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quarta-feira, 21 de julho de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL

Quando eu canto seu coração se abala
Pois eu sou porta-voz da incoerência
Desprezando seu gesto de clemência
Eu sei que o meu pensamento lhe atrapalha...(
Agalopado)

ALCEU VALENÇA

Por Zé Nilton

O bonito em Alceu Paiva Valença, nascido em 1º. de julho de 1946, é essa dupla proximidade dele com sua música e deles com a terra que os originou. O Nordeste e o mundo, eis sua terra. Mas uma vez no mundo, não perde o sentimento e o aconchego telúricos. Quer encontrá-lo quando está em casa? Vá a Recife. A imagem sempre se repete a cada carnaval pernambucano. Aquele homem com cara de louco quedo atrás de um janelão de primeiro andar abençoando a turba de foliões num vai e vem, embevecida pelo autentico som carnavalesco, o frevo.

No memorial de sua arte um dia ele disse:

“No dia em que eu nasci três vezes um galo cantou, Satanás bateu num sino e uma estrela alumiou. Ficou tudo escuro no dia em que nasci. Era meio-dia. E fez um escuro medonho. Em São Bento do Una. Nasceu um bendito.

Um bendito. Mas que acabaria à `profissão de maldito´, já que a música era seu dom.
Sou bendito, isto sim, porque reinvento a MPB e, por outro lado, não sou mais novo. Sou um balzaquiano da música popular brasileira. A base da minha música é praticamente o cordel. Vem das coisas que ouvi diretamente dos cantores da minha terra.

Vem da infância, das histórias contadas pela negra Loló, vem do aboio na voz do vaqueiro ao anoitecer. E tinha lua na caatinga, o menino na garupa, com medo de lobisomem.

Depois, vem dos elementos urbanos que absorvi e misturei a essa base, e tirei meu produto. Um produto novo.

No Recife, comecei a me urbanizar na marra, comecei a ter vergonha do meu sotaque, porque eu era de São Bento e os meninos mangavam muito de mim. Porque eu era matuto. Convivi com a classe média alta, mas meu pai não queria luxo em casa. Mesada pequena, cabresto curto para evitar que seu `gado´ desgarrasse pelo mundo afora. E a vontade de ter roupa bonita. Eu vivia um dilema: morava num bairro bom, mas não tinha dinheiro no bolso. Enfim, um cara diferente no sotaque, no bolso e no gosto. Nunca virei recifense, mas São Bento do Una ia ficando para trás”.
(História da Música Popular Brasileira- Grandes compositores. S. Paulo: Ed. Abril, 1982).

Alceu Valença, diz a crítica, constrói o alicerce da futura música de consumo do Brasil, contudo, digo eu, o invólucro daquela música passou, ou melhor, desmanchou-se no ar. Se a música de Alceu é de consumo, viva a música de consumo de Alceu! E morra a música de consumo de certos “compositores” de hoje e de certos jovens a vista.

Aliás, ele já antecipava tudo isto, se quisermos entender sua crítica para o lado da música, quando disse:

Além de tudo sou moleque mal-ouvido
Sou atrevido, já joguei tudo pro ar
Vai longe a noite do meu sonho colorido
Duvidar? Duvido e insisto em duvidar
Creio na perua
O povo tá comendo vidro
Creio na perua
E o baião vai pipocar
Creio na perua
O que tá pior vai piorar
É como a história da cantiga da perua
Seu Elias fez a sua profecia popular
E Ary Lobo resolveu morar na lua
Partindo do Sputinik do campo do Jequiá...
(Fé na Perua).

COMPOSISTORES DO BRASIL, programa musical da Rádio Educadora do Cariri, nesta quinta-feira, a partir das 14 horas, faz uma retrospectiva musical desse excelente compositor brasileiro.

Na sequencia:

PUNHAL DE PRATA, com Alceu Valença
CARAVANA, de Alceu Valença e Geraldo Azevedo com Elba Ramalho, Zé ramalho e Geraldo Azevedo
A DANÇA DAS BORBOLETAS, de Alceu Valença e Zé Ramalho com Zé Ramalho
AGALOPADO, com Alceu Valença
TÁXI LUNAR, de Alceu Valença, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo com Geraldo Azevedo
POR TODA LÃ, com Alceu Valença
CORAÇÃO BOBO, com Alceu Valença
FÉ NA PERUA, de Alceu Valença e Zé da Flauta com Alceu Valença
CHEGO JÁ, de Alceu Valença com Claudionor Germano
COMO DOIS ANIMAIS, com Alceu Valença
CABELO NO PENTE, de Alceu Valença e Vicente Barreto com Alceu Valença
PLANO PILOTO, de Alceu Valença e Carlos Fernando com Luiz Gonzaga e Alceu Valença.

Quem ouvir verá.

COMPOSITORES DO BRASIL
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Rádio Educadora do Cariri – 1020
Quintas-feiras, de 14 às 15 horas
Retransmissão: www.cratinho.blogspot.com

UMA CRÔNICA DO DESAGRAVO


Pedro Esmeraldo
Pensei em abandonar a escrita. Tive grande pressentimento de que fui subestimado pela mídia da crônica cratense. Quero lembrar que, desde há muito tempo, venho alertando os políticos que o meu único objetivo é defender a minha terra, a fim de vê-la sair do caminho da discórdia e da negligência política.

Há mais ou menos três anos, dei o primeiro grito contrário a separação da Ponta da Serra. Fui um fiel escudeiro em defesa da permanência do Parque de Exposição desta cidade. Fui e continuarei contrário a sua retirada do centro da cidade e venho manifestar sentimento de oposição a esse movimento, que tenho como intuito de evitar quebra da relação que há entre esses políticos que só desejam marchar em direção oposta aos interesses do povo.

Luto com muita veemência contra a penetração de canditados de fora e que só desejam permanecer nesta cidade com o interesse de açambarcar o voto do povo cratense e nada mais. Noto, com isso, que há má vontade desse povo em trabalhar por esta terra, apenas visa o interesse de levar o que tem de bom. Por isso, alerto o povo que não caia nessa armadilha e satisfaça sua vontade de escolher com sabedoria seu canditado. Evite que o Crato caia no esquecimento. Não seja omisso e tenha o bom comportamento patriótico e evite a permanência deles aqui na terrinha.

Tem- se por obrigação escolher os candidato do Crato ( quer sejam filhos legítimos ou adotivos) e não dêem apoio a uma massa repelente que só vem tirar proveito e conseguir prestígio. Procure escolher com muita precisão os candidatos idóneos e sempre tenho a dizer, empregando a palavra popular: "ruim com eles pior sem eles".

Agora recordo com humildade de um simples cronista "mesmo sem ser reconhecido pela mídia" lembro a todos solicitando que se afaste dos canditados aventureiros e tenham sempre em sua mente que deve votar em filho da terra, que será o melhor remédio para o Crato. Exija a sua retirada imediata desta praça, já que a cidade não precisa dessa ajuda desagradável.

Lembro ainda que no pleito passado apareceu aqui um algoz que arrematou do Crato mais de 10 mil votos, para depois abandonar e nunca mais pisar nesta terra. Considero esse cidadão um eterno ingrato ao Crato, creio que esses erros não serão mais cometidos, pois tenho como pensamento que só se deve errar uma vez e da outra vez é preciso consertar o erro com precisão.

Ambiciosamente, serei um criado fiel e lutarei em defesa da minha terra, já que tenho como objetivo estimular os políticos que deixem de lado o comodismo e lutem com ansiedade pela conquista do desenvolvimento equilibrado e com trabalhos insanos, propondo a igualdade e dá, aceleração do crescimento, a fim de facilitar a criação de empregos e rendas.

Isso não ocorre porque não há uniformidade política, visto que todos puxam brasa para sua sardinha e rção facilitam melhores trabalhos na construção de um novo Crato.

Ultimamente, os lideres cratenses não utilizam a seriedade e contorcem-se com medo de estruturar com o pensamento nobre e com intuito de partir para a construção de um novo Crato.

Tenho como pensamento, ver o Crato atingir a sua glória.

Procuro penetrar no seio da massa popular com o único desejo de orientar esse povo que saiba escolher, na hora de votar, o seu candidato serio e honesto.

Cuidados com as conversas dilacerantes como o movimento que há pela separação da Ponta da Serra, pela aceitação de outros canditados de fora que só vêm prejudicar o Crato.

Depois pode-se cobrar desses políticos as suas promessas eleitorais.

Crato -CE,21 de Julho de 2010.



Quando eu canto seu coração se abala
Pois eu sou porta-voz da incoerência
Desprezando seu gesto de clemência
Eu sei que o meu pensamento lhe atrapalha...
(Agalopado)

ALCEU VALENÇA

Por Zé Nilton

O bonito em Alceu Paiva Valença, nascido em 1º. de julho de 1946, é essa dupla proximidade dele com sua música e deles com terra que os originou. O Nordeste e o mundo, eis sua terra. Mas uma vez no mundo, não perde o sentimento e o aconchego telúricos. Quer encontrá-lo quando está em casa? Vá a Recife. A imagem sempre se repete a cada carnaval pernambucano. Aquele homem com cara de louco quedo atrás de um janelão de primeiro andar abençoando a turba de foliões num vai e vem, embevecida pelo autentico som carnavalesco, o frevo.

No memorial de sua arte um dia ele disse:

“No dia em que eu nasci três vezes um galo cantou, Satanás bateu num sino e uma estrela alumiou. Ficou tudo escuro no dia em que nasci. Era meio-dia. E fez um escuro medonho. Em São Bento do Una. Nasceu um bendito.

Um bendito. Mas que acabaria à `profissão de maldito´, já que a música era seu dom.
Sou bendito, isto sim, porque reinvento a MPB e, por outro lado, não sou mais novo. Sou um balzaquiano da música popular brasileira. A base da minha música é praticamente o cordel. Vem das coisas que ouvi diretamente dos cantores da minha terra.

Vem da infância, das histórias contadas pela negra Loló, vem do aboio na voz do vaqueiro ao anoitecer. E tinha lua na caatinga, o menino na garupa, com medo de lobisomem.

Depois, vem dos elementos urbanos que absorvi e misturei a essa base, e tirei meu produto. Um produto novo.

No Recife, comecei a me urbanizar na marra, comecei a ter vergonha do meu sotaque, porque eu era de São Bento e os meninos mangavam muito de mim. Porque eu era matuto. Convivi com a classe média alta, mas meu pai não queria luxo em casa. Mesada pequena, cabresto curto para evitar que seu `gado´ desgarrasse pelo mundo afora. E a vontade de ter roupa bonita. Eu vivia um dilema: morava num bairro bom, mas não tinha dinheiro no bolso. Enfim, um cara diferente no sotaque, no bolso e no gosto. Nunca virei recifense, mas São Bento do Una ia ficando para trás”.
(História da Música Popular Brasileira- Grandes compositores. S. Paulo: Ed. Abril, 1982).

Alceu Valença, diz a crítica, constrói o alicerce da futura música de consumo do Brasil, contudo, digo eu, o invólucro daquela música passou, ou melhor, desmanchou-se no ar. Se a música de Alceu é de consumo, viva a música de consumo de Alceu! E morra a música de consumo de certos “compositores” de hoje e de certos jovens a vista.

Aliás, ele já antecipava tudo isto, se quisermos entender sua crítica para o lado da música, quando disse:

Além de tudo sou moleque mal-ouvido
Sou atrevido, já joguei tudo pro ar
Vai longe a noite do meu sonho colorido
Duvidar? Duvido e insisto em duvidar
Creio na perua
O povo tá comendo vidro
Creio na perua
E o baião vai pipocar
Creio na perua
O que tá pior vai piorar
É como a história da cantiga da perua
Seu Elias fez a sua profecia popular
E Ary Lobo resolveu morar na lua
Partindo do Sputinik do campo do Jequiá...
(Fé na Perua).

COMPOSISTORES DO BRASIL, programa musical da Rádio Educadora do Cariri, nesta quinta-feira, a partir das 14 horas, faz uma retrospectiva musical desse excelente compositor brasileiro.

Na sequencia:

PUNHAL DE PRATA, com Alceu Valença
CARAVANA, de Alceu Valença e Geraldo Azevedo com Elba Ramalho, Zé ramalho e Geraldo Azevedo
A DANÇA DAS BORBOLETAS, de Alceu Valença e Zé Ramalho com Zé Ramalho
AGALOPADO, com Alceu Valença
TÁXI LUNAR, de Alceu Valença, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo com Geraldo Azevedo
POR TODA LÃ, com Alceu Valença
CORAÇÃO BOBO, com Alceu Valença
FÉ NA PERUA, de Alceu Valença e Zé da Flauta com Alceu Valença
CHEGO JÁ, de Alceu Valença com Claudionor Germano
COMO DOIS ANIMAIS, com Alceu Valença
CABELO NO PENTE, de Alceu Valença e Vicente Barreto com Alceu Valença
PLANO PILOTO, de Alceu Valença e Carlos Fernando com Luiz Gonzaga e Alceu Valença.

Quem ouvir verá.

COMPOSITORES DO BRASIL
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Rádio Educadora do Cariri – 1020
Quintas-feiras, de 14 às 15 horas
Retransmissão: www.cratinho.blogspot.com