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domingo, 2 de janeiro de 2011

Esperança de dias melhores- Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A passagem do ano gera nas pessoas uma alegria, uma vontade de mudar do velho para o novo. A virada do ano é comemorada com festas reunindo familiares e amigos. As cidades ficam coloridas com a explosão de fogos de artifícios. Há sempre uma esperança que dias melhores virão com muita saúde, emprego e felicidade. Também é um momento para refletirmos sobre a nossa mudança interior. Assim como é tempo de arrumarmos a casa, os guarda-roupas nos desfazendo do supérfluo, roupas de que nem precisamos e lotam os armários e poderiam ser aproveitadas por pessoas necessitadas. Participando de uma missa há alguns anos, nunca me esqueci das palavras do padre: “quando esvaziamos os nossos armários para doar roupas que não precisamos mais aos pobres, eles é que estão nos fazendo a caridade, pois queremos desocupar os armários”. O padre queria nos mostrar que em vez de acumular devemos partilhar o que temos de melhor. Assim é também com nosso espírito. Este é um momento para mudar nossa vida e iniciar o ano praticando mais o amor. Como conseqüência teremos um ano melhor para nós e para os outros. O primeiro passo para sermos melhores e nos doar mais é nos livrarmos do egoísmo, da falta de amor e da indiferença. É muito importante abrirmos o nosso coração a vivência do amor e da solidariedade.

O Evangelista João diz em suas cartas, que devemos amar uns aos outros, “pois o amor vem de Deus e quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. O amor aos irmãos nos leva a praticar o bem fazendo os outros felizes e promovendo a nossa própria felicidade. A felicidade está nas pequenas coisas: na união da família, na alegria de ter amigos, na doação aos outros. Saindo da indiferença e fazendo a nossa pequena parte, quem sabe ajudaremos um pouco mais na construção de um mundo sem violência, com mais paz e justiça. Não podemos perder as esperanças.
Desejo a todos os leitores e colaboradores desse blog um Ano Novo cheio de paz, amor e felicidade.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Pensamento para o Dia 02/01/2011


“Apenas um devoto fervoroso pode compreender e experimentar a bem-aventurança da união com Deus. Açúcar tem gosto amargo se uma pessoa sofre de malária. O defeito está na sua língua, não no açúcar. Assim é o caso de uma pessoa imersa em desejos mundanos. Se você está imerso nisso, não pode experimentar a doçura da Divindade. Tenha a firme convicção: "Deus está em mim, comigo, ao meu redor, atrás de mim." Quando você pondera sobre essas idéias, você se torna divino. Nunca acolha o pensamento de que você está separado de Deus. ”
Sathya Sai Baba

Raimundo Fagner - Emerson Monteiro

Há precisos 33 anos, ao seja, na virada do ano de 1977, encontrei o cantor cearense Raimundo Fagner. À época se apresentava na Quadra Bicentenário, em Crato, ainda nos passos iniciais da caminhada de êxitos que trilharia desde então. Dessa aproximação, viria a lhe oferecer hospedagem, a ele e a alguns amigos que com ele viajavam, Amelinha, Francis Vale, Wiron Batista, Afonsinho e mais duas jovens das quais não recordo os nomes. Morava com meus pais, naquela ocasião. Eles se achavam ausentes. A casa permaneceu, alguns dias, ao nosso dispor, enquanto o grupo ficou no Cariri uns dois ou três dias mais, e com eles seguiria para passar o Ano Novo em Orós, na casa dos pais de Fagner. Depois, no mesmo grupo, fomos até Fortaleza.
Nesta oportunidade, conheci alguns dos amigos dele numa comemoração que antecedeu apresentação do cantor, promovida no Teatro José de Alencar, no princípio de janeiro de 1978. Das figuras que se reuniram naquela noite, em um restaurante próximo à residência de Fagner, lembro de Ricardo Bezerra, Fausto Nilo, Stélio Vale, Alano Freitas, Sérgio Pinheiro, Cirino, dentre outros, todos ligados às artes e à música popular cearense, os quais formavam a intelectualidade artística de Fortaleza. Cirino eu conhecera antes, exímio violonista, havia estado com ele em algumas vezes em Crato, quando estabelecêramos amizade, e eu auxiliara no lançamento de um disco seu, no antigo auditório da Faculdade de Filosofia, nas instalações do antigo Patronato Padre Ibiapina.
Depois, passados esses anos todos, agora, no Révellion do Centenário de Juazeiro do Norte, de 2010, volto a encontrar Raimundo Fagner, em sua apresentação do evento. Nesse meio tempo, nosso contato fora só através de um telefonema, quando coordenei o Comitê Contra a Fome, a Miséria, pela Vida, no Banco do Brasil, começos da década de 90, e buscava instrumentos de ampliar os recursos daquela atividade com algumas promoções.
Em 1977, pois, Fagner despontava a nível nacional desde o seu primeiro disco, Manera Fru Fru Manera, gravado em 1973. Dono de uma carreira artística preenchida de sucessos, agora integra o elenco dos nomes imortais da música brasileira, dado seu talento de músico, cantor e compositor, dos mais festejados entre os valores da cultura do Ceará.
Nesta apresentação, em Juazeiro do Norte, o músico cantou algumas das composições que marcam os momentos destacados de seu repertório, para público estimado em 40 mil pessoas, cantando logo após as apresentações de Fábio Carneirinho e Luiz Fidelis, depois sequenciado por Maurício Jorge, na programação que iniciou a pauta das atividades alusivas ao Centenário da Independência de Juazeiro do Norte, neste ano de 2011.

Janinha Brito - A (a)postadora do Cariri no mundo




Blogueira aposta no registro e na difusão da produção artística e cultural da região do Cariri, Sul do Estado do Ceará, como forma fortalecer a identidade do povo do Cariri. Janinha é uma pequizeira, para quem é do Crato/CE isso é sinônimo de guerrilheira, ela é uma dessas mulheres fortes e defensoras do “cratinho de açúcar” .

Alexandre Lucas - Quem é Janinha Brito?


Janinha Brito - Sou uma apreciadora de arte e cultura do Cariri, cantora, blogueira e articuladora cultural.


Alexandre Lucas - Quando teve início seu trabalho artístico?


Janinha Brito - Em 1993, nos bares do Cariri, fazia dupla com Júnior Rivadávio, viajava com shows de MPB.


Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?


Janinha Brito - Música Popular Brasileira, especificamente a Nordestina, trazida pelo meu pai.


Alexandre Lucas - Como você vê a relação entre arte e política?


Janinha Brito - Vejo avanços, o governo Lula abriu portas para a arte e cultura, valorizando mais a arte popular, o ensino de artes nas escolas, projetos, eventos etc.
Muito pode ser feito ainda, mas já podemos hoje nos projetar a viver de arte.


Alexandre Lucas - O que é música para você?


Janinha Brito - Me emocionei com a pergunta...música é o meu sentido, minha razão.
Meu pai era músico, cada fase da minha vida tem uma forte lembrança musical, ela será minha profissão, a faculdade que farei, meu lazer, como sou lembrada pelas pessoas, alimento da minha alma!


Alexandre Lucas - Você vem dedicando parte do seu tempo a manutenção do Blog Cultura no Cariri. Como surgiu a idéia do Blog?


Janinha Brito - Pela necessidade de um espaço na internet onde pudéssemos saber mais sobre a cultura da nossa cidade.


Participei de um seminário do MINC, e do Entre Pontos, lá nos perguntaram sobre como saber mais sobre a música e cultura da nossa região, se estávamos organizados em uma associação ou tínhamos disponível algum material sobre a carreira na internet, percebi então nossa carência de registros e divulgação do trabalho, desde então tenho, com amor, me dedicado junto de grandes parceiros a atualizar o "Cultura no Cariri".


Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?


Janinha Brito - Resgate da história de grupos de reisados, divulgação de novos artistas, de projetos sociais, etc.


Alexandre Lucas - O que é a cultura no Cariri?


Janinha Brito - É a essência do "ser" nordestino, a mistura da história, tradição, música, dança, poesia da forma mais pura e verdadeira.


É a nossa chapada do Araripe, nosso reisado, as lendas sobre as passagens de Lampião e seu bando contadas por nossos avós, é a rapadura e nossos velhos engenhos, o pequi, as romarias ao "padim Ciço", é a festa do pau da bandeira, procissão de Nossa Senhora da Penha, a feira, é Patativa, é Luiz Gonzaga!


Alexandre Lucas - Como você vê a participação dos músicos e interpretes do Cariri nos grandes eventos da Região?


Janinha Brito - Já pensei muito sobre isso, nossa exclusão deve ser transformada em uma grande guerrilha artística, idéia do Cacá Araújo e direcionada aos atores de teatro quando sentiram-se excluídos de uma das maiores manifestações culturais da região, além do mais, a tal "grande" festa vem perdendo o caráter cultural a cada ano, temos de nos organizar para melhor reivindicar nossos direitos.


Alexandre Lucas - O que é preciso para democratizar a diversidade musical?


Janinha Brito - A internet é uma grande parceira dos artistas, a forma mais acessível e dinâmica de apreciar e divulgar o trabalho. Temos muito ainda a explorar!


Alexandre Lucas - Como você enxerga o cenário musical do Cariri?


Janinha Brito - Precisa ainda profissionalização, oportunidades, incentivo material, organização e valorização!


Alexandre Lucas - Quais seus próximos projetos?


Janinha Brito - Voltar a cantar um repertório com músicas nordestinas e compositores caririenses, expandir o Cultura no Cariri, criar uma associação dos músicos do Cariri.