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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Paraíba refaz passos do Padre Ibiapina através da paisagem brejeira



Guarabira, cidade brejeira da Paraíba, está lançando o projeto de turismo religioso Nos Passos do Padre Ibiapina. Inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, será inaugurado oficialmente no próximo dia 15 de abril.Serão 242 km voltados para peregrinos e caminhantes de todo o Brasil, que poderão ser feitos à pé, bicicleta ou cavalo, sempre entre os 15 a 19 de cada mês, durante todo o ano.
O projeto foi criado para resgatar os caminhos percorridos pelo Padre Ibiapina, durante sua peregrinação na Paraíba, no período de 1856 a 1883. Detalhe: tudo será acompanhado por monitores e os interessados não pagarão para participar.

Flor do Cedro
Foi escolhido como símbolo do projeto a Flor do Cedro, árvore que dá sombra ao jardim do memorial do Padre Ibiapina, em Santa Fé. A flor do cedro tem um rara beleza que só desabrocha após secar. Historicamente a relação do padre com a árvore, de madeira nobre, era voltada para o reflorestamento das matas do Brejo.


Serviço
Nos Passos do Padre Ibiapina

Roteiro religioso gratuito no Brejo da Paraíba
Informações - (83) 224-0665 e 9982-5369






Capela da Casa de Caridade de Crato construída pelo Padre Ibiapina


Meu comentário
O leitor sabia que o Padre Ibiapina morou - em duas oportunidades - em Crato?
Entre 1819 e 1822, o adolescente José Antonio Pereira Ibiapina aqui residiu, acompanhando seu pai que foi nomeado Tabelião vitalício da então recém-criada Comarca de Crato. Em 1823 a família mudou-se para Fortaleza.
Em 1868, já padre, ele fixou novamente residência em Crato, durante a construção da Casa de Caridade, a única que ainda hoje funciona das 22 por ele construídas e espalhadas por estados nordestinos.
Agora a pergunta:em Crato a memória do Padre Ibiapina é preservada? Tirando o pouco que é feito pela Diocese de Crato nada lembra aqui a memória deste notável homem que, aos 44 anos, abandonou uma bem sucedida carreira de advogado, renunciando a todos os bens materiais que a profissão lhe proporcionava para ingressar na vida religiosa, optando pelas causas sociais. Noutras palavras: Como sempre, Crato desperdiça o potencial que tem para atrair visitantes, a exemplo do que fez com a memória de um filho ilustre da Cidade de Frei Carlos: o Padre Cícero.

2 comentários:

Armando Rafael disse...

Quem foi Padre Ibiapina
Pereira (depois trocou o Pereira por Maria) Ibiapina nasceu no município de Sobral, Ceará, no dia 5 de agosto de 1806.
Antes de se tornar sacerdote, foi advogado (formada pela Faculdade de Direito de Pernambuco), Juiz de Direito e Delegado em Quixeramobim, Deputado Geral (hoje Deputado Federal)no Império, dentre outras relevantes atividades.
aos 44 anos abandonou tudo isso e optou pela vida religiosa.
O seu apostolado se destacaria pelo incentivo à educação. Neste sentido, ele avivava algumas crenças nos sertanejos, na tentativa de afastá-los do bacamarte e da superstição.
O Padre Ibiapina realizou muitas peregrinações, construiu 22 Casas de Caridade, recolheu e educou milhares de órfãs carentes do sertão para atuar na esfera privada, batizou e casou um elevado contingente de pessoas nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, enfim, lutou muito por seu ideal cristão no Nordeste. O religioso faleceu no dia 19 de janeiro de 1883, na Casa de Caridade Santa Fé, no Estado da Paraíba.

Unknown disse...

Um homem que deixou tudo para trás, pois no século XIX, tomar uma atitude desta foi motivo de escândalo, e o padre Ibiapina realmente quebrou paradigmas, modelos mentais consolidados na mente coronelista da época, pois além de abraçar o sacerdócio por inteiro, assume o cargoo de maior complexidade histórcia, eclesiástica na época, pois, foi o primeiro patrono da Ordem Santa Cruz - Penitentes- Santa Igreja de Roma, no Ceará, tendo como discípulo o também Irmão Antonio Vicente Mendes Maciel de Quixeramobim.
Praza Deus a história do presente não pise mais nos umbrais do sagrado misturado ao divino e ao humano na consolidação de fatos que a força da opressão do estado não conseguiu calar no século XIX.
Que outros nomes, também, retomem a história para o bem estar da epistemologia genética para o bem no vazio do púlpito dos eleitos, na tecelagem de uma nova colméia social a que chegamos, porém não devemos deixar de reverenciar e referenciar para as novas gerações.
Um luz a clarear os espaços obscuros de uma história contada pela otica, da pena! de vencedores do momento passado, porém vencidos pela grandeza deste grande vulto da humanização nordestina - Padre Ibiapina.
Escreveu: Luiz Domingos de Luna.
www.livrodigitalartigosdeluizdomingos.blogspot.com