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sexta-feira, 2 de abril de 2010

SÁBADO DE ALELUIA É DIA DE MALHAR JUDAS NO CRATO: "CABELO DO CÃO"




Boneco criado pelo artista plástico Everardo Aguiar



PROGRAMAÇÃO

14 horas - Cortejo do Judas pelo trecho: Centro (Bodega do Joquinha, rua dos Cariris) – Praça 3 de Maio – Praça Siqueira Campos – Praça da Sé – Bar do Gil – Rua da Vala – Av. Duque de Caxias – Rua São Francisco – Rua Mons. Assis Feitosa – Centro Cultural do Araripe.
16 horas - Tradicional roubo do Sítio do Judas: Os Caretas vigiam o sítio montado e açoitam com chicotadas os que ousarem roubar. A façanha é sair do sítio sem apanhar (e com o roubo).
19 horas - 1. Leitura do Testamento do Judas, elaborado em versos (cordel); 2. Malhação do Judas, com show pirotécnico e artistas circenses em perna-de-pau com malabares de fogo.
19:30 horas - 1. Forró pé-de-serra com Luizinho Brega Star, Sílvio Clay e Trio Flor do Pequi.
22:00 horas - Encerramento.

PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO:

Sociedade Cariri das Artes
Cia. Cearense de Teatro Brincante
Circo-Escola Alegria

PARCERIA:

Prefeitura Municipal do Crato
Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Crato
Coletivo Camaradas
Centro de Ativação Cultural Poeta Cego Aderaldo

PATROCÍNIO:

VI Ceará da Paixão
Secretaria da Cultura do Estado do Ceará
Governo do Estado do Ceará
Ministério da Cultura - Programa + Cultura
Governo Federal

Participe da celebração de um dos mais influentes escritores da tradição liberal clássica. O OrdemLivre.org está promovendo uma competição de ensaios relacionada ao trabalho de Frédéric Bastiat.


Temas
O economista Joseph Schumpeter não estava exagerando quando escreveu que Bastiat foi o maior jornalista econômico de todos os tempos. Talvez nenhum outro tenha comunicado com tanta espirituosidade, clareza e inteligência os problemas recorrentes da economia política. Suas propostas absurdas combinavam uma abordagem inteligente ao ensino da economia e críticas sólidas das ideias políticas de seu tempo. Os participantes devem usar as ideias de Bastiat para entender questões contemporâneas. Aqui estão as questões que os participantes devem discutir (escolha uma):

- Como mostra Bastiat, toda vez que fazemos uma escolha, abrimos mão de algo. É isso que os economistas chamam de custo de oportunidade. Você consegue descrever alguns dos custos ocultos das ações do governo? Ensaio sugerido: O que se vê e o que não se vê.

- Bastiat é famoso por ter demonstrado as conclusões absurdas que se alcançam pela aplicação consistente de políticas intervencionistas. Que outros exemplos você pode oferecer? Os participantes devem criar um caso original que mostre a irracionalidade inerente aos atuais programas governamentais. Ensaios sugeridos: A petição, Uma ferrovia negativa e Os dois machados.

-Qual é o legítimo propósito do governo? Os participantes devem avaliar a crescente usurpação nas democracias modernas, e reafirmar os limites e papéis do estado. Ensaio sugerido: A lei.

Requisitos
- Os ensaios devem ser originais.
- Os ensaios devem ser submetidos por e-mail.
- Os ensaios devem ter de 1500-2000 palavras.
- Os participantes não devem ter mais de 35 anos de idade.

Prêmios
1. Primeiro prêmio: R$1500
2. Segundo prêmio: $750
3. Terceiro prêmio: R$500
4. Três menções honrosas: R$250

Publicação
Os ensaios vencedores e as menções honrosas serão publicados em OrdemLivre.org. O ensaio vencedor será traduzido para o inglês e publicado no site da Atlas Economic Research Foundation.

Submissão
Os ensaios devem ser enviados como arquivo .doc até 31 de maio para contato@ordemlivre.org. O e-mail deve conter:

- Nome
- Idade
- Telefone
- Endereço
- Afiliação (universidade, instituto, etc.)
- Curso (para estudantes universitários)

Fonte: http://www.ordemlivre.org/

Semana Santa - por José do Vale Pinheiro Feitosa

A Semana Santa não é a mesma no tempo e entre as pessoas.

Para os católicos fieis se passa como um ritual religioso especial, o principal, talvez, de sua religião, a religião do Cristo. Ou seja, daquele que foi crucificado. Este é o momento em que o sacrifício, como que uma imolação tão cara ao mundo oriental, de Jesus ao Pai traduz o centro da liturgia da Santa Missa.

Diria que apenas para as camadas populares mais pobres, para o clero e para aquelas pessoas muito ligadas ao dia-a-dia da igreja, esta é, efetivamente, uma semana tipicamente religiosa. Para as pessoas mais abastadas e apenas partícipes de algumas missas dominicais, a semana santa é mesmo um feriado e um dia especial na mesa do cotidiano.

Haveria um elo entre uma situação e outra, além do feriado? É muito difícil dizer, apesar dos noticiários e dos relatos de missas, procissões e autos teatrais repetindo o sacrifício. Este certamente funciona como um pano de fundo seja na TV, no Rádio ou nos jornais, sem contar as eventuais manifestações nas ruas. Nas ruas centrais, pois em grandes aglomerados nem isso se percebe.

Como dizia: apenas pano de fundo, pois o que rola mesmo é o feriado, a mesa especial à base de peixe, a praia no litoral, o açude nos sertões, os bares, as praças e os shoppings. Ao invés da lembrança do sacrifício, o que se vê é o alívio da danação do trabalho e dos deveres escolares para os jovens. Nada por fazer, a não ser os grilhões que ainda se fixam nas paredes sobre a escravidão da mulher em sua domesticidade cultural.

Quando interiorano, ao invés deste computador e sua tela escrita, íamos para os sertões. Mais para o interior ainda, então vivia num sítio nos arredores da cidade do Crato no Ceará. A lembrança que restou, aquela que selecionei é da umidade do terreno, o intenso verde a preencher os buracos da caatinga, as flores, a cantoria alegre dos pássaros em plena nidificação. As crianças de alçapão e do visgo já sabiam: na semana santa não se pode aprisionar os pássaros, eles morrem.

A lagoa e o açude eram de energia jamais encontrada na minha vida, nem nas mais alegres praias. Nadando com meu pai, os tios e amigos. O mergulho que me remetia para a profundidade da vida, para um mundo que existe abaixo e ao qual desconheço. Ir lá embaixo e beber a água mais fresca que refrigerador nenhum já me deu. Os insetos na superfície da água, o cágado que se morder o pé de alguém apenas solta com trovão de estalo. A galinha d´água e o tetéu no breu da noite anunciando a coleção de água em que se encontra.

Jerimum, maxixe, muito queijo, feijão verde, leite, coalhada, milho verde e cuscuz de milho novo uma coleção de sabores de semana santa. De sertão renascendo, pipocando vida em cada brecha, a cada loca de pedra, em minúsculos túneis, no arrasto do chão. A semana da vida. Experiência introspectiva extrema junto a mais exuberante que o sertão conseguia de extroversão. Por isso nunca me separo do extrorso pelo qual o pólen se volta para o externo a mim.

SAFRA NO CARIRI: Seca Verde compromete produtos da Semana Santa


PRODUTOS DO "INVERNO" só são encontrados no mercado, oriundos dos cultivos irrigados na região


ANTÔNIO VICELMO

Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato aponta perdas entre 70% e 80% nos plantios do Cariri

Crato. Uma Semana Santa sem feijão e milho verdes colhidos no fundo do quintal. Este ano, os agricultores tiveram que comprar o chamado "jejum dos dias santos" nos mercados da cidade, procedente de áreas irrigadas. Nem mesmo a agricultura de subsistência, aquela que é praticada no terreiro de casa, com o objetivo de garantir a sobrevivência da família, resistiu à estiagem. A agricultora Erivânia Sabino diz que no seu Sítio Pau D´arco, município de Missão Velha, não choveu no mês de janeiro. Em consequência, os agricultores não plantaram. Vão ter que comprar o jejum da Semana Santa no comércio.

As chuvas que caíram depois do dia de São José no Cariri melhoraram a pastagem do gado e reabasteceram os pequenos açudes. Renovaram as esperanças dos sertanejos quanto à continuidade da chuva, mas não alteraram os índices de perda do plantio levantados, no final de março, pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Cariri (STR). Os sindicalistas reafirmam que as perdas, em consequência da falta de chuvas, variam de 70% a 80%, dependendo da localidade, o que, segundo os agricultores, caracteriza a chamada "seca verde" na região, uma vez que não existe perspectiva de safra.

Descrença
Os agricultores argumentam que pouca gente acredita na continuidade da quadra chuvosa. Mesmo que chova, apenas uma minoria corre o risco de um segundo ou terceiro plantio. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais Crato está analisando o quadro no pressuposto de que a região já está enfrentando uma seca. É o que atesta o presidente do STR, José Ildo, acrescentando que no documento que foi enviado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), indicando um índice de perda acima de 70%, as lideranças sindicais reivindicam a implantação de políticas públicas em socorro às vitimas do flagelo da seca. "É preciso encontrar uma forma de fixar o homem à terra. Do contrário, o campo será esvaziado", adverte o documento.

Política pública
Os sindicalistas explicam que a seca não é somente a falta d´água. No Cariri, por exemplo, existe muita água no subsolo, nos açudes públicos e nas fontes perenes que jorram do pé da serra. O que falta, segundo afirmam, é política pública de apoio ao pequeno produtor. A análise é endossada pelo presidente da Delegacia Regional da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), Francisco Alves, lembrando que em seu município, Jardim, praticamente não tem safra.

Citando uma análise feita pela Fundação Joaquim Nabuco, os sindicalistas dizem que a seca se manifesta com intensidades diferentes. Depende do índice de precipitações pluviométricas. Quando há uma deficiência acentuada na quantidade de chuvas no ano, inferior ao mínimo do que necessitam as plantações, a seca é absoluta.

Em outros casos, quando as chuvas são suficientes apenas para cobrir de folhas a caatinga e acumular um pouco de água nos barreiros e açudes, mas não permitem o desenvolvimento normal dos plantios agrícolas, dá-se a seca verde. É o que está ocorrendo no Cariri. A paisagem está verde, o legume nasceu, cresceu, mas não deu frutos. O feijão e o milho, por exemplo, morreram antes de serem colhidos pelos agricultores.

"Essas variações climáticas prejudicam o crescimento das plantações e acabam provocando um sério problema social, uma vez que o expressivo contingente de pessoas que habita a região vive, verdadeiramente, em situação de extrema pobreza", comprova o STR, em documento. Com isto, os sindicalistas acrescentam que a falta de chuvas é mais um agravante para o estado de miséria em que vive a maioria dos sem-terra.

Enquete

Prejuízos na safra

Erivânia Sabino Marinho
Agricultora de Missão Velha
Este ano nós só plantamos depois do Dia de São José. Mesmo assim, não há perspectiva de safra como em 2009

José Rodrigues
Produtor Rural do Crato
Nós vamos ter que comprar feijão e milho verde nos mercados. No meu sítio não tem legume nem para remédio

MAIS INFORMAÇÕES
Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato (STR)
Rua Pedro II, 62, Centro.
(88) 5523.3908

ANTÔNIO VICELMO
Repórter


Fonte: Diário do Nordeste

Marina Silva diz que vitória do PV não é algo impossível


A pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva (PV), afirmou hoje em Caruaru, no agreste pernambucano, não ser muito provável, mas não ser impossível, uma vitória do PV, um partido pequeno com poucos recursos, na eleição de outubro.

Segundo ela, a candidatura do PV já está quebrando a maneira de fazer política e observou que o PT e o PSDB precisam ter maturidade para restabelecer o diálogo e perceber que existem questões importantes e estratégicas para o Brasil que não podem ser negligenciadas, como o desenvolvimento com preservação ambiental.

Para a senadora, é preciso garantir uma governabilidade mínima no Congresso buscando um arco de alianças que não tenha o “viés fisiológico”. Ela observou que o PSDB quis ser sozinho (na presidência) e ficou refém do DEM, enquanto o PT quis governar sozinho e ficou refém do PMDB. Lembrou, então, uma citação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre quem vai “liderar sozinho para governar o atraso”. “Não precisamos liderar o atraso”, afirmou ela para uma plateia majoritariamente formada por alunos e professores da Faculdade do Vale do Ipojuca (Favip), no auditório da Rádio Difusora de Caruaru.

Marina cumpriu uma extensa agenda na cidade, que teve seu momento de festa ao receber homenagem de artesãos no polo de artesanato da Feira de Caruaru, a maior do Nordeste. Viu a apresentação de bandas de pífanos e forró, do grupo de bacamarteiros, além de receber de presente uma escultura em barro reproduzindo uma família de retirantes, confeccionada por Antonio Rodrigues da Silva, 58 anos, seguidor fiel da escola do Mestre Vitalino.”
Fonte: Agência Estado, via Blog do Eliomar

Ícones da música cubana criticam ação dos Castros


Do Blog do Gabeira:

Os cantores cubanos Silvio Rodríguez e Pablo Milanés, ícones e entusiastas da revolução de Fidel e Raúl Castro, juntaram-se ao grupo dos que criticam a falta de mudanças e a perseguição a opositores na ilha. Em entrevista no centro cultural Casa das Américas, em Havana, Rodríguez reiterou seu apoio ao processo revolucionário, mas disse que Cuba está pedindo reformas “aos gritos”.

“Este é um momento no qual a revolução, a vida nacional, pede a gritos uma revisão de muitas coisas, conceitos e instituições”, afirmou. “Tenho escutado que estão sendo feitas revisões, sempre extraoficialmente, lamentavelmente nunca em nossa imprensa. Deus queira que isso seja verdade.”

Há pouco mais de uma semana, em entrevista ao jornal espanhol La Voz de Galicia, Milanés também foi contundente nas suas críticas, o que foi comemorado pelos cubanos no exílio. “Não estou de acordo com a atitude do governo em relação aos cubanos dissidentes”, disse o cantor de Yolanda, que já dedicou muitos de seus shows a Fidel e estava em Madri para uma turnê. Para ele, “o sol enorme que nasceu em 1959 encheu-se de manchas ao envelhecer”

“Sou a favor das mudanças que Raúl prometeu, mas não cumpriu”, completou Milanés. “Não sou só defensor dos direitos humanos, da livre expressão, do direito à greve de fome ou da liberdade para o cubano sair do país. Luto pelo aperfeiçoamento do socialismo que proclamamos há 50 anos e no qual essas premissas não existem numa contradição absurda.”

Nos últimos anos, uma série de artistas e intelectuais cubanos e estrangeiros rompeu com o regime da ilha por causa da perseguição a opositores e da resistência a mudanças. Entre eles estão o escritor português José Saramago e Caetano Veloso. Os artistas cubanos que optam pelo exílio têm suas obras banidos da ilha. Os que criticam o regime sem deixar seu país, como Milanés e Rodríguez, podem cair em desgraça.

Recentemente, o jornalista e dissidente cubano Guillermo Fariñas – em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes – disse temer pela “integridade física” de Milanés. O cantor, porém, acredita que a fama lhe torna imune a represálias mais sérias.

O governo cubano vem sendo pressionado por manter presos opositores, jornalistas e ativistas. Segundo a ONG Anistia Internacional, há 53 “prisioneiros de consciência na ilha” . As críticas a Cuba se intensificaram depois da morte do preso político Orlando Zapata Tamayo, em fevereiro, após 85 dias de greve de fome. Até a esquerda chilena uniu-se ao coro.

O cineasta Pedro Almodóvar, antigo admirador do regime, está entre os artistas espanhóis que assinaram o documento “Eu acuso o governo cubano”. Ontem, foi suspensa uma reunião entre representantes da União Europeia e o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

A canção Yolanda, gravada por Chico Buarque em 1984, talvez seja o trabalho mais conhecido de Pablo Milanés no Brasil. Também representante da Nova Trova cubana, Milanés exaltava a vida em Cuba e a revolução em algumas de suas canções e chegou a dedicar seus shows a Fidel Castro. Mas recentemente tem dado mostras de descontentamento com o regime. Nos anos 90, o governo cubano fechou uma revista que era publicada por sua fundação.

REPORTAGEM PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO