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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

EM CARTAZ: "A COMÉDIA DA MALDIÇÃO"



JANEIRO DE 2010

DIAS 06 (qua) e 07 (qui), às 19h30min
DIA 09 (sab), às 17h e 20h (duas sessões)
LOCAL: Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) - Juazeiro do Norte-CE

DIAS 12 (ter), 13 (qua) e 14 (qui), às 19h
LOCAL: Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) - Sousa-PB

DIA 28 (qui), às 19h
LOCAL: Teatro Violeta Arraes - Casa Grande - Nova Olinda-CE

ENTRADA GRÁTIS - INDICAÇÃO: 12 ANOS


SINOPSE:


Num pequeno povoado do interior nordestino, a linda jovem Ana Expedita, louca de paixão pelo Vigário Felizberto, vale-se de uma infalível simpatia para conquistar o coração do amado: serve-lhe café coado no fundo da calcinha. Com ele amancebada, é condenada à terrível maldição de virar Mula-sem-cabeça.

Sabendo da desgraça da filha, a rica viúva Fantina encarrega os homens da cidade da tarefa de descobrir como desfazer o encantamento e ganhar muita riqueza. É aí que Tandô, antigo namorado da viúva, se transforma em herói! Mas a menina não podia ver batina e...


ELENCO:


Cacá Araújo: Tandô
Carla Hemanuela: Zulmira e Mãe Luzia
Charline Moura: Irmã Francilina e Ladra
Jardas Araújo: Cantador
Jéssica Lorenna Gonçalves: Cibita
Joênio Alves: Dono da Bodega
Jonyzia Fernandes: Ana Expedita
Joseany Oliveira: Beata Carmélia e Leide Zefa
Josernany Oliveira: Brincante da Mula
Márcio Wilson Silvestre: Vigário Felizberto
Orleyna Moura: Viúva Fantina
Paulo Henrique Macêdo: Fotógrafo Jorjão
Tio Bibi: Padre Sebastião

MÚSICOS:

Lifanco (Violão e Viola)
Walesvick Pinho (Percussão)
Vinicius Pinho (Percussão)


TÉCNICA:


Texto e Direção Geral: Cacá Araújo
Assistência de Direção: Orleyna Moura
Cenografia: Artesão França
Sonoplastia: Cacá Araújo
Iluminação: Danilo Brito
Maquiagem: Carla Hemanuela e Joênio Alves
Figurino: Orleyna Moura e Carla Hemanuela
Guarda-Roupa: Luciana Ferreira
Operação de Som: Lillian Carvalho
Operação de Luz: Danilo Brito
Pesquisa e Arranjos Musicais: Lifanco
Produção Executiva: Mônica Batista
Produção Geral: Sociedade Cariri das Artes

ESTE ESPETÁCULO É PARTE DO PROJETO CENA BRINCANTE, DESENVOLVIDO PELA SOCIEDADE CARIRI DAS ARTES /CIA. CEARENSE DE TEATRO BRINCANTE – PONTO DE CULTURA DO BRASIL, COM PATROCÍNIO DO MINC/GOVERNO FEDERAL, SECULT/GOVERNO DO CEARÁ E SECULT/PREFEITURA DO CRATO


A fatoração existencial de Matriuska

São poucos os títulos de livros que se permitem ao mesmo tempo a secura e o êxito. “Matriuska” é um deles. Esse é o título do livro de contos do caririense Sidney Rocha, cuidadosamente editado pela Iluminuras. Eis um sítio arqueológico encravado bem no meio do deserto cotidiano das altas tecnologias de mercado. De dentro dos dezoito pequenos contos brotam mulheres únicas, mas uma como contigüidade da outra, e todas carnavalizadas diante do inusitado que é o des-significado da vida.

A linguagem de Sidney Rocha é absurdamente adulta, adúltera, adulterada. A descontinuidade; a fragmentação; a vertigem; o desvão; o abismo; a circularidade dos labirintos; a plenitude do asfalto; a exoneração categórica do compartilhamento dos armários de rodoviária; a solidão esquizóide de uma camisinha desencolhida pela descompressão de um saco de lixo; a inutilidade premente e sem culpa da última vulgata desapropriada pelo sagrado em rota de fuga; e muito mais, além do fetiche, é claro, fazem parte do universo literário que brota aos punhados nos contos de “Matriuska”.

A sintaxe particular de Sidney Rocha na realidade não é única, ela é um desdobramento arquitetônico em fluxo que atravessa também a sintaxe de uma gama de outros desconstrutores, tais como, entre tantos, Robbe-Grillet, Claude Simon e Philippe Sollers. Mas, o que de fato isso importa? Nada. Mesmo porque a abordagem temática é outra e as intenções de descarnar o enredo até o osso passam necessariamente por outras vias. Restam aí, pois, a esfinge das pequenas narrativas como texturas refinadas da grande história e a dessacralização da eloqüência temática como fonte única da grande literatura.

O tema recorrente de “Matriuska” é a inserção da mulher no seu cotidiano, sem afetações heróicas ou humanistas. São sonhos, desilusões, desejos e fetiches, expostos sem truques teatrais ou arcabouços monumentais. Apenas o ser e o estar, sem maquinações de laboratórios ou defesas brilhantes de teses que não servem absolutamente para nada. A ambientação é urbana. Demasiadamente urbana. O livro tem cheiro de ferro, aço, vidro, plástico e asfalto. A cor predominante é o cinza chumbo do concreto. As arestas, as janelas, o riso tímido e os ruídos, ficam por conta do imenso tráfico de humanidade que existe em cada metrópole, mesmo que a província esteja registrada na carteira de identidade.

O sotaque de Sidney Rocha é extremamente simpático e envolvente. Suas pequenas histórias são rápidas, mas são duradouras. São novas trilhas abertas nesse emaranhado literário contemporâneo. São contos pequenos na quantidade de linhas, mas são enormes em seu feitio artístico. Nem os maneirismos de vitrine, as soluções programadas dos Best-sellers, os mistérios cinematográficos e nem as patéticas claquetes da chamada cultura alternativa você encontrará aqui. Também não espere a natureza ser salva, a corrupção ser extinta, o capitalismo ser desmascarado, o povo ser celebrado através do resgate das raízes culturais. Muito menos a confissão mirabolante dos sete anões no caso de estupro da panaca branca de neve.

Sugiro que a sua leitura comece exatamente pelo conto que dá título ao livro, exatamente na página 23. Quando a personagem começa retirar da bolsa todas as suas importâncias, o leitor é apresentado a um escatológico desfile de objetos e fetiches. Eis o valor de uma lembrança. Eis o ser inserido em sua significativa insignificância. É só um lampejo. É só um fôlego. A partir daí, então, você terá um universo inteiro aos seus pés, pois literalmente o seu mundo será colocado de cabeça para baixo. Esse é um livro próprio para quem tem o hábito da leitura. Mais definitivamente: é um livro impróprio para quem não largou o hábito e vive de antigas sagrações

Notícias do Crato para o Dia 05 de Janeiro de 2010

Programa Bolsa Família em Crato retorna suas atividades normais próximo dia 11

O Governo Municipal do Crato em parceria com a Secretaria de Ação Social e Coordenação do Programa Bolsa Família, encerrou suas atividades de 2009, no ultimo dia 24 de dezembro. As atividades normais irão retornar na próxima segunda-feira, dia 11, salientando que o recadastramento do Programa só começará a ser realizado no próximo mês de fevereiro.

Tradicional cortejo de Dia de Reis acontece em Crato

O município do Crato finaliza a programação para festejar Dia de Reis, no 6 de janeiro, com o tradicional cortejo dos grupos de tradição popular. O trabalho será coordenado pela Fundação Mestre Elói, através do seu presidente Catulo Teles. O desfile dos grupos de coco, reisados, banda cabaçal e a queima da lapinha, acontecem no final da tarde, na praça da Sé, saindo do Centro Cultural do Araripe, onde todos os anos os grupos inicialmente se reúnem. A festa é uma das mais tradicionais da região e conta com o apoio e infraestrutura da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Crato.

Secretaria de Cultura do Crato apóia o Cine Sesi Cultural

Com o propósito de fortalecer as práticas ligadas as produções do audiovisual e da arte cinematográfica no Cariri, o Cine Sesi Cultural iniciou ontem, segunda, dia 04 a oficina de Animação para Cinema (“STOP MOTION”) no auditório do Centro Cultural do Araripe. A oficina que terá duração de 20h/a – terminando na próxima sexta-feira, dia 8 - é gratuita e conta com o patrocínio do SESI, a parceria da Secretaria da Cultura, Esporte e Juventude do Crato e com o apoio do Ponto de Cultura Carrapato Cultural.

A oficina está sendo ministrada pela equipe do instrutor de cinema Diego Mascaro, e objetiva repassar o método de produção “stop motion”, que é a técnica de animação na qual o animador trabalha fotografando personagens e objetos. Confeccionados em miniaturas, geralmente em massa de modelar, papel machê ou “bisqüí”, os modelos são movimentados e fotografados quadro a quadro. Estes quadros são posteriormente montados em uma película cinematográfica, criando a impressão de movimento. A idéia é fazer uma reflexão sobre a produção cinematográfica do Brasil, enquanto , de forma lúdica, criar, se produzir vários curtas de animação. Os resultados dessa atividade serão mostradas nos dias 19, 20 e 21 de março, em tela grande, no Centro Cultural do Araripe no Largo da RRFSA.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Governo Municipal do Crato
Fone/Fax - (88) 3521.9960
Mais informações:


http://www.crato.ce.gov.br
http://www.prefeituramunicipaldocrato.blogspot.com

Órfãos de Padre


Nos dias de hoje, a Igreja Católica atravessa uma “entressafra” de bons Padres. A percepção é mais latente no momento da missa onde a celebração sai de sua “rotina”, o sermão. Nesta hora é que se percebe a qualidade do celebrante. No caso do Crato, e por que não do Cariri, desde a transferência de Padre Raimundo Elias para Europa, milhares de fieis ficaram órfãos de Padre.

Particularmente, como freqüentador assíduo de suas missas, achei na época do anúncio de sua ida para o Doutorado na Espanha, muito difícil encontrar um Padre que o substituísse a altura, mas guardava dentro de mim a esperança de encontrar alguém que passasse o “básico”. Básico significa para mim: alguém com formação e estudo suficientes para ter o compromisso de previamente organizar um sermão, baseado nas leituras da missa e que através destas deixasse aos presentes, dentro de um limite de tolerável de tempo, uma palavra de reflexão de uso prático. Resumindo: deixasse mensagens que eficientemente acrescentassem algo de motivante e real na vida de cada um.

Este desabafo é de alguém que buscou insistentemente um pastor. Fui a muitas paróquias, às vezes, em horários diferentes só pra saber se havia outro celebrante. Nada! Encontrei discursos vazios, mal organizados ou desorganizados mesmo! Frases superficiais e pouco, ou pouquíssimo, acrescentadoras. Faltava até credibilidade no que era dito pelo tom de descompromisso com o qual por algumas vezes se “jogavam” os trechos bíblicos. Comecei a achar que o problema era comigo! Não estava sendo tolerante o suficiente ou estava buscando uma cópia que simplesmente não iria aparecer do dito Padre. Comecei então a perguntar aos amigos e conhecidos onde eles assistiam a missas e se haviam encontrado um bom Padre. A resposta era sempre: “estamos indo a missa, mas os Padres...”

Neste mundo contemporâneo de tantas necessidades a maior delas deve ser a do alimento da alma. Principalmente num país em desenvolvimento como o nosso, a missa ou a celebração religiosa que seja, acaba por ser a única oportunidade de reflexão orientada de grande parte da população. Sem dúvida, a responsabilidade é enorme e os prejuízos podem ser igualmente profundos. Espero que com esse depoimento, alguns Padres procurem buscar o desenvolvimento de suas habilidades de oratória e renovar seus estudos bíblicos, filosóficos e psicológicos tão importantes na orientação de seu rebanho. Espero ainda que jovens vocacionados ao sacerdócio compreendam que seu público está mais atento ao que é oferecido, e que é preciso muito mais preparo e conhecimentos para alcançar os corações do povo de Deus.

Dimas de Castro e Silva Neto
Engenheiro Civil, Mestre em Gerenciamento da Construção
pela University of Birmingham e Professor do Curso de Engenharia Civil da UFC Cariri

Geopark Araripe impulsiona atividades para Conferencia Global na Malásia

Por Carolina Barros

Em 2006 o território que compreende mais de 5 mil km da Bacia Sedimentar do Araripe foi reconhecido como único Geopark do hemisfério Sul. A chancela concedida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), reconheceu a importância dos registros geológicos, paleontológicos, antropológicos, ambientais, paisagísticos e culturais que integram o patrimônio da região.

A aprovação da UNESCO, após os cinco anos, deve passar agora por uma nova análise. O processo que avalia o desenvolvimento dos trabalhos realizados para a consolidação do projeto Geopark Araripe já começou.Para manter o selo,a unidade deverá corresponder a mais de 50 critérios de desempenho obrigatório. Os itens serão somados em uma pontuação que levará em conta a qualidade das ações de desenvolvimento nas áreas de educação, gestão, meio ambiente e infra-estrutura.

Este mês uma comissão formada por representantes dos Geoparks internacionais, Ministério da Cultura e Ministério da Integração Nacional, junto a gestores da Secretaria de Cidades do Estado, URCA e do Geopark Araripe participaram do I Encontro Brasileiro de Geoparks. Na ocasião foram apresentadas as próximas etapas do projeto que passará a integrar a rede nacional, esta cuidará da criação de novas iniciativas para serem apresentadas durante a próxima Conferência Global em 2010 na Malásia.

A visita da comissão estabeleceu pontos importantes para o reconhecimento do Geopark Araripe,como apresentação da estrutura local aos representantes internacionais e estados colaboradores do Brasil. Artur Sá, coordenador científico do Geopark Arouca em Portugal se disse impressionado com o patrimônio fossilífero de Santana do Cariri.O encontro também facilitou o intercâmbio de conhecimento com novas experiências que vem acontecendo nos geoparks internacionais.

Atualmente está sendo executada uma ação para aproximar o projeto das comunidades da zona rural e do entorno dos geosítios, a idéia é integrar a população com as unidades. De acordo com Idalécio de Freitas, gerente do Geopark Araripe, a missão dos moradores destas áreas será “zelar pelo patrimônio e se constituir como ator social no processo de reconhecimento do Geopark.
Paralelo a esta iniciativa estão sendo realizados seminários em cada uma das seis cidades incluídas na área do Geopark Araripe, o objetivo é consultar a comunidade para elaborar o Plano de Ação.

O apoio científico está sendo repassado através de pesquisas de universidades como a URCA, UFC e UFRJ. Na última semana uma equipe de professores, estudantes e paleontólogos esteve visitando os geotopes para o reconhecimento das áreas. Outra parceira significativa será a do Ministério da Integração Nacional que prevê investimento de mais de 12 milhões no projeto.

Fonte: site do Jornal do Cariri