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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Orgulho de ser político

Um filho advogado, engenheiro, administrador, professor, médico, todo mundo quer! Mas você DESEJARIA, do fundo do seu coração, um filho político de carreira? Você vê isso com muita freqüência? No Brasil de hoje? Difícil encontrar um pai, muito menos uma mãe, desejando uma carreira política para um filho. Ao pé da letra, não há nada demais nisso. Pelo contrário, ter a oportunidade de administrar o desenvolvimento de uma cidade, um estado, ou até mesmo um país, de criar leis que beneficiem o bem estar de um povo e o progresso de uma nação, é das tarefas mais nobres que um homem pode receber.

Mas vamos aos fatos. Todos os dias ao abrirmos os jornais, ou ligarmos a televisão, vimos o que? Escândalos! Um atrás do outro! Em todos os partidos, por todo Brasil. Interrompidos apenas por: Futebol, Carnaval, Natal, uma catástrofe natural ou um “crime bárbaro” de vez em quando. Nos últimos anos, os “esquemas” começaram a ser desbaratados e as máscaras começaram a cair, uma a uma. Mas a coisa parece estar impregnada. Político do quilate do ex-senador Jefferson Péres é exceção, e não a regra. Como pode um possível pretendente a um cargo público entrar numa campanha sabendo que suas despesas somariam 2, 3, 4...vezes o valor total de seus 4 anos de mandato? Não dá? E não venha me dizer que a campanha é financiada por empresários, pois quem dá quer receber! E de que jeito este “investimento“ volta? Deus sabe... Acho até que Deus preferia nem saber!

E o povo não vê? Vê! Mas finge que não vê que os tais não vão pra cadeia, porque CPIs acabam em pizza, porque denuncia não dá em nada, nada dá em nada! “Ruim com ele, pior sem ele!”, “Rouba, mas faz!”. A realidade parece clara. A verdade parece estar à vista de todos, mas parece que somos um povo “acostumado”, “conformado”, “apático”. Desconhecedores do nosso valor somos tangidos como gado, a cada 4 anos, para um curral onde se oferecem: camisas, bonés, cimento, tijolo, um belo e ludibriante discurso com trio-elétrico animado por alguma banda de forró da moda. E depois disso? Depois disso você vota, e como se diz por aqui, perde seu valor! O eleito assume o cargo e faz o que quer, do jeito que quer, afinal ele foi eleito...

Sabemos que políticos dizem ter orgulho de serem políticos. Que se orgulham de “serem”: vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores ou presidente, neste país. Mais interessante é que NÓS tenhamos orgulho dos políticos que temos! Aliás, a postura imperial de alguns deles, percebida através da arrogância e tom de superioridade, faz parecer que mal sabem que, quando eleitos, “estão” e não “são” vereadores, prefeitos, etc... Se conscientes fossem, revestiriam-se do cargo sabendo que ele é transitório. O Brasil que viu o império virar república, a escravidão ser abolida, o trabalhador ter direitos garantidos, precisa agora ver o estado ser governado e legislado por homens honestos e capazes de promover os melhoramentos, maciçamente, “prometidos” de: educação, saúde, emprego, transporte, moradia e segurança. Neste mar de desesperança, existe uma única praia, o voto. Bom que fosse não obrigatório, mas já que não o é, melhor que fosse dado a algum político, no bom sentido da palavra, preparado para servir AO POVO. Tenhamos orgulho de votar. Tenhamos orgulho de nossos governantes.


Dimas de Castro e Silva Neto, M.Sc.
Eng. Civil, Prof. do Departamento de Construção Civil da URCA

Artigo publicado no Jornal do Cariri de 10/06/2008.

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