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sábado, 5 de dezembro de 2009

Cariri






Tarso Araújo (Jornal O Povo)


NATAL DE LUZ
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Juazeiro, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) e a Prefeitura lançam no próximo dia 8, na Praça Padre Cícero, o Natal de Luz. As principais praças e pontos preferenciais da cidade serão bem iluminados. Juazeiro ficará bem bonita para este Natal.

NOVO PORTAL DO GEOPARK
O Geopark Araripe teve seu novo portal, lançado no último dia 27. O portal traz um visual mais moderno, com mais opções de navegação e interatividade. É possível acessar diversos artigos, notícias, informações sobre eventos e mapas da região do Cariri. O portal conta com um conteúdo multimídia amplo e diversificado: vídeos, fotos de visitas conduzidas mais recentemente e com conteúdos educativos. O desenvolvimento do novo portal está sendo coordenado pela Universidade Regional do Cariri (Urca) e pelo Governo do Estado. A sua concepção e criação foi elaborada pelo projetista de Web, Regis Monteiro Nogueira, que há cinco anos está a frente dos projetos de sites da Urca. Para visitar o novo portal: www.geoparkararipe.org.

DOM FERNANDO
No próximo domingo, 13 de dezembro, dom Fernando Panico comemora 35 anos de sua chegada ao Brasil. Era 1974, num dia dedicado a Santa Luzia, quando o jovem padre Fernando desembarcou em São Luís do Maranhão. A partir daquela data, ele faria do Nordeste brasileiro o seu campo de apostolado. Em 1993, foi nomeado bispo da diocese de Oeiras-Floriano, no Piauí. Em 29 de junho de 2001, assumiu a diocese de Crato. Se fosse exigido definir dom Fernando Panico com três palavras essas seriam: ``Um homem bom``. Nos dias atuais ele é, indiscutivelmente, a pessoa de maior liderança no Cariri.

C'EST FINI


Depois de mais de quarenta anos de existência a Viação Brasília que fazia a ligação interurbana entre as cidades da Região Metropolitana do Cariri encerrou suas atividades. Ela pertencia ao empresário Raimundo Ferreira, o qual, no auge de suas atividades, chegou a possuir quatro empresas: Rio Negro, Rápido Juazeiro, Pensatur e Varzealegrense. Agora o transporte rodoviário entre Juazeiro do Norte-Crato-Barbalha-Missão Velha está sendo feito por uma empresa de Fortaleza, a Via Metro.

CENTENÁRIO EM JUAZEIRO
Ousados. Assim podem ser definidos os projetos para comemorar o centenário de emancipação política de Juazeiro do Norte a ocorrer em 22 de julho de 2011. A Prefeitura se propõe a construir a Praça do Centenário (onde ficará o marco zero da fundação da cidade); um rancho comunitário para hospedagem de romeiros pobres; o Museu Municipal e quatro portais nas entradas de Juazeiro do Norte, além do Portal da Fé, este a ser localizado no início da rua que dá acesso ao Horto. Também estão previstas outras providências, a exemplo da afixação de placas identificando os prédios históricos da Terra do Padre Cícero.

CANTORIA E REPENTE
Para a Unesco, o patrimônio cultural imaterial é formado por práticas, representações, expressões e conhecimentos que são transmitidos ao longo do tempo por várias gerações. Nessa área, poucas regiões do Brasil são tão ricas como o Cariri cearense. Nossas manifestações populares ainda são pouco divulgadas. Já é tempo de se resgatar, por exemplo, as criações de Sílvio Grangeiro e Francivaldo Oliveira, mestres da cantoria e repente. Outra manifestação que aguarda reconhecimento é a Orquestra de Rabecas Cego Oliveira, sediada em Juazeiro do Norte, cujo repertório inclui Villa-lobos, Hermeto Pascoal e músicas de tradição oral do Cariri.

BATE-PAPO

VISITA

Quem esteve na Região do Cariri foi o professor Freire Neto. Coordenador do projeto Rapadura Cultural, Freire, vez por outra, vem à nossa região para interagir com a imprensa local ou dar aulas. Na última visita pôde dar aula no auditório do Cariri Shopping para dezenas de estudantes que se preparavam para o vestibular.

CURTAS
- No âmbito do projeto ``Quintais Produtivos``, a Prefeitura de Barbalha vem trocando garrafas Pet por mudas frutíferas. Os vasilhames de plástico estão sendo recolhidos para serem utilizados na decoração do Natal. Já as pessoas levam para casa mudas de coqueiros, laranjeiras, mangueiras, tangerineiras, dentre outras.

- Uma virtude não se pode negar à população de Juazeiro do Norte: ela sabe ser grata aos benfeitores da sua cidade. Diferente de Crato, cujo maior benfeitor, dom Vicente Matos, quando vivo era alvo de maledicência. Depois de morto, além de esquecido, dom Vicente nunca foi homenageado com seu nome numa das ruas de Crato.

- Com a criação - por dom Fernando Panico - da Paróquia de São Francisco, do município de Baixio, no último dia 21, a diocese de Crato só perde em número de paróquias para a arquidiocese de Fortaleza.

- Mais um ano que termina e os prometidos projetos de recuperação das praças centrais de Crato não saíram do papel.

Fonte: O Povo On Line

Prefeito Manoel Santana conversa com comunidade do São José




O prefeito de Juazeiro do Norte Dr. Santana abriu ontem à noite, mais uma edição do projeto Prefeitura nos bairros. O encontro entre o prefeito e a comunidade aconteceu na escola Antonio Ferreira de Melo, no bairro São José.

Cerce de 500 pessoas puderam conversar com o prefeito de Juazeiro e apresentar suas críticas, opiniões e sugestões ao Governo da Revolução Democrática.

Participaram do encontro, além do prefeito, o vice-prefeito José Roberto Celestino, secretários municipais, vereadores, imprensa, lideranças comunitárias e a população.

Em suas palavras o prefeito apresentou as realizações feitas até agora em sua administração. No tocante à saúde Santana falou da implantação da Unidade de Pronto Atendimento do posto Frei Jeremias, a compra do PSIC (hoje Hospital Maria Amélia), a redução da mortalidade infantil no Município, entre outras realizações.

Santana destacou ainda obras realizadas em Juazeiro no ano de 2009, e disse que 2010 será um grande ano para os juazeirenses. “O ano que vem faremos muitas obras e ações importantes com o intuito de melhorar a qualidade de vida de todos e todas”, anunciou.

O prefeito falou ainda do projeto de recapeamento asfáltico da cidade, que já abrange 96 ruas e avenidas de todo o Juazeiro, a melhoria na limpeza pública com a municipalização do Departamento de Limpeza e o reforço na educação, com doação de fardamento e material escolar para estudantes da rede pública municipal de ensino.

O Natal - por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Desde a segunda quinzena de novembro que a cidade de Fortaleza está repleta de luzes, com muitas propagandas. O comércio usa todos os artifícios para atrair o consumidor, a fim de que este gaste seu décimo terceiro salário em compras. É bom presentear as pessoas nessa época, pois demonstramos amor àqueles que nos são caros. No sistema capitalista em que vivemos, poucas pessoas acumulam riquezas, gerando exclusão social. É importante que lembremos também dessas vítimas das injustiças, partilhando também do nosso alimento. O ideal seria que todos os brasileiros tivessem o direito a uma vida digna, durante o ano todo. Entretanto, podemos fazer a nossa pequena parte, pondo em prática a virtude da caridade para com os mais necessitados. Caridade é amor e foi para pregar o amor, a fraternidade, a paz e a justiça que Deus, na sua infinita bondade, mandou o seu Filho Jesus Cristo, para salvação da humanidade.

O milagre da multiplicação dos pães, que é o milagre da partilha é narrado pelos quatro Evangelistas. Nele Jesus nos mostra que havendo partilha, os alimentos serão suficientes para todos e ainda sobrará. O Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus, 14,13-21, relata o seguinte: “Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu, e foi de barca para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões ficaram sabendo disso, saíram das cidades, e o seguiram a pé. Ao sair da barca, Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles, e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto, e a hora já vai adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar alguma coisa para comer.” Mas Jesus lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vocês é que têm de lhes dar de comer.” Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes.” Jesus disse: “tragam isso aqui.” Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Depois pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães, e os deu aos discípulos; os discípulos distribuíram às multidões. Todos comeram, ficaram satisfeitos, e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram. O número dos que comeram era mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” Jesus, com o milagre da partilha dos pães e dos peixes, quis nos mostrar que essa proposta era para construção de uma nova sociedade, fundamentada na partilha igualitária dos bens da vida, que Deus nos deu. Jesus continua fiel à missão de reunir e servir ao seu povo, principalmente a multidões de sofredores. Com essa atitude, Jesus está realizando os sinais de uma nova maneira de viver e de anunciar o Reino de Deus.

Refletindo esse Evangelho da multiplicação dos pães, chegaremos à conclusão, que nós, seguidores de Jesus não deveremos ficar insensíveis nesse Natal, nem no restante do ano, para os mais necessitados. Assim como Jesus, vamos servir ao nosso irmão carente.

O sentido do Natal foi desvirtuado. Demonstrar o nosso amor na troca de presentes, no espírito voltado para os mais pobres, é muito bom. No entanto, ultimamente a festa natalina foi se afastando do que é mais importante, a nossa preparação para a vinda de Jesus, o nosso Salvador. O Natal é a festa de aniversário de Jesus. Como é nosso costume presentear os aniversariantes, devemos dar a Jesus nosso compromisso de mudança de vida e adesão ao seu projeto. Festas, luzes, compras, encontros com os amigos, nada disso deve ofuscar o verdadeiro sentido do Natal.

Estamos vivendo o advento que é tempo de preparação, de alegria, de expectativa para a chegada de Jesus Cristo. É um momento propício ao arrependimento e a promoção da fraternidade e da paz. O verdadeiro cristão aproveita esse tempo para avaliar o que construiu de bom e de ruim durante o ano e, procurar colocar-se diante de si mesmo e de Deus, assumindo o compromisso de trabalhar não só pelo sucesso material, mas também pelo crescimento espiritual.

O ideal é que todos, cristãos e não cristãos irmanados na mesma fé em Deus, de mãos dadas e de coração aberto ao amor, pratiquemos a fraternidade.

Feliz Natal e um Ano Novo cheio de felicidades e paz é o que eu desejo a todos os leitores.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

O CARIRI É BRASIL



O fortalecimento da cultura popular como fator de identidade e desenvolvimento regional no sentido de favorecer a qualidade de vida de mestres, brincantes e artistas populares, a partir de suas comunidades e da valorização da memória e do folclore como temperos da auto-estima e do redescobrimento de nossas origens, passa necessariamente por um amplo investimento no turismo cultural, e, de certo modo, pela “desespetacularização” dos folguedos, promovendo distritos, vilas e bairros como destinos turísticos, seja o receptivo para o país e o mundo, seja o de mobilização interna, dotando-lhes de infra-estrutura adequada e gerando oportunidades de ocupação, renda e estímulo à transmissão do saber popular aos mais jovens.

Deve-se entender como sagrado o financiamento da manutenção de nossa identidade cultural representada pelos grupos folclóricos e outras manifestações da cultura imaterial, principalmente através de políticas de fomento e fortalecimento de instituições culturais sérias. Faz-se necessária uma grande cruzada em benefício da divulgação, da informação, da educação. Nós precisamos voltar a reconhecer nosso próprio rosto. Para isso é fundamental que nos vejamos também na televisão, nos cinemas, nos teatros, nos jornais, nas revistas, nas escolas, nas praças, nos ouçamos nas rádios e nos encontremos nos grandes eventos postados nos palcos principais. Temos, por outro lado, que ter assegurada a sobrevivência material dos nossos brincantes, através da adoção de medidas em favor do trabalho, seja no campo, seja na indústria ou em outra frente, o que os deixará livres para preservar e difundir seus saberes em situação de dignidade humana.

No Cariri é onde reside a alma do Ceará. Os principais elementos culturais formadores da identidade cearense, nordestina e nacional estão presentes em nossa região, vivos e pulsantes. Inquietos e indômitos. Aqui se plantou e ainda brota a ancestralidade ibérica, ameríndia e africana, caldeada através dos séculos, fundida pela força da história.

Portanto, cada gesto, saber ou fazer tradicional tem profundidade universal. É também argamassa para a elaboração da contemporaneidade. Folguedos, religiosidade, história, culinária, mitos, lendas, enfim, nossos saberes e fazeres contribuem significativamente para manter vivo o corpo cearense. A cultura popular caririense, costumo dizer, é um conjunto de antropologia social que nos revela em nossa mais profunda e remota história; é também a manifestação do espírito brincante, religioso, profano e criativo do Brasil.

Prof. Cacá Araújo
Dramaturgo, Folclorista, Poeta, Ator e Diretor de Teatro

TRADIÇÃO POPULAR DO CICLO NATALINO

Lapinha de Mãe Celina - Crato-CE


LAPINHAS VIVAS
A manifestação do sagrado na simplicidade de um povo plural

A influência ancestral dos três principais mundos formadores da alma brasileira permanece pulsante na vida do sertanejo simples, cuja religiosidade se manifesta à flor de seus atos e ditos. E é na efervescência dessa estética universal que nascem e se fortalecem as tradições culturais populares; em nosso caso, resultantes do caldeamento cultural havido entre os indígenas donos da terra, os brancos ibéricos invasores e os negros de várias nações para cá trazidos como escravos.

A Lapinha assume, neste contexto, uma espécie de demonstração da prevalência do cristianismo sobre as crenças e religiões dos outros povos. Entretanto não escapa à aculturação decorrente dessa convivência, sabida por nós nada pacífica ou cordial. J. de Figueiredo Filho, em seu O Folclore no Cariri (1960: p. 32) nos afirma que à Lapinha, “de procedência lusitana, foi acrescentada muita cousa de fonte indígena ou africana, como os caboclos, a canção da formosa tapuia, ou temas inteiramente abrasileirados.” Na mesma obra (pp. 33-39), ilustra seu caráter multicultural verificando a presença do anjo, índios, do sol, da lua, baianas, beija-flor, pastores, vaqueiros... além dos três Reis Magos.

Reis Magos do Circo-Escola Alegria


É a Lapinha Viva, pois, a reconstituição dramática popular da visita dos três Reis Magos ao recém-nascido Jesus, com o fim de lhe ofertarem presentes. Sua significação transita da representação quase que ainda medieval, com pessoas interpretando santos, bichos e coisas da natureza como simples e profunda louvação ao Deus-Menino, até a complexa peça de antropologia cultural que traz em si grande parte da história da humanidade. Lá estão não somente símbolos de culto cristão, católico, mas fortes traços que nos remetem aos primitivos tempos em que o homem vivia em diálogo e harmonia com a natureza, assim como elementos que podem “contar” os processos de formação cultural e social da nação brasileira, sem descuidar de nos remeter aos povos ancestrais de antes do encontro em nossas terras.

Hoje, no Cariri, as nossas Lapinhas Vivas apresentam praticamente as mesmas características dramáticas de outrora, sendo acrescidas quase sempre da louvação de um grupo de Reisado, que também representa a peregrinação dos Reis Magos a Belém, pertencendo ambos ao ciclo natalino, e, às vezes, de uma Banda Cabaçal. Quando se juntam os três folguedos, multiplicam-se a beleza estética, o brilho dramático, o riso brincante, o alcance histórico.

O fortalecimento e a difusão do folclore e das manifestações tradicionais populares, a exemplo das Lapinhas, devem servir principalmente à causa do (re)descobrimento de nossa identidade cultural, pois que oferecem uma farta leitura do mundo em variadas dimensões e diferentes tempos. É a história se doando generosamente à elaboração de um novo pensamento, que dê vazão a sinceras atitudes libertárias, que restabeleça o espírito e a festa da dignidade humana, da democracia, do respeito à natureza, da felicidade, do amor.

Cacá Araújo
Professor, dramaturgo e folclorista
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante

Cariri: Um todo de uma parte ou uma parte de um todo


Por Alexandre Lucas*


O Cariri é um misto de confluências de cores e cultos, reduto de engenharia artística em que as engrenagens são movidas pelos fazeres e pensares populares e contemporâneos.

No Cariri a maquina humana bebe do passado e do futuro para alimentar a alma presente. Aqui é terra firme aonde pousam o soldadinho da chapada e os pássaros mecânicos, em que em que a tecnologia de ponta convive com o ferro de passar a carvão. O Cariri perpassa caminhos do autoflagelo marcado pelo catolicismo popular e das profanas músicas da indústria do embrutecimento cultural.

Pelas ruas das cidades temos os contrastes. Temos o budega e o Shopping Center, os possuidores e os despossuidores Temos a vida circulando, num tempo que não pára.

A região tem raízes fincadas numa realidade concreta que indiscutivelmente é associada à confluência da vida, aos intercâmbios, os embates e as influências do campo econômico, geográfico, cultural e social, num continuo processo dialético.

O Cariri não tem formato fechado, pelo contrário tem culturas e artes que são históricas e sociais, como é qualquer outra parte do mundo.

O Cariri não pode ser visto como um fragmento isolado dentro de uma totalidade, mas compreendido como parte entranhada desta totalidade, recheada por antagonismos e confluências nos mais diversos aspectos.
Em tempos de globalização, o processo e as formas de produção e reprodução da existência humana, ocorre numa velocidade quase que instantânea e não estamos inertes a esses acontecimentos.

É deste Cariri do campo e da cidade, da indústria e da oficina de fundo de quintal, do operário e do empresário, da Igreja Católica e dos terreiros das religiões de Matriz Africana, das brincadeiras populares, do imaginário que se mistura com o real, da diversidade e da pluralidade que nos alimentamos.

No entanto é preciso atentar para não caímos no discurso apaixonado que nos coloca distante da realidade e nos encaixota regionalmente. O Cariri é uma região da cultura com suas peculiaridades, como qualquer outra localidade aonde existem homens e mulheres, pois somente com seres humanos é possível se produzir cultura.

A produção simbólica do nosso povo não se fixa no tempo, ela acompanha os acontecimentos, através de sobressaltos, vagarosidades e instantaneidades. As manifestações simbólicas e artísticas permeiam-se dentro do motor da realidade.

A comunhão das danças profanas e sagradas, as vestes dos brincantes, o cordel, as formas de organização dos grupos, os fazeres contemporâneos e populares não são eternos na sua forma original sofrem influências do tempo e do espaço, assim como também acontece com a grande indústria da cultura.

Pensar o Cariri em termos de arte e de cultura como algo eterno e puro é desalojar a capacidade produtiva e criativa do nosso povo. No esmeril da construção humana sofremos uma lapidação de acréscimos, hibridismos e de reinvenção da vida.

No entanto precisamos comer com voracidade a história do nosso povo Kariri, a plural e diversificada produção dos habitantes desta terra e o que a humanidade já produziu e produz, como fez o grande poeta comunista Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré que se alimentou da realidade dos oprimidos e explorados do Cariri e da história da humanidade para produzir os seus versos afiados com regionalidade e universalidade.

*Coordenador do Coletivo Camaradas, pedagogo e artista/educador.

Centro Cultural BNB Cariri – Programação Diária


Dia 05 de dezembro, sábado

Atividades Infantis - CRIANÇA E ARTE

- 14h Bibliotequinha Virtual.

Instrutor: Gilvan de Sousa

O objetivo é despertar o interesse das crianças pela internet, mediante a realização de atividades educativas e jogos. 240min.

- 14h e 16h Teatro Infantil: João e o Pé de Feijão.

Adaptação, direção e manipulação: Marco Augusto

Adaptação do conto popular de origem inglesa conhecido universalmente. A montagem nos conta a saga de João, um menino movido pela curiosidade, fantasia e astúcia, que vence o gigante e acaba coma fome e a aridez do lugar onde mora, mudando o seu destino e o de sua família. Classificação Indicativa: Livre. 50min.

- 15h30 Contação de Histórias: Uma História puxa Outra.

Com Bete Pacheco (Juazeiro do Norte-CE)

Contar histórias é uma arte antiga, passada de geração a geração. Ouvindo histórias, desenvolvemos o gosto pela leitura, ampliamos nosso vocabulário e educamos nossa atenção, estimulando nossa imaginação de forma bem divertida. 60min.

- 17h Sessão Curumim: As Aventuras de Azur e Asmar.

Os meninos Azur e Asmar foram criados juntos pela mesma mulher, Jenane. Eles cresceram como se fossem irmãos, até serem separados. Amar cresceu ouvindo as histórias da mãe sobre a lendária Fada dos Djins e, quando se torna adulto, decide partir à sua procura, contando com a ajuda do andarilho Crapoux. É quando Azur e Asmar se reencontram, agora não mais como irmãos, mas como rivais na busca da Fada. Animação. Cor. Dublado. Livre. 2006. 109min.

Local: CCBNB Cariri (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte)

- Música - ARTE RETIRANTE

19h Calé Alencar: SambaZiloas. 60min.

Cantor, compositor e produtor musical, Calé Alencar tem mostrado seu talento, seguindo uma trajetória de reconhecida importância para o cenário da música cearense. O espetáculo musical SambaZiloas apresenta o itinerário do artista no ambiente carnavalesco, além de incluir canções inéditas e obras referenciais enfatizando loas compostas para os maracatus fortalezenses e a diversidade rítmica do samba. 60min.

Local: Teatro Violeta Arraes (Nova Olinda – CE)

Fonte: CCBNB

Marcadores – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Confesso que meu domínio de informática é bastante diminuto. O pouco que eu sei, aprendi com os filhos, a quem sempre recorro, numa inversão cognitiva perfeitamente compreensível. Nesta semana fiz uma descoberta por acaso. Aliás, descobertas ocorrem sempre por acaso.

Intrigava-me aquela palavrinha “marcadores”, existente ao final de alguns textos. Observei que seria para colocar alguma classificação que identificasse o texto, como sendo uma crônica, conto, “causos”, ou outro qualquer gênero. Então passei a registrar meus textos de acordo com meu entendimento, em sua maioria, por mim classificados como crônicas. Mas não sabia qual utilidade disso.

Nesta semana, ao tentar fazer um agradecimento a algum comentário que recebi num de meus textos, em vez de clicar na palavra “comentários”, cliquei erroneamente sobre a palavra “marcadores”. Então surgiram diante de mim todos os meus textos postados aqui no blog e que eu havia classificado como crônicas.

Faço aqui esse registro, até receoso de ser alvo de chacotas dos mais entendidos. Estes que me perdoem, mas se houver pelo menos um dos colaboradores deste importante blog, que tem dúvidas iguais à minha, sentirei que prestei um pequeno serviço de utilidade.

Fica a sugestão para os que desejam verificar quais textos já foram por eles publicados. Basta escolher um texto da sua autoria e clicar duas vezes em “marcadores.” Entretanto, o interessado deverá ter classificado previamente o seu texto com gênero do seu entendimento no lugar reservado a “marcadores”.

Abraços a todos e Feliz Natal!

Do amigo Carlos Eduardo Esmeraldo


Pensamento para o Dia 05/12/2009


“Há uma centelha da Verdade em todos nós; ninguém pode viver sem tal centelha. A chama do Amor existe em todos, a vida torna-se um vazio escuro sem ele. Essa centelha, essa chama é Deus, pois Ele é a fonte de toda a Verdade e todo o Amor. O homem busca a Verdade, ele busca conhecer a realidade porque a sua natureza é derivada de Deus que é a Verdade. Ele busca o Amor, para dá-lo e compartilhá-lo, pois sua natureza é Deus e Deus é Amor. ”
Sathya Sai Baba

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“Se semearmos um pensamento, hoje, colheremos uma ação amanhã. Se semearmos uma ação hoje, colheremos um hábito amanhã. Se semearmos um hábito hoje, colheremos um bom caráter amanhã. Se semearmos um bom caráter hoje, colheremos um destino amanhã. Você não perde muito se um dedo for tão danificado que precise ser cortado. O corpo pode ainda funcionar e ser um instrumento adequado. Mesmo se você perder um membro, você pode funcionar e se beneficiar com a ajuda de suas outras faculdades. Mas se você perder o seu caráter, então tudo estará perdido. A crise de caráter que está na raiz de todos os problemas, em toda parte, surgiu como uma conseqüência da negligência desse aspecto da educação. A sabedoria prospera quando o homem tem medo do vício e do pecado e está ligado ao Divino.”

Sathya Sai Baba