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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ruptura Ideológica - José do Vale Pinheiro Feitosa

A clivagem ideológica demonstrada no Brasil atual não tem a mesma natureza de anos atrás. Agora já não conta muito o símbolo do marxismo e nem do socialismo no sentido transformador que tem. A clivagem é muito mais entre o desenvolvimentismo com base no Estado e o neoliberalismo de mercado. Isso acontece entre políticos, economistas, pensadores e até mesmo nos sindicatos de trabalhadores.

Nesta campanha a clivagem foi muito mais evidente: dois tipos de mundo entraram em choque. E não eram mundos físicos, eram nitidamente ideológicos. Quando algumas pessoas se deram conta, ficaram assustadas e até raivosas, pois imaginavam que viviam num mundo sem contradições. Nunca foi verdade, mas esta fantasia aconteceu nos anos 90, especialmente com as teses do Fim da História.

A clivagem ficou mais evidente ao sobreviver aos resultados das eleições. O símbolo desta é o que aconteceu com os jovens no Twitter acusando os nordestinos de levarem as riquezas de São Paulo para subsidiar o seu subdesenvolvimento, enquanto os paulistas se ressentem de melhores vantagens do que os mesmos produzem.

O tal impostômetro sobre a capa da generalidade está na raiz desta clivagem. Assim como o movimento Cansei e as raiva que emerge em vários setores do Sul. Os votos mais marcantes do Serra foram no Paraná e Santa Catarina e de lá emerge o mesmo sentimento. O melhor é que não existisse um país chamado Brasil, que os estados gastassem o que produzem dentro de suas fronteiras, como autonomia e quem quiser que cresça e apareça.

Nas diferenças regionais, onde os mais ricos aconteceram pela exploração dos mais pobres, este dado desaparece, só resta a atualidade, de cada um por si. É a lei de mercado em paroxismo. Hoje mesmo no blog Terra Magazine um líder do Movimento São Paulo Para Paulistas expressa esta clivagem ideológica de cima abaixo e ainda defende a moça que será processada por ter estimulado o afogamento dos nordestinos.

O mais provável que é estas questões caibam numa reforma tributária, mas não restam dúvidas que já são sinais do crescimento de um pensamento opositor mais ideologicamente afastado da Social Democracia e mais próximo do neoliberalismo. O PSDB marcha celeremente para tentar liderar este momento quando for amanhã.

A solidão vive no interior - Emerson Monteiro

Encontrar o jeito de viver chega às raias da impertinência, por causa da agitação de carros e multidões que lotam as capitais e cidades maiores, trazendo essa alternativa de permanecer no interior um jeito novo de organizar o mundo e encontrar a forma de sobreviver nos matos do sertão.
A década de 50 do século que passou existia no modelo econômico brasileiro que representava maior quantia habitando a zona rural. Depois, com a urbanização e a industrialização galopantes das duas décadas posteriores, 60 e 70, o bucolismo do interior para muitos perdeu o charme e o pêndulo trocou de lado, enchendo de gente as metrópoles que agora lutam sobrecarregadas e gritam por socorro a qualquer custo.
Os moradores dos lugares maiores, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Salvador, rezam pelas saídas honrosas de não largar a história de suas famílias e seus portos de fixação, sabendo, no entanto, que iniciar noutros cantos significaria espécie de exílio territorial.
Há um surto de apreensão nesse sentido. Os governos penam ocupados diante dos graves problemas das megalópoles, cercados de argumentos do quanto o enigma urbanos supera a capacidade imediata das soluções. O trânsito reduziu-se a níveis aterrorizadores de velocidade, com horas e horas de retenção nas filas intermináveis de automóveis, observados pelos marginalizados do sistema e seus olhos de lince, com a segurança e os vícios pecaminosos além da monotonia das paisagens fumarentas e mórbidas. Quando há praias, os finais de semana ainda alimentam o sonho do infinito, na linha do horizonte e sóis monumentais, a falar esperança nos dias melhores que virão nas abas da natureza. Poetas de plantão, sonhadores, mergulham nas telas incendiadas dos televisores, da mídia e fnos computadores maternais, nas horas domésticas enclausuradas.
O interior dispõe, quem sabe até quando?, do sossego entre descampado e paredes, porém parecidos nos termos humanos e suas limitações de qualidade, ainda diante dos fluxos migratórios que despejam cultura industrial nos cérebros assustados.
Quer-se, no entanto, contar da solidão silenciosa possível quando inexistem vizinhos neuróticos e sons malucos a toda altura, nos bares, fundos de carros abertos, porres medievais das tardes vazias, impaciência das ruas que invade as horas nos becos escuros da velha saudade social.
Falar nisso enquanto é tempo, dos outros modelos permitidos pela criatividade. Espécies de retorno ao campo, vez que antenas existirão mesmo assim nos distantes lugares, telefones, transportes, escolas, energia elétrica, saúde. Estudar meios diferentes de fugir das cidades sem precisar viver os pesadelos de fora, nisso acham-se os caminhos administrativos da saída, já que se experimentaram os dois lados da moeda e sabe o peso de cada um.

Eu não guardo Ressentimentos ! - Dihelson Mendonça


Os mais próximos a mim sabem da minha extrema capacidade de perdoar aqueles que me aborreceram por qualquer motivo, seja por maldade, ou por ignorância, entendendo esta como a falta da informação verídica acerca dos fatos, e dos mal-entendidos. Não há lugar mais nem na minha cabeça nem no coração para ressentimentos, isso fica para pessoas mesquinhas e que não têm em que pensar. Embora eu seja uma pessoa extremamente calma, às vezes surpreendo com verdadeiras explosões de fúria intensa, se alguém tenta me passar para trás, mas mesmo assim, a raiva logo se dissipa.

Ontem tivemos o desprazer de participar e presenciar uma das maiores discussões ( no mau sentido ) que se tem notícia na Blogosfera Caririense. O fato que iniciou o tumulto foi um ataque pessoal que recebi de um comentarista sobre uma postagem que eu havia feito no Blog Cariricaturas. Respondi em igual tom, e solicitei providências, e com apenas o apontar da serventia da casa, agora confirmado em nota, fui expulso do Blog, quando desapareceram do meu painel de controle as opções de postar e o próprio Blog sumiu, impossibilitando-me de qualquer defêsa por inúmeros comentários que se seguiram de gente anônima.

No Calor da discussão, o escritor Zé do Vale, ainda sem entender direito o que se passava, baseado num raciocínio que se mostrou depois incorreto, achou que eu havia entendido a mensagem da administradora como o abrir da porta, e eu houvesse saído por conta própria. Antes tivesse sido isso, pois cada Blog e administrador tem o SAGRADO direito de expulsar quem quiser, coisa que todos concordamos, e ninguém é obrigado a aceitar pessoas de que não gostamos no nosso convívio diário.

Só que essa informação somente agora apareceu, depois de termos ontem Eu e o Zé do Vale quase nos matado por aqui, batido boca desnecessariamente, e no calor da discussão, exaltando defeitos que tenho certeza que nenhum de nós chega a tanto. Tudo poderia ter sido evitado com um simples E-mail, um telefonema, já que se entende por AMIZADE. A sinceridade e a Verdade ainda é a melhor política. Não custaria nada ter ligado e dizer: "Olha, não te queremos mais lá, você tem uns pensamentos diferentes dos nossos, nao nos agrada", como a administradora finalmente disse em seu texto: "Removi o nome do Dihelson , como autor, pelo direcionamento de colocações e comentários, contrários à harmonia do nosso Blog. " OK, no problem!

Acabo de ver feliz, no Blog Cariricaturas a mensagem do Zé do Vale reconhecendo o equívoco do julgamento anterior. É preciso ter grandeza para reconhecer um erro, e eu o parabenizo aqui por isso. Na verdade, ele foi induzido ao erro, pelo desenrolar dos acontecimentos. Mas talvez se eu não houvesse me apressado em externar a minha defêsa, poderia a essa altura, muita gente pensar que eu me desliguei e depois fui reclamar, coisa absurda de se entender.

Acho que com a mensagem do Zé do Vale, a admissão da administradora perante o público de que EXECUTOU o ato e os outros esclarecimentos, o fato está completamente explicado e esgotado.

Da minha parte, aceito publicamente a expulsão, apesar de eu não haver escrito nada demais para merecer isso, mas afinal... e acho que eu poderia ainda contribuir para o debate naquele blog no livre fuir das idéias. Acho estranho que quando eu escrevia lá, algumas mensagens poderiam provocar desarmonia no Blog, enquanto que as mensagens depreciativas dos comentaristas em me atacar nunca são entendidas dessa forma. Quero esclarecer tambem que a administradora diz na mensagem que não está no perfil do Blog do Crato, mas isso não é minha culpa, pois enviei inúmeros convites à mesma, tanto é que a Claude e a Edilma estão, porque ela não haveria de estar também ? Os convites ou não foram recebidos, ou foram recusados.

Mas, deixemos tudo isso de lado. Conforme iniciei esta pequena nota, não guardo rancor do Zé do Vale de forma alguma, esta mensagem é conciliatória, e o isento também ( como já havia isentado ) de qualquer coisa em relação à expulsão ( na verdade, eu já sabia quem havia sido o executor ), e ele também não pode ser responsabilizado por seguir uma linha de raciocínio errada, se não tinha todos os dados para fazê-lo corretamente, e que eu já dispunha, mas não podia revelar muito isso.

Quero pedir desculpas ao Carlos Rafael, administrador do Blog Cariri Agora pela batalha travada aqui no dia de ontem, porque é um local neutro em que todos os contendores podem ter acesso.

Bola pra frente!
Não há um só mal que não traga um bem. Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos. Da minha parte, nada mudou, vou tratar a todos com o devido respeito com que tenho tratado desde que nos conhecemos.

Duas frases porém, ficaram:

"A vida não se resume em Blogs"

"A nossa vida mesmo, é essa de carne e osso que nós temos"

Edilma Rocha

Abraços,

Dihelson Mendonça

As Reinações da Imprensa Brasileira - José do Vale Pinheiro Feitosa

Algemando Felipe Massa

Esta é boa para a escrita do Emerson Monteiro. A colunista Mônica Bergamo na Folha de São Paulo informa que o Promotor Paulo Castilho do Juizado Especial Criminal, com base no Estatuto do Torcedor, diz que se Felipe Massa der passagem para o seu companheiro de equipe Fernando Alonso, sairá preso de Interlagos.

Tirando a questão de uma autoridade querendo fama na imprensa, este assunto é um bom tema no direito. Seja no contraponto entre o Direito Brasileiro e o Direito Internacional, uma vez que se trata de uma competição internacional. Seja no realce surpreendente de que as leis são territoriais, próprias do território brasileiro e que elas não se subordinam às práticas de eventos multinacionais. O Estatuto do Torcedor que protege o direito deles estaria, neste caso, acima de uma prática de todos os circuitos automobilísticos.

Se isso é verdade, muitas coisas mais poderão ser questionadas no futuro nos termos desta levantada pelo Promotor.

Censurando o Sítio do Picapau Amarelo.

O Globo disse que o Conselho Nacional de Educação iria censurar a distribuição de alguns livros de Pedrinho por emitirem opiniões e quadros racistas. O assunto caiu bem na mídia e guarda relação estreita com a questão do controle social das comunicações, especialmente vindo de um Conselho e do Governo Federal.

Eis as manchetes de alguns jornais do eixo sudeste: As Caçadas de Pedrinho censuradas pelo MEC no O Globo. Livro de Lobato pode ser banido por racismo O Dia OnlineRio. Caçadas de Pedrinho na Mira, Gazeta do Povo. Reinações do CNE Folha de São Paulo.

É tanto que numa das entrevistas após as eleições alguém perguntou isso ao Lula e se não me engano à Dilma. Eles, claro, não tinham conhecimento do assunto e não tinham como opinar. Pois bem logo nos blogs o assunto tomou ares de censura e se ampliou num debate que é sempre saudável.

A questão afinal qual é mesmo? Sempre a lei e a regra. A discriminação racial é crime, o MEC distribui livros para as escolas de todo Brasil. O MEC estabeleceu parâmetros para a literatura recomendando que não se distribuam livros racistas, que estimulem a destruição da natureza, que estimulem a discriminação de gênero e mais alguns itens. Acontece que a literatura clássica está cheia destes parâmetros de acordo com o pensamento da época.

Agora é outro tempo. Qual foi, de fato, a recomendação em relação aos livros do Monteiro Lobato? Os governos deverão exigir da editora responsável pela publicação a inserção no texto de apresentação de uma nota explicativa e de esclarecimentos ao leitor sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura Esta providência deverá ser solicitada em relação ao livro Caçadas de Pedrinho e deverá ser extensiva a todas as obras literárias que se encontrem em situação semelhante.

Seria uma grande besteira fazer como fez o Ruy Barbosa mandando queimar a memória da origem dos escravos e seu histórico, dizem para os fazendeiros não cobrarem indenizações ao governo. Isso apaga a história e o debate de como o preconceito funcionava e era formado é essencial para a formação de um alunado crítico, com capacidade de análise e que sabe as razões da lei e das regras.

Esclarecendo a nota do Dihelson neste blog - José do Vale Pinheiro Feitosa

O Dihelson Mendonça tem toda a razão quando diz que foi desligado do blog Cariricaturas por um dos administradores ao contrário do que afirmei lá num comentário à uma postagem do Carlos Rafael.

Em nota no final do dia de ontem, Socorro Moreira esclarece os fatos e que não estão em acordo com o que afirmei ter ele se auto-expulsado.

Não me movou nenhum sentido de mentira, no entanto, como interpretou o Dihelnson Mendonça, no sentido em que verbo tem no dicionário: afirmar ser verdadeiro aquilo que se sabe falso ou afirmar afim de induzir o erro.

Embora o erro da minha afirmativa esteja claro não há nele mais que um erro temporário dos fatos a que tinha conhecimento até então. Agora os fatos estão esclarecidos e motiva o meu esclarecimento.

Não me move nenhum razão mais do que dialogar com os meus conterrâneos, em amplo sentido e nos mais variados assuntos. Me estimula ter contato, mesmo que em textos à distância, com as novas gerações após a minha e que considero uma evolução positiva no tempo como o prório Dihelson, o Carlos, Liduína, Lupeu, Leonel, Zé Flávio, Lupin, Darlan e todos que fazem os blogs coletivos que considero uma das melhores coisas já inventadas e experimentadas na região.

Me sinto muito satisfeito de reencontrar Socorro Moreira, Edilma, Claude, Everardo, Joaquim, Armando, entre tantos da minha geração.