de Tangarás, grupo do qual fez parte, formado por músicos de outros lugares do Rio, como Almirante (Henrique Foreis Domingues), Carlos Braga (Braguinha), Henrique Brito (inventor do violão elétrico), e outros.
A partir de 1908, até a década de 1930, vários grupos musicais vão alicerçar a MPB, agregando-a valores de todas as tendências, resultando num complexo cultural de corpo e alma bem brasileiros. Um dos mais antigos era os Oito Batutas, à frente o grande Pixinguinha e seu irmão; Os Turunas Pernambucanos (comandados por Jararaca e Ratinho); os Turunas da Mauricéia (a frente Augusto Calheiros), entre outros. Os grupos iram se refazendo e muitos músicos passaram por vários deles como Donga, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Caninha...
Em apenas 10 anos de total dedicação à música, à bebida, à boêmia e à falta de cuidados com sua saúde debilitada desde a infância, Noel constrói uma obra exemplar na História da Música Popular Brasileira.
Em Compositores do Brasil desta quinta, 28, no primeiro programa de uma série de três, vamos falar e ouvir Noel Rosa. No primeiro e no segundo apresentaremos suas canções e os motivos de sua inspiração; no terceiro, as músicas que ele fez para seus amores correspondidos ou não, os que lhe trouxeram alegria e sofrimento.
Abriremos a primeira sequencia com:
Minha viola – de Noel Rosa, com o Bando de Tangarás.
Nega, de Noel e João de Barro (Braguinha), com o Bando de Tangarás
Lataria – de Noel, Almirante, com o Bando de Tangarás
Com Que Roupa , de Noel Rosa, com Doris Monteiro
Malandro medroso, de Noel Rosa, com Roberto Paiava
Eu vou pra Vila, de Noel Rosa com Roberto Paiva
Gago Apaixonado - João Nogueira, de Noel Rosa
Cordiais saudações, de Noel Rosa, com Noel Rosa e o Bando de Tangarás
Até amanhã, de Noel Rosa, com Almirante
Vitória, de Noel Rosa, com Roberto Paiva
Cem mil Réis, de Noel Rosa e Vadico, Chico Buarque e Luiza Buarque
Qual foi o mal que eu te fiz, de Noel Rosa e Cartola, com Chico Alves
Positivismo, de Noel Rosa, com Noel Rosa
Filosofia, de Noel Rosa, com Chico Buarque

Quem ouvir, verá!

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Causas atuais da violência - Por Emerson Monteiro

Vive-se período extremo de criminalidade violenta, isso em todo o mundo, com ênfase nos países mais atrasados, dentre eles o Brasil e toda a América Latina. Antes, o motivo alegado se voltava para as chamadas revoluções libertárias, na época da chamada Guerra Fria.
Hoje, no entanto, qualquer motivo preenche as justificativas das convulsões sociais. Desde a delinquência juvenil até o tráfico de drogas, passando pelos chamados bolsões de pobreza e guerras tribais, lutas raciais, lugares onde o padrão da cultura humana indica descompasso de perversidade e miséria.
Houve tempo quando seria mais fácil encontrar as razões de tanta insegurança. O atraso das mentalidades, as conquistas coloniais, disputas imperialistas, domínio feudal das terras, fanatismo religioso. Tudo servia de pretexto, no decantado anseio de o homem ser lobo do próprio homem. Ou de se querer a paz e se preparar para a guerra.
Acham as autoridades que o problema se revolveria mediante a ampliação dos órgãos de segurança, aquisição de armamentos, modernização e ampliação das penitenciárias, maior remuneração dos efetivos policiais, etc., etc.
Contudo, a questão possui raízes mais profundas. Suas causas reais merecem outros detalhamentos, porquanto procedem vêm de origens as quais acumulam estudos e pouquíssimo, ou nenhum, tratamento.
Conceitos do tipo de que falta educação ao povo, que a tradição nacional dos degredados, escravos e índios, povos sem amadurecimento suficiente, formaram país esdrúxulo, por si só não justificam a famigerada violência das ruas, clima tenso em que se transformou o sonho brasileiro.
De suas causas mais evidentes cabe citar o desemprego que cresce, sem esperança de colocação para a juventude que, todo dia, chega ao mercado de trabalho; a excessiva concentração da riqueza nas mãos dos poucos de há muitos séculos donos dos bens; e a pobreza infinita da cultura de massa.
Enquanto sofre a nacionalidade esse atraso crônico de ética, moralidade e competência, responsáveis pela administração das instituições públicas, em todos os segmentos, jamais se comprometem com mudanças substanciais e inevitáveis.
Como se não bastassem ditas origens, persiste, na macro-estrutura mundial, um conceito voltado aos interesses das nações ricas que investem pesado na preservação do poder, através dos sistemas mundiais de exploração financeira. Gastam fortunas na elaboração de técnicas requintadas de manutenção da ordem injusta. Financiam sucessivos governos serviçais, nos países periféricos.
Portanto, para neutralizar o tal clima superlativo desse drama, outras atitudes cabem aos que precisam urgente se livrar das nuvens escuras dessa história burocrática, quais sejam: criatividade individual; maior comprometimento da participação coletiva, nos grupos sociais prejudicados; união das classes exploradas; e conscientização política.
Abrir o olho e ver que só a educação traz mudanças significativas, após largos esforços da sociedade e seus governantes, eis o instrumento da democracia através do voto que fala alto nestes assuntos, desde que assim pretendam os eleitores, bola da vez na decisão de cada pleito.

A HORA E A VEZ DO NOSSO FUTEBOL

Pedro Esmeraldo

Todos os desportistas cratenses se encontram radiantes, alegres, apresentando um quadro vibrante de contentamentos devido o bom desempenho de sua equipe no campeonato estadual da primeira divisão cearense.

Queira Deus que esse quadro não venha mudar de ritmo já que estamos enfrentando uma série de perseguições, causando baixo desempenho de sua equipe, pois a FCF tem como objetivo favorecer outros times em detrimento do Crato, visto que o futebol que estamos esbanjando causa desespero entre as outras equipes, fracas, incompetentes e que não apresentam um bom desempenho futebolístico. O pior é que as nossas autoridades não reagem diante desse descaso, deixam tudo correr frouxo, à revelia, sem esboçar nenhuma reação.

Por isso, o Crato está sendo abençoado por Deus e vem sempre de espírito elevado e consegue êxito, dando mostra de que temos coragem e força suficiente para enfrentarmos o batente e não fugirmos da luta quando aparece qualquer obstáculo.

Houve época em que o Crato possuía grandes craques e que mostrava raça e apresentava bons desempenhos, com jogadas técnicas, pois tinham originalidade e causavam inveja em outras localidades onde se apresentavam, pois tinham originalidade que causavam inveja em outras plagas quando apresentavam magia em suas jogadas céleres em seu magnífico futebol.

Lembramos muito bem desses craques como: Enock, Senhor, Antonio da Pensão, Anduiá, o goleiro Angelo, o médio Mundinho, o Avante Doutor Ossian, o zagueiro Moacir, o atacante Bebeto, os médios Kleber, Braz e muitos outros, como o armador Peixe e o goleiro Zé Albanito. Deixamos de mencionar outros nomes por falta de espaço.

Agora mesmo, esses valorosos craques do passado merecem figurar no quadro de honra na sede da liga cratense de desportos.

Queremos lembrar que consideramos essa época, como sendo a época de ouro do futebol cratense, já que possuímos os melhores craques mas não tínhamos estádios à altura do nosso futebol, conseqüentemente jogava em estádios improvisados, causando-nos transtorno para formar uma estrutura digna á altura do Crato.

Em tempos passados no final na década de setenta para o início da década de 1980, um grupo de desportistas organizou e solicitou ao então governador Virgílio Távora a construção do estádio do Crato a altura e que seria a redenção do futebol cratense.

O então governador prometeu e construiu o Estádio com muita ênfase, dando estímulo aos desportistas para que praticassem toda meta de esporte, com intuito que a juventude saísse do vício da embriaguez através da prática do esporte.

Infelizmente, um prefeito cafona, pertencente à era trogloditiana, porque não gostava de esporte, ansiava acabar com o estádio, dizendo ele que o seu sonho era transformar esse majestoso estádio num cercado de gado vacum, retirando esse sonho do povo cratense que há tanto almejava.
Graças a Deus e ao bom senso de alguns prefeitos, esse estádio foi sendo recuperado aos poucos, atingindo a sua glória como atual prefeito que se dedicou de corpo e alma à sua reforma, estimulando a prática esportiva até o Crato conseguir a sua glória.

Crato, 22.01.2010

A Feira do Crato da minha infância - por Magali de Figueiredo Esmeraldo.

Lembro-me que evento tão movimentado era a feira do Crato! No domingo à noite, os feirantes já colocavam sacos de feijão, na frente da calçada da casa onde eu morava, para a feira do dia seguinte. A economia do Crato dependia em grande parte dos produtos agrícolas. Os pequenos feirantes tiravam o sustento de suas famílias do resultado dessa feira semanal. Os proprietários das casas comerciais, graças ao aumento do fluxo de pessoas que vinham ao Crato, também se beneficiavam com a feira.

Era uma grande feira que se estendia por várias ruas do centro da cidade, pois naquela época não existia supermercados, só pequenas mercearias. Hoje a situação da feira é outra. Atualmente, embora tenha mudado de local, ainda serve de sustento para algumas poucas famílias e ponto de encontro dos moradores da zona rural. Além do mais, alguns produtos somente são encontrados na feira, como potes de barro, tamboretes, candeeiros e outras pequenas coisas.

No trecho da Rua Dr. João Pessoa onde eu morava, a minha euforia de criança era grande ao ver, já no domingo à noite, aqueles sacos de feijão empilhados sobre a minha calçada, pois sabia que com primos e primas íamos brincar em cima deles. A criatividade era grande, brincar de se esconder, ficar sentados enquanto uma prima nos contava histórias e muitas outras brincadeiras divertidas.

No outro quarteirão para lá da Praça Juarez Távora, chegando ao início da Rua Dr. João Pessoa, era a feira de barro. Era lá nesse trecho, que moravam minhas primas, que fizeram parte da minha infância. Na casa delas, muitos feirantes guardavam suas panelas de barros empilhadas no quintal para venderem na próxima feira. A mãe delas, por ser muito solidária, tinha a boa vontade de emprestar o quintal para os vendedores. Eu, na minha peraltice de criança, certa vez resolvi subir num pé de seriguela existente no quintal da casa das minhas primas, para logo em seguida cair, quebrando todas as panelas de barro que forravam o chão abaixo da árvore. Fiquei por alguns segundos sem fala, deixando todos nervosos e alvoroçados. Passado o susto maior, a gargalhada foi geral, porque eu na minha dificuldade de falar, a primeira coisa que disse foi: “Estou sem fala!” Depois desse sufoco, eu tive de ir para casa contar o que aconteceu ao meu pai e minha mãe, que além da preocupação com minha queda, tiveram que arcar com o prejuízo pagando aos pequenos comerciantes.

Na segunda-feira, logo ao amanhecer o dia, já se ouvia o barulho do pessoal arrumando as barracas para o início da feira. Ficava me distraindo vendo na parede do quarto, através da réstia do sol, pessoas se movimentando na rua. Imaginava estar assistindo um filme, devido às formas serem tão perfeitas. Era hora de me levantar para ir à aula e cumprir minhas tarefas de estudante. Quando voltasse, tinha a tarde toda, para me debruçar na janela da frente da casa e observar os transeuntes, porém antes tinha que fazer os deveres de casa.

A feira era o ponto de encontro do pessoal do campo que, além de fazer suas compras, aproveitavam para conversar. O dia era de animação para todos. Quando anoitecia os feirantes cansados, mas felizes desmontavam as barracas, varriam o local e deixavam em ordem. Tudo recomeçaria na próxima semana.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Partilha - Por Carlos Eduardo Esmeraldo


Vivemos num mundo capitalista, onde o principal valor é o ter. As pessoas geralmente são valorizadas pelo que têm e não pelo que realmente são. Há séculos que é assim! Sem que se perceba, os filhos vão sendo formados impregnados do desejo de acumular riquezas. E a afeição filial, a preocupação com os pais já idosos chegam a ser colocadas em segundo plano.
Há cerca de quinze anos, eu li num dos jornais de Fortaleza uma história ocorrida no final do século dezenove, que não me recordo quem foi o autor, mas que ficou guardada em minha memória. Reproduzo-a aqui ao meu modo:
***
Numa tarde quente de verão do final do século XIX, Mundico Silveira Barbosa, sentado na porteira do curral, observava meia dúzia de vaquinhas magras. Sentia na alma um grande vazio pelo desprezo a que fora submetido por seus doze filhos, após a partilha de todos os seus bens.

No passado, Mundico fora um dos maiores donos de terra daquela ribeira e um grande criador de gado. Quando completou setenta anos, sentindo-se cansado e provavelmente próximo do fim, não querendo deixar motivo de intrigas para os filhos, resolveu antecipar a herança que lhes deixaria. Ficou apenas com pouco mais de cem tarefas de terra e umas cinqüenta reses, que aos poucos foram minguando. Agora ele e Madalena, sua velha, passavam por necessidades nunca antes experimentadas.

A produção da terra era insuficiente para alimentação do casal idoso e os bois que escapavam da falta de pastagem, foram aos poucos sendo vendidos para assegurar a manutenção da fazenda. Mas o que mais doía no coração de Mundico era a falta dos filhos. Há mais de três anos que nenhum deles fazia sequer uma visita aos pais.

Estava Mundico imerso nesses pensamentos, quando ouviu ruídos do trotear de um cavalo. Era seu vizinho, compadre e grande amigo, o coronel Rondon Brandão. Sabedor da ingratidão dos filhos do compadre Mundico e das dificuldades pela qual ele passava, resolveu encontrá-lo, para comunicar ao amigo um modo de fazer com que os filhos passassem a visitar os pais.

Ao apear-se do cavalo, o coronel Brandão foi direto ao assunto, fazendo a seguinte proposta:
– O compadre vai oferecer um almoço para os seus filhos no próximo domingo. Pois sendo pra comer todo mundo vem! É o seguinte: vou lhe dar um boi e mandar meus empregados para matar o danado e preparar o almoço. Depois vou lhe emprestar um saco de moedas, contendo duzentas libras de ouro. O compadre ainda tem um cofre?
– Sim. - Respondeu Mundico.
– No dia do almoço você vai mandar colocar o cofre na sala de jantar, num lugar que fique bem à vista de todos. Depois mande quebrar um bocado de garrafas em pedacinhos do tamanho de moedas. Com esses cacos de vidro, o compadre vai encher saquinhos iguais aos das moedas. Bote tudo dentro do cofre, de modo que ele fique bem abarrotado, com o saco das moedas de duzentas libras bem na frente. Na hora do almoço vai chegar um portador meu com uma carta lhe pedindo duzentas libras de ouro emprestado. Leia a carta em voz alta. Eu lhe garanto que as visitas dos seus filhos não irão faltar.

Conforme o combinado, os filhos, genros, noras e netos compareceram todos ao almoço. No momento em que estavam sentados à mesa do banquete, chegou o portador do coronel Brandão com a carta que foi lida em voz alta. Os filhos ficaram atentos, observavam o cofre cheio e se entreolhavam num misto de curiosidade e satisfação. A tudo assistiam com redobrada atenção. Ao retirar o saquinho contendo as duzentas libras de ouro, Mundico disse ao portador:
– Avise ao meu grande amigo, compadre e irmão, coronel Brandão, que não se preocupe com o pagamento. Ele paga quando puder e quiser.

Terminado o almoço, os filhos por lá ficaram a tarde toda, somente se retirando ao por do sol.

No dia seguinte, logo pela manhã, três filhos chegaram para uma visita. Pois graças ao coronel Rondon Brandão, Mundico Silveira pode receber outras tantas visitas dos seus filhos, genros, noras e netos. Até o final de seus dias.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Nota: Os nomes dos personagens são fictícios.

Iniciativas vitoriosas de Crato - por Armando Rafael


Prof. Francisco Cunha, o criador do Berro Cariri

O próximo dia 12 de março de 2010 assinalará o 6º aniversário de abertura do 1º Berro
Cariri, evento criado pelo professor Francisco Assis Bezerra da Cunha, sob a coordenação da Universidade Regional do Cariri. A Urca patrocinou este evento até 2007. A partir daquele ano o Berro Cariri para ser realizado passou para o âmbito do
Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Agricultura.

O 1º Berro Cariri foi aberto no dia 12 de março de 2004, às 17 horas, no Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti. O primeiro evento além da coordenação da Universidade Regional do Cariri, contou com o patrocínio da Secretaria da Agricultura (Seagri); Secretaria do Desenvolvimento Local e Regional (SDLR); Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo (Sete); Banco do Nordeste; Ematerce, Sebrae e prefeitura do Crato. De lá para cá passou a integrar o calendário de eventos promovido pelo Parque de Exposição de Crato


Além da exposição de animais e produtos derivados da ovinocapricultura, no Berro Cariri são realizados debates e seminários como forma de difundir o rebanho que mais se adapta ao clima árido nordestino. O evento também conta com extensa atividade cultural, dando prioridade aos artistas locais que se apresentam no evento, além da
Divulgação de cordéis, livros cantadores e apresentações folclóricas da região do Cariri.


"O Berro Cariri além de propiciar a comercialização de animais e o intercambio de informações, serve de vitrine para os produtos e subprodutos da ovinocapricultura e de outras atividades agrícolas e não agrícolas", avalia o criador do evento, professor Francisco Assis Bezerra da Cunha.

Texto: Armando Lopes Rafael

sábado, 23 de janeiro de 2010

Já na fábrica o CD “Jacinto Silva. No coração da gente”.


Idealizado por Edson Barbosa e com direção geral de conteúdo e produção de Tiago Araripe, o CD “Jacinto Silva. No Coração da gente”, já está em fase final de produção e deve ser lançado após o carnaval. O CD produzido pela Link e Estúdio Muzak (Candeeiro Records) reúne 16 músicas do repertório de Jacinto Silva. O projeto gráfico é assinado pelo diretor de arte Marcelo Barreto e tem como mote a Feira de Caruaru. Não poderia ser diferente. Jacinto, alagoano de nascimento, morou boa parte de sua vida nessa cidade do Agreste pernambucano, terra também de um dos seus mais constantes parceiros: o compositor Onildo Almeida.

O álbum dá continuidade à tradição da Link em produzir sempre uma peça cultural para comemorar o início de cada ano. Exemplares do disco serão distribuídos aos clientes e amigos da Link, à família de Jacinto Silva e à unidade do centro espírita que o músico frequentava.

Confira as faixas e intérpretes do CD:

1- Aboio de um vaqueiro (Jacinto Silva) - Spok

2- Aquela Rosa (Jacinto Silva) - Margareth Menezes

3- Teste para cantador (Jacinto Silva) - Jacinto Silva e Silvério Pessoa

4- Minha professora (Jacinto Silva) - Targino Gondim

5- Cante cantador (Jacinto Silva/João Silva) - Flávia Wenceslau

6- Moleque de rua (Manoel Alves/Agenor Farias) - Caju e Castanha

7- Plantação (Jacinto Silva/Janduhy Finizola) - Maciel Melo

8- É tempo de ciranda (Onildo Almeida) - Isaar França

9- Justiça Divina (Onildo Almeida) - Tiago Araripe

10- Coco de praia (Jacinto Silva) - Flor de Cactus

11- Filosofia do forró (Jacinto Silva) - Josildo Sá

12- Pisa maneiro (Jacinto Silva) - Xangai

13- Gírias do Norte (Jacinto Silva/Onildo Almeida) - Elba Ramalho

14- Coco do gago (Jacinto Silva) - Tom Zé

15- Imaginação (Jacinto Silva/Idevaldo Nunes Marques) - Petrúcio Amorim

16- Fonte de Luz (Jacinto Silva/José Roberto Souto Maior) - Aurinha do Coco


Resumo da biografia de Jacinto Silva, conforme o site Dicionário da MPB, onde também pode ser encontrada sua discografia completa.

Discípulo de Jackson do Pandeiro. Iniciou a carreira em 1942. Seu trabalho serviu de inspiração para bandas pernambucanas como a Cascabulho. Em 1962 gravou na Mocambo seu primeiro disco com o baião “Justiça divina”, de Onildo Almeida e a moda de roda “Bambuê bambuá”, de Joaquim Augusto e Luiz Plácido. No mesmo ano, teve o rojão “Moça de hoje”, parceria com Ari Lobo gravado na RCA Victor pelo próprio Ari Lobo. Em 1963, na mesma gravadora gravou de sua autoria o coco “Coco trocado” e de Onildo Almeida, a moda de roda “Chora bananeira”. No mesmo período, registrou de Genival Lacerda e Antônio Clemente, o rojão “Carreiro novo”.

Em 1964 gravou dois dos últimos 78 rotações da série 15.000 da Mocambo com a moda de roda “Aquela rosa”, de sua autoria e o coco “Na base do tamanco”, parceria com José Maurício. Na ocasião, os discos foram divididos com Toinho da sanfona, que gravou no lado B. Em 1966 lançou o LP “Cantando”, pela gravadora CBS. Emm 1973 participou do disco “Forró na palhoça” lançado pela CBS no qual interpretou “Tarrabufado”, de sua autoria e Isabel Biluca e “Flor de croatá”, de João Silva e Raimundo Evangelista. Em 1974 lançou pelo selo Tropicana-Cantagalo o LP “Eu chego lá”, que na época recebeu calorosa crítica do jornalista José Ramos Tinhorão, que a respeito do disco afirmou: “… desfilam toadas agalopadas como “Flor de Croatá”, cocos como “Coco do pandeiro”, mazurcas nordestinas como “Eu chego já”, baiões de ritmo acelerado como “Tentar esquecer”, sambas-baiões como “Concurso de voz”, gêneros desconhecidos como mineiro-pau: uma estranha mistura que lembra ao mesmo tempo o ritmo do calango e, mais longinquamente, dos sambas de partido alto cariocas.”

Lançou pela Manguenitude, em 2000, o CD “Só não dança quem não quer”, produzido por Zé da Flauta, com participações especiais de Chico César, Vange Milliet, Mestre Ambrósio, Marcos Suzano, Toninho Ferraguti e Bocato. Destacaram-se no disco, “Fumando mais Tonha”, “Coco trocado”, “Chora bananeira” e “Abaio de vaqueiro”. Ao longo da carreira gravou 24 LPs e dois CDs.

Em 2001 recebeu um tributo do cantor e compositor Silvério Pessoa, ex-líder do grupo Cascabulho, no CD “Bate o mancá”, com músicas de Jacinto Silva, que aparece em algumas vinhetas ao longo do disco. Foram selecionadas 14 músicas do compositor e cantor alagoano, entre as mais de 200 de sua autoria.

Postado por Malu Oliveira no Blink (linkpropaganda.com.br/)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Minha volta a Aquarius

Luiz Domingos de Luna*
Outro dia, não sei bem precisar o motivo, me bateu uma saudade de meu berço natal Aquarius, depois de muito refletir, vi que não era importante a viagem, a cultura, o modo de vida tudo diferente, e, o fato maior de já estar acostumado aqui na terra, na verdade, me sinto mais a vontade como terrestre do que com o Aquariano.
Talvez o motivo real seja outro, ou seja: o medo de não poder mais retornar a terrinha, que, apesar dos conflitos humanos, das limitações, tem um charme muito especial que é o bairrismo, com certeza o que caracteriza o Planeta Terra é o bairrismo, algo muito difícil de encontrar em outro.
Diante da minha decisão de retorno ou não, vi que estava agindo como um terrestre, pois, o grande paradoxo dos humanos é também o meu paradoxo. Algo que me deixou perplexo e angustiado, ao saber que o amor a terra é também motivo de agressão a mesma, uma equação pensante muito contraditória, pois, como amar o planeta e viver eternamente pensando, abusando, ferindo, explorando, consumindo, poluindo e pelando a bolinha tão frágil e tão pequenina no espaço sideral.
Para os terrestres, talvez a minha reflexão, não contivesse o cerne da racionalidade, vez que: como os habitantes da bolinha ainda azulada poderiam chegar a tal conclusão? Se eles não conhecem outro referencial, para mim, isto é muito natural, porém para eles o meu questionamento pode nem fazer parte de seu campo pensamental. Por que fariam?
Descobri que sem um diferencial, ou outro referencial, fica muito difícil de chegar ou compreender o plano existencial, racional, lógico, real e plausível a arte cara de existir, numa ação tão renovada, quanto à existência do próprio homem no planeta terra.
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora (CE)



Apuração parcial - Por Emerson Monteiro

A porta se abriu e de repente lufadas auspiciosas de vento escorrem na face metálica das superfícies, materiais enferrujados em volta das fábricas imaginárias de transformação inevitável, envolvendo tudo com a seda suave do gesto universal da natureza, em ondas insinuantes e repetitivas. Prazer adocicado que não existia poucos instantes passados, contato alegre de mudanças impetuosas na atmosfera e nos sentimentos. Gosto de viver contagiado de pura felicidade avassaladora, nas formas penetrantes através das mesmas frestas da memória que administraram a excitação muscular original, proveniente de épocas da infância, de quando, ao menor gesto, as fibras do coração renovavam cada história dos pensamentos reconstruídos nas tantas outras possibilidades que ninguém o destino. Seres alados das histórias fantásticas invadiam, cinematográficos, as alamedas do espírito, no ímpeto de circuitos mecânicos, precursores da plenitude, euforia inexplicável de roupas drapejando ao sol das manhãs, nas marcas de tempos amarelecidos nas velhas canções italianas que revigoravam o instinto de amor nos corações dormentes dos jovens esperançosos.
Contudo, diante das notícias recentes de terremotos, temporais e programas de televisão que dominam as individualidades, mostrando ao vivo recônditas furnas da consciência, ilustrada folhas vespertinas deste período da aventura humana, há pontos circulando suspensos no ar que aguardam maior discernimento. A velocidade nas estradas e o transbordo das gangues de periferia, ou do centro administrador do sistema, impõem conclusões apressadas, aciduladas, aos filósofos e poetas. Ao menor sinal, drásticas interpretações, no entanto, chegam aos analistas políticos, sempre audazes em permanecer no plantão das ocorrências, fiéis ao princípio da livre iniciativa das massas em franco amadurecimento, abertas a novas perspectivas milenaristas.
No trâmite natural da superposição de liderança, a cada turno eleitoral essa vontade superlativa de sonhar com elementos pouco elaborados nos bastidores da moral dominante.
A quantidade de letras e números bem que ultrapassa com fartura o mérito de tanta gente sonhar acordada perante uma crise quase característica da espécie dos primatas ilustrados, veteranos burgueses convencidos. A civilização capenga, engendrada nos becos e cavernas, estremece nos trilhos das facilidades com o erário público nas mãos, ao sabor das farras e dos batuques nos terreiros da fantasia. Raros, raríssimos, estoques de manufaturados sem data de vencimento chegam e saem dos portos numa seqüência de cartas devoradoras. Pontes metálicas, turbinas supersônicas, guarda-chuvas nucleares, ogivas atômicas, suaves mergulhos de plataformas intercontinentais, portas usb e tontos atores às primeiras horas da manhã, nesse gosto de azinhavre na boca do estômago. Suave murmúrio do teu suspirar, diz a lição dos efetivos doutores da ética.
Só louças quebradas em profusão; cantigas de final de festa, embriaguez das poucas notas musicais das vendas dos botecos em alta e algumas bolsas que oscilam, quando leves chegam as primeiras chuvas do verão sertanejo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Kaika Luiz no Programa Cariri Encantado


O carnaval é um dos mais típicos festejos do Brasil. Do Oiapoque ao Chuí, essa festa popular, feita pelo povo, para o povo e de povo, é celebrada com alegria e descontração contagiantes. No Cariri não é diferente, apesar de já termos tidos carnavais mais brilhantes em tempo outrora.

Mas, tudo que é legítimo e representativo, pulsa e resiste. Há alguns anos, existe toda uma movimentação visando resgatar os saudosos carnavais da região. No Crato, esse movimento tem como uma das suas principais lideranças, o promotor cultural Kaika Luiz, um dos produtores do carnaval da Saudade, realizado no sábado magro de carnaval, no tradicional Crato Tênis Club. O baile está prestes a completar sua quinta edição consecutiva e se constitui num dos principais símbolos da retomada do carnaval cratense.

O Programa Cariri Encantado une-se a esses entusiastas idealistas e nesta sexta-feira fará ecoar o grito de carnaval já incontido no peito dos foliões locais. Para tanto, contará com a presença de Kaika Luiz que falará sobre a produção do baile Carnaval da Saudade e as perspectivas de realização de uma grande e alegre programação momina na região.

O programa Cariri Encantado é levado ao ar todas as sextas-feiras, das 14 às 15 horas, pela Rádio Educadora do Cariri AM 1.020, com retransmissão pela Internet através do site cratinho.blogspot.com. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias e apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste.

Se ligue!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


Por Ze Nilton

Cleivan Paiva é de Simões, no Piauí.

Veio para o Crato na década de setenta. Aqui encontrou um movimento efervescente liderado por muitos artistas, e logo encontrou um jovem rebeldista de talento e armado até os dentes com muitas poesias, músicas e propostas, o excelente e hoje premiadíssimo cineasta Rosenberg Cariri. E com ele iniciou uma sequencia de prestigiadas parcerias.

Cleivan foi um dos primeiros violonistas e principalmente guitarrista do maravilhoso conjunto Ases do Ritmo, que fez a alegria da danceteria dos anos setenta nos bailes e tertúlias da região.

Sem dúvida, houve na região, no final da década de sessenta e em toda década de setenta, verdadeiras escolas musicais, formadoras de uma variedade de músicos que estão aí até hoje palmilhando os caminhos da arte, infelizmente nem sempre devidamente reconhecidos, mas orientam e produzem os novos talentos no registro de suas composições. Cito alguns: Edilberto, Lifanco, Hugo Linard, Jayro Stark, Libério, Divane Cabral, Cleivan Paiva, Maestro Felipe, Rosenberg Cariri, Batista...

Guardo comigo uma passagem hilária quando do segundo Festival da Canção em Crato, já que o primeiro fora em Juazeiro do Norte, em dezembro de 1968, quando um concorrente precisou acompanhá-lo em seu bolerão nostálgico.

- Vai Cleivan, vai Zé Nilton, pediu a apresentadora do Festival, Fátima Barreto, aos únicos instrumentistas imediatamente à disposição da comissão organizadora.

Cleivan disse: não vou!

Sobrou pra mim. Lembro-me que acompanhei ao violão, vaiado pela platéia, o desafinado concorrente no seu bolero fora de moda. Alguns compositores presentes acharam que a música seria de minha autoria. Havia como sempre houve uma rivalidadezinha das turmas, sendo que a turma da Quadra era a mais afoita.

Cleivan seguiu mundo a fora mostrando sua arte musical, e chegou a se apresentar em casas noturnas na capital paulista. Como disse o músico e cineasta Firmino Holanda, também atuou em festivais: na Tupi classificou “Perímetro Urbano” (Nota: Na ocasião defendida por Marku Ribas, incluída [no disco “Guerra e Paz”] nele rende tributo a Victor Assis Brasil, tocando-a com arranjo do genial saxofonista). Antes disso, participou do Festival Universitário de SãoPaulo, com trabalhos em parceria com Rosenberg Cariry e Ivan Alencar.

O nosso ilustre compositor procurou nas frestas da MPB, no sul maravilha, exercitar sua arte em movimentos vanguardistas formando com músicos de origem de todas as tendências do século XX o conjunto “Ave de Arribação”. Foi para o meio do povo, para as feiras e periferias da paulicéia desgraçada, mostrar o que infelizmente o povão nem sempre capta, por estar com os ouvidos impregnados de sons que todas as mídias lhe incutem como valor imediato.

Cleivan acompanhou grandes músicos como Djavan e outros, em shows e gravações. É o compositor das trilhas sonoras dos filmes do cineasta caririense Rosenberg Cariry. É referência no cenário musical do Ceará e do Brasil.

Preferiu ficar no Crato, ao lado da sua família, dispensando a sua gravadora para os músicos de várias tendências, sem preconceitos, mas sempre atento em mostrar caminhos que primem pela elevação da música de qualidade.

Nesta perspectiva, termino este texto citando a poeta Socorro Moreira declarando seu respeito e reconhecimento ao grande compositor brasileiro:

“Até um dias desses, Cleivan era meu vizinho.
Cruzávamos no dia a dia, nas calçadas e na bodega da esquina.
Conheço e admiro o seu trabalho desde nem sei quando.
Quando mudou de endereço, a rua sentiu faltas daquele violão no batente,
Quando a noite fazia silêncio
Sem dúvidas, um dos mais talentosos violonistas brasileiros!
E pensar que ele é nosso, mora no Crato...
Merece ser prestigiado e homenageado com todo o nosso entusiasmo.”


Nessa quinta-feira, no programa Compositores do Brasil, na Rádio Educadora do Cariri, Cleivan vai falar e tocar ao vivo a sua arte, merecedora de todos os aplausos pelo que representa para a identidade da música popular brasileira.

Quem ouvir, verá !

Programa Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri – 1020 khz
Apoio. CCBN

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CONHEÇA AS BELEZAS DO CRATO

Por Pedro Esmeraldo

O nobre folclorista cratense Francisco Correia Lima “O Popular Correinha” louvava a nossa cidade do Crato, cantando música popular: “Venha conhecer as belezas do Crato”, tudo aqui é natural".

Era uma exaltação ao Crato da qual temos a impressão que esse folclorista foi uma das figuras mais nobres da arte popular cratense e que atentava às nossas autoridades lembrando que deveriam fazer obras “d’artes”, construindo monumentos como: Estátua aos Revolucionários de 1817; reativação das fontes luminosas; todas cobertas com obras “d’artes” a fim de atrair turistas quer culturais, quer populares, incentivando a construção de pousada e gozando do panorama maravilhoso que há nas faldas desse imenso chapadão do Araripe.

Era uma exaltação louvável a terra comum o que poderia mostrar a arte primitiva que perdura no seio do povo até os nossos dias.

Correinha era um cratense autêntico, filho adotivo do Crato, natural de Farias Brito, amava o Crato mais que os próprios filhos da terra, vibrava entusiasticamente pelas suas belezas naturais, decifrava muito bem os seus encantos; ninguém mais do que ele expressava com melodias e vibrava através da música com magia de homem simples, louvando a cidade com várias expressões sonoras, muito prudentes, almejava com espírito sóbrio, dizendo que o cratense fosse estimulado a querer bem a esta cidade, livrando-nos das canseiras diárias com as músicas populares nordestinas.

Conhecemos Correinha em 1958, trabalhando em comícios eleitorais onde fazia poesias jacosas, e decifrava em comícios favorecendo a certo candidato que terminava em uma exaltação popular.

Depois conseguiu um emprego na polícia, exercendo com eficiência e dignidade a sua função. Era reto, circunspecto, granjeava simpatia e era amigo dos amigos em todas as camadas populares.

Tempos atrás, conseguiu um outro emprego no SESI, no setor de lazer, como professor de artes folclóricas. Apreciávamos assistir e louvar a sua arte folclórica. O seu objetivo era divulgar o folclore regional. Era um autodidata, poeta repentista, estudioso e destemido, pois sempre foi um baluarte da esfera folclorista regional.

Cansado de tanta opressão, motivada pela falácia de alguns companheiros, pediu afastamento do seu emprego, deixando uma lacuna irreparável na arte popular do SESI.

Correinha era um homem de larga visão, não aceitava falcatrua, espelhava-se no caminho da honestidade e conduziu com distinção e louvor as suas atividades folclóricas. Era um esteio exemplar da juventude e dedicado ao trabalho.

Crato, 16/01/2010

P.S.: Dedicamos esta crônica ao cratense da Ponta da Serra, o historiador Antonio Correia, homem sério, educado, culto e muito dedicado à sua área! Desejamos muita sorte seu Antonio, vibramos com o seu otimismo, mas fique com o Crato.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Vida é uma cela

Luiz Domingos de Luna*

O Poder existencial na correnteza do tempo porta o mistério da vida, burla a mente humana, e escraviza os seres vivos, pois, senão vejamos: a vida sempre depende de matéria, preferencialmente, matéria perecível, logo, a vida é um prenuncio da morte, assim, todo ser vivo é um ser morto dependendo tão somente da variante existencial – Tempo.

O ser humano para existir precisa de uma carcaça, toda força pensamental, inteligível e processual é planejada, calculada e, vivida nesta carcaça da vida no interregno passageiro, o que de já, um grande peso, considerando a nossa força gravitacional que é muito forte e poderosa.

O Substrato da vida para existir cobra um preço muito alto, o corpo dos viventes é muito exigente, a dependência do meio ambiente é um agente controlador de todo processo existencial.

A Ciência pouco tem feito para mudar este quadro amedontrador que ceifa milhares e milhões de vida, no caso especifico do homo sapiens desde o surgimento do homem na era da cenozóica no período do pleistoceno aos dias atuais.

Essa maquina assassina da existência é tão poderosa que dos mais sábios vultos da humanidade aos mais simples dos humanos, ninguém ainda, teve coragem de enfrentar de frente este Dragão que se alimenta sorridentemente, de vidas no decorrer do espaço tempo
Por que isto acontece?

A Humanidade aceita calada e ordeira, a prisão existencial imposta aos seres humanos, quando muito, fica em fagulhas temporais uma história que, as mais das vezes, no freio existencial, um mito, uma lenda e por fim o esquecimento pleno – Total.

Esse poder existencial, que nunca foi barrado com seriedade, ou sem, é, foi, e será uma constante na vida dos seres vivos no planeta terra.

Os seres vivos aceitam isto como uma fatalidade, uma realidade imutável, o destino e haja substantivo ou adjetivos para qualificar esta dor existencial.

Porem, não muito longe, planetas, quasares, estrelas, seres luminosos, ou iluminados a quebrar a barreira do tempo sem esta limitação existencial – Por quê?

Por que a terra que o homem vive na vertical é a mesma que viverá na horizontal, ainda que sem vida – Corpos gelados, restos, somente restos.

Burlar o poder existencial, não é algo fácil, porém, também não é impossível, pois a cada volta do homem no cosmo, no futuro, maior a possibilidade de se encontrar com seres que já ultrapassaram esta forma embrionária e obsoleta de existir.

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamenta e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora CE.








domingo, 17 de janeiro de 2010

Crítica ao CD "Calendário ( O Tempo e o Vento)"

Canto de viver e sonhar

Por: Cláudia Sampaio

Vou fazer uma jangada
E pelo ar eu vou
Desbravar os sete ares
Pra encontrar o meu amor

(Ridimúin – Jangada aérea)


Calendário (O tempo e o vento), primeiro trabalho solo do cantor e compositor Geraldo Júnior, é uma celebração ao movimento da vida e seus ciclos de nascimentos e mortes. Nesse Calendário, que tem por combustível o amor e a saudade, o tempo circula desobediente de convenções; é feito de memória, lendas da terra natal, do mistério, do mar, do vento, das chuvas e das paixões.

As letras falam de temas poéticos por excelência: tempo, amor e saudade. As composições brilham pelo cuidado na combinação de palavras, viola, violão, acordeom, rabeca, baixo, pandeiro, triângulo, zabumba, flauta e percussão; e trazem a energia vibrante da voz de Geraldo Júnior.

Nascido em Juazeiro do Norte (CE), o jovem cantor é célebre em sua região, onde foi vocalista da banda Dr. Raiz, quando era então conhecido como Júnior Boca. Apontado como destaque na nova geração de artistas do Cariri – lugar que vem se destacando no cenário cultural brasileiro –, Geraldo mantém os laços com a riqueza cultural que traz do berço, com a gana de quem quer ganhar o mundo e o encanto de quem tem o ofício por missão.

Um dos hits é “Chuva de Janeiro”, que ele fez em parceria com Beto Lemos, com fãs declarados na comunidade que Geraldo tem no Orkut. Há farto material do artista na internet, vídeos no Youtube, reportagens de jornal, um blog de poemas e o CD está disponível para download, mas é daqueles com capa tão bela e bem cuidada que vale a pena ter o original.

Assim, ouvir o Calendário é sentir essa pulsão de vida, o sentimento do mundo como escreveu Drummond – amor e fogo.

É daquelas canções que dão fome de viver e de sonhar.

Para ouvir e saber mais: http://www.myspace.com/geraldojuniorcariri

Publicado em 24/11/2009 no site "Educação Pública":
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/cultura/prosaepoesia/0244.html

O sentido da vida - Por Emerson Monteiro

“Se a terra gira em torno do sol ou se o sol gira em torno da terra é uma questão de profunda indiferença.” “Por outro lado”, ele continua: - Vejo muitas pessoas morrerem porque julgam que a vida não é digna de ser vivida. Vejo outros, paradoxalmente, sendo mortos por ideias ou ilusões que lhes dão uma razão para viver – razões para viver são também excelentes razões para morrer. Concluo, portanto, que o sentido da vida é a mais urgente das questões.” (Albert Camus, in O mito de Sísifo).

Há dias claros como a luz das salas de cirurgia, quando a esperança corre solta por um fio brilhante de bisturi, aos olhos vesgos dos especialistas de armas em punho e sorrisos clínicos encobertos por baixo das máscaras brancas da matemática oficial da vida.
Noutros, o barco emperra areia da margem cinzenta das várzeas sem chuva no sertão, paisagens vazias dos córregos cheios de antes, na flor das alvoradas.
Os amigos em festas circulares chegam de repente e denotam cordialidade. Música das almas. Cheiro bom de terra molhada. O vento do estio nas telhas encharcadas de renovos. Portas fiéis. Nuvens...
Depois disso tudo, toca o telefone e o assunto mistura o que se pretende contar... E deixar de lado o desejo incontido de encaminhar um tema no papel, passar a quem lê o que se transcreve do lado de cá do universo, bem próximo dos maiores extremos.
Sentido impõe condições acima de outros aspectos perdidos na ilusão dos sentidos. Um marco único. Duas extremidades do trilho suave da noite das espécies, que fermentam sede monumental do perfeito, uns céus quase dentro das mãos que escapolem por entre os dedos, contas de vidro corrosivo, convergências toscas do sonho imortal da eterna felicidade.
Ainda que encharcados de euforia, leve sopro de brisa desmistifica a fome gritante de verdades perene nesta fase do tempo. Contudo os pássaros cantam; o verde reverbera; o Sol gira no próprio eixo; a Lua surge metálica nos finais das tardes, no poente; as crianças riem na algazarra mais simples e irreverente; as flores; os mananciais; os tetos manchados de rotos sinais, notas musicais, silêncios longos; momentos da alma que geme de dor, amor, espera.
As pulsações em passos lentos percorrem o espaço; qualquer névoa tinge de fulgor o espelho das memórias adormecidas.
Jamais como antes espectros perfurarão o vazio do sentimento. Novas notícias alimentaram o frêmito do coração e pediram (imploraram) esclarecimentos dos próximos passos a seguir. Sonhos em elaboração nas florestas do mistério. Só isto, pronto.

LANÇAMENTO DE LIVRO DIA 22

... São lembranças de um carnaval ...

Final dos anos 60, início da década seguinte, anos 80. A Rádio Araripe, através da iniciativa do saudoso Eloi, nos primeiros dias do mês de janeiro, colocava no ar, sempre após as 16 horas, o “Expresso Carnavalesco H20” – posteriormente com mudanças na sintonia da emissora associada “Expresso Carnavalesco 603”. “Forçava” assim, o grande Eloi, os foliões, os brincantes de uma maneira geral e a própria população a realização espontânea de mais um carnaval. Víamos nos bairros os ensaios das escolas de samba. A cidade despertava, acordava, se preparava para mais um período momino. O clima de autoestima, de ser realmente cratense, de alegria “invadia” toda a cidade. A crônica carnavalesca era organizada e dava apoio total ao momento festivo. Turistas dos mais diversos estados do país aqui chegavam. Hotéis, pousadas, residências familiares e de amigos super lotavam de alegres visitantes. “A alma” da cidade se enchia de entusiasmo. O seu coração (Praças da Sé e Siqueira Campos) pulsava mais forte. Zé Maia era seu símbolo maior. Maestro Azul preparava a bandinha e seu agradável repertório. Alegria total. Ruas Dr. João Pessoa, Miguel Lima Verde e Praças acima citadas eram espaços pequenos para tanta gente. No domingo e na terça os desfiles oficiais das nossas escolas de samba. No palanque, o prefeito da cidade, secretários municipais, o rei momo. Eloi, pela Araripe, Heron, pela Educadora aprontavam seus equipamentos de transmissão. Nosso povo era feliz e sabia. 20 horas, mais ou menos, terminava o carnaval de rua. Íamos direto para as dependências do Crato Tênis Club. Chegávamos ao bar do querido Juarez: uma, duas, três cachaças. Adentrávamos o Clube do Pimenta. Descontração total. A indiferença e o descompromisso dos três últimos administradores municipais, a omissão e o silêncio por parte da imprensa local, o preconceito por parte de nossa elite econômica e social, entre outras situações, inviabilizou a felicidade de nosso povo simples e bom, nossos trabalhadores, que tinham no carnaval da cidade um dos seus poucos momentos de lazer e descontração.
... São lembranças de um carnaval que passou... como diz a canção carnavalesca (um abraço Abidoral!).

Jorge Carvalho - Professor
Janeiro/2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Cariri e as Eleições

Por Jorge Carvalho

É inevitável, e necessário, que a Região Metropolitana do Cariri hoje referência em todo o Nordeste em diversos aspectos, participe diretamente das eleições 2010. Nós, como filhos e filhas do sul cearense, vislumbramos avanços significativos em nosso espaço geográfico com a chegada de mais um canal de televisão (Verdes Mares Cariri), a breve inauguração do nosso Hospital Regional, a urgente e prometida reforma do aeroporto regional, e também a breve inauguração do Centro de Convenções, em Crato e Ceasa em Barbalha. Sempre estivemos presentes, tanto em termos de ocupar o Palácio Oficial, elegendo governador e vice-governador, ocupando secretarias estaduais, ocupando cadeiras na Assembleia Legislativa. Também foi orgulho a nossa presença na capital federal com representantes, tanto na câmara baixa, como no Senado. Faz-se necessário serem olhados, com seriedade, por nosso futuro governante, representantes na Assembleia e Câmara Federal, além do Senado, questões como asfaltamento e/ou recapeamento de estradas que interligam nossas cidades, como também, as que fazem a ligação zona rural / zona urbana dos nossos municípios, facilitando a vinda e retorno dos que necessitam se deslocar em ambos os sentidos, hora e negócios, hora frequentando os cursos das nossas duas universidades. Por falar em estradas caririenses, lembramos a recente inauguração do metrô de superfície (o popular trem) ligando Crato a Juazeiro e o retorno da segunda à primeira. Torcemos para que o atual ou o próximo governador estenda esse meio de transporte até a região centro sul do Estado, mais precisamente até a cidade de Iguatu. A chegada de mais indústrias ao Cariri, apoio estadual ao micro e médio produtor rural, o fortalecimento do nosso comércio, as conquistas que o nosso futebol possa alcançar, (tanto na primeira divisão como na segunda divisão estadual e série B do brasileiro), a expansão dos cursos das nossas duas universidades, a valorização humana e profissional dos nossos jovens, a questão habitacional, a saúde vista como prioridade, investimento no ensino público, solução para a questão do aterro sanitário caririense; entre outros temas, são assuntos que deverão ser do interesse dos futuros governantes estaduais, tanto em termos do Executivo, como do Legislativo. Isso nos possibilitará maior inclusão social e, com certeza, melhor qualidade de vida para todos nós caririenses.

Texto: Jorge Carvalho