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terça-feira, 14 de julho de 2009

Parque de Exposições, Xodó dos Cratenses


Dias atrás li, neste mesmo Jornal, uma matéria que falava da intenção do Governo do Estado em mudar o local do Parque de Exposições do Crato. Sem dúvida, para quem é do Crato, mora no Crato, ou pelo menos conhece o Crato, recebeu esta notícia com surpresa e certa dose de desconfiança. A proposta já amplamente divulgada e debatida pelos meios de comunicação e sociedade, base da discussão, trata da construção de um novo Parque, em local a ser definido, e a construção de um novo Campus da URCA no terreno onde hoje está o Parque. A repercussão foi imediata. Todos perguntam e opinam sobre: Quais seriam as conseqüências da possível retirada do maior referencial econômico, cultural e histórico da cidade para outro lugar? Quem garante que esse novo Parque teria a aprovação popular e dos turistas? Seu novo local não anularia a tradição do Parque atual? Caso o novo Parque fosse um fiasco quais seriam as conseqüências irreversíveis e os prejuízos irreparáveis à cidade e sua gente?

Para a população do Crato, e das cidades circunvizinhas, esta é a sua maior festa! Julho é a época do ano em que todos ressurgem para rever parentes e amigos e, sem dúvida, a “Exposição” é o grande motivo! O local é marcado pela tradição de 58 anos de romarias ao ponto de encontro de todos os cratenses, espalhados pelo mundo. É a época do ano onde os filhos do Crato se reencontram em solo conhecido, envoltos em boas lembranças, que faz com que nos reconheçamos a partir da festa que atravessou todas as fases de nossas vidas. O Parque de Exposições é um ícone da cidade que, hoje, se confunde ou forma a própria identidade do Cratense. O que aconteceria se retirássemos a Praça do Ferreira, em Fortaleza, do local onde está e a transferíssemos para o Bairro Aerolândia? Ou o Carnaval de Olinda, de Olinda? Que tal se a Torre Eiffel, em Paris, de uma hora pra outra não estivesse mais lá? É da imagem, da tradição, que nós estamos falando!

O que se há de concreto hoje é um evento, sucesso de público, acontecendo no mesmo local, ano após ano, há mais de meio século. É fato também que administrações públicas anteriores não investiram na ampliação da instalação existente no Parque, que pouco difere da inaugurada na distante década de 50. Vale salientar que a atual estrutura não equivale nem à metade do tamanho total do terreno disponível. Que a URCA precisa de um Campus maior e melhores instalações é verdade, mas isso depende muito mais de dinheiro do que de espaço. O ginásio poliesportivo que seria construído em um terreno que abriga um estacionamento improvisado durante a exposição, nunca saiu do papel. Bem como a reforma do galpão (almoxarifado da URCA), vizinho ao mesmo estacionamento, que abrigaria os gabinetes de professores do Campus Pimenta. Que a cidade precisa destes 25 milhões isto pode ter certeza! Estou certo de que todos louvam a atitude do governador de direcionar este montante do orçamento estadual para o desenvolvimento do Crato. O que precisa ser estudado é de que maneira este dinheiro será melhor aproveitado em prol da cidade.

Sugiro que as obras citadas, previstas em Planejamentos Estratégicos da URCA, sejam executadas. Sugiro ainda um estudo arquitetônico, que utilize toda a área ociosa do terreno existente, que resulte num projeto que ofereça mais conforto a demanda crescente de expositores e visitantes. E claro, não se esquecer de reservar verba para melhoria do atual Campus Pimenta - URCA. Acredito que a melhor proposta sempre será aquela que represente o atendimento dos desejos da população da cidade, maior interessada e beneficiada dos melhoramentos. Sugiro ouví-la!

Dimas de Castro e Silva Neto

Engenheiro Civil, Mestre em Gerenciamento da Construção
pela University of Birmingham e Professor do Curso de Engenharia Civil da UFC Cariri

Foto: gentilmente cedida Jornal do Cariri

4 comentários:

Cory Matos disse...

Prezado Prof. Dimas,

Concordo em parte com o lúcido texto postado neste Blog, principalmente quando feito referência sobre o apoio popular - sem o qual nada poderia ser alterado -. Contudo acho imprescindível que a comissão formada (ou sugerida)para analisar a possibilidade de criação de um novo Parque de Exposição seja ampliada com a participação de representantes de diversas classes como: professores, artistas locais, sindicatos, etc.. O Crato não pode perder os investimentos que estão sendo oferecidos para melhoria do Parque de Exposição, que nunca deixará de ser o evento Cratense de maior relevo.

Cory Matos

Anamaria Duarte disse...

Perfeito!! Palavras seguras e inteligentes!! Muita gente fala muito e não diz nada!

Dimas de Castro e Silva Neto disse...

Prezados Cory e Anamaria,

Fico feliz em perceber que ofereci um texto que espelha em grande parte o sentimento de muitos.
Agradeço o apoio a causa tao nobre!
Abraços,

Anamaria Duarte disse...

:)