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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um narrativa de natal diferente

Estou correndo para ir à casa do meu filho para a ceia de natal: três gerações se encontrarão. A sogra é bisavó duas vezes e seu tempo é medido em frações da eternidade: o encontro é agora e não depois. Aproveito para postar este texto que li no blog do Luis Nassif e que foi produzido pelo jornal Le Monde. Os créditos estão todos no texto. Aliás um bom apanhado de linhas filosóficas à luz do pensamento do cristianismo. É muito bom para os cristão se verem e sentirem o quanto guardam no seu pensamento de correntes filosóficas que se chocam com sua doutrina original. Isso ocorre inclusive com a instituição Igreja.

Le Monde

Thérèse Delpech*



O filósofo polonês Leszek Kolakowski, no final dos anos 1950, falou sobre o Natal com tanto humor e perspicácia que não resisto a apresentar uma versão abreviada de seu relato. Ei-la.

Em um certo 25 de dezembro, o astrólogo-chefe de Herodes foi até a casa de seu mestre para lhe anunciar o nascimento, sob o signo de Saturno, de uma criança cujo destino era se tornar rei dos judeus. Ele acrescentou, sem tirar qualquer conclusão disso, que o poder de Herodes estava ameaçado por esse acontecimento. O rei, um tanto cético, considerando os personagens modestos aos quais Saturno geralmente oferece sua proteção, perguntou assim mesmo, por medida de precaução, onde essa criança havia nascido, antes de dispensar o astrólogo e reunir seu conselho.

Os quatro maiores dignitários do reino, cada um deles representante de uma perspectiva filosófica bem distinta, faziam parte dessa alta instância. Herodes lhes anunciou que, diante da impossibilidade de determinar de qual criança se tratava exatamente, uma vez que os astros se calavam sobre esse assunto, ele decidiu massacrar todos os recém-nascidos da cidade de Belém. E sobre isso os quatro conselheiros foram convidados a se exprimir, um de cada vez.

O primeiro era um estoico. Ele ressaltou que o destino não podia ser modificado, e que, portanto, era melhor deixar todos aqueles bebês em paz, entregando a questão para a divindade. De fato, se ela havia decidido o nascimento de um novo rei dos judeus, o fato poderia ser lamentável, mas nada poderia alterar o curso das coisas. Como dizem, se te derem limões, faça uma limonada.

O segundo, um epicurista, refutou a inevitabilidade do destino, e argumentou que o crime coletivo poderia talvez ter o efeito desejado: eliminar um concorrente. Mas ele aceitou a conclusão de seu confrade, por ser imoral atacar frágeis criaturas que não dispunham de nenhum meio de defesa.

O terceiro, um moralista religioso, também negou a predestinação, e aceitou a ideia de que o crime poderia salvar o poder real, mas ressaltou que o assassinato não seria vantajoso a longo prazo, em razão da justiça divina, que geralmente não era favorável ao extermínio de recém-nascidos. Portanto, se Herodes massacrasse inocentes, após sua morte estaria sujeito a um castigo perto do qual a perda do poder seria uma ninharia.

Nesse ponto da história, o caso decididamente não se encaminhava a favor dos planos de Herodes. No entanto, ainda restava o quarto conselheiro, um político (ou, se preferirem, um sofista), que argumentou de uma forma totalmente diferente de seus predecessores. Herodes sabia, por experiência própria, que podia contar com ele. É absurdo, ele disse, afirmar que os recém-nascidos são incapazes de se defender, pois todo inimigo morto está exatamente na mesma situação: na verdade, se ele fosse capaz de se defender, não teria sido morto. Portanto, não há nenhuma diferença entre as crianças, por mais jovens que sejam, e as hordas de legionários cobertos de aço. Ademais, na luta pelo poder, tudo é permitido. No final, para completar, o político lembrou que o princípio da responsabilidade coletiva é o mesmo do pecado original: Adão e Eva não seriam na verdade os únicos responsáveis por inúmeras tragédias de inúmeras gerações? Qual a diferença entre a história do mundo e o assassinato coletivo anunciado por Herodes?

O rei, satisfeito, fechou o conselho, declarou todos seus conselheiros favoráveis ao massacre, e foi executar seu plano. A sequência, todos sabem: os recém-nascidos foram mortos a golpes de espada, enquanto a pequena criança visada tomou a estrada para o Egito montada em um jumento.

O epílogo, em compensação, é contado com muito menos frequência, sendo que ele contém a moral de toda a história. Ele ocorre dezenas de anos mais tarde, nas chamas do inferno, onde Herodes encontra seus quatro conselheiros acompanhados do astrólogo. Cada um levava no peito, segundo a tradição infernal mais difundida, uma placa indicando o crime cometido.

Para Herodes e o político, o caso era simples: ambos foram condenados por infanticídio. O estoico foi condenado por ter professado a doutrina herética do fatalismo e ter propagado um derrotismo que enfraquecia a luta que ele deveria conduzir na Terra pela causa divina. O epicurista foi condenado por ter desdenhado da questão do poder e assim contribuído para a anarquia. Quanto ao moralista religioso, ele foi condenado por ter defendido uma falsa moral, fazendo de Deus um mero contador e se baseando no cálculo das consequências no além dos atos cometidos aqui, e não na verdadeira moral que nasce do amor desinteressado da divindade.

Mas e o pobre astrólogo, vocês dirão, que só relatou aquilo que os astros diziam, por que ele teria sofrido o mesmo destino que os outros cinco? Era isso que ele mesmo não conseguia entender. Eis, então, o que estava escrito em sua placa, e que pode dar lugar a mais de uma reflexão entre os leitores: “Condenado por ter transmitido falsas informações com consequências funestas”. Na verdade, ao anunciar que havia nascido um rei dos judeus, o astrólogo se esqueceu de acrescentar um elemento essencial: esse reino não era deste mundo.

*Thérèse Delpech, cientista política e filósofa, especialista em questões de defesa.

Tradução: Lana Lim

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2010/12/24/uma-outra-form...

A lei da Compensação - Emerson Monteiro

Discorrer quanto às leis do mundo moral requer dose dupla de poder de expressão e clareza nos detalhes, ao menos para chegar perto da compreensão de quem escuta e informar o suficiente daquilo que se pretenda, porquanto eis aqui um tema que pede palavras novas, aspectos instigantes de convencimento e raciocínio, cores e formas excitantes, senão, nada feito, assunto encerrado, botas jogadas fora. Isso porque a realidade pressiona sem dó nem piedade, visualmente, concretamente, materialmente; realidade, aquela que circula em torno da gente feita mutuca, impõe seu respeito em quase tudo e todo tempo, independente do gosto particular das pessoas e modas.
Uns apetites querem sabores picantes, cheiros intensos das circunstâncias, reclamam alimentos pesados, esportes radicais, sons estridentes, emoções fortes. Outros, os poéticos, por sua vez aceitam ritmos e harmonias suaves, o sabor mais oriental dos pratos vegetarianos, o hálito perfumado de incensos e flores, que lhes tocam a leveza da sensibilidade e transporta aos abismos infindáveis das vastidões distantes, passageiros aceitos de viagens impossíveis.
Bom, querendo falar de uma dessas leis dos mundos morais, coisas abstratas que existem fora do mundo físico, falar da lei da Compensação, começamos relacionando-a com outra lei já por demais reconhecida, a lei da Gravidade, que nos mantém grudados ao sistema solar, sem a qual se tornaria inviável permanecer no solo, e, caso contrário, vagaríamos tontos pelo Universo, quais meteoros ou cometas, errando no vácuo. Dessa lei, também invisível, ninguém duvida. Mas existem outras que formam o campo de força onde estamos.
Uma delas, a lei da Compensação, por sua vez, nos reconforta por dentro nas crises inevitáveis, e esclarece aquilo que a vida impõe, pois obedece a regras ocultas, porém manifestas, na história de todas as pessoas.
Por pior que sejam os caprichos do Destino, em troca virá o reverso da medalha permitindo uma leitura positiva das ocorrências, revelando graça e razão de ser. Ninguém gira, portanto, ao léu fora das normas perfeitas das leis da Natureza, na Justiça exata que rege os acontecimentos desde o princípio eterno das evidências.
Em rápidas considerações, dizer que a ciência de viver implica na interpretação do que ocorre, seja de ruim, seja de bom, obedece a determinações superiores que conciliam as existências de modo justo. Ninguém nada paga sem dever, ninguém nada sofre sem merecer. Caso não atrapalhemos, todas as ações fluem por si e virá, um dia, a compensação amenizar as dores, no tempo certo, sem sombra de dúvidas. Ainda que cientes, no entanto, só poucos aceitam como regulares os tropeços da sorte, sofrendo deste modo antes e depois das tempestades, esquecidos da perfeição que determina a Lei e suas lições de conforto a todos nós.

Feliz Natal...

CANOA AFOITA



É tempo de quentura fria

Quero ver-te para contigo cear
nunca parar
nunca sumir
e estar em ti
feito vulcão
como pluma
bruma, brisa e furacão

É tempo de fervura
de ousadia e luminura

Lapinhas, limão, laranja, cachaça
reisado, sanfona, zabumba
caretas, catirinas, mateus e bois-bumbás

É tempo
de renovar o sagrado
profanando-o com a nossa alegria devota e insubmissa

Somos de vento
pó, pedra, água, luz, sal, borra, floresta e deserto

Que
se faça o grito
se desenhe o rito
se acorde o sonho
manifeste o punho

Nosso barco
veleja, viceja, peleja, combate
e almeja atracar no cais da dignidade

O caminho
da paz é minado

O templo
dos falsos profetas
conserva o pecado e os pecadores
para alimentar a existência dos deuses, da exploração e do sacrifício

O tempo do amor
faz das infinitas horas de choro e sangue
orações em favor de uma era de igualdade

Remaremos nós
náufragos da sorte
em canoa afoita rio acima
bravos e heróicos em busca do beijo da felicidade


Cacá Araújo

Natal do Ano 2010
Crato-Cariri-Ceará-Brasil

Prezados Amigos e Amigas: Feliz Natal!

Hoje é dia de comemoração. É um dia muito especial, pois nos faz relembrar o nascimento de Deus em cada um de nós e do nascimento do menino Jesus. É o dia dos abraços, dos sorrisos e entrega de presentes. Mas, é também um dia de reflexão do caminho que estamos realizando enquanto seres humanos atarefados com os problemas e projetos de vida. Assim, o Natal é a esperança e lembrança que a vida tem um propósito maior guiado pelas Mãos de Deus. Pois, o propósito de Deus é o bem, a saúde e a felicidade. E o Natal simboliza esse momento onde podemos perdoar a quem tem nos ferido, amar quem tem nos odiado e desejar o bem a todos os que estão desesperados e tristes. O Natal nos renova e nos deixa cheios de esperanças de que o homem reconheça a Divindade que é, mas que desconhece a sua natureza interna. O Natal é a consciência de que somos filhos e filhas do Amor Cósmico. A consciência do Natal nos revigora para enfrentarmos um Ano Novo de desafios e conquistas no caminho da evolução espiritual. De modo que, a cada ano somos todos chamados a nos unirmos entorno da alegria do Natal. E assim abrirmos o coração para o outro que caminha ao nosso lado, seja ele pobre ou rico, conhecido ou desconhecido, amigo ou inimigo, homem ou mulher.
Ao celebrarmos o Natal devemos buscar compreender o sentido da vida no mistério que nos acompanha por toda trajetória existencial entre a chegada e a partida desse mundo de luz, desejos e ilusões. Portanto nesse Natal:
“TENTE O CARINHO

Tente, de alguma maneira,
fazer alguém feliz.
Aperte a mão, dê um abraço,
um passo em sua direção
Aproxime-se, sem cerimônia
Dê um pouco de calor
de seu coração
Assenta-se bem perto
E deixe-se ficar,
muito tempo, ou pouco tempo.
Não conte o tempo de se dar
Deixe o sorriso acontecer
E não se espante
se a pessoa mais feliz
for você (Anônimo)”

Pensamento para o Dia 24/12/2010


“Todo ser humano é um mensageiro de Deus. Todos nascem neste mundo pela vontade de Deus. Seu principal dever é fazer com que o fluxo do Divino Amor flua para todos. Você não nasceu para viver só para si mesmo. Você irá enobrecer-se e alcançar a auto-satisfação somente dedicar sua vida ao serviço da sociedade. Deus o enviou a este mundo para praticar e propagar essa mensagem. De que serve o nascimento humano se você vive como um pedaço de barro sem servir a sociedade?”
Sathya Sai Baba