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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

1º de janeiro de 2009


Meio século da mais antiga e sanguinária ditadura do continente americano

Dedicado aos dois pugilistas cubanos que, nos últimos Jogos Pan-americanos, pediram asilo ao Brasil – mas foram covardemente devolvidos à ditadura da dinastia Castro pelo atual governo
brasileiro – e aos milhares de presos políticos que padecem,neste momento, nas masmorras do sanguinário regime


O genocídio físico e espiritual de um povo diante da indiferença, quando não da cumplicidade, de muitos dirigentes ocidentais

O Gulag de Fidel

O dia 1o de janeiro de 2009 assinala o 50o aniversário do nefasto regime comunista de Cuba, a ilha-cárcere do Caribe. Quando Castro tomou o poder, em 1959, Cuba era uma ilha caribenha governada por um ditador e com a economia movida pelos dólares do turismo, do mercado negro, da prostituição e da exportação de cana-de-açúcar. Meio século depois, Cuba continua sendo uma ilha caribenha governada por um ditador e com a economia movida pelos dólares do turismo, do mercado negro, da prostituição e da cana.
O saldo da revolução cubana não podia ser mais desolador: 15 mil fuzilados no "paredón". Mais de 1 milhão de cubanos exilados nos Estados Unidos, no que é considerada a maior diáspora dos tempos modernos. 400 mil cubanos passaram pelos cárceres e campos de concentração como prisioneiros políticos. Dezenas de milhares afogados no mar ao tentar fugir do comunismo em direção a Florida-EUA. . Em Miami em fevereiro, foi inaugurado por exilados cubanos, um Memorial para 30 mil vítimas da ditadura de Fidel Castro. Tem mais: Cuba detém os mais altos índices de suicídios e abortos do Hemisfério. Miséria material, devido à ineficiência do regime socialista. Não existe liberdade de imprensa. Para se deslocar para outra cidade com mais de 10 Km o cubano tem de obter um visto da polícia dos irmãos Castros.
Durante décadas, Fidel Castro patrocinou – com dinheiro da União Soviética – a exportação do modelo da fracassada e sangrenta revolução cubana para a América Latina e África, que, aliás, redundou em grande fracasso...
Economicamente, o saldo da ditadura cubano também é negativo. Sob outra ditadura, a de Fulgencio Batista, Cuba era conhecida como "o bordel dos Estados Unidos", por causa dos cassinos e das prostitutas. A economia do país vivia disso e da monocultura da cana-de-açúcar. A Cuba de Batista detinha o quarto maior produto interno bruto da América Latina. No último dado disponível, de 1998, Cuba havia caído para o 15° lugar. Apesar do pesado subsídio da União Soviética, que chegou ao auge a 8 bilhões de dólares por ano, Fidel falhou em criar uma economia tutelada pelo Estado.

Um comentário:

Armando Rafael disse...

As mentiras e a crueldade de Cuba
por Lilian Zieger(*)

Lendo Zero Hora (hábito diário em minha vida há vários anos), deparei com a reportagem sobre Cuba (28/12/08) e não me contive: comecei a reviver o que vi e ouvi em Cuba. Estive naquele país há cerca de nove anos. Foram 30 dias que mudaram minha concepção de mundo e de vida! Ao ler que existem políticos brasileiros que defendem o regime cubano e, ainda, falam em “certo exemplo de democracia”, me pergunto: estiveram em Cuba? Conhecem o que existe lá? Onde está o discernimento dessas pessoas? Dizem que Cuba tem boa educação: mais de 99% de alfabetizados?

Apenas quero relatar um fato ocorrido comigo. Fiz amizade com uma professora cubana, quando lá estive. Levei-a até uma livraria, pois desejava lhe dar de presente um livro. Na frente da livraria, ela me falou que não podia entrar, pois os cubanos eram proibidos! Por quê? Os livros que podiam e deveriam ler recebiam do governo! – respondeu-me ela. Isso mesmo: o que poderiam ler lhes era ofertado e o restante, proibido! Como resultado, ela não aceitou o livro por medo. Isso é ser alfabetizado? O pior analfabetismo é o das idéias! O que aprendem a ler os cubanos? Apenas o que lhes é permitido! O que escrevem? O que lhes é permitido! Se alguém escrever algo contra o regime, vai preso! Depois querem me dizer que a educação cubana é exemplo. De quê? De absoluta falta de liberdade, de crueldade, de domínio intelectual, de disseminação do medo! Essa alfabetização é a mais perigosa de todas: a que domina as mentes e as tinge de medo (ou o melhor seria dizer: pânico). E tem pessoas que dizem ser isso exemplo para algum país? A ditadura vivida pelo povo cubano é absolutamente cruel.

E a saúde? Estive em Cuba para tratamento médico de meus filhos. Pergunto: se os cubanos têm o tratamento e a cura de algumas doenças, por que não ensinam ao mundo? A cura de doenças deveria ser de direito de todos os cidadãos planetários. Mas não! Eles escondem o tratamento para alguns poucos que tenham os dólares para o tratamento. Isso é exemplo de avanço na saúde? Isso é a mais cruel das atitudes humanas! Ainda há brasileiros que dizem ser a medicina cubana exemplo? Exemplo de uso da medicina para chamar estrangeiros que paguem fortunas por tratamentos que só existem lá, pois, supostamente, somente eles conhecem esses tratamentos.
Que medicina é essa que esconde as descobertas para aplicá-las apenas a quem tem o dinheiro (e que é muitíssimo) que a pague? Bem fazem os médicos brasileiros que condenam tal situação. Eu os aplaudo pela atitude corajosa de criticarem. (O que alguns políticos não conseguem fazer.) Um deputado diz na reportagem que Cuba ainda pode ser exemplo, pois elege representantes de bairro. Nossa! Eleger num país com partido único e que onde alguém que fale contra o regime cubano vai preso é liberdade? Elegem sim, sem antes não deixar de colocar uma mordaça (nos olhos, na boca e na consciência!). Elegem pessoas que são proibidas de falar qualquer coisa que seja contra o governo ditatorial de Fidel! Isso é exemplo de democracia?
O que vi em Cuba é um povo com medo. Medo de falar, de agir e de pensar... Talvez essa seja a maior crueldade de que falo. Tudo é absolutamente controlado pela censura! O medo que penetra nas pessoas que têm consciência – e que não têm nenhum interesse em falar de Cuba o que ela não é – é imenso. Sente-se na alma como se alguém pudesse entrar em nossa mente e ver o que se passa nela. Liberdade? Essa palavra é proibida em Cuba e não deve estar, com certeza, na cartilha de alfabetização do povo cubano. Eu amo o meu país, com todas as suas desigualdades e suas próprias crueldades. Sou leitora assídua e vejo com os olhos da consciência o que corrói nosso povo e suas misérias. Sonho com um país melhor e mais justo, com certeza, mas... que seja distante das idéias da dita “igualdade cubana”.
O povo cubano é escravo (ou está escravo) de uma das piores ditaduras que já vi! Se o povo gostasse dessa situação, não se jogaria ao mar, sujeito aos tubarões e a tempestades, para fugir! Meu respeito aos cubanos que ainda têm forças para resistir. Eu mesma não sei se conseguiria!

(*) Lilian Zieger é Pedagoga e supervisora educacional, presidente da Associação Nacional de Supervisores Educacionais do Brasil