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terça-feira, 20 de julho de 2010

DIA DO AMIGO E DA AMIGA: CARIRICATURAS EM PROSA E VERSO


Hoje é um dia muito especial: a lembrança dos amigos e amigas que tive (porque jê foram embora desse mundo) e daqueles que tenho guardado de lembrança no coração. E esses últimos agradeço de coração pela amizade, confiança, carinho e atenção ainda manifestada. E os amigos (as) do Cariri um especial abraço por tudo que aconteceu comigo nos bons momentos alegres e felizes pelos quais passamos juntos. E mesmo estando agora no Rio de Janeiro não esqueci de vocês. Senti muita saudade de cada um que se doou para a construção de uma relação amiga e sincera. Muito obrigado a todos vocês amigos e amigas. Quanta vontade tive de ir visitar vocês durante esse ano ausente do Cariri. Como uma boa parte de vocês está sabendo fui obrigado a me ausentar desde abril de 2009 para tratamento de saúde. Felizmente tenho uma boa perspectiva de retorno ao Cariri para final desse ano ou início do ano de 2011. Deus está me dando uma segunda chance de viver e reviver minhas amizades – os últimos exames foram bons para mim deixando o meu médico bastante otimista da minha recuperação. E não vejo a hora de voltar e abraçar vocês por tudo – tudo mesmo! – que fizeram por mim. “Amigo é para se guardar no centro do peito” Milton Nascimento.

Foi nos meus momentos mais difíceis que percebi o valor da amizade. A doença me fez ver cada um de vocês sorrindo e me confortando quando a minha fé caía num buraco vazio do meu peito. Mas, não estava vazio e sim preenchido com a imagem e a força moral que cada um me transmitiu aí no Crato e em outros lugares. Era o momento de Deus me lembrar que a amizade tem também poder de cura. Assim, nos meus vários momentos de sofrimento solitário tive vontade de me transportar para o Cariri e recebê-los para captar a força do Amor contida em cada intenção amorosa e gesto carinhoso de todos vocês. A batalha não terminou ainda, mas sinto que venci uma parte difícil dos obstáculos.

E fico feliz em comemorar o lançamento do livro CARIRICATURAS EM PROSA E VERSO. E como não poderei estar ai nos dois dias (23 e 24 de julho) comemorativos de lançamento, desejo de coração SUCESSSO E MUITA ALEGRIA COM MÚSICA, DISCURSOS BONITOS E CONFRATERNIZAÇÃO!

Gostaria que me enviassem pelo correio um (O RESTANTE da MINHA PARTE RECEBO NO FINAL DO ANO AI NO CARIRI) exemplar do livro. O meu endereço aqui no Rio de Janeiro é esse:
Estrada do Portela 118 casa 4 – Madureira – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 21351-050

Telefone Residencial: (021) 3015-8288

PAZ E SAÚDE COM ALEGRIA SINCERA E AMIGA!

Bernardo Melgaço

EntrePontos no Cariri

Os dez mandamentos dos conservadores - José do Vale Pinheiro Feitosa

As sociedades em transformação revolucionária a partir do século XVII se constituíram em luta entre revolucionários e conservadores. Os primeiros representando as classes sociais emergentes e os segundo as classes sociais tradicionais que detinham o poder. Posteriormente com a consolidação hegemônica da burguesia o pensamento conservador passou a ser formulado pela ex-classe revolucionária dos séculos XVII e XVIII.

Hoje o pensamento conservador é o pensamento da burguesia internacionalista e que foi melhor expresso nos EUA. Portanto estes mandamentos são aqueles formulados pela vanguarda do conservadorismo moderno, mas tem uma estrutura bem típica daquelas bases sociais, culturais e históricas deste país.

Estes mandamentos são um resumo do texto Ten Conservative Principles (1993) por Russell Kirk.

Primeiro - existe uma ordem moral duradoura. Feita para o homem, e o homem é feito para ela: a natureza humana é uma constante, e as verdades morais são permanentes. A ordem tem sido uma preocupação central dos conservadores. O conservador acredita que todas as questões sociais são questões da moralidade privada. Os homens e as mulheres são governados pela opinião em uma ordem moral perene, por um sentido forte de certo e errado, por convicções pessoais sobre a justiça e a honra.

Segundo - adesão ao costume, à convenção, e à continuidade. Os princípios antigos permitem as pessoas viverem juntas pacificamente. Pela convenção conseguimos evitar disputas perpétuas sobre direitos e deveres: as leis, em sua essência, são um conjunto de convenções. Continuidade é a ligação entre uma geração e outra. Conservadores preferem o diabo que conhecem ao que desconhecem. Ordem, justiça e liberdade, são produtos artificiais de uma longa experiência social, o corpo social é um tipo de corporação espiritual, comparável à Igreja. A mudança necessária deve ser gradual e discriminatória, nunca removendo antigos interesses de uma vez.

Terceiro - é o princípio da prescrição, das coisas estabelecidas pelo uso desde tempos imemoriais, de modo que a mente humana não busca os seus contrários. Um exemplo fundamental é o direito de propriedade. Nossa moralidade é em grande parte prescritiva. Em política fazemos bem em seguir por precedência, preceito e mesmo pré-julgamento.

Quarto - o princípio da prudência. Não perseguir objetivos que tentem anular males presentes, pois a mudança pode criar novos abusos maiores do que os presentes. A providência move-se lentamente, mas o diabo sempre se apressa. Reformas, assim como as cirurgias, são perigosas quando repentinas e profundas.

Quinto - o princípio da diversidade. Na preservação saudável da diversidade, em qualquer civilização, deve sobrevir ordens e classes, diferenças em condições materiais e diversos modos de desigualdade. As únicas formas verdadeiras de igualdade são aquelas do Julgamento Final e aquelas perante um justo tribunal da lei; todas as demais tentativas de nivelamento irão conduzir, na melhor das hipóteses, à estagnação social.

Sexto - princípio da imperfeição ("imperfectability"). A natureza humana é imperfeita e sendo assim, nenhuma ordem social perfeita pode ser criada. Perseguir uma utopia é terminar em desastre, não fomos feitos para coisas perfeitas. Tudo que podemos é uma sociedade toleravelmente ordenada, justa, e livre, na qual alguns males, desajustamentos e sofrimentos estarão sempre presentes. Por reformas prudentes podemos preservar e melhorar a ordem tolerável. Mas salvaguardando as formas institucionais e morais antigas.

Sétimo - liberdade e a propriedade são intimamente relacionadas. Nivelamento econômico não é sinônimo de progresso econômico. Para os conservadores a instituição da propriedade privada tem sido um instrumento poderoso para: ensinar responsabilidade, prover motivos para a integridade, suportar a cultura geral, permitir o ócio para o pensar e a liberdade para agir, reter os frutos do trabalho do indivíduo e torná-los permanentes, para legar propriedade à posteridade; erguer-se da pobreza à segurança da realização duradoura; para ter algo que realmente pertença a si mesmo. A posse da propriedade impõe certos deveres ao proprietário e aceita estas obrigações morais e legais alegremente.

Oitavo - suportam ações comunitárias voluntárias e se opõem ao coletivismo involuntário. O espírito bem sucedido de comunidade se opondo aos direitos universais controlados por instituição política geral e não local. Nenhuma nação é mais forte do que as pequenas e numerosas comunidades de que é composta. Uma administração central, ou um conjunto de seletos administradores e servidores civis, embora bem intencionados, não podem conceder justiça, prosperidade e tranquilidade a uma massa de homens e mulheres desprovidos de suas antigas responsabilidades.

Nono - restrições ao poder e às paixões humanas. O poder é a habilidade de realizar a vontade de um não obstante a vontade dos demais. O poder não pode ser abolido; encontra sempre seu caminho para as mãos de alguém. A prescrição dos conservadores é: limitações constitucionais, verificações e contrapesos políticos, o cumprimento adequado das leis, a antiga e intricada teia das restrições por sobre a vontade e os apetites. Um governo justo mantém uma tensão saudável entre as reivindicações da autoridade e as reivindicações da liberdade.

Décimo - permanências e mudanças devam ser reconhecidas e reconciliadas em uma sociedade vigorosa. Quando uma sociedade está progredindo em alguns aspectos, geralmente está declinando em outros. Toda sociedade saudável é influenciada por duas forças: Permanência e Progressão. A Permanência são interesses e convicções perenes que nos dão a estabilidade e a continuidade. A Progressão em uma sociedade é esse espírito e esse conjunto de talentos que nos incitam à reforma e à melhorias prudentes. Então as diferenças deles em relação aos liberais se encontra no trato da Permanência pois estes poriam em perigo a herança nos legada. O conservador favorece o progresso racionalizado e moderado; é oposto ao culto do progresso.


Expocrato? Estou fora! – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Não gosto do Crato no período da exposição. Barulho ensurdecedor até o raiar do dia, ruas estreitas entupidas de automóveis, motoqueiros transitando pelas calçadas, gente em demasia que nos faz sentir-se num outro lugar que não a nossa bucólica e pacata terra. E o que é pior, nos tornamos forasteiros em nossa própria casa. Nas estradas o movimento é intenso. Constantes blitz’s fazem parar nosso carro duas ou três vezes. Nada mal, pois ela surpreende os irresponsáveis motoristas alcoolizados, evitando deste modo que o número de acidentes cresça mais ainda. O pior mesmo são as bandas de forrós que fazem um barulho tão grande que ecoa por toda área urbana do Crato e roubam o sono de muitas pessoas, que não estando de férias, trabalham no dia seguinte.

Soube que a URCA suspende suas aulas no período da Expocrato? Pode um negócio desses? E o Hospital São Francisco que fica tão próximo? Que é feito dos doentes? Onde estão o silêncio e a paz tão necessários para a cura das enfermidades?

Sou favorável que a Exposição volte às suas origens. Imaginem que eu alcancei nos distantes anos de 1954/1955 duas exposições tendo como local a atual Praça Alexandre Arraes, naquela época denominada "Bosque Municipal", depois Parque Municipal, bem defronte da Maternidade e muito próximo do Hospital São Francisco. Ao redor do local já existiam as residências que por lá permanecem até hoje. E não houve incômodo algum para os moradores, a não ser o grande “mosqueiro” que vem após. Afinal, a Expocrato é uma exposição de gado, de produtos agrícolas, agro-industriais, cultura regional e não de swhos musicais com estridentes bandas de forrós e de extremado mau gosto. Para que esse som tão ensurdecedor? Por ventura são surdos? Esquecem também que os animais que ali estão expostos sofrem dez dias de estresse que lhes são prejudiciais à saúde. Então que se volte a fazer a Exposição como ela era até meados de 1960. Sem música estridente, sem bandas de forró. Até então tínhamos festas em todas as noites da exposição que eram realizadas no Crato Tênis Club. Época em que íamos às festas e além de dançar, podíamos bater um agradável papo. Todos ouviam a música num tom normal, ninguém era surdo. Por que então, em vez de transferir o parque para outro local não fazer esses shows em cima da Serra do Araripe, no antigo Aeroporto? Será que o IBAMA deixaria? Tenho certeza que não, pois seria prejudicial à fauna e também à flora. E nós, o bicho homem, podemos suportar tudo isso?

Por Carlos Eduardo Esmeraldo