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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

145 anos de Ibiapina nas terras caririenses



Este mês de  outubro marca os 145 anos de início da ação missionária do Padre Mestre Ibiapina em terras caririenses. Uma data que, até o momento, passou despercebida. Infelizmente, não costumamos cultivar nossa memória. Padre Ibiapina com certeza foi o maior cearense do século XIX. Numa época em que a Igreja vivia atrelada ao estado e o clero vivia longe do povo, Padre Ibiapina rompeu com esse modelo e, conforme escreve José Comblim, ele rompeu “radicalmente com essa estrutura eclesiástica. Na idade em que muitos sacerdotes já pensam no seu estabelecimento definitivo, numa função sedentária que lhe permita economizar as energias declinantes, Ibiapina escolhe a vida itinerante no interior. No momento em que o Brasil oficial se concentra ao redor de uma vida urbana nascente, Ibiapina escolhe o Brasil ainda não formado e vai para um interior ainda totalmente desorganizado”(Ibiapina, o Missionário. In: Georgette Desrochers & Eduardo Hoornaert. Padre Ibiapina e a Igreja dos pobres. São Paulo: Paulinas, 1984).

Padre Ibiapina: um resumo biográfico

José Antônio Pereira Ibiapina nasceu a 5 de Agosto de 1806, na Vila de Sobral, no norte da Província do Ceará. Era o terceiro filho(de um total de oito) do casal Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus. Em 1816 sua família se transfere para a vila de Icó, a mais povoada da Província do Ceará, naquela época. Nesse mesmo ano Ibiapina é matriculado na Escola do Prof. José Felipe. Nessa vila seu pai, Francisco Miguel Pereira trabalhou com tabelião público, sendo convidado, em 1919 para ocupar o cargo na recém criada Comarca do Crato, pelo seu primeiro Ouvidor, José Raimundo do Paço de Pórbem Barbosa. Em Crato, Ibiapina teve aulas com o José Manuel Felipe Gonçalves. No entanto, diante das agitações políticas pós Revolução Pernambucana de 1817, que teve na vila de Crato um de seus pilares no Ceará, o pai de Ibiapina, em 1820, resolve enviar o filho para recém criada vila de Jardim para que o mesmo estudasse com o latinista Joaquim Teotônio Sobreira de Melo. Em 1823 seu mestre o enviou de volta a Crato, recomendando que o mesmo estava apto a ingressar nos estudos do Seminário de Olinda. Nesse mesmo ano toda a família se transfere para Fortaleza. O Ano de 1823 é marcado ainda pelo falecimento de sua mãe e pelo seu ingresso no Seminário de Olinda, onde permaneceu por um curto período (10/11 a 15/12).

Em Fortaleza seu pai e seu irmão mais velho, Alexandre Raimundo Pereira Ibiapina, se envolveram no movimento republicano Confederação do Equador. O pai foi fuzilado, em 1825, e o irmão preso em Fernando de Noronha, onde morreu pouco tempo depois. Ibiapina, que voltara ao Ceará no inicio de 1824, a chamado o pai, teve que assumir e manter financeiramente a família. Segundo o estudioso e bibliógrafo Padre Francisco Sadoc de Araújo, foi nessa época que foi acrescentado ao seu nome de batismo o sobrenome Ibiapina, uma homenagem do seu pai à povoação de São Pedro de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba (como também fizeram outros confederados para homenagear topônimos regionais).

Em 1828, Ibiapina retorna ao Seminário de Olinda para continuar os estudos. No entanto, ele permanece apenas 6 meses, de 03/02/1828 a 05/08/1828. Após o seminário, Ibiapina ingressou no Curso de Direito do Recife, concluindo o mesmo em 1832. No ano seguinte, Ibiapina exerceu o cargo de professor substituto de Direito Natural na Faculdade de Olinda, foi eleito Deputado Geral para a legislatura de 1834 a 1837 e nomeado, em dezembro, Juiz de Direito da Comarca de Campo Maior (Quixeramobim) do Ceará. Assumiu efetivamente esse cargo durante o período do final de 1834/início de 1835.

Concluídos os trabalhos legislativos, em 1837, Ibiapina voltou para o Recife e resolve exercer a advocacia. No entanto, ele passa a exercer efetivamente a profissão na Paraíba, nos anos de 1838 e 1839. Em 1840 volta ao Recife e continua a exercer a advocacia. A partir de 1850, no entanto, após dez anos atuando como advogado, Ibiapina resolve abandonar seus trabalhos forenses e inicia um período dedicado à meditação e exercícios de piedade. Esse retiro espiritual durou três anos.

Ordenação Sacerdotal e Ação Missionária

Após três anos de meditação e reflexão Ibiapina decide-se pelo sacerdócio. Nesse sentido, em 12 de julho de 1853, aos 47 anos de idade, ele solicita ao Bispo de Pernambuco, Dom João da Purificação Marques Perdigão, permissão para ordenar-se padre, sem, no entanto se submeter aos exames. A princípio o bispo não aceita. Porém, com a intermediação de amigos, Ibiapina consegue a permissão, sendo ordenado em 26 de julho de 1853.

Logo após sua ordenação, o Bispo Dom João da Purificação o nomeia Vigário Geral e Provedor do Bispado, e professor de Eloqüência do Seminário de Olinda. Segundo Eduardo Diatahy B. de Menezes “tais cargos e honrarias não seduziam Ibiapina, que logo renuncia a eles para dedicar-se ao seu projeto missionário de viajar, doutrinar, educar e construir algo concreto para as populações abandonadas dos sertões nordestinos.” (Pe. Ibiapina: Figura Matricial do Catolicismo Sertanejo no Nordeste do Século XIX, Revista do Instituto do Ceará, 1998). Em 8 de dezembro de 1855, quando já tinha tomado a decisão de ser missionário, por ocasião da celebração do primeiro aniversário do dogma da Imaculada Conceição, Padre Ibiapina alterou o seu nome civil, trocando o sobrenome Pereira pelo de Maria, passando a ser chamado de Padre Antônio José de Maria Ibiapina. Com esse ato ele consagrava toda sua vida a Maria Santíssima e ao seu filho, Jesus Cristo.

Padre Ibiapina começou então seu trabalho missionário pelo interior do Nordeste. Entre os anos de 1856 até sua morte, em 13 de fevereiro de 1883, ele peregrinou por cinco Províncias (Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba). Em cada lugar ele pregava, orientava, promovia reconciliações, construía açudes, igrejas, cemitérios, cacimbas, dentre outras tantas obras, conforme as necessidades de cada lugar. Em diversas vilas construiu as famosas Casas de Caridade, destinadas a receber moças pobres. Nessas Casas as moças eram educadas para a fé, para o exercício dos trabalhos domésticos e para o casamento. No Ceará ele missionou no período de 1862 a 1870. Primeiro na região norte, na vila de Sobral e adjacências. Depois no Cariri, sul da Província.

No Cariri, o Padre Ibiapina esteve em três momentos. O primeiro teve inicio em 14 de outubro de 1864, na vila de Missão Velha, estendendo-se até o inicio de fevereiro do ano seguinte. Durante esse período ele visitou, alem de Missão Velha, a vila de Barbalha e a o povoado de Conceição do Cariri(atual Porteiras). Como principal obra dessa primeira visita ao Cariri, Padre Ibiapina inaugurou em 02 de fevereiro de 1865 a Casa de Caridade na região da vila de Missão Velha. Desse ato participou o jovem Cícero Romão Baptista, à época com vinte anos de idade, que segundo os mais diversos estudiosos foi fortemente influenciado pela pregação do Padre Ibiapina e pelo seu exemplo de serviço ao povo pobre e humilde.

A segunda visita ao Cariri ocorreu no período de maio de 1868 a agosto de 1869, passando, portando mais de um ano na região. Nessa etapa, ele visitou Missão Velha, Barbalha, Caldas(vila de Barbalha), Crato, Goianinha(atual distrito de Jamacaru), Jardim, Porteiras, Milagres, Brejo Santo e Vila de São Pedro(atual Abaiara). Principais ações: construção de capelas, recuperação de igrejas e três Casas da Caridade(Crato, Milagres e Barbalha).

A terceira e última visita ao Cariri ocorreu no período de 9 de fevereiro de 1870 a 25 de abril do mesmo ano. Esteve visitando as Casas de Caridade implantadas na região(Missão Velha, Crato, Barbalha e Milagres). Depois dessa data, o Padre Ibiapina não missionou mais no Ceará. O padre peregrino continuou seu trabalho missionário até 1876, quando acometido de doença, ficou paralitico, não podendo se locomover sozinho. Passa então a residir na Casa de Caridade de Santa Fé, na Paraíba. Nessa Casa ele viveu sete anos, participando ativamente da vida da comunidade. Faleceu no dia 19 de fevereiro de 1883.

Atualmente, encontra-se na Congregação das Causas dos Santos seu processo de canonização. Ele já é oficialmente reconhecido como Servo de Deus, após o documento ´Nihil Obstat´ da Santa Sé, emitido a 18 d e fevereiro de 1992. No último dia 17 de setembro, por ocasião da visita ad limina os 22 bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), tendo à frente o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, solicitaram celeridade no processo de canonização do Apóstolo do Nordeste.

Referência Bibliográfica: Além das referências citadas no corpo do texto, pesquisei essas informações no trabalho do Pe. Francisco Sadoc de Araújo. Pe. Ibiapina: Peregrino da Caridade. Fortaleza: Gráfica da Tribuna do Ceará, 1995.

Autor: Océlio Teixeira de Souza

As histórias dos outros IV: O feitiço contra o feiticeiro – por Carlos Eduardo Esmeraldo

O menino Tomé morava com os pais e sete irmãos no Sítio Riachão em Milagres, na parte oriental do Cariri cearense. Em fins de 1912, a família resolveu mudar-se para o Crato, passando a residir no início da atual Rua Senador Pompeu, que na época denominava-se mui apropriadamente de “Fundo da Maca.” Por trás da casa se estendia imenso matagal no qual a criançada pegava passarinhos com arapucas.

Com a morte da mãe, uma tia de Tomé, de nome Inês, que todos chamavam tia Badêz, passou a cuidar com muito rigor da educação da criançada. Todos lhe devotavam profundo respeito. E ela correspondia orientando os sobrinhos da melhor forma possível, não dispensando a correção de nenhuma pequena traquinagem.

Por essa época, uma das irmãzinhas de Tomé tinha o péssimo hábito de chupar o dedinho polegar. Num dia de domingo, após o almoço, a menina dormia numa rede armada na sala de visita com a mão direita estendida por fora da rede. Todos pareciam dormir naquele inicio de tarde quente de verão. Tomé era o único ser movente naquela casa, tamanho era o silêncio que reinava. Ao ver a irmãzinha sem o dedo na boca, brotou-lhe do cérebro uma terrível idéia, logo colocada em prática.
Tomé dirigiu-se, então, ao quintal da casa, onde vicejava um robusto pé de pimenta malagueta, com bastante carrego. Colheu um punhado de pimenta vermelhinhas de tão maduras, previamente esmagado entre suas mãos e esfregou no dedinho da irmã. Feito isso, ganhou o bredo, somente retornando, ao ouvir o choro da criança.

A tia Badez reuniu os irmãos defronte para ela e perguntou a cada um: “Foi você?” “Não,” respondiam os meninos olhando nos olhos da tia. Quando chegou a vez de Tomé, ela perguntou: “Só resta você. Responda: foi você que passou pimenta no dedo da menina?” “Não!” Respondeu Tomé, sem coragem de encarar a tia. Como resposta a sua negativa, Tomé foi agraciado com umas merecidas chineladas no traseiro, e a voz da tia: “Você não respondeu me olhando nos olhos! E era o único ausente de casa quando a menina acordou chorando. Está mentindo!” Estava, mas insistiu na mentira. “Não, não estou mentindo!” Disse-lhe Tomé esfregando os olhos com os dedos das mãos. Estes, impregnados de pimenta denunciaram a peraltice, pois Tomé com os olhos ardendo recobrou o choro com maior intensidade e as palmadas se repetiram também com maior vigor. Castigo dobrado, ou multiplicado, porque se esquecera de lavar as mãos, como narrou ele anos depois.

Tomé cresceu, foi exemplar funcionário do Banco do Brasil e depois de aposentado transformou-se no talentoso escritor Tomé Cabral. Escreveu os deliciosos livros: "Patuá de Recordações", cujo prefácio é da escritora Rachel de Queiroz; "A Europa é bem ali" e o "Dicionário de Termos e Expressões Populares". Vale a pena lê-lo!

Adaptado por Carlos Eduardo Esmeraldo de “Patuá de Recordações” (Memórias de Tomé Cabral) pág. 150, capítulo: “E o feitiço virou mesmo contra o feiticeiro.” Edição do Autor: Campinas – SP: 1978

RESTOS DE ONTEM - Por Emerson Monteiro

Um grande grupo de artistas invocou nesta quinta-feira a Lei de Liberdade de Informação para exigir do governo norte-americano que revele o nome das gravações que foram utilizadas durante os interrogatórios de suspeitos de terrorismo na prisão de Guantánamo ou em alguma das prisões secretas que a CIA espalhou pelo mundo durante o mandato de George W. Bush. James Taylor, Christina Aguilera, Britney Spears, Neil Diamond, AC/DC, Red Hot Chili Peppers e muitos outros lançaram um protesto contra o uso da música em torturas. (El País, 23/10/09).

Essa coisa de escrever impacta semelhante a vícios, mania dos dependentes compulsivos. No ar, um chamado qual das vezes em que chega o desejo de comer um doce de leite caseiro, uma goiabada, pensando no prazer do copo d’ água a lhe sequenciar. Ou mesmo de uma fruta tirada do pé, uma manga jasmim, um caju, cedo, de madrugada. E nisso o ímpeto de transmitir palavras impacientes, às vezes desobedientes, ânsia de lançar esporos ao vento das moções saboreadas e suaves.
Quase um "release" da função da psiquiatria, na vida de quem a pratica como instrumento de libertação, há que se conhecer de tudo, ou fazer espécie de esforço continuado de virar folhas secas das estradas e olhar o que se esconde embaixo, na busca constante dos "porquês" infinitos; há que se...
Nada vejo de oposto ao gesto puro e simples de virar essas páginas dos livros da vida, da história, no dia, a cada novo tempo. A propensão incontrolável de conhecer e apreciar o âmbito multiforme dos caminhos, nessa jornada em linha reta do berço ao túmulo, tantas vezes percorrida quantas necessárias, a formular os conceitos definidos da real libertação aos padrões além da dimensão gelada dos passos conhecidos.
Saber, saber e saber mais um pouco, até entornar o copo da seiva vital dos conexos... A revelação de todos os diademas do mistério e suas esferas longitudinais, ficcionais, imaginárias... Esgotar o possível nas malhas do indizível.
Saber jamais ofenderá. E saber de si próprio, nos divãs ou nos estádios, ou mesas de bar, cheiro a flores metálicas, trilha luminosa das matas do Inconsciente em chamas. O perfume apaixonado da mulher amada e seu hálito silvestre, permissivo, fagueiro..
Existe mais coisa que só se saberá no contato do diálogo. O atrito das humanas relações fala do silêncio que pode sorrir em gesto de matéria prima do definitivo querer. Quer-se, no entanto, extremar quando impõe nas costas de dois ou três pensadores o peso das respostas às perguntas que insistem rasgar a cada momento o tempo e a máscara da dor de toda gente, perante as interrogatórios da vida, nas paixões, nos desenlaces, tragédias, dramas, religiões, hecatombes, transmissões de pensamento, esculturas abandonadas nos campos destruídos pelas guerras sucessivas dessa velha humanidade de boca machucada aos urros da tortura e impulsos de vítimas e convulsões.
O mistério dorme nas teias da noite longa, em forma de espectros e monstros agressivos, nos frutos azedos da aventura inacabada. Caberão sempre outros dramas, no palco sumeriano, remelento, do paleolítico atualizado nas resenhas de hoje. Poucos desvelam suas mesmas faces das próprias limitações, contudo serão esses tais que romperão os laços derradeiros da Eternidade, nas luzes da alvorada festiva do depois.
Quero crer aqui vislumbrarmos as disciplinas válidas de quem pode nutrir de calma o ouvir das estrelas e seus representantes, até quando pacificarem o entendimento das luzes na ciência verdadeira.

Finalistas da 2ª Eliminatória do Festival Cariri da Canção 2009



1.Retalhos (Luiz Carlos Salatiel e José Flávio Vieira)
Crato - Ceará

2. Força, Facão e Fé (Ciço Lifrath)
Lavras da Mangabeira - Ceará

3. Contos de um Lugar (Fernando Rosa)
Fortaleza - Ceará

4. Regaço (Simone Sousa e Daniel Escudeiro)
Fortaleza - Ceará

Cantiga Para não Morrer



Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Moça de sonho e de neve,
me leve no esquecimento,
me leve.

(Ferreira Gular)

José Flávio Vieira no Programa Cariri Encantado de hoje


O poeta, escritor e dramaturgo José Flávio Vieira será o convidado do Programa Cariri Encantado desta sexta-feira.

Zé Flávio, como é mais conhecido no meio artístico e cultural da região, participou como letrista dos festivais da canção que aconteceram no Crato durante toda a década de 1970. Nos últimos anos vem se dedicando à literatura, tanto como cronista como dramaturgo. Publicou o livro de crônicas Matorzinho Vai a Guerra, onde narra com muito humor o cotidiano, repleto de realismo fantástico, de um fictício lugarejo, sob a ótica dos seus moradores que, não por acaso, lembram os tipos populares do Crato. Autor da peça de teatro Zé de Matos Contra o Bicho Babau nas Ruas do Crato, que foi montada e apresentada ao público de várias cidades do Ceará mediante prêmio conquistado junto à Secretaria de Cultura do Estado. O texto de Zé de Matos(...) também foi publicado na forma de livro.

Zé Flávio é colaborador de vários blogues da região, como o Cariricult e o Blog do Crato, e mantém o blog Simbora Pra Matorzinho, onde dar continuidade à cômica e às vezes trágica saga dos moradores daquele “locus imaginarius”.

Zé Flávio é ainda um dos grandes incentivadores da produção cultural alternativa do Cariri cearense. Recentemente produziu e lançou o disco Bárbara, de Abidoral Jamacaru, e desenvolve o projeto de gravação de um disco infantil com músicas que retratam alguns tipos populares do Crato. As músicas foram compostas em parceria com artistas locais e são por eles interpretados.

O programa Cariri Encantado vai ao ar todas as sextas-feiras, das 14 as 15 horas, na Rádio Educadora do Cariri AM 1020. Apoio: Centro Cultural BNB Cariri. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias.

Prossegue hoje o Festival Cariri da Canção


Local: Centro Cultural do Araripe
Horário: a partir das 19:30 Horas
Acesso livre


Músicas que participarão da 3ª eliminatória

1. Soldadinho do Araripe
Autor: Rainerio Ramalho
Intérprete: Grupo Os Peleja
Local: Barbalha/CE

2. Sempre o Melhor
Autor: Vinícius Bitencourt
Intérprete: Vinícius Bitencourt
Local: Fortaleza/CE

3. Vou Tirar Você do Pensamento
Autor: Magaivel Pedro / Samuel Pereira
Intérprete: Alberto Kelly Franca
Local: Crato/CE

4. A Dama e o Verso
Autor: Luciana Dantas / Karine Cunha
Intérprete: Fatinha Gomes
Local: Juazeiro do Norte/CE


5. Falsa Memória
Autor: Márcio Holanda / Cláudio Mendes
Intérprete: Cláudio Mendes
Local: Fortaleza/CE

6. Imaginei
Autor: Álvaro Holanda
Intérprete: Álvaro Holanda
Local: Crato/CE

7. Até Você Chegar
Autor: Nando Nuque
Intérprete: Nando Nuque
Local: Juazeiro do Norte/CE

8. Nucença das Águas Cantantes
Autor: Sanderley Coelho
Intérprete: Sanderley Coelho
Local: Barro/CE

9. Raiz e Cais
Autor: Lucíola Feijó
Intérprete: Lucíola Feijó
Local: Fortaleza/CE

Juazeiro do Norte: Fundação e Romaria, por Luiz Domingos de Luna



Correu o boato primeiro
No Vilarejo ignorado
No Cariri instalado
Do Ceará, o Juazeiro:
Um padre piedoso,
Acolhedor de peregrino,
No sertão nordestino,
De coração bondoso,
Instrutor do povo,
Desprovido e miserável.

A seca da terra arável,
O arado para o novo
De pedintes, aos sertanejos.

De penitentes à instrução,
Do trabalho a oração,
A sábia pregação,
No púlpito, chegou primeiro.

Assim nasce juazeiro
Do sertanejo, - A missão.

Qual era o penitente
Que não encontrava conforto
Na casinha lá do horto?
O patriarca presente,
As minas do Coxá
Para a futura messe,
A base que engrandece
A sua missão popular,
A Santa Cruz presente
No cruzeiro itinerante.

Não tem povo ignorante
Quando se planta a semente
Qual o raiar sem hino
Da harmonia ritmada.

Do Araripe - a chapada
De um povo peregrino,
O Sonho de Canaã
Jorrando leite e Mel
Nem a princesa Isabel,
Conseguiu àquela manhã.
Cícero Romão Batista instalou
Uma nova realidade,
Juazeiro uma cidade
Que com o povo criou
Nasceu da fé popular,
No nordeste ganhou vida,
Do sertanejo a acolhida.

O Rezador estava lá,
A Ordem Organizada,
A Cruz que simbolizou
O patriarca aceitou
Esta grande empreitada.

Adjetivo se coloca,
Mas não se sabe a bonança.
Um povo com esperança.
Quando a cruz se desloca,
O cruzeiro vai à frente
Abrindo um novo destino
Do santo nordestino
Popular – Orador, Consciente.

Renovações cantadas,
Romarias em direção
Do sertanejo ao sertão.
Juazeiro – Em baladas
Cantai no alto da noite
O hino da Ladainha
Ao caminho, logo vinha.
Em busca de Juazeiro.

Luiz Domingos de Luna: Professor da Escola de Ensino fundamental e médio monsenhor Vicente Bezerra Aurora - Ceará.

Pensamento para o Dia 23/10/2009


“Deus decidirá o que dar, quando dar e onde dar. Portanto, todas as ações deveriam ser dedicadas a Deus e Ele decidirá o que o devoto está apto a receber. Quando tudo é entregue a Deus, com puro amor e fé absoluta, Ele tomará conta do devoto. As pessoas atualmente perderam essa fé firme. No caminho da devoção, muitas provações precisam ser superadas. No passado, grandes devotos enfrentaram tais provações com fé e coragem. Finalmente, eles asseguraram a graça Divina e experimentaram a bem-aventurança. Para alcançar tudo na vida, duas coisas são essenciais: fé firme e amor puro.”
Sathya Sai Baba


“Quando o interior do homem é preenchido com amor, sua vida torna-se plena de bem-aventurança e ele está sempre sadio e sincero. Atualmente, o homem sofre de numerosos males, cuja causa fundamental é uma mente doente. Não há morte para a mente, embora, quando o corpo enfrenta a morte, a mente pense que está morrendo. É dito que a mente é a causa da escravidão ou da libertação. Maus pensamentos causam escravidão; bons pensamentos levam à libertação. Portanto, todos deveriam desenvolver bons pensamentos e realizar boas ações. Tais bons sentimentos podem nascer somente do amor.”
Sathya Sai Baba

Padre Cícero é tema do Festival do Minuto

Festival do Minuto realiza ação em Juazeiro do Norte, no Cariri, região sul do Ceará; premiações serão dadas aos vídeos participantes do evento em novembro

O Festival do Minuto realiza uma ação no próximo dia 2 de novembro, em Juazeiro do Norte, no Cariri, região sul do Ceará. O feriado de finados é o dia da Procissão de Padre Cícero - tema para a criação dos vídeo-minutos. As inscrições estão abertas até 30 de novembro para participantes de todo o Brasil.

Os vídeos sobre o Padre Cícero devem ser enviados para o site do Festival (www.festivaldominuto.com.br ), que apresentará os ganhadores ao final do concurso. Serão três prêmios de R$ 1.000,00 cada, sendo um deles destinado a quem realizar um vídeo durante a romaria, no dia 2 de novembro. A ação é patrocinada pelo Banco do Nordeste (BNB).

O Padre Cícero é considerado o Cearense do Século. Durante uma missa celebrada por ele em 1889, em Juazeiro do Norte, ocorreu o primeiro de uma série de milagres que o tornaram lendário: uma hóstia ministrada pelo sacerdote a uma beata transformou-se em sangue na boca da religiosa. Tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre.

A partir daí, o mito do Padre Cícero passou a ter fortíssima influência social e religiosa em todo o Estado do Ceará, e Juazeiro do Norte tornou-se uma cidade-santuário e um dos maiores centros de romarias e religiosidade popular do Brasil. É lá que está sepultado o famoso Padim Ciço, maior benfeitor da cidade e santo popular.
Sobre o Festival do Minuto
O Festival do Minuto foi criado no Brasil, em 1991. É, hoje, o maior festival de vídeo da América Latina, tendo inspirado festivais semelhantes em mais de 40 países. Desde 2007, o Festival do Minuto brasileiro tornou-se permanente e online: passou a receber e exibir vídeos diretamente pela Internet, no www.festivaldominuto.com.br .

Enviado por Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste)