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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mestre Armando Leão visita o Cariri para articular congresso da UNEGRO




O mestre de Capoeira de Angola, Armando Leão esteve nesta segunda-feira (21/02) na região do Cariri para se reunir com lideranças do movimento negro com o objetivo de articular a mobilização para o congresso nacional da União de Negros pela Igualdade – UNEGRO que será realizado em julho deste ano.

O Congresso da entidade é composto por etapas regionais e estaduais. De acordo com o coordenador estadual da UNEGRO, Armando Leão o congresso desempenha papel importante na defesa de bandeiras de lutas pela igualdade racial, tolerância religiosa e também serve para ampliar as lutas e fortalecer as conquistas políticas e sociais para o conjunto da população.

No Ceará será realizado neste sábado, dia 26, no auditório do Sindicato dos Bancários, em Fortaleza, o Seminário preparatória para etapa estadual do Congresso. Armando frisa que do Cariri deverão participar cerca de 15 lideranças dos diversos segmentos do movimento negro, como quilombolas, copoeiristas, MCs, mães e pais de Santo. Ele destaca que manteve contato com representantes do Grupo de Valorização Negra do Cariri – Grunec, Coletivo Camaradas, Berimbalarte, quilombolas e pessoas de terreiro.

A Pró-Reitoria de Extensão PROEX da Universidade Regional do Cariri – URCA, A secretária de Esporte e Juventude de Juazeiro do Norte e a Prefeitura de Potengi são algumas das parcerias no Cariri da UNEGRO, além dos movimentos sociais.

RELEMBRANDO O CRATO ANTIGO - Pedro Esmeraldo


Foto capturada do Blog do Crato

Estamos tentando relembrar o Crato antigo. Era uma cidade pequena, mas de aspecto agradável, semelhante a uma cidade civilizada do sul do país. Seu povo vestia-se bem, andava bem trajado, sempre elegante, não fazia vergonha ao se apresentar em qualquer reunião social no cenário de todas as camadas da sociedade. O homem, enfatiotado e circunspecto, não se envergonhava de freqüentar os maiores convívios sociais.

Era uma cidade que quase não tinha indústria, a não ser pequenas indústrias de beneficiamento de arroz e algodão. O algodão, após ser beneficiado, tinha a lã transportada para os grandes centros do país. Também havia duas indústrias de ração para bovinos, satisfazendo o provimento da pecuária leiteira da região.

As suas principais praças eram localizadas no centro da cidade como: Francisco Sá, que é uma das praças mais bonitas do Ceará. Lá está instalada a coluna da hora e a estátua da samaritana, oferecida pelo artista e jogador de futebol Mundinho, grande craque cratense.

Também serviu de palco da antiga fonte luminosa, talvez abandonada por falta de recursos financeiros. Mesmo na parte central da cidade, havia um antigo mercado público, cognominado pela massa popular de arapuca, onde hoje é localizado o Banco do Brasil.

Naquele tempo, o crescimento do Crato era lento, mas digamos, com força de expressão, era uma cidade quase civilizada que tinha aspecto de cidade grande porque seu comércio era bastante intenso, devido a predominância da cana-de-açúcar e do algodão, que se encontrava no apogeu, considerada como um grande centro elevado de economia regional.

Os engenhos, ao redor da cidade, adocicavam a economia com o afago do seu mel, transmitindo um cheiro agradável ao visitante da cidade.

Posteriormente, essas duas culturas, ou seja, da cana-de-açúcar e do algodão arruinaram-se e o agricultor cratense estava totalmente despreparado para outra atividade correlata. Daí surgiu o descrédito econômico do agricultor que não sabe sobressair-se das dificuldades financeiras e ficou arrasado financeiramente, deixando cair no ostracismo social.

Quanto á queda do consumo da rapadura, observamos que, nos tempos modernos, o homem passou a mudar de hábito alimentar, abandonando certos costumes, afastando-se dos costumes regionais, mudando-se de costumes alimentares, esquecendo dos produtos da região, deixando o agricultor arrasado e desinteressado pelo trabalho agrícola.

Os homens de outrora, principalmente os da classe política encontravam-se totalmente despreparados para enfrentar o trabalho efetivo e ponderando com muita reflexão, não procuravam pormenores para descobrir a causa da queda da nossa economia, cruzavam os braços e não observavam os prós e os contras, a fim de qualificar o homem para exercer, com dignidade, novas profissões com trabalho que lhe fosse favorável ao seu sustento.

Lembramos ainda que o procedimento negativo do agricultor trouxe péssimas consequências para a economia cratense.

Não recorremos aos melhores métodos que fossem apropriados ao homem, sem aflição, verificar qual seria a sua melhor inclinação que adiantasse o seu trabalho de acordo com o seu capital, procurando a parte favorável e preferida pelo povo.

Crato-CE, 17 de fevereiro de 2011.

Uma anfitriã em pânico - Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Em l995, nosso apartamento estava lotado de irmãos e alguns sobrinhos de Carlos, que vieram à Fortaleza para apoiar uma irmã dele que ia se submeter a uma operação de ponte de safena. A cirurgia era de risco, o que fez com que os irmãos e todos os familiares ficassem preocupados. Estávamos todos unidos em oração e torcendo para que tudo desse certo. E eu, no meu papel de anfitriã, organizava tudo a tempo e a hora para que todos se sentissem bem acolhidos e confortáveis.

Nessa época o prédio em que moramos, estava sem síndico, pois ninguém queria assumir tal missão. Sem nenhuma liderança, já que nem o subsíndico quis se responsabilizar, não foi tomado nenhuma medida para que fosse realizada a dedetização. Por mais que colocássemos isca em nossa casa, apareciam algumas baratas voadoras e outras que vinham dos esgotos do edifício.

Em determinado momento, ao entrar na despensa com a minha cunhada ao mesmo tempo, para pegarmos alguma coisa, passaram por cima de nossas cabeças duas enormes baratas voadoras vindas da varanda. Na hora, em pânico e sem pensar no meu papel de anfitriã acolhedora e educada, saí correndo e tranquei a porta da despensa deixando minha hóspede lá com as duas baratas. Corri o mais longe possível daquele local. Depois que passou o susto e as baratas já estavam mortas, envergonhada fui pedir desculpas a minha cunhada, justificando minha atitude pelo medo que tenho de baratas. Ainda bem que ela perdoou. Passado o meu constrangimento, demos boas risadas.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Luiz Domingos de Luna*

A Cela do existencialismo dos seres humanos é inexorável. A inteligência em projeção pouco, ou nada tem feito para outros dados amostrais da arte do existir. A busca de fundamentação teórica dos componentes químicos para a composição da existência somente consolida a tela da fortaleza da prisão, pois em nada acrescenta ao substrato de outras formas de se fazer presente no panorama permeado a todos, vez o estudo do passado, seja como principio ativo ou não, o processo culminará sempre com a realidade do agora.
A filosofia tem se debruçado sobre a justificativa para a devoradora de vida no planeta terra – Na verdade, a peregrinação epistemológica tem sido mais para a justificativa da morte, dificilmente, se encontra uma escola filosófica para um estudo sério de como vencê-la, a ciência pouco tem feito para derrotar esta assassina de vidas. Dessa forma até parece que a morte é soberana é algo que está acima da compreensão humana. O reinado da morte parece ser eterno.
A morte de fato não derrota ou devora a vida, mas sim, apenas limita, pois a sobra da morte, a história, que a seqüência, forma a epistemologia genética da humanidade que é base para a civilização humana.
O Problema nasce quando a vida é estudada como a variável e a morte como a certeza, quando de fato, deveria ser o contrário, a vida como certeza e a morte como variável, isto acontece porque a humanidade se curva a inferioridade de uma existência perecível, ou seja, o presídio é concreto, vive em todas as abstrações dos humanos e sempre é vencedor, sendo a morte a heroína que fecha qualquer ciclo vital.
A solução se torna inatingível, pois tanto a inteligência quanto a ciência qualifica este caracteres como parte do Carrossel existencial, pois, a falta de uma forma diferenciada de existir faz sempre a vida no encaixe do tempo: passado, presente e futuro, até hoje esta fatalidade tem sido uma constante na vida dos seres vivos no planeta ainda azulado.
A desfragmentação da existência em outros patamares é base a libertação do homem, se não existe espaço dentro da lógica real, palpável, ou do alcançável, que seja oferecido novos modelos existenciais, se esta possibilidade inexiste dentro do campo racional do existencialismo que se busque uma ferramenta para tal fim, assim, a fé será sempre um caminho de Luz.
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora - Ceará.

Lifanco – Um guerreiro da Nação Cariri



Compositor, músico e fundador do reisado Nação Cariri. Lifanco deve produzir em breve uma coletânea de músicas engajadas. Lifanco tem composições com artistas do Cariri como Fatinha Gomes, Luciana Dantas, Cacá Araujo e o musico paraibano Rangel Junior, além de várias outras parcerias.
Alexandre Lucas - Quem é Lifanco?

Lifanco - Uma pessoa do bem

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Lifanco - Como musico aprendiz em 74, tempos de rock´s, baladas e leves blues que falavam de paz e de amor...que tempo !!!!

Anos 80 comecei a tocar em bandas, só a partir de 98 comecei a compor e cantar minhas vivências e também imaginações, pois ninguém é de ferro, né?!

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Lifanco - Todas!! Ainda hoje tenho influências... Desde que passem pelo crivo critico da minha capacidade de sentir.

Alexandre Lucas - O que é música para você?

Lifanco - Tudo !!! A musica tem o poder tipo: moldar pensamentos e atitudes, por isso o cuidado meu e de outros artistas na qualidade do que faz !!

Exemplos ??!! Temos de sobra estão ai no ``mêi do mundo´´ o que se esta criando em termos de comportamentos tendo como meio divulgador a musica ??!! É brincadeira!!
Os que podem fazer alguma coisa preferem ficar em suas casas e mansões com os seus, ouvindo e assistindo o que acham melhor. Ao resto? Resta a pergunta : Será ?!!

Alexandre Lucas - Você tem composições em parcerias com vários artistas. Fale dessas parcerias.

Lifanco - Ressumo numa pequena frase : É o que sustenta a vida e me dar a alegria de vivê-la.

Alexandre Lucas - Você tem composições engajadas?

Lifanco - Sim, divulgadas ? Esta perto(espero).

Alexandre Lucas - O seu novo trabalho será uma coletânea dessas musicas engajadas?

Lifanco - Com certeza !! Aguardo paciente o que falta, não depende mais só de mim.

Alexandre Lucas - Como você analisa o cenário musical do Cariri?

Lifanco - Sobre apresentações musicais com os nossos artistas não sei se posso analisar, até porque saio muito pouco, se esta acontecendo alguma coisa, falta divulgação.

Alexandre Lucas - Qual a sua relação com a brincadeira do Reisado?

Iiihhh !!! A mais prazerosa e descontraída possível !! A gente vira criança! É um outro mundo !!

Fundamos o ``Reisado Nação Cariri´´ gravamos 02 cd´s que considero uma das coisas mais importantes na minha historia. Mas.... (tem sempre esse mas, né?) Por força da falta de força tivemos que parar.

Alexandre Lucas - Como você ver a participação dos músicos e interpretes do Cariri nos grandes eventos da Região?

Lifanco - Relação intima nenhuma rsrsrsrsr, temos eventos promovidos com outras intenções.

O trabalho dos nossos artistas deve ter uma boa estrutura financeira e estética pra poder ser mostrado aos que nos visitam, ficamos com um espaço quase que vergonhoso em expocratos, expoafres, berros e etc... Os artistas da região foram os pioneiros, hoje não são nem chamados, mesmo que seja pra se submeterem a uma seleção... Também pudera !! Então é isso (os artistas que falo são os que estão engajados num bem comum, que fazem um trabalho consciente, musical e poético) os que estão na midia (nada contra) não passam por esse tipo de coisa.

Valeu !! E viva a nossa guerrilha, o nosso coletivo camaradas, a Mostra Sesc de teatro, o nosso festival cariri da canção, a mostra sesc de musica, nossas terreiradas com seus mestres e mestras, nossos compositore(a)s, atore(a)s,poetas, poetisas e cantores e viva nossa cultura viva e pulsante nas veias dos pensantes e atuantes caririzeiros.

Alexandre Lucas - Quais são os seus próximos trabalhos?

Lifanco - Compor sempre que sentir ser necessário e gravar quando for possível.