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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ENERGIA + CONSCIÊNCIA = CRIAÇÃO (I)



O QUE É "ENERGIA" E QUAL A SUA DIMENSÃO?

René Alleau (Ciência dos Símbolos) afirmou que o que menos se sabe a respeito de qualquer coisa é o princípio dela. Nesse sentido, se torna um tanto difícil definir o que é energia, isto porque a definição é sempre uma explicação de um sujeito sobre uma parcela iluminada do objeto, fenômeno ou princípio. A energia existe num processo relacional entre o indivíduo - que percebe, mede, capta, sente ou utiliza - e o fenômeno enquanto parte da realidade observada (e que transcende e envolve o próprio sujeito) que se modifica na ação de observar.

No âmbito da ciência, a energia é a capacidade de interconversão ou de realização de trabalho. Esta última, é a definição clássica, ou seja, comum da ciência. A definição moderna de energia é a de Einstein, ou seja, E = m.C2 (onde E é energia, m é massa e C é velocidade da luz). De um modo geral, nos acomodamos com a definição clássica relacionada ao trabalho e aos fenômenos de baixa velocidade e baixa freqüência. O conceito de trabalho é muito amplo. Ele tem raízes históricas, culturais, filosóficas, existenciais e éticas. Ele envolve dimensões variadas. O trabalho pode ser definido como uma diferença de potencial (no campo da física: mecânica e eletricidade), ou seja, a capacidade de mudar um estado de um objeto ou de transportar uma carga elétrica de um pólo a outro num circuito elétrico. Ele pode ser definido como o esforço humano para a consecução de um fim utilitário, econômico ou espiritual; entendido como a base histórica e econômica da existência material, moral e espiritual de uma sociedade; percebido como a mecânica da vida num processo de construção, transformação e destruição criativa ininterrupta.

Assim, a definição de energia a partir do trabalho não encontra base para sustentação. O que descrevemos da energia é o seu efeito na manifestação como trabalho ou na concentração, sutilização, modificação, conversão e deslocamento da matéria. A energia está, em síntese, associada ao poder da criação ou da destruição da natureza.

O sol emite energia luminosa e calorífica, além de energia eletromagnética e radioativa. As plantas produzem clorofila. As tempestades manifestam a força da energia dos ventos e dos campos elétricos formados entre as nuvens e a terra. A terra molhada agradece na fertilização abundante. As águas dos rios e dos oceanos são fontes de energias aproveitadas pelos homens. O homem consome a água potável para matar a sua sede, e transporta seus produtos sobre as águas dos rios e mares. O solo e o subsolo também são fontes de energias: petróleo, gás, minerais, etc. Os animais captam, transformam e emitem energias. Os peixes elétricos são um exemplo notável! O homem se locomove e age a partir da energia que armazena e capta da natureza. Em suma, onde há vida, há energia. Por isso, intuitivamente se afirma que um indivíduo doente está sem energia ou que sua energia está baixa.

A energia é tudo o que nos envolve, move, comove, afeta e nos faz viver, sofrer e transcender. Ela é raíz, a riqueza e a essência do ser na relação - de poder, equilíbrio ou submissão - com os fenômenos natural e sobrenatural. O homem está totalmente inserido e dependente dela, e nela busca sentido e significado para a sua existência, liberdade, felicidade e identidade humana natural e supra-humana sobrenatural. Ela faz parte das ações humanas, pois em tudo que faz o homem emprega uma variedade de formas e naturezas de energia. A energia é o pulsar da sagrada vida!

"Tudo que move é sagrado" - diz o poeta e cantor brasileiro.
Nesse contexto, se admitirmos por hipótese que o pensamento é também uma forma de energia sutil, toda e qualquer definição se torna limitada pela própria hipótese do pensamento-energia: o pensamento não explica o próprio pensamento - a energia não se explica a não ser pelo poder de criação, renovação e destruição. Por isso, Einstein (Como Vejo o Mundo, 3 ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981) afirmou:

“Porque os conceitos não correspondem a um conteúdo a não ser que estejam unidos, mesmo de modo indireto, às experiências sensíveis. Contudo, nenhuma pesquisa lógica pode afirmar esta união. Ela só pode ser vivida. E é justamente esta união que determina o valor epistemológico dos sistemas de conceitos” (p.164-165).

A vida em sociedade é uma gestão criteriosa (ou não) das energias humana e natural em prol da coletividade e do indivíduo. Quando a administração dessas energias é feita sem critérios humanos, ou seja, apenas com fins econômicos, as consciências-energias humanas são exploradas e a natureza destruída - como já está sendo destruída! Por isso, Gandhi afirmou que "aquele que não sabe governar a si mesmo, não sabe governar ninguém".

A energia humana se traduz em poder e transcendência em si mesma! A ideologia é a dominação do pensamento-energia de grupos humanos.

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