Seja colaborador do Cariri Agora

CaririAgora! é o seu espaço para intervir livremente sobre a imensidão de nosso Cariri. Sem fronteiras, sem censuras e sem firulas. Este blog é dedicado a todas as idades e opiniões. Seus textos, matérias, sugestões de pauta e opiniões serão muito bem vindos. Fale conosco: agoracariri@gmail.com

quarta-feira, 21 de maio de 2008

CULTURA E MEIO AMBIENTE

O discurso humano tem repercussão prática no mundo. Tanto no mundo material quanto no espiritual para quem acredita que ele exista. De qualquer modo, a evolução da neurociência consolida uma teoria em que se demonstra claramente que o cérebro humano não é um mero receptor de informações. Ele na verdade reprocessa a informação com a sua própria ótica e reage ao mundo por ela. Então esta vontade interior pode ser o que sempre se chamou espírito, alma, cultura, é a origem do discurso e por ele mesmo, por efeito reverso, também é influenciada.

Esta introdução a respeito da notícia que envolve o Instituto Chico Mendes e a tradicional festa do Pau da Bandeira em Barbalha. Na verdade a ação institucional com normativos externos à região ocorre na prática do mundo real. E faz parte do mundo real a cultura. Nela a vontade dos povos, dos indivíduos em si, mas agora feito vontade coletiva.

Neste contexto é que as políticas ambientais devem atuar. Como parte igual e não sobrenadante à realidade do cotidiano. Não é incomum que a burocracia estatal ou privada se coloque acima, com uma espécie de consciência superior. Particularmente neste assunto da preservação e do desenvolvimento sustentável, isso é notado, especialmente entre aqueles que viram a questão pela primeira vez e antes de todos.

Faz parte da natureza dos primeiros iluminados pela verdade um certo messianismo que pretende arrastar para si, como uma força de gravidade a sua própria consciência. Neste momento não percebem que os outros corpos também possuem a sua própria gravidade e por ela também se influenciam.

Assim a questão do pau da bandeira em Barbalha deve ser encarada. Como uma vontade da cultura regional em diálogo com a preservação da chapada do Araripe. Não pode ser de outra maneira e o Instituto Chico Mendes para melhor se instituir deve compreender que não pode lançar mão do seu poder de polícia para esgarçar o centro de uma das realidades da região. Sem domingos e feriados, o instituto deve dialogar, andar e agir. Jamais o Instituto deve cair naquela falsa premissa que têm a razão e o conhecimento e que precisam fazer "educação ambiental" para o incultos cidadãos do Cariri.