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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Desfazendo intrigas


Por Pedro Esmeraldo

Não somos bisbilhoteiros, por isso gostamos de combater as bisbilhotices – inseridas na defesa da minha cidade natal – presentes nos pensamentos de alguns dos homens sérios de Crato. Felizmente, ou infelizmente, não somos políticos arraigados aos moldes antigos, ou seja, não somos afeitos ao coronelismo ultrapassado, que tanto prejudicou o crescimento de Crato.

Muitas vezes, procuramos equilibrar-nos tentando enfrentar os desafios existentes nas artimanhas, que só vêm prejudicar o crescimento harmonioso de nossa terra. Já chega de tomar partidos em ocasiões obscuras, as quais não contribuem para o bom desempenho administrativo. Por isso, queremos afirmar – uma vez que presenciamos tomadas de posições nocivas à cidade – onde há “mandingas” que causam espécie, prejudicando o crescimento urbano de Crato, considerando que a maioria da população torce por um trabalho sério e honesto por parte das nossas autoridades.

Daí, criamos coragem e partimos para a luta a fim de avisar aos que se prevalecem como donos da situação – julgando-se os "maiorais" – e também avisando aos órgãos da prefeitura: fiquem atentos. Mostrem eventuais erros. Mobilizem as chefias correspondentes e suas áreas de trabalho, evitando-se medidas erradas. Consertemos os erros, apressemo-nos nas construções dos melhoramentos necessários e evitemos acontecimentos sombrios que só vêm prejudicar a cidade.

Fizemos vista grossa em várias administrações, mas queremos relatar desacertos ocorridos em administrações passadas, que nos prejudicaram devido ao pensamento tacanho de alguns administradores anteriores.

Frequentamos, algumas vezes, os gabinetes municipais com o único desejo de alertar para erros, mostrando acontecimentos desnorteados ocorridos por muito tempo. E isto foi causado pela fraqueza desses homens que realmente só pensaram em praticar o clientelismo doentio, protegendo aos apadrinhados políticos mal acostumados. Com isso esqueceram de administrar com correção e acerto em benefício desta cidade.

Ultimamente, tivemos a ousadia de comunicar ao atual prefeito o fechamento da Escola H. Firmeza, que foi o esteio do Ensino Fundamental durante as três últimas décadas. Por esse motivo vivemos um período crítico e desagradável já que alguns cratenses vêm fazendo vista grossa sobre este fato. Da nossa parte só querermos que esses políticos façam o seu trabalho em benefício de toda a população de Crato.

Não adianta ficar fazendo críticas desconexas, visto que nós, os cratenses, não esmoreceremos e partiremos para a luta, chova ou faça sol. Só temos um desejo: ver a cidade numa marcha segura. Marchando no caminho sério do desenvolvimento sustentável.

A vida é bela e breve – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

A vida da gente parece um breve piscar de um relâmpago. Dura apenas algumas frações de segundos. Quando menos esperamos, estamos percorrendo o ramo descendente da parábola. Se pararmos para assim pensar, o eterno que existe em cada um de nós começa a desvanecer e nos precipita à conclusão simplória de que somos seres simplesmente descartáveis. Mas não é bem assim, acreditem. A eternidade existe. À medida que vamos envelhecendo, a nossa percepção de tempo muda, e este nos parece passar mais aceleradamente. Penso que, na eternidade, o tempo se faz correr mais velozmente que os raios que descem dos relâmpagos em noites de tempestade.

Ainda outro dia era criança e, de repente, fui surpreendido com um aviso da proximidade da minha inclusão nos benefícios oferecidos pelo novo estatuto do idoso. Necessitando fazer uma polissonografia, um exame de nome feio e execução mais horrorosa ainda, tive de ir à sede da Unimed para conseguir uma autorização. Na recepção, a atendente me deu uma senha de número 41 e, ao chegar ao guichê de atendimento, a senha que estava sendo chamada era a de número 185. Então, voltei e indaguei à moça se ela não havia se enganado, pois já estava sendo chamada a senha 185. Ela calmamente respondeu, indicando-me um outro guichê:
– A sua senha é para aquele guichê à esquerda!
Olhei para o local indicado e estava escrito: Atendimento a gestantes, deficientes físicos e idosos. Mirei a minha barriga e conclui que, após o rigoroso regime alimentar, ao qual tenho me submetido ultimamente, não poderia de modo algum ser confundido com gestante. Pisei firme com as duas pernas e estava inteirinho. Então, perguntei à moça:
– Você me deu a senha da fila dos idosos?
– Foi – respondeu ela com muita naturalidade.
– Muito obrigado! – disse agradecido, antevendo as virtuais delícias e regalias da terceira idade.

A propósito desse assunto, lembrei-me de que a Coelce tinha um funcionário conhecido por seu Chiado. Era meio pernóstico e falava chiando, querendo imitar os cariocas, pois gostava de dizer que morara no Rio de Janeiro por mais de vinte anos. Dizia que era natural do Crato e parente da famosa musicista Branca; da professora Ida, homenageada com uma placa contendo o seu nome numa pequena travessa da nossa cidade, e também de Ana, nome de rua em Fortaleza, todas elas, suas primas. Apesar de aparentar mais de sessenta e cinco anos de idade, atribuía a si próprio a fama de grande conquistador. Cabelos tingidos de preto e impecavelmente penteados, assentados à custa de muita brilhantina, andar elegante, cigarro permanentemente entre os dedos, tal qual um astro de Hollywood. Era dessa forma que ele se apresentava. Esta história me foi contada por ele mesmo. Precisando ir descontar um cheque numa agência bancária do centro da cidade, entrou numa interminável fila, quando notou duas jovens acenando para ele. Entusiasmou-se todo, pois julgou que elas estavam a fim de paquerá-lo. Aproximou-se delas e assim as abordou:
– Boa tarde! Nós já nos conhecemos, tenho certeza. Vocês acenaram pra mim e aqui estou inteiramente à disposição dessas tão belas jovens.
– Não, senhor. A gente queria apenas avisar ao senhor que a fila dos velhos é aquela outra – responderam as duas mocinhas, para tristeza do nosso Dom Juan.

A vida é bela, mas é breve. A gente nunca pensa que um dia morrerá. Para nós, a morte somente acontece aos outros. Sem pensar no futuro, mas somente para me livrar de um vendedor insistente, comprei, há uns oito anos, um jazigo num novo cemitério em Fortaleza, em construção. Depois do pagamento do título, comecei a receber pequenas cobranças da taxa anual de manutenção, que poderia ser paga em doze módicas prestações mensais. Mas Magali pagava tudo de uma vez, pois dizia não se sentir bem olhando para aquele papel todos os meses. E eu, então, acrescentei:
– Não sei pra que eu comprei esse túmulo. Acho que se eu morrer aqui em Fortaleza, vão levar o meu corpo para o Crato.
– E eu? – disse ela. – Que nem de morrer gosto!

A vida é bela, é curta, e ninguém quer morrer, por maior que seja a fé. Ah, se a nossa fé fosse ao menos do tamanho de um grãozinho de mostarda! Pensando nisso, lembrei-me de uma pequena história que me contaram.
Um cardeal voava com destino a Roma, num desses superjatos, ao encontro do Papa. Com todo direito que a sua autoridade lhe permitia, sentou-se na fila da frente da primeira classe. Em dado momento do vôo, que até então havia sido tranqüilo, ouviu-se um estranho barulho, um grande sacolejo no jato. A comissária foi até à cabine, para saber o que tinha ocorrido. Então o comandante lhe disse:
– Avise aos passageiros que iremos cair no mar, pois pifaram de uma vez as quatro turbinas e não estamos conseguindo fazê-las funcionar novamente. Mas dê a notícia com muito jeito, para não causar pânico – ordenou-lhe, com aparente tranqüilidade, o comandante.
Ao sair da cabine, o primeiro passageiro avistado pela comissária foi o cardeal. Então trêmula, porém esforçando-se para aparentar calma, tentou disfarçar:
– Monsenhor, que é que o senhor diria se este avião caísse daqui a cinco minutos, e nós todos morrêssemos?
– Oh! Seria a glória suprema! O momento mais aguardado da minha vida! Iria estar face a face com Jesus. – respondeu-lhe o cardeal.
– Pois, monsenhor, daqui a cinco minutos o senhor estará face a face com Jesus, porque este avião vai cair. Todas as turbinas falharam e não resta nenhuma possibilidade de serem recuperadas a tempo.
– Pelo amor de Deus, não diga uma desgraça dessa não, moça!
A vida é bela, porém breve.

Extraído de “Histórias que vi, ouvi e contei” de Carlos Eduardo Esmeraldo, Premius Editora, 2005, p.17

Cultura afro-brasileira

A Escola de Ensino Fundamental Iva Emídio Gondim, localizada no bairro João Cabral, em Juazeiro do Norte, promoveu feira de artes com o tema Cultura Afro-brasileira. O evento é uma das ações do Projeto Político Pedagógico da escola e objetiva desenvolver atividades voltadas à valorização da cultura afro– brasileira, bem como promover a inclusão social. Cerca de 1.400 alunos se envolveram na confecção dos trabalhos que teve seu lançamento na sexta-feira (27). A exposição esteve aberta ao público durante todo o dia do sábado para os alunos, convidados e comunidade. A amostra dos alunos do 1º ao 9º ano retratou um produto obtido de um processo e formação de sujeitos criativos e sensíveis que vincula a educação à arte numa proposta da expressão de identidade.

Notícias do Cariri

JUAZEIRO É APONTADA COMO 39ª CIDADE COM MAIOR ÍNDICE DE VIOLÊNCIA
Juazeiro do Norte é a 39ª cidade brasileira com maior índice de violência contra os jovens no País. Esse resultado foi apontado pela pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça e Fórum Brasileiro de segurança Pública em 266 municípios com mais de cem mil habitantes. No Ceará somente Sobral na 37ª colocação, supera Juazeiro no ranking com os Índices da Violência Juvenil.Os dados fazem parte dos estudos realizados pelo Ministério da Justiça,foram divulgados no último dia 24 e estão sendo analisados como estratégia para a doção de medidas pelos Governos Municipais, Estaduais e Federal para o combate da criminalidade.
GOVERNO INAUGURA METRÔ DO CARIRI
O governo Itinerante visita a região Sul do Ceará e inaugura o Metrô do Cariri, que por enquanto, funcionará em operação branca, sem cobrança de bilheteria. A inauguração acontece em duas etapas, primeiro na estação do Crato e em seguida, Juazeiro do Norte. Já em Brejo Santo, durante a realização de mais um governo Itinerante, na quarta- feira, serão lançadas ações voltadas para educação, saúde, agricultura e segurança.
Fonte: Jornal do Cariri

Usina de Barbalha poderá voltar a funcionar


A possível revitalização da Usina Manoel Costa Filho S/A está criando boas expectativas tanto para os barbalhenses como para todo o Cariri. A sua reabertura gerará para a região empregos, aumento na produção de cana de açúcar e lucros para toda a região. Mas há um impasse para que a sua revitalização seja concluída, a quitação das dívidas da usina, que vão de contas tributárias a débitos trabalhistas.

A Usina foi criada no ano de 1976 e tinha seus negócios voltados para o setor sucroalcooleiro. Nos seus melhores tempos de moagem, no fim da década de 80, chegou a produzir 610 mil sacas de açúcar por mês e uma média de 35 mil litros de álcool por dia. Possuía 384 funcionários industriais e 1.100 no campo. Contribuiu com 4% do PIB do Estado na década de 80, produzindo 350 toneladas de açúcar. O tipo demerário nos anos de 1984 e 85 foi exportado para países da América do Norte, fora o tipo cristal que era distribuído para todo o Nordeste. Já o álcool era fornecido para a Petrobrás.

No fim dos anos 90 começaram as primeiras dificuldades financeiras para a Usina. Escassez de matéria prima, crise do álcool, falta de investimentos do Governo Federal e Estadual e preço da saca de cana muito inferior ao que realmente deveria ser cobrado. Essas são as versões dadas pelo atual gerente da Usina, Jaildo Borgonha, para as possíveis causas do início da crise que parou a moagem no ano de 2005.

Daí por diante a Usina parou de funcionar a parte industrial, funcionando apenas a parte burocrática. Hoje, o que resta são processos trabalhistas, máquinas paradas, dívidas com o Estado, Governo Federal, com fornecedores e de energia. Atualmente todo o patrimônio da Usina Manoel Costa Filho se encontra penhorado.

Visão dos trabalhadores
Para os trabalhadores José da Cruz e João de Almeida, que trabalharam na Usina, a realidade é bem diferente. Contam que com a chegada dos irmãos Carlos Henrique Albuquerque Maranhão e Fernando Albuquerque Maranhão as coisas começaram a mudar. “Acredito que na verdade o que houve foi uma má administração da coisa, daí tudo virou uma bola de neve. Começou a atrasar os salários, faltar energia, e os fornecedores não queriam mais abastecer a Usina com as canas. Há anos esperamos nossos direitos e nada acontece. Esperamos que com a revitalização possamos receber os atrasados”. Conforme os mesmos, acordos já foram feitos, mas mínimos em relação ao que se tem a quitar. Os nomes dos trabalhadores são fictícios para preservar a identidade dos mesmos.

Visão dos Proprietários
Fernando Albuquerque Maranhão Filho, sobrinho de um dos proprietários, confirma que muitas dívidas se acumulam, mas todas serão quitadas, principalmente a dos trabalhadores. “No início do mês de novembro deste ano foi realizada uma avaliação organizada pelo Governador Cid Gomes e o Secretário do Desenvolvimento Agrário Camilo Santana na Usina. Essa visita avaliativa é para analisar a possível recuperação da mesma. Acredito eu, que vai dá certo. E a nossa primeira atitude é pagar todos os nossos funcionários e quem sabe contratá-los novamente”.

A dívida
A dívida trabalhista chega a 12 milhões de reais e é corrigido ao dobro a cada quatro anos. Há casos que perduram desde o ano de 1987. Já houve a tentativa de quatro leilões para a venda da Usina, mas apenas um aconteceu de fato. O que ocorreu é que não houve comprador. Os outros leilões foram embargados pelo Tribunal alegando o baixo valor dado à Usina, que vale de 9 a R$ 10 milhões de reais.

Para o Juiz Hermano Queiroz Júnior, com o interesse do Governo em sua revitalização é possível que o leilão seja realizado em breve. “Já há pedidos de compradores. Acredito que logo no primeiro semestre de 2010 as coisas se resolvam”. De acordo com o mesmo, não importa quem seja o comprador, automaticamente a Justiça abrirá uma conta em nome dos ex - funcionários para o pagamento.

Por Nina Luíza Carvalho para o Jornal do Cariri

Produtores de Mauriti pedem reestruturação de perímetro irrigado

Uma audiência pública realizada para comemorar os 100 anos de atuação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) foi realizada no município de Mauriti. Dentre os assuntos que tiveram destaque, o projeto de revitalização do perímetro irrigado de Quixabinha, que hoje se encontra parado e sem perspectiva de uma maior produtividade na fruticultura.
O presidente da Associação dos Irrigantes do Perímetro de Quixabinha, Evanildo Simão falou sobre a importância das obras de transposição das águas do Rio São Francisco, que cortará o município em torno de 40 km, passando por dentro do perímetro irrigado. Com isso, existe a necessidade de o perímetro ser reestruturado pelo DNOCS, ficando apto a receber as águas da transposição.
O perímetro tem aproximadamente 107 associados. Devido à falta de operacionalidade e pelos custos de energia, cada irrigante passou a ter o seu próprio ponto de energia, que puxa a irrigação do leito do Riacho dos Gomes. “O que nós estamos querendo é que o DNOCS possa modificar este nosso sistema de irrigação e que faça com que chegue imediatamente nas mãos dos irrigantes”, disse Evanildo.
O presidente disse que todo este processo poderia ser feito através do Banco do Nordeste, que poderia elaborar o projeto. Porém, o maior drama dos produtores do perímetro está ligado a não renegociação dos seus débitos junto ao Banco do Nordeste, devido o banco já ter penhorado uma parte dos bens da cooperativa de Quixabinha, que está em fase de leilão.
De acordo com Evanildo, o débito dos produtores com o banco do nordeste oscila hoje em torno de R$ 4,5 milhões e a cooperativa não dispõe de todo este patrimônio, “por isso, fomos enquadrados nesta nova Lei de Renegociação do governo federal. O débito será dividido entre os associados, onde cada um está assumindo o seu, que é de aproximadamente R$ 35 mil por irrigante”, revelou.
A dívida vem se perdurando desde o ano de 1994. O perímetro tem em torno de 513 hectares de terras, mas 200 estão sem produzir por falta de crédito e assistência técnica. “Se renegociarmos a dívida com o Banco do Nordeste, iremos trabalhar o plantio da mamona em uma parte desta área ociosa, além da produção de banana que tem um mercado vasto no Cariri”.
“Estamos sofrendo com a falta de captação d’água para irrigar os 24 lotes existentes. Só estamos plantando e colhendo uma safra por ano por termos que segurar a vazão do Quixabinha, que hoje é de 80 metros por segundo, quando o ideal é de 180 a 200 metros por segundo”, revelou.
O coordenador estadual do DNOCS no Ceará, Eduardo Segundo afirmou que o órgão tem uma nova postura para redimensionar o desenvolvimento no Nordeste e está pensando em viabilizar a instalação de um escritório regional do órgão e criar uma unidade no Cariri, “Através da criação da unidade do Cariri é que queremos revitalizar o perímetro irrigado de Quixabinha, que muito contribuiu com o desenvolvimento da região. Queremos emancipá-lo, deixando a sua administração por conta dos irrigantes”, concluiu o coordenador do DNOCS.
Fonte: Jornal do Cariri

VI Berro Cariri Promove Ação Social - Por Océlio Teixeira

Criado em 2004, o BERRO CARIRI chega a sua sexta edição. No último sábado, dia 28 de novembro, conversei com o Dr. Francisco Leitão(Presidente da Comissão Gestora da EXPOCRATO) e o Prof. Francisco Cunha(Criador do Berro Cariri e Coordenador do VI BERRO CARIRI) sobre essa experiência que a cada ano vem mostrando sua força e se consolidando como um dos principais eventos da região do Cariri. O VI BERRO CARIRI será realizado no perído de 3 a 6 de dezembro, no Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcanti, na Cidade de Crato. A seguir, uma síntese da conversa com o Dr. Leitão e o Prof. Cunha.

Océlio: Prof. Cunha, o Berro foi criado, em 2004, por sua iniciativa pessoal e apoio total da administração da URCA à época. Neste ano de 2009 será realizada a sexta edição deste evento que tem se consolidado como um dos principais do Cariri. Como será o VI BERRO CARIRI?

Prof. Cunha – O Padre Cícero disse a Floro Bartolomeu: o Cariri tem que berrar. E esse berro tem ecuado durante seis anos e nesta sexta versão nós temos a consolidação do sonho de trazer para o Parque de Exposição os arranjos produtivos locais que são menos favorecidos. Aqueles arranjos que são ligados ao pequeno produtor, ao agricultor familiar. A exemplo da criação de ovinos, caprinos, do artesanato, da mandiocultura. A parte da apicultura, que é extremamente importante. O engenho da cana de açúcar e a parte cultural que também é muito importante. Teremos o VI Festival de Violeiros Cego Aderaldo, o VI Festival de Cordéis Patativa do Assaré e o VI Festival Folclórico Mestre Elói Teles. Com isso nós ficamos muito felizes, especialmente com essa nova coordenação e a nova visão dada pelo Dr. Leitão, trazendo artistas de renome nacional, mas que tem uma identidade muito grande com a nossa cultura popular. Neste ano teremos nomes como Os Nonatos, Flávio Leandro, Flávio José, Fagner, Dorgival Dantas e de diversos artistas da região do Cariri.

Océlio – Prof. Cunha, você falou das duas vertentes do VI BERRO, a cultural e de negócios. A respeito desta última, quais são as expectativas para este ano?

Prof. Cunha – A expectativa é que nós tenhamos cerca de 1000 ovinos e caprinos e não necessariamente da comercialização. Mas do ponto de vista da liberação de recursos se tem a expectativa da liberação de mais de um milhão de reais pelo Banco do Nordeste durante o evento. Esta é uma expectativa fantástica. E o que nós esperamos com isso? Nós esperamos que o evento seja um sucesso de público e de negócios. Agora, neste ano, nós temos duas novidades. Uma, é que todo o lixo que for produzido no evento será reciclado pela Associação dos Catadores de Lixo do Crato. A segunda novidade, que é uma idéia do Dr. Leitão, e que foi acatada por todo o Núcleo Gestor, é de dar uma função social ao Berro. Esta ação social consiste no seguinte: durante o dia a entrada no Parque de Exposição será gratuita. Já à noite, para os shows, as pessoas irão contribuir com dois quilos de alimentos não perecíveis, que serão recebidos diretamente por entidades beneficentes da cidade de Crato. E assim, nesse período natalino, o Berro, além de cumprir com uma função ambiental, a reciclagem do lixo, vai cumprir também uma função social que é de tornar o natal das pessoas mais pobres e menos favorecidas de Crato mais alegre e sem fome.

Océlio – Prof. Cunha você falou em 1000 cabeças de ovinos e caprinos. De onde virão esses animais?

Prof. Cunha – Hoje, o Governo do Estado tem feito um esforço muito grande, talvez o maior dentre os estados do nordeste, especialmente através do trabalho capitaneado pelo Secretário Camilo Santana, no sentido de que nós possamos sair do risco desconhecido da aftosa para o risco zero para aftosa. Então, a limitação que nós ainda temos é a barreira sanitária da aftosa, mas o que nós esperamos é ter a participação, especialmente, dos estados que são os maiores criadores de raças nativas, no caso os estados da Paraíba e do Ceará.

Océlio – Vou conversar, agora, com o Presidente da Comissão Gestora da Expocrato, que, atualmente, é responsável pela organização do BERRO CARIRI. Dr. Leitão qual a importância do Berro para a região do Cariri e para a economia local?

Dr. Leitão - A importância do Berro é determinante e tem sua potencialidade voltada, principalmente, para o pequeno agricultor, para o pequeno criador. O Berro tem como objetivos o resgate e a preservação dos animais nativos, que são mais rústicos e que têm o menor custo na sua criação e produção para o pequeno produtor. Esses foram objetivos detalhados e determinados pelo Prof. Cunha, que é na verdade o pai deste evento, o Berro Cariri, na sua passagem pela administração superior da URCA, quando teve esta feliz e importante idéia. Através do Berro movimentamos a agricultura familiar. Nós estamos movimentando o engenho, a casa de farinha com a mandioca, dentre outros. Com isso, movimentamos a economia de um modo geral, criando vários empregos e rendas temporários, sobretudo para aqueles que mais necessitam. E uma ação nova de grande importância é que, como o Berro será realizado no mês de dezembro, o mês natalino, nós achamos por bem beneficiar as oito instituições mais necessitadas e carentes aqui da cidade de Crato e decidimos que o acesso aos shows à noite será mediante a doação, por pessoa, de dois quilos de alimentos não perecíveis. Estes alimentos serão entregues diretamente a essas entidades. Além desse aspecto social, outra ação que consideramos extremamente importante, que já foi citada pelo Prof. Cunha, é a parceria com a Associação dos Catadores de Lixo aqui da cidade de Crato. Esta é uma maneira que encontramos para gerar mais emprego e renda para essas pessoas. Portanto, o Berro, neste ano, ganha essa dimensão eminentemente social, que era uma vontade nossa de há muito tempo e que hoje estamos concretizando. Com isso queremos contribuir com a melhoria de vida das pessoas mais carentes e necessidade de Crato.

Océlio – Dr. Leitão, quais as parcerias que foram estabelecidas, neste ano, para a realizacão do VI Berro Cariri?

Dr. Leitão – As parcerias são aquelas costumeiras. Nós temos a parceria do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, que tem à frente o Camilo Santana e que nos tem dado um grande apoio. Temos a parceria da Secretaria do Turismo, visto que vamos receber pessoas de vários estados e é importante a divulgação do Crato e de seus diversos pontos turísticos. Temos a parceria do SEBRAE, da Prefeitura Municipal do Crato, do Instituto Agropólos, a ACCOA, a CDL-Crato, a Associação Comercial e Industrial daqui de Crato, Ematerce, Bradesco, Banco do Nordeste, da URCA, enfim um grande conjunto de parceiros que são fundamentais para a realização deste grande evento. Com o apoio de todos esses parceiros temos, portanto, a oportunidade de fazer esse trabalho, possibilitando a geração de mais emprego, mais riqueza e mais renda para a cidade de Crato. Queremos destacar mais uma vez as ações de cunho social que serão desenvolvidas nesta sexta edição do Berro com a Associação dos Catadores de Lixo e as entidades beneficentes que tem um trabalho sério voltado para as comunidades carentes. Então nós queremos arrecadar alimentos para que essas entidades possam possibilitar às pessoas que são por elas atendidas um natal mais alegre e com uma alimentação de boa qualidade. Esse é o ojetivo fundamental de todo o trabalho que estamos fazendo aqui, juntamente com o Prof. Cunha, á frente do VI Berro.

Océlio – Essas entidades já foram escolhidas?

Dr. Leitão – Nós ainda estamos selecionando essas instituições e, claro, que vamos escolher aquelas que estão fazendo um trabalho sério, respeitado, e que mais necessitam do apoio e ajuda do povo do Crato, do povo do Cariri e, por que não dizermos, de todo o nosso estado, que é um povo tão bondoso, receptivo e que acima de tudo tem um coração muito grande e que sempre está disposto a colaborar com seu próximo.

Océlio – Prof. Cunha como criador do Berro Cariri, como você se sente hoje, coordenando esta sexta edição, de uma maneira tranqüila, com o apoio do Governo do Estado, da Prefeitura de Crato e de tantos outros parceiros? Qual o seu sentimento de ver este filho crescer, se desenvolver e se consolidar?

Prof. Cunha – A nossa felicidade, em primeiro lugar, é saber que o Berro não morreu na quarta edição, graças ao apoio do amigo, do irmão, da liderança, do grande criador que é o Dr. Leitão. Num momento difícil, quando muitos acreditavam que o Berro iria se extinguir, o Dr. Leitão chamou para si a responsabilidade de realizar o V Berro, que foi um grande sucesso. E nesta sexta versão, com a presidência do Dr. Leitão, o Berro tem dado um salto quantitativo e qualitativo, promovendo inclusão social. E, acima de tudo, ficamos muito felizes com o total apoio que está sendo dado pelo Governo do Estado, especialmente através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, do Camilo Santana, e de todos os parceiros. Nós costumamos dizer que o Berro tem se fortalecido pela parceria e, inegavelmente, ele tem crescido a cada ano, pelo compromisso do Governo do Estado do Ceará e pelo excelente trabalho do Dr. Leitão.

Océlio – Dr. Leitão, para encerrar nossa conversa, uma mensagem para a população do Crato e do Cariri.

Dr. Leitão – Nós convidamos a todas e a todos os cratenses e caririenses a participarem do VI Berro para se divertirem de forma alegre e respeitosa e, principalmente, colaborarem com a doação de alimentos às instituições beneficentes que estão sendo selecionadas. Na verdade, serão essas instituições que participarão diretamente da coleta e da recepção desses alimentos. Ninguém da Comissão Gestora nem do Governo irá participar do recebimento das doações. Quem desempenhará esse papel, repito, serão as próprias entidades carentes e necessitadas aqui da cidade de Crato. Então, é importante a participação, a colaboração e o envolvimento de todos os cratenses, a fim de possibilitar um natal mais feliz e alegre para essas instituições e para as comunidades com as quais elas trabalham.

Pensamento para o Dia 01/12/2009


“A criação deve ser vista como um Palco Cósmico. Deus é o diretor e o grupo de atores nesse jogo. Ele atribui todos os papéis dos personagens. Todas as criaturas do mundo são manifestações do Divino. O bem e o mal no mundo são expressões da consciência Divina. O homem não deve se enganar por essas expressões. Por trás de todas as diferentes ações dos atores, o diretor Divino está trabalhando. É preciso ter consciência de que, embora os nomes e formas possam variar, línguas e nacionalidades possam ser diferentes, a raça humana é uma em sua essência divina.”
Sathya Sai Baba

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“A ilusão causa os maus sentimentos que surgem em seu coração e em sua mente. Uma pessoa pode ter uma mente ruim, mas, com as bênçãos dos mais velhos e na companhia de almas nobres, ela pode facilmente se livrar das tendências nocivas e desenvolver as virtudes. As pessoas empreendem várias práticas espirituais para alcançar a Divindade. Evite a má companhia, busque a boa companhia, realize sempre ações corretas e discrimine entre o permanente e o efêmero (Thyaja Durjana Samsargam; Bhaja Sadhu Samagamam; Kuru Punyam Ahorathram; Smara Nityam Anityatham).”
Sathya Sai Baba

Blogueiros são alvo da Justiça - Originalmente postado por: José Flávio

Nota do Editor - Este texto foi postado no Blog do Crato por Dr. José Flávio Vieira, mas devido à abrangência da notícia, estou postando nos Blogs aonde posso, a fim de alertar a comunidade da Blogosfera caririense a se prevenir das ações da INjustiça Brasileira.





Diário do Nordeste
29/11/09

Campo fértil para a livre exposição de ideias, os blogs, considerados diários eletrônicos, rapidamente se popularizaram no mundo. A interatividade da ferramenta que possibilita que o autor mantenha um contato direto com seus leitores, é um dos principais atrativos do sistema. Mas aí é que mora o perigo. Muitos blogueiros, até por desconhecerem a legislação, podem ser alvos de processos por comentários de terceiros.
O caso mais recente foi do cearense Emílio Moreno, estudante de jornalismo que mantém o blog Liberdade Digital. Esse foi condenado a pagar R$ 16 mil à diretora de uma escola por um comentário ofensivo feito por um anônimo, que comentava uma briga entre alunos na escola.
O problema é que o autor de um blog não está isento de responsabilidade civil ou mesmo criminal decorrente do comentário de terceiros em sua página eletrônica. O caso pode piorar para o lado do blogueiro se ele tiver a ferramenta para autorizar, editar ou apagar os comentários. Quando o comentário é anônimo ou enviado por e-mail inexistente a recomendação é que o comentário, caso seja ofensivo a terceiros, seja apagado ou mesmo não seja liberado para a página.
A acusação mais comum contra blogueiros é de crimes contra a honra. Que pode ter como condenação a prestação de serviços à comunidade ou multa.
CensuradosO Blog ´Tijoladas do Mosquito´, assinado por Amilton Alexandre, foi cassado por uma juíza de Santa Catarina. Amilton fez comentários contra a senadora Ideli Salvatti (PT), ela não gostou e entrou com um processo contra o blog. A juiza concedeu liminar ordenando a concessão do direito de resposta à senadora e, em seguida ordenou a cassação do blog e o impedimento de que o editor publique até mesmo charges e matérias de jornais (ou quaisquer outros meios de comunicação) a respeito da senadora.

A jornalista Alcinéa Cavalcante, é conhecida como destemida e a única a enfrentar o senador José Sarney no Amapá. Ela foi indiciada pela Polícia Federal por um comentário publicado em agosto em seu blog ofendendo Sarney. Um leitor comentou, em um post em que ela reproduzia uma nota sobre Sarney, afirmando que toda família do senador "fedia". Ela reclama da censura e diz que no Amapá não existe liberdade de expressão.
Desde 2006, Alcinéa foi alvo de mais de 20 ações movidas por Sarney e condenada a pagar mais de R$ 2 milhões em multa. Ela fechou o blog e abriu outros. Hoje está com o domínio http://www.alcinea.com/. Onde a jornalista comenta as principais notícias do seu Estado. Já o jornalista Altino Machado ex-repórter dos jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Folha de S. Paulo, e famoso pela cobertura da luta de Chico Mendes, tem um dos blogs mais temidos do Acre. Já recebeu inúmeras ameaças de morte e até sofreu atentados. No ano de 2007, foi condenado por ter publicado uma foto do neto da professora Íris Célia Cabanelas Zannini, então presidente do Conselho Estadual de Educação.

Postado Por : J. Flávio Vieira
( Editado por Dihelson Mendonça )